Capítulo 26 - FINAL

E é pela última vez aqui que vos digo, Boa leitura amados!

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9 anos depois....

Muitas coisas mudam ao decorrer do tempo, a aparência, a maneira de se comportar, a maneira de ver o mundo, a sociedade. Tudo era mutável, mas a única coisa que tinha certeza que não mudava era o amor, dizia isso por experiência própria.

O amor o pegou há nove anos numa situação que nem acreditava mais nesse sentimento, estava quebrado, desconfiado, com medo, mas o amor ignorou tudo isso e o abateu de uma vez por todas, vindo em forma de duas pessoas. Uma simples conversa no supermercado, na conversa no corredor do prédio, um simples trabalho de babá acarretou no mais complexo e inigualável sentimento, o pegou, o enlaçou e o fez ver o que era o verdadeiro amor.

Esse amor o consertou, o refez, mudou a sua maneira de ver a vida, o fez mais feliz do mundo, esse amor o encurralou até o dia que cedeu, quebrando a sua promessa e mostrando o que era ser amado de verdade. Foi uma aventura, altos e baixos, tragédias e momentos maravilhosos, até que... até que por simples insegurança e medo o fez perder quem mais amava no mundo.

Ainda doía em si a maneira como ele olhou para mim, magoado, triste, sofrendo... foi a pior cena que presenciou na vida e ainda doía, doía por ser o único a fazer isso, por ter feito o seu amor sofrer. Mas...

— Papai, papai!

Edgar que estava concentrado escrevendo, acabou se assustando com a voz doce repentina, ele largou a caneta e como sempre, virou a cadeira de rodinhas abrindo os braços, assim o seu pequeno furacão se jogava em seus braços.

O seu pequeno furacão riu contra o seu corpo o levando a sorrir. Os seus cachos negros estavam por toda parte, e seu corpo gordinho estava apertado junto ao seu.

— Papa, me pegou de novo! — exclamou sorrindo.

Edgar afastou um pouco e fitou os lindos olhos negros de sua filha, Seraphina. — Sim, bebê, sempre irei te pegar. Agora por que estava correndo pela casa? Cadê o seu irmão? Como foi a escola?

— Vim correndo para te encontrar. O Simon ficou conversando com a 'namolada' dele na sala e a escola foi chata, menos quando a Sabine 'bincou' comigo, ah, ela me chamou pra dormir hoje a noite lá, por isso que vim te 'encontar', pois o Papa disse para te pedir 'atolização'.

Edgar mais uma vez se derreteu de amor. Seraphina ainda tinha muita dificuldade de falar certas palavras, estavam trabalhando nisso, mas ela só tinha 6 anos, de acordo com os médicos e os professores era normal, mesmo tendo déficit de atenção, a sua menina era uma criança saudável e amorosa.

— Oh, bebê. Cadê o seu papai?

— Me chamando?

Casper entrou no cômodo, mesmo depois de nove anos de relacionamento ele ainda prendia a respiração e admirava aquele homem, o seu Adônis. Com quarenta anos, o seu marido ainda parecia o mesmo, porém só acrescentou alguns cabelos brancos, um certo amadurecimento, mas os seus olhos cinzentos transmitiam carinho, felicidade e amor, mais uma vez se viu caindo naquela imensidão.

— E aí, Papa? Posso ir? — perguntou Seraphina o tirando dos seus pensamentos.

— Bem, já que o seu Papai jogou a vez para mim, mesmo sabendo o que iremos fazer amanhã. — ele estreitou os olhos para o amado, que só fez sorrir. — Bebê, infelizmente terei que negar, amanhã nós todos iremos viajar, então não vai dar para você ir.

— Ah, tudo bem... é amanhã que irei vestir o meu vestido 'banco'? — indagou já animada.

— Não amanhã, mas está perto. Agora vá chamar o seu irmão para almoçarmos, esse garoto quando começa a falar com a Becca ele não vê a hora. Vai lá.

Ela o beijou, em seguida se mexeu para sair do seu colo, logo ele ajudou e a observou correr para fora do escritório.

— O que temos aqui? — Casper falou se inclinando para pegar o papel aberto que estava em cima da mesa.

Ed arregalou os olhos, rapidamente puxou o papel que já estava nas mãos do amado, o fazendo se assustar.

— Agora sim estou curioso, o que tem escrito aí? Hein?

Sem jeito, ele gaguejou. — Não, nada demais, não é nada.

Casper estreitou os olhos. — Não vai me dizer que está escrevendo mais um novo romance? Agora quero ler, não vai esconder de mim, não né?

O seu coração apertou. — Não mais, você sabe disso. Nunca mais esconderei nada. Só que esse papel, er... são os meus votos. — ele viu nos olhos do amado perceber o que acabou de dizer. — E não quero que você leia até o dia da nossa renovação, ok?

Casper sorriu, aproximou-se dele e pegou em seu rosto, delicadamente acariciou o seu maxilar. — Desculpe por ter dito o que disse, não escolhi as palavras certas.

— Não se preocupe, amor. — Edgar assegurou. — Há nove anos esse assunto foi resolvido, de um jeito bem resolvido, né? Sabemos que foi doloroso, mas eu soube consertar, hum?

— Oh... Você consertou muito bem. — ao terminar de falar Casper encostou seus lábios nos do marido e o beijou. Gemeu assim que sentiu o gosto do amado, aprofundando o beijo.

— Ah, de novo o Papai está engolindo o Papa. — exclamou Seraphina escondendo o rosto com as mãos.

— Se acostume, maninha, pois esses dois vivem para isso. — comentou Simon brincalhão.

Edgar se soltou do amado rindo, seu olhar se dirigiu para o seu filho mais velho, o seu menino. Simon estava na sua adolescência, 16 anos e já era da altura de Casper, além disso os dois se pareciam muito, os cabelos negros, a pele branca, a fisionomia e suas qualidades, mas também via Selena ali, em seus olhos, porém também se via nele, mesmo sendo o pai só de coração, seu menino parecia muito consigo e amava ver isso.

— Pelo jeito não é só nós agora. Diga a Becca que mando lembranças.

Simon num instante ficou vermelho, fazendo os pais rirem.

— Igual ontem, quando fui no quarto do Si para chamar para 'bincar', mas ele estava ocupado com a Becca... ele me disse que estava 'tilando' um negócio do olho dela, mas ele não estava 'soplando' o olho como o Papa faz comigo.

Ed mordeu o lábio tentando não rir, mas foi inútil, pois Casper já estava gargalhando e escorriam lágrimas de seus olhos, o que fez desatar a rir e deixar Simon todo sem jeito.

Ele amava a sua família.

— Vamos lá, a comida já está pronta. Si, querido, leve a Seraphina para lavar as mãos e depois me ajude a ajeitar a mesa.

Ouviu um coro de "certo, Papa", em seguida sentiu o seu marido o abraçar por detrás.

— Amo eles. Somos pais sortudos. — comentou Casper no pé de seu ouvido.

Ele concordou. — Sim, nossas crianças são maravilhosas. Agradeço por você ter me dado o Simon e agradeço por ter encontrado a nossa menina. Somos sortudos.

— E agradeço por você ter sido o meu vizinho e babá do meu filho, pois agora tenho você aqui comigo, formando uma família.

— Ok. Agora vamos deixar as nossas lágrimas para a nossa renovação de votos de nove anos, ok? Não quero me sentir desidratado antes da hora.

Seu marido soltou uma rouca risada e o beijou no pescoço. — Certo. Mas ainda me sinto desidratado no nosso casamento. Nove anos, passou tão rápido e me sinto tão feliz.

— Agora iremos fazer a mesma experiência, só que mais planejada. — os dois riram lembrando da situação caótica que foi o casamento deles há nove anos. — Mas não troco aquela experiência por nada no mundo. — completou Edgar. — Vamos, os meninos estão nos esperando.

Ele pegou na mão de Casper e o puxou, assim os dois começaram a andar para fora do recinto de mãos dadas. Edgar ainda mancava ao andar, aquilo já era algo dele, se acostumou a andar assim e era feliz daquele jeito. Os dois se dirigiram para a cozinha e encontrou os seus filhos já sentados à mesa.

— Até que fim. Estou morta de fome. — declarou Seraphina passando a mão na barriga.

— Oh bebê, não se preocupe, vamos comer agora. E Simon, sem celular na mesa. — declarou Casper, ao se sentar, mas Edgar o cutucou, o fazendo olhar para cima. — Hum?

— Lavar as mãos, mocinho. — disse batendo o pé.

Seus dois filhos riram pela situação. Casper resmungou, mas fizera o que o marido pediu e em seguida o outro se juntou a ele na pia.

— Como foi a escola de vocês?

E assim deu início ao almoço, entre conversas e risadas, eles degustaram da boa comida e da companhia um do outro.

[...]

— Tio Ed, Tio Ed!

Edgar, assim que desceu do carro, foi surpreendido pelas vozes animadas e dois abraços, o que o fez quase tropeçar. Rindo, tentando se manter em pé, ele retribuiu os abraços e admirou os gêmeos.

Ruan Lorenzo e Maria Giovanna, filhos de suas melhores amigas, Guilia e Louise, seus queridos afilhados. Os dois já estavam grandes, com os seus oitos anos de idade, eles transpiravam energia e alegria.

Após ser atacado pelos dois, ambos se dirigiram para o outro padrinho deles, Casper, que os recebeu de braços abertos.

— Finalmente chegaram. — Edgar se virou e sorriu ao ver sua amiga, Louise. — E a comitiva veio dar boas-vindas. Os dois estavam me perturbando perguntando quando era que os seus padrinhos chegavam.

— A culpa foi do tráfego, mas chegamos. Minha família chegou?

— Sim! Vamos, estão todos te esperando no pátio. Nunca vi um rancho tão grande. Adorei conhecer o seu tio, Casper. Além dos garotos e do Angelo.

— E ficou ainda mais enorme, principalmente com o resort do lado. — comentou Casper. — Estão todos já acomodados? A casa do Tio Tom não vai dar para todos, por isso que alguns estão indo para o hotel.

— E eu fui uma das sortudas de ir para o resort com tudo pago pelo meu amigo.

Edgar revirou os olhos e riu. — Você é uma das minhas madrinhas, tenho que mimar um pouco.

— Continue me mimando que posso até virar a noiva. — Louise piscou sonhadora.

O editor gargalhou, negou com a cabeça e puxou Edgar para os seus braços. — Nem pensar, ele já é meu.

— Aproveite os minutos, após o café da manhã, Edgar vai ser nosso.

O casal desviou o olhar e viram Guilia saindo da Casa Grande, junto com ela vinha Naomi e Sara, as três pareciam sérias.

— Ah não. Vocês não vão separar o Ed de mim. Alô, nós já somos casados, então esse papo de se manter puro antes do casamento não vale.

A italiana revirou os olhos. — Sabemos muito bem disso, seus foguentos. É que precisamos que Ed esteja ciente de tudo, da decoração, do bolo, onde tudo vai, e claro, você também, mas o Ed tem esse olhar melhor.

— Mas é por isso que deixamos vocês encarregados disso. — murmurou Edgar. — Porém vejo que terei que participar.

— É claro! — disseram as quatro mulheres juntas.

Edgar gemeu insatisfeito, ganhando um beijo no ombro do amado.

— Vamos lá, vamos comer e aproveitar um pouco antes que elas tirem você de mim.

Casper se pôs do lado dele e pegou em sua mão, com os seus filhos já distraídos, Simon no celular e Seraphina brincando com os gêmeos, eles rodearam a casa e foram para trás, onde encontrou o resto do povo. A família de Edgar e a de Casper, além de alguns amigos, todos já acomodados na varanda degustando de um bom café da manhã.

Todos vieram os cumprimentar, já animados e declarando que estavam no céu com toda aquela boa comida e rapazes para admirar, isso vindo de seus amigos, o que os fizeram rir.

— Tio, agradeço por ter aberto as portas do rancho para a nossa renovação de votos, mais uma vez obrigado. Você, Koda e Devon, por estar nos ajudando. — Casper falou assim que se sentou ao lado de Thomas, que ainda estava na cadeira de rodas.

Edgar se sentou no colo do amado e assentiu. — Agradecemos! — completou ele.

Thomas sorriu e pegou no ombro do sobrinho. — Não precisa agradecer, é bom ter vocês aqui e principalmente por escolher esse lugar para esse momento muito especial. E novamente o rancho vai presenciar mais uma vez uma ligação de amor, sinto que o Rancho Dois Corações tem algum puxar para isto, é bom ver o amor rodeado aqui.

— Por experiência própria, né pai?

Os três desviaram o olhar e viram Koda vindo na direção deles e com ele vinha um garoto vestido como um verdadeiro cowboy.

— Angelo, vem pro tio! — exclamou Edgar abrindo os braços.

— Tio Ed! Tio Casper! — a criança largou a mão do pai e correu de encontro aos seus dois tios, os abraçando. — Está enorme. Deram fermento para ele, Koda? — indagou abraçando o garoto.

— Me pergunto a mesma coisa. — Koda olhou amável para o seu filho. — A cada dia o vejo e me surpreendo com o crescimento dele. Um dia desses era o meu bebê... quer dizer, ainda é meu bebê. — ao terminar de falar ele acariciou o rosto de Angelo. — Desculpem por não ter aparecido antes, estava resolvendo as últimas coisas no resort para os seus amigos, os quartos já estão liberados e se vocês quiserem ir e se divertirem lá, fiquem a vontade. E ah, as aulas de equitação e tour pelo rancho estão disponíveis, quero que todo mundo aproveite esses quatro dias aqui, principalmente vocês dois.

— Certo. Obrigado novamente por tudo.

— Sem agradecimentos, faço isso para o meu primo favorito. Que sua irmã não me escute, por Batman! — ao terminar de falar eles riram. — Bom, vou indo atrás do meu Devon, o perdi!

— Ele estava conversando com o Mattos. — exclamou Thomas. — E diga ao Matt para vim aqui e dar comida ao homem dele, por céus!

— Certo, papai! Vou atrás dos nossos homens. Vamos, Angelo! Vamos procurar o seu pai e seu avô. Até depois, rapazes!

Após Koda sair, eles ficaram conversando, depois vieram os irmão de Ed e Thomas falou sobre o rancho e os prêmios que ganhara quando participava dos rodeios, também falou do acidente e o que aconteceu depois.

Eles ficaram assim até encherem a barriga com a comida deliciosa que estava ali disponível, em seguida as mulheres puxaram Edgar dos braços do marido para falar sobre a decoração, coisa do tipo e foi assim que ele foi tirado dos braços do amado.

Por dois dias.

Dois dias ficando ocupado sobre o casamento, quando se livrava de Louise, lá vinha Guilia perguntar da comida, depois era a sua mãe, a sua sogra, a sua cunhada, o que acarretou só ficando com Casper a noite, ambos cansados, não dava nem para aproveitar o sossego, dormiam feito pedra.

No terceiro dia os dois foram acordados pela a voz de sua mãe e Guilia, mandando eles acordarem.

Edgar gemeu e escondeu o rosto debaixo do travesseiro.

— Edgar, levante logo, estamos esperando por você. O restante da decoração chegou e os ternos de vocês também. Casper, largue o Ed! É uma ordem! — exclamou Naomi.

— Vocês caíram da cama, por certo? — resmungou Casper.

— Se não descerem em 10 minutos, vou fazer vocês caírem da sua. Se apressem. — completou Giulia.

Casper bolou e encostou o seu rosto no ombro do marido.

— Elas já foram embora? — indagou Edgar ainda com a sua cabeça embaixo do travesseiro.

— Sim, mas não por muito tempo.

— Ah não. — gemeu insatisfeito. — Por que mesmo a gente queria renovar os nossos votos? Hum? — ele tirou o travesseiro e olhou para o marido.

— Porque nós nos amamos e queremos fazer tudo de novo?

— Isso é uma pergunta ou uma afirmação? Bem, tanto faz, não foi assim que imaginei. Pensei que iríamos fazer tudo juntos, sabe, aproveitar que estamos no rancho, que os nossos filhos tem mais de dez pessoas para vigia-los e a gente poderia aproveitar.

— Querendo adiantar a lua de mel, bebê?

— Um homem pode sonhar. — murmurou Edgar. — Agora é só um sonho distante, bem distante. Rumpf. Nesse momento tô odiando minhas amigas, a minha mãe, a minha sogra e a minha cunhada.

— Onwt bebê... somos dois! — eles se entreolharam e riram. — Fazer o que se temos uma multidão de mulheres controlando tudo.

— Daria meu pé só para ter sossego com você, mesmo que fosse cinco minutos.

— Um pê? E o que você daria se fosse o dia todo? — Casper arqueou a sobrancelha com um sorriso malicioso.

Edgar estreitou os olhos, mas um sorriso foi se abrindo e uma risada involuntária saiu. — O que você está tramando, meu caro Casper?

— O que você está pensando, bebê. — piscou. — O que acha?

Rapidamente ele se ergueu e sentou na cama surpreso e animado. — Oh meu Deus! Elas vão matar a gente.

— Se elas nos encontrar, essa é a questão. — disse pegando o seu celular. — Pronto para fugir, amor?

— O que está fazendo? — indagou curioso.

— Pedindo reforços.

[...]

— Estava pensando quando eram que vocês iam fazer isso, por tudo o que está acontecendo, estava só esperando a hora de vocês pediram penico e tirar um tempo a sós. — disse Koda dirigindo a caminhonete.

— Estava vendo a hora de explodir. Ainda bem que o Cass tomou coragem e estamos aqui. Mas para onde vamos mesmo?

— Vamos titular de A Cabana do Amor. — Koda riu. — É uma cabana do rancho, que Devon e eu reconstruimos. A achamos caindo aos pedaços e vimos uma oportunidade perfeita de ter um lugar só pra nós, quando estivermos cansados ou algo do tipo. Está tudo abastecido, tem de tudo, quando digo de tudo, é de tudo mesmo. — ao terminar de falar ele piscou o olho no retrovisor.

Se sua pele não fosse escura, com certeza estaria vermelha como a de Casper.

O ruivo percebendo o constrangimento deles, soltou uma gargalhada e acelerou. Minutos depois chegaram no destino. Edgar, assim que a viu, seus olhos se arregalaram e seu queixo foi no chão. Ali, na sua frente não era uma simples cabana, mas sim uma linda réplica da casa do Hobbit, de O Senhor dos Anéis.

— Ai meu Deus! — disse descendo da caminhonete. — Estamos por acaso em O Senhor dos Anéis?

— Bem que eu queria. Espero que tenha gostado da casa e dos filmes e livros.

— Ah não. — Casper gemeu. — Aquela saga que você me fez assistir umas duzentas vezes e eu acabei pegando no sono nas duzentas vezes?

— Ai meu Deus, temos um blasfemador em nosso meio. O meu próprio primo! — exclamou Koda incrédulo. — Não escute, ele, cabaninha. Ele não sabe o que diz.

— Tá vendo o que eu aguento? — Edgar negou com a cabeça inconsolável.

— Meus pêsames. — o ruivo suspirou e levou a mão no ombro de Ed, como se estivesse o consolando.

— Ei! Estou aqui. E não me maltrate, só porque não gosto de O Senhor dos Anéis, sinta feliz por eu gostar de um anel e estou quase expulsando o meu primo para sentir esse anel. — ao terminar de falar Casper simplesmente sorriu olhando descaradamente para a bunda de Edgar.

Koda tossiu uma risada, um pouco constrangido, tirou do bolso umas chaves e as entregou a Edgar. — E é nessa deixa que eu vou indo. Quando quiserem para buscá-los é só ligar. Aqui pega tudo. Tchau e aproveitem.

— Pode deixar. Iremos aproveitar e muito. — Casper em seguida puxou Edgar e o beijou no pescoço. — Vamos, bebê! Vamos entrar na Cabana do Amor e quem tirar a roupa por último leva na bunda.

O homem negro gritou ao sentir uma tapa em sua bunda, em seguida o seu Adônis roubou as chaves e correu para a porta e já estava tirando a roupa.

— Ei, agora estou em dúvida, amo os dois jeitos. — declarou entrando na cabana.

[...]

Após passar quase a manhã toda fazendo amor, Edgar aproveitou que o seu marido estava dormindo, para voltar a escrever seus votos. Desde que chegou no rancho que não conseguiu terminar, agora ali, naquela cabana calma, com uma taça de vinho para degustar e um delicioso queijo que encontraram na cozinha, ele continuou de onde parou.

Ao continuar a escrever, as recordações pairavam em sua mente, o único momento que os dois tiveram separados e o único culpado foi ele, unicamente.

O homem suspirou e baixou sua cabeça para encostar no colchão, em seguida sentiu Casper se mexer, pensando que ainda estava dormindo, não viu quando o seu Adônis o abraçou e beijou a sua nuca, o que o fez se arrepiar.

— O que está pensando tanto? Pensei que estava aproveitando o silêncio e a calmaria. — falou com sua voz rouca de sono.

Edgar se mexeu e virou, dobrou o papel e pôs debaixo do travesseiro, ganhando uma sobrancelha arqueada do amado. — Estava escrevendo os votos, mas acabei ficando preso há nove anos, quando nos separamos. Sei que faz tempo, mas ainda me dói em pensar nos dias que estivemos separados, eu não vivi.

— Foi difícil, eu também não vivi. Não conseguia respirar direito e o meu coração estava muito machucado, doía demais. Porém, você me fez o homem mais feliz da vida quando fez aquela surpresa e me fez um homem honrado. — ao terminar de falar ele mostrou a aliança no seu dedo anelar. — Eu te perdoei naquele momento, te amei e amo ainda mais agora. E iremos embarcar novamente nessa aventura... mesmo com as mulheres da nossa vida atrapalhando.

Edgar riu. — Sim, eu estava nervoso demais, quase vomitando, com medo da sua reação, de ver que eu era um tolo enganador e receber um grande não, mas foi tudo maravilhoso. Melhor dia da minha vida, tirando quando a gente encontrou a nossa Seraphina quando tinha apenas cinco meses de idade naquele orfanato.

— Sim, o melhor. — ao terminar de falar Casper encostou as duas testas. — Aquela cena ainda está gravado em minha mente e posso revive-lá sempre, só para lembrar o homem amoroso e dedicado que tenho em minha vida.

— Me beije. — pediu Edgar sussurrando.

Sem pestanejar, Casper segurou a sua nuca e tomou os seus lábios num cálido beijo, bebendo do vinho e das lembranças do passado.

[...]

Nove anos antes...

Ferido, magoado, se sentindo traído, Casper não sabia mais o que era ter uma noite de sono. Se não fosse pelo seu Simon, não sabia o que seria dele.

Nunca em sua vida pensou que amaria alguém como amava Edgar e por isso que aquela mentira, aquela omissão dele o magoou profundamente, foi como uma traição. Mesmo agora, após quase um mês, ainda se sentia ferido, porém todos os dias a sua vontade era engolir o seu orgulho e ter Edgar de volta, mas parecia que o seu namorado não pensava assim, os dois tentaram conversar há três semanas, mas não resultou em nada.

Há três semanas que não estava mais em casa, estava agora dormindo no quarto de hóspedes da casa da sua irmã, com Simon a rebote, porém o seu filho passava o dia com Edgar e vinha a noite para lá, aquilo os dois nem precisavam resolver, pois Simon era deles e nenhum queria fazer o filho sofrer, mesmo fazendo sem querer.

Ter Simon perguntando direto quando eles voltariam para casa o quebrava e ainda mais quando o seu filho falava que Edgar estava muito triste. Era nessa hora que dava vontade de pegar Simon e correr para os braços de Edgar, mas ainda não sabia como era a situação deles. Se ainda eram namorados ou ex.

Ex, odiava com todas as suas forças o sufixo, pois apenas aquela palavra dava um nome aquela situação, que tinha perdido o homem que amava.

— Mano, se arruma. — declarou Cary entrando de supetão em sua casa, o tirando de seus pensamentos. — Vamos, se apresse.

— Quê? Vamos para onde? Para quê essa pressa toda, hum? — indagou se ajeitando no grande sofá.

— Só se arrume! Vamos sair, espairecer, tirar esse olhar morto e viver. E sem negar, pois te proíbo.

— Ah não, Cary! Não quero sair. — gemeu negando com a cabeça.

— Vai sim, nem adianta dizer não. Faz três semanas que está preso em casa, só sai para trabalhar e hoje é final de semana e temos o festival latino no Mission Dolores Park. Vamos, vamos passear. O George já está esperando com o Simon.

Ao escutar onde seria o tal festival sua mente flutuou e lembrou do primeiro beijo entre Edgar e ele, um beijo por puro acidente, porém o melhor beijo que já recebeu na sua vida. Não sabia se seria uma boa ir, pois tinha certeza que ao andar pelas barracas lembraria daquele dia perfeitamente e sabia que ia morrer de saudades de ter Edgar ali com ele, porém como a sua irmã não aceitava um não, acabou cedendo.

Cary o esperou se arrumar, tirar sua roupa de mendigo, e após isso eles deixaram a casa e foram no carro dela até chegar no parque. Depois que estacionaram o carro, os dois desceram e começaram a andar entre as barracas.

— Onde os dois estão?

— Por ali. Vamos. — acenou para frente.

Casper só fez assentir e continuou a andar, seu olhar se desviando para as diversas pessoas que ali estavam, brincando, dançando, rindo, comendo as fritas e se divertindo. E quando seu olhar se prendia em algum casal, seu coração doía, a inveja o tomava.

Continuaram a andar por bom tempo, atravessando as fileiras de barracas, as pessoas sentadas no gramado fazendo piquenique, até que ele viu que estavam quase saindo do festival, mas sem dizer nada, continuou em silêncio, porém ao avistar quem estava encostado numa árvore, com mas mãos nos bolsos e olhando para o chão, Casper paralisou.

— O que ele tá fazendo ali? — Casper sentiu sua garganta entalar.

— Bem, a minha missão já acabou. — Cary falou, ela andou e ficou na frente dele. — Agora é com você. Está na hora de vocês conversarem. Por favor, o escute, ok?

Casper olhou para cima e acabou encontrando o olhar de Edgar, o que viu em seus olhos o fez suspirar. Pura tristeza.

— Você armou para mim, mas está certa. Somos adultos, vamos resolver isso logo.

— Isso. Vai lá, boa sorte. Espero que tudo se resolva. — ao terminar de falar ela o abraçou e beijou a sua bochecha, em seguida se afastou e andou de volta para o festival.

Tomando coragem, ele andou de encontro a Edgar, ao ficar de frente para o seu namorado ou ex, os dois ficaram em silêncio, ambos olhando um para o outro.

— Oi.

— Oi.

Os dois falaram ao mesmo tempo, o que os fizeram rir constrangidos.

— É melhor eu falar, se não a gente vai passar o resto do dia aqui e eu preciso dizer umas coisas. — Edgar falou nervoso.

— Ok, vai em frente. — Casper viu Edgar suspirar e engolir em seco. Ele também percebeu círculos escuros ao redor dos olhos dele, além que estava sem suas muletas, mas não se atreveu a perguntar, queria saber o que Edgar iria falar.

— Não sei realmente por onde começar, mas para que entenda o que fiz, é dizer o porquê. Eu nunca contei a ninguém o que aconteceu comigo anos atrás, nem minha mãe sabe, não é uma desculpa pelo que aconteceu, mas o porquê eu escondi. — ele suspirou. — Quando eu ganhei aquele concurso anos atrás, me senti maravilhado. Tinha dez anos e tinha conseguido ganhar um concurso, pessoas liam o meu conto e diziam que amaram, me senti nas nuvens. Porém, eu, além de conhecer pessoas que gostaram, conheci pessoas que odiaram, principalmente por eu ser negro e por ser um menino que escrevia contos de fadas.

— Primeiro foi uns meninos da minha escola que me encurralaram e... e me xingaram de tudo no mundo, falando que eu era um grande merda na escrita, que eu tinha roubado o concurso e que não merecia o prêmio. Depois disso foi escutar a minha própria professora falando que eu não tinha nenhum talento, que não sabia como tinham escolhido o meu conto, que não merecia ganhar. Que um negro não merecia nada no mundo, principalmente um garoto negro afeminado e que escrevia porcarias. — Edgar fechou os olhos. — Escutar aquelas palavras daquela professora doeu mais do que a surra que recebi dos meninos, pois escutar aquelas palavras da sua professora favorita de inglês doeu mais que tudo. E eu desisti da escrita. Minha mãe estranhou, estranhou os roxos pelo meu corpo, mas nunca disse a ela, nunca a disse que o seu filho era uma merda no que fazia e que as pessoas o machucaram por causa disso.

— Edgar... — Casper sussurrou em choque.

Ele engoliu suas lágrimas e continuou.

— Eu tentei parar de escrever, mas era a única coisa que conseguia fazer, mesmo achando que estava tudo uma merda. Eu acreditei nisso por muito tempo, sabe? Sempre achei que meus livros e contos eram horríveis, mas não parava de escrever, não conseguia, e os guardei unicamente para mim. Não queria ninguém mais para ler e achar mais merda do que eu achava, escondi da minha mãe, de todo mundo. Por isso não deixava ninguém ler, mas minha mãe foi teimosa e para ela não perguntar o porquê, eu dei alguns livros para ela ler, quando já estava na fase adulta. Eu sei agora que aquelas pessoas fizeram por maldade, mas o trauma já estava feito.

— Quando vi o concurso e pela fase que estávamos, vi que se um milagre acontecesse, poderia utilizar o dinheiro para voltar para San Francisco, para você, mas nunca imaginei que era a sua editora. Eu nem estava com esperanças de ganhar. Mas aquele dia que você falou do livro que estava lendo para um concurso que sua editora estava fazendo, eu paralisei. Não sabia o que fazer, pois descobri que a editora que tinha enviado o meu livro era a sua e o livro que você tanto gostou, era meu. Eu paralisei, totalmente, não consegui dizer: Ei, é do meu livro que você está falando, estou feliz que tenha gostado. Eu não conseguia, por medo, por medo. Medo de que aquilo tudo voltasse, que tudo foi um engano e você tinha odiado na verdade e os outros iriam fazer chacota, agora pensando bem, fui tolo pensando nisso, mas como poderia fazer? Mas eu juro, Casper, juro... — ele respirou fundo.

— Juro que não queria mentir, não queria fazer aquilo tudo, não queria te machucar. Nunca em minha vida queria te magoar, te trair dessa forma. Se eu tivesse pensado bem naquela época, que ia te fazer sofrer, não teria escondido. Mas eu fui tolo, por medo, te fiz sofrer, nos fez sofrer. Desculpe, por favor, por ter sido um jumento. Não suporto mais ter a nossa casa vazia. Dormir sozinho à noite, ou tentar. — deu de ombros. — Ter Simon lá comigo, foi bom, mas não é o mesmo sem você, nunca será. Por favor, perdoe esse homem tolo que te ama mais que tudo.

Casper se aproximou-se. — Não, você não devia ter feito isso. — Edgar assentiu e abaixou a cabeça. — Me machucou muito, mas não foi só a mim, você também se machucou. Mas agora entendo porquê e agora estou com uma tremenda vontade de falar para essa sua ex professora que o meu Edgar é o cara mais talentoso do mundo, que escreve belamente e por ser negro só intensifica a perfeição.

Edgar entreabriu a boca e o olhou surpreso, com os olhos brilhando por lágrimas contidas.

— Também estou com uma tremenda vontade de caçar esses garotos por machucá-lo. Ninguém o machuca, ninguém. Eu agora entendo porque, estou triste por pessoas malvadas terem feito isso com você e triste por não ter confiado em mim antes, mas agora eu compreendo e aqui vejo que você sim, confia em mim, só agiu por medo. Eu te perdoo, só não faça mais isso, o meu coração não vai aguentar mais.

— Ai meu Deus. — Edgar sorriu, em seguida pulou nos braços do amado. — Obrigado, obrigado por me fazer feliz. Por perdoar o meu erro e te prometo nunca mais irei fazer algo assim, pois não existe mentiras, segredos em nossa vida, não mais. E sim, confio plenamente em você, por causa disso, que quero fazer uma seguinte pergunta. — ao terminar de falar, ele se afastou e se ajoelhou.

Casper arregalou os olhos. — Edgar? — sua voz falhou.

— Nunca em minha vida imaginei fazendo algo assim, mas essas semanas essa imagem flutuava em minha mente, pois é o meu desejo mais profundo. Estou extremamente por feliz por ter me perdoado, mas serei o homem mais feliz do mundo se você aceitar se casar comigo. — ele tirou do bolso uma caixinha, ao abrir ergueu a mão e mostrou as duas alianças de ouro branco. — Casper Suller, aceita se casar com esse homem apaixonado e me dar a honra em te chamar de marido e obter o seu sobrenome na minha certidão?

Casper caiu de joelhos, com a garganta entalada, sem conseguir pronunciar, ele assentiu rapidamente a cabeça, dizendo sim. Edgar sorriu, as primeiras lágrimas caíram.

— Isso é um sim?

— Com todo o meu ser, sim, eu o aceito como o meu marido. Oh meu Deus, estou noivo. — Casper falou sem acreditar.

Edgar assentiu. — Sou o homem mais sortudo do mundo. — ao terminar de falar ele tirou a primeira aliança. — Me dá a honra, futuro marido?

O Adonis ergueu a mão esquerda e Edgar colocou a aliança, em seguida ele fez o mesmo. Os dois ficaram admirando os objetos que representavam o futuro deles.

— Eu te amo. — Casper quebrou o silêncio, ele ergueu o queixo do amado e olhou em seus olhos. — Te amo muito. — em seguida o beijou, matando a saudades, saboreando o amor e o futuro juntos.

Eles ficaram um bom tempo ali, matando a saudades, um no braço do outro, se beijando e olhando sempre para os anéis em seus dedos. Porém Edgar teve que interromper, dizendo que teriam que encontrar o resto do povo, principalmente uma criança que estava animada para saber se teriam os pais de volta na mesma casa.

De mãos dadas voltaram para o evento, Edgar guiou o caminho até chegar onde estava Cary, George, Louise, Guilia e Simon. A criança quando os viu, correu de encontro a eles, gritando em todos os pulmões: Papai, papa!

Eles receberam de braços abertos, o abraçou e o encheu de beijos.

— Papai, você disse sim? Você disse sim? — Simon perguntou freneticamente.

Casper sorriu e mostrou a aliança no seu dedo anelar. — Sim, meu coração. Eu disse sim.

— Então isso quer dizer que vamos voltar para casa? Como era antes?

Seus corações doeram, mas agora tudo estava resolvido e nunca mais iria acontecer algo assim.

— Isso meu amor. Iremos voltar para casa, lugar que nunca devíamos ter saído.

— Oba! — Simon bateu palmas. — Ah, vamos comprar fritas, to morrendo de fome e também quero um urso que vi ali. Tia Cary não deixou eu sair, pois estava esperando os senhores.

— Acho que elas vão entender se a gente sair, só nós três. Né? — Edgar perguntou. — Eu só quero ficar com vocês, a sós.

— Elas vão. Mas primeiro vamos dar a notícia, pois tô quase vendo elas vindo aqui. Não param de olhar e cochichar.

Edgar riu e concordou. Cada um pegou na mão de Simon e aproximou-se dos outros, que logo os atacaram perguntando como foi, depois de dizer que estavam noivos, o casal disse que queriam um tempo a sós, em família para matar a saudade.

Assim os três passaram um bom tempo se divertindo no festival, riram, dançaram, comeram, compraram objetos nas barracas e muito tempo depois, eles se juntaram novamente com os amigos e ficaram o resto do festival sentados na grama, degustando da comida e conversando.

E começaram a conversar sobre o casamento, Edgar e Casper chegaram num acordo, queriam se casar logo, não se importava se fosse uma reunião simples entre amigos, só queriam se casar.

E foi assim uma semana seguinte eles se casaram no cartório de San Francisco, depois foram comemorar no restaurante de Guilia, estando presente os irmãos e pais de Edgar, a família de Casper e as amigas deles. Foi uma comemoração simples, mas significativa.

[...]

Atualmente

Edgar e Casper aproveitaram o dia todo, fazendo amor, conversando e aproveitando a comida que tinha na cabana. Além disso assistiram filmes na TV que ali tinha e como não queria ir embora, eles acabaram concordando em ficar a noite também.

O homem negro deixou Casper na enorme cama, completamente desnudo. Só pegou um short, ao vestir percebeu que não era seu e sim do seu marido, deu de ombros e foi para a cozinha preparar a janta deles.

A cozinha estava bastante abastecida, porém não faria algo tão trabalhoso, só macarronada, uns bifes que encontrou e uma salada. Quando estava quase terminando, ele sentiu o amado abraçá-lo e beijar sua nuca, o que o fez se arrepiar.

— A comida está com um delicioso aroma, tive que vir checar, mas acabei encontrando outra coisa muito deliciosa. — ao terminar de falar, Casper mordeu o ombro do marido, que gemeu ao sentir os dentes em sua pele, em seguida a língua quente rodear até chegar na sua orelha.

— Melhor parar antes que eu o ataque, depois iremos comer e vai estar tudo frio.

— Ok. — ele riu. — Mas também não sou como antes, excitado a qualquer momento.

— Discordo. — Edgar se virou. — Hoje fizemos amor diversas vezes e em nenhuma vez me deixou na mão. E também, não me importo, só quero estar com você. Com sexo ou sem sexo, só quero você.

— Graças a Deus, pois vai chegar o momento que minha libido vai sofrer por conta da idade.

— Eu te amo, seu velho. — ao terminar de falar, ele se colocou de ponta de pé e beijou docemente o marido, que retribuiu com todo o amor.

Momento depois se separaram sem fôlego e foram comer, pegaram outra garrafa de vinho e voltaram para o quarto, no mesmo momento uma suave chuva começou a cair, o tempo foi esfriando. Assim decidiram ligar a lareira.

Se aconchegaram na cama e degustaram da refeição, escutando o crepitar da madeira sendo queimada e da chuva caiindo. Momentos depois, do nada começaram a se beijar, foi avançando até que estavam ambos excitados.

Dessa vez Edgar que tomou a frente, avançou, beijando e tateando o conhecido corpo do amado. As suas mãos desceram e foram diretamente para a ereção de Casper, tomou em sua mão e o punhetou. Em seus lábios encostados do amado, saia leves gemidos.

— Leve-me! — pediu Casper faminto.

Edgar sorriu e o beijou, tomando os seus gemidos para si.

Com uma mão ocupada na ereção do outro, com a outra ele apertou a bunda de Casper, em seguida procurou o ânus, ao sentir o pulsar, circulou com o seu dedo e o sentiu tremer em seus braços. Edgar se afastou e levou a mesma mão para a boca do marido, que a tomou, chupou os seus dedos os deixando cheio de saliva, em seguida voltou para a bunda de Casper e começou a penetrá-lo.

Ele viu de primeira mão o marido se perder, gemendo, necessitado, pedindo mais e cavalgando em seus dedos.

— Mais... foda! Dê-me mais. — murmurava Casper. — Oh Deus.

Ao atender o pedido, ele enfiou mais dois dedos. A sensação apertado, com o pênis quente de Casper na sua outra mão, ele acelerou os dois. Viu o suor pingando e brilhando com a luz da lareira na pele. O seu próprio pênis estava melado, duro e necessitado, ele rapidamente soltou o membro de Casper e apertou o seu, senão, iria gozar só de ver Casper tomando os seus dedos.

— Quero você, Edgar. Por favor... Oh Deus, preciso senti-lo dentro de mim.

— Preciso pegar o lube. — disse se afastando, porém foi impedido por Casper, que rosnou.

— Não, quero agora. Quero sentir queimar, quero assim mesmo... dê-me Ed, meu amor... Não vou aguentar.

— Eu que não vou.... essas palavras. oh foda-se. Pegue, monte-me, meu Adonis. Pegue o quanto que quiser.

Ele cuspiu em sua mão e rodeou em seu pênis, depois cuspiu novamente e melou o buraco apertado de Casper, que tinha o olhar semicerrado, arfava e sua boca entreaberta soltava murmúrios de prazer. Sem perder tempo, ele levou o seu pênis até o ânus do seu Adônis, primeiro ele só esfregou a cabeça de seu pênis, gemeu com a sensação, logo em seguida começou a penetrá-lo.

— Tão apertado, tão malditamente apertado. Tão gostoso... oh Deus, Casper. Oh Casper.

— Sim, sim... mais, preciso de mais, por favor... oh Deus, oh Deus... — gemeu desesperado. Sem aguentar, Casper rebolou, assim empalando o pênis todo em sua bunda. Eles gemeram em uníssonos ao sentir a incrível sensação.

Edgar começou com um ritmo calmo, mas logo se perdeu com a sensação, para dar mais prazer e vendo que estava quase chegando ao orgasmo, pegou novamente o pênis duro e quente de Casper, que estava sujo com pré-sêmen, facilitando o manuseio.

— Sim, Sim... Edgar. Mais... oh Deus... foda, tão gostoso senti-lo, tão grande... sinto-me cheio.

— Sim? Vê o quanto te encho, bebê? Te empalando, comendo... oh querido, você é tão apertado, tão gostoso... nunca quero sair daqui, esse é o meu lugar, unicamente meu, ouviu? Só meu.

— Sim, só seu. — Casper mordeu o lábio, apertou suas mãos nas costas de Edgar, suas unhas cravando na pele negra. — Só seu, completamente seu... me faça gozar, me faça... oh foda, foda, foda, estou chegando.

— Sim, venha bebê, goze em meu peito, me marque... Oh Deus, você é fodidamente lindo. — Edgar acelerou mais. Em seguida ambos se perderam num intenso orgasmo, levando os gritar e se beijar ferozmente, mordendo os lábios, até sair sangue.

Eles ficaram assim até perderam por segundos a consciência. Edgar sem forças caiu por cima de Casper, que o abraçou. Os dois ficaram em silêncio, ofegantes, se sentindo moles e esgotados, com suaves sorrisos nos rostos.

Sempre o sexo deles seriam intensos, eles não estavam só fodendo e sim fazendo amor, precisando e necessitando um do outro.

— Não estou sentindo minhas pernas. — murmurou Edgar com a cabeça encostada no peito do amado.

— Somos dois. Estou feito mingau. — os dois riram.

Edgar se ergueu um pouco, quase sem forças, mas conseguiu o feito, assim beijou docemente o amado e ficaram um bom tempo ali, se beijando e se acariciando, porém com o sêmen de Casper nos seus peitorais, estava já os incomodando, coçando e ficando grudados.

Assim ele teve que sair da cama para buscar um pano para os limpar, ao sair, gemeu ao sair por completo de Casper e viu com a respiração presa o seu próprio sêmen saindo do ânus apertado do marido.

Aquela visão o pegou, a sua boca ficou sedenta, sem pensar suas vezes, se ajoelhou e tomou o seu próprio sêmen, limpando aquele buraco delicioso. Casper gritou surpreso pela incrível sensação, ele admirou de olhos arregalados Edgar comer a sua bunda, bebendo da sua própria porra e se lambuzando e era a melhor visão que já teve em sua vida.

Casper tomou o próprio pênis sensível na mão e se tocou, por Deus, mesmo com quarenta anos ainda se sentia muito excitado e tudo por causa do seu Edgar.

Edgar lambeu, mordeu uma banda da bunda e em seguida penetrou com a sua língua aquele canal apertado. Era tão delicioso e cheiroso, poderia morar ali. Ele sentiu Casper se mexer.

— Isso, monte a minha cara, bebê. Deixa eu comer a sua bunda... Oh foda, tão gostoso. — ele continuou dizendo. Com uma mão em seu pênis, continuou o seu feito, até que acabou gozando com a cara totalmente esfregando na bunda de Casper, que pelo grito e pulsar em sua língua tinha gozado de novo.

— Oh Céus. Te amo tanto, tão gostoso e tão meu. — disse possessivo.

— Sim, seu, sempre seu. — concordou Casper. — Agora vá pegar o pano e se deite aqui, quero dormir agarrado a você.

Fraco dos joelhos, Edgar mancou até o banheiro, pegou um pano e molhou na água quente da pia, ele se olhou no espelho e viu a felicidade retratada em seus olhos e em sua boca. Era feliz, amado e apaixonado.

Era completamente um homem de sorte.

Depois que molhou o pano, voltou para a cama, onde limpou os dois e em seguida jogou o pano na direção do banheiro e se deitou, aconchegando-se no corpo do marido, não demorou muito e logo estavam dormindo juntos.

[...]

No outro dia, eles acabaram ficando até mais do que deviam, a renovação de votos seria as cinco hora da tarde, mas acabaram ficando na cabana até três horas. Quando Koda chegou, ele exclamou que as garotas estavam enlouquecendo e enlouquecendo ele atrás de saber onde os escondeu, mas que conseguiu fugir sempre quando elas os encurralaram.

Quando chegaram no rancho, elas vieram e os atacaram e em seguida os separou, tomou Edgar para um lado e Casper para o outro, para se arrumarem. Após o dia anterior e a manhã, os dois estavam relaxados e foram por boa vontade.

Horas depois, Edgar estava junto com Casper, os dois se mãos dadas foram para o altar, na frente deles estava a sua menina jogando pétalas de rosas pelo chão e Simon carregando as alianças.

Os dois se sentiam emocionados, não só eles, mas o pessoal que ali estavam. A renovação estava sendo ao ar livre no pátio do resort do rancho. Estava bastante decorado, elegante e lindo. As mulheres tinham feito um ótimo trabalho.

Ao se colocar no altar, os dois ficaram na frente um do outro, ambos sorrindo feito bobos, acabaram nem escutando direito o que o ministro dizia.

— Agora podem dizer os seus votos. — o ministro exclamou.

Edgar olhou confuso.

— Os votos, podem falar.

Edgar arregalou os olhos, percebeu que não tinha terminado os seus votos, mas sem saída ele tomou a frente.

De mãos dadas com o amado, ele respirou fundo e começou a abrir o seu coração, não só para Casper, mas para o resto do pessoal que estava presente.

— Posso ser considerado o pior noivo, pois acabei não terminando os meus votos. — o pessoal riu. — Bem, eu tentei escrever, mas não conseguia colocar em palavras o quanto estou feliz com você, o quanto te amo e olhe que sou um escritor de renome. — Casper riu e negou com a cabeça. — Mas vamos lá, irei tentar expressar o máximo dos meus sentimentos, o quanto você é o cara da minha vida. — ele respirou fundo. Apertou as duas mãos e olhou nos fundos dos olhos de Casper.

— Há nove anos a gente se conheceu, você apareceu em uma fase terrível para mim, onde que desacreditei no amor e fiz uma promessa. Que não iria me relacionar com mais ninguém, principal com alguém tinha um passado que era justamente: que já tivesse um relacionamento com uma mulher ou se tivesse filho. Mas aí o destino brincou comigo, como se dissesse: você não manda em nada, fica quieto e deixa rolar. — mas risadas vieram.

— Num dia qualquer, fazendo as compras do mês com os meus cupons, acabei encontrando um cara muito do lindo, fiquei babando e pensando: Meu Deus, que homem é esse? É o próprio Adônis! Não sabia o nome, mas comecei a chamá-lo assim. Depois de perdê-lo de vista, acabei encontrando uma criança que estava perdida, que dia antes acabei encontrando no batente da minha porta. Eu já tinha me encantado com o pirralho, o garoto era muito inteligente e engraçado. Aí fui procurar o pai do bendito e quem era o pai? Sim, o meu Adônis. Naquele momento já estava chamando de meu, mas ai vi que o mesmo era pai e também morava em frente ao meu apartamento, desencanei e tentei esquecer.

— Novamente o destino brincou e com ajuda da nossa vizinha acabei virando babá do garoto, o Simon. — nesse momento ele olhou para o seu filho, que sorria para os dois. — E me apaixonei perdidamente por ele, nunca pensei em gostar tanto de uma criança como gostava dele, só os sentimentos não era só para ele e também foram para o pai. Eu tentei escapar desses sentimentos, desse desejo, mas não tive como fugir. Sem ver, estava já com ciúmes, doido para cair em seus braços, mas relutava, com medo de que sofresse de novo, mas isso não durou. O primeiro beijo aconteceu por puro acidente e eu amei, o melhor beijo da minha vida. Ninguém nunca me beijou daquela forma e eu me assustei. — ele se aproximou. — Eu me assustei e fugi. Pois percebi que já estava caído apaixonado por você. Mas fugi e com isso veio situações que acabei entendendo tudo errado, fiquei magoado, chorei pensando que o meu Adônis já tinha uma mulher e Simon já tinha uma babá e iria me esquecer. Já amava os dois. Mas aí descobri que a mulher era a irmã de Casper e eu estava sofrendo a toa.

— Sim, eu tiro conclusões precipitadas e sofro. — ele acabou rindo junto com o pessoal. Até o ministro estava se divertindo.

— Mas não tive como fugir por muito tempo, Casper me encurralou e cedi, pois já estava louco de amor por ele e por Simon. Se desse errado, fazer o quê? Só queria aproveitar e foi a melhor decisão em minha vida. Nunca me senti tão amado quando estava com os dois. Simon já era meu, o Casper já tinha virado o amor da minha vida e só queria estar com eles. Mas houve situações que me fizeram morar de volta com os meus pais, porém eu vi o quanto Casper se dedicou e trabalhou para que estivéssemos juntos. Foi difícil no começo, mas conseguimos. Juntos, com ajuda da minha querida Selena, achamos a nossa casa, que deixamos em Reno. A nossa primeira e única casa. Mas antes disso, o Simon me deu um presente. Ele queria me chamar de pai.

— Vê-lo me chamar de pai foi a melhor coisa que já me aconteceu, me completou como nunca. Ter o meu menino como filho e exclamando que queria que eu fosse também o pai dele, foi como um sonho. — novamente ele olhou para Simon. — Agradeço a Deus, Simon, por ter você em minha vida. Você e Seraphina. — Agradeço a você, Casper, por ter me dado a chance de ter um filho. Amo você como nunca, meu coração é de vocês.

Casper acariciou o seu rosto, ele por breve segundos fechou os olhos e aproveitou o toque. Os dois já estavam chorando.

— Mas como humano que sou, fiz uma burrada e acabei fazendo com que separássemos. Foi o pior mês da minha vida. Ver a nossa casa vazia, sem você e o Simon nela, me senti destruído e pior ainda foi ver que o motivo foi eu que fiz.

— Oh Edgar. — o Adônis murmurou.

— Mas esse tempo separado percebi que não tinha como viver sem vocês dois, eu os ansiava o tempo todo. Não o queria mais como namorado, mas queria mais e precisava consertar aquela situação e você me aceitou de volta e aceitou o meu pedido de casamento. E agora, nove anos depois, estamos juntos, sólidos e firmes, comemorando 9 anos de amor, de confiança, companheirismo. Compartilhando o maravilhoso mundo paterno.

— É nessa renovação de votos que exclamo novamente o quanto eu te amo e te quero, você sempre será o único a me ter por completo. Coração, corpo e alma. E também o único a ter o seu nome gravado em pele. — Casper olhou assustado. — Foi uma loucura que fiz, mas só quero explanar o quanto te amo. — suas mãos estavam tremendo, mas continuou o que estava fazendo.

Tirou o seu paletó e desabotoou até o meio da barriga. — Você está gravado aqui também. — mostrou o nome Casper escrito em letra cursiva em cima do peito esquerdo. — Eu te amo e levarei você sempre comigo. Depois irei incluir os nossos lindos filhos, aqui também.

Casper levou a sua mão até o peito do amado, acariciou por cima, por ser recente, ainda tinha o emplastro, mas não tirou a beleza e o sentimento por detrás do ato.

— Eu te amo, Edgar Suller-Jackson, você é o homem da minha vida. Estamos juntos por nove anos e sei que será para sempre, pois você é o único que carrego aqui dentro, junto com os nossos filhos. Suas palavras me fizeram ainda mais amar você e esse ato só cimenta o quanto somos um para o outros e somos parecidos. — enquanto falava ele tirava o paletó. Edgar arfou surpreso, os seus olhos marejados e um sorriso já crescia em seu rosto. Casper desabotoou a camisa branca e mostrou a sua tatuagem com o nome Edgar em letra cursiva em seu peito esquerdo, a mesma fonte da tatuagem do marido. — Eu te amo e irei te carregar comigo. Juntos, para sempre.

Edgar tocou na tatuagem, lágrimas desciam desenfreada. — Juntos, para todo o sempre. — ele beijou a tatuagem ainda no emplastro e em seguida beijou o amado, que o retribuiu o ósculo no mesmo fervo. Ambos muito emocionados e transpirando amor. — Te amo, amo.. amo. — Edgar sussurrou e sussurrou beijando o seu marido, o amor da sua vida, o pai de seus filhos, o cara que tinha o seu coração.

[...]

40 anos depois...

— E essa foi a nossa história de amor, meninos!

Edgar, já com 73 anos de idade, sorriu para os seus bisnetos. O homem negro, agora idoso, estava sentado em sua poltrona favorita, estava aconchegado com sua manta e rodeado por crianças, os seus queridos bisnetos.

— Biso, foi a melhor história de amor que já ouvir. Logo depois vem da vovó e da vó. — declarou Sara, filha de Estela e neta de Seraphina e Sabrine.

— Não, a do biso é a melhor. Os dois passaram muita coisa e ainda se amam muito. — comentou Saron, filho de Edward, neto de Simon e Clarisse. — Biso, você é o melhor contador de história e o melhor escritor.

— Sim. — afirmou Selene batendo palmas, filha de Edward, neto de Simon e Clarisse.

Sara tinha oito anos de idade. Saron tinha 10 e Selene apenas quatro anos de idade, os três eram os seus tesouros.

— Crianças, pronto, vão brincar e deixar o seus biso descansar. — Simon, já um homem robusto, refém feito 56 anos, enxotou seus netos e sobrinhos-netos, em seguida se sentou ao lado do seu pai.

— Espero que eles não tenham o cansado, papa! — Simon sorriu e acariciou o rosto envelhecido de Edgar.

— Nah, meu amor, essas crianças me dão energia e amo ficar com elas. Hoje foi um dia de recordações. Adoro contar a eles sobre a nossa história.

— Eu sei. Queria ter ficado e escutado com eles, mas na próxima, hum?

— Sim. — Edgar acabou soltando um pequeno bocejo. — Acho que estou cansado. — riu franco.

— Sim, mas antes de dormir espero que coma, Seraphina está preparando uma ótima canja para vocês. Acho que você quer alimentar o papai, né?

— Sempre, meu amor, sempre. Você pode me levar até ele, por favor? Deve estar se sentindo sozinho, estava meio rabugento hoje, amo ele assim mesmo.

— Eu sei, papa, eu sei o quanto os senhores se amam.

Simon pegou a bengala e colocou na mão de seu pai, do outro lado ele fez com que se apoiasse em seu corpo e juntos foram para o quarto de casal. Ao entrar Edgar sorriu ao encontrar o seu amor deitado na cama.

— Até que enfim que voltou, pensei que tinha esquecido de mim, já. — exclamou Casper com a voz grossa.

A sua aparência mudou com o passar dos anos, agora sua cabeça estava completamente branca, o seu corpo já flácido e não conseguia andar direito, como tivera doente ultimamente, estava preso em seu quarto sem sair, por isso que ficava rabugento, principalmente quando Edgar saia de lá.

— Eu sempre volto. — comentou Edgar. — Nunca esqueça disso, seu velho. Está vendo esse anel? — ergueu a mão. — Isso diz que sou seu, velho, com rugas e flácido, sou seu e sempre voltarei.

Casper tossiu levemente e assentiu. — Eu sei, mas adoro escutar isso de você. Amor, agora venha aqui. Simon, querido, o ajude.

— Claro papai! Adoro ouvir as suas discussões que sempre terminam em declarações. Nunca ouvi um casal tão amoroso como vocês.

— Doce. — Edgar beijou a bochecha do filho e deixou ser ajudado. Logo estava deitado na cama, ao lado do marido, que se virou e deitou em seu peito. — Oh, meu bebê velho. — Ed esfregou o seu nariz nos cabelos brancos do amado e cheirou o doce aroma dele. — Está com fome? A nossa Seraphina está preparando uma canja e depois vamos dormir, amanhã vai ser agitado. Espero que esteja melhor, quero comemorar os nossos 40 anos juntos.

— Estou morto. E sim, já me sinto melhor, só com uma tosse chata. Mas vai dar certo.

— Irei ver se a comida está pronta e venho deixar. Se comportem. — Simon sorriu e acenou, em seguida os deixou sozinhos no quarto.

— O que estava fazendo lá em baixo? — perguntou Casper, ele fechou os olhos ao sentir a mão do marido acariciar sua cabeça.

— Contando pela milésima vez a nossa história de amor. Os nossos bisnetos não se cansam de ouvir.

— Ah, eram para ter contado aqui, amo ouvir a nossa história por você. Eu viro a porra de um deus grego.

Edgar gargalhou. — Você é um deus grego para mim. E eu sei que você poderia querer, mas meu amor, você ainda está fraco, a gripe o pegou de jeito, quero que descanse muito e fique melhor. Ok?

— Sim, eu entendo... desculpe por ter ficado com raiva, não gosto de ficar sozinho aqui. Mas amanhã estarei lá embaixo nos divertindo. Quero saber como está sendo a Itália, Louise e Guilia deve ter muita coisa para contar.

— Oh sim. Aquelas duas foram embora e deixaram a gente, mas o bom que sempre vem nos visitar.

— Sim, o bom que temos os nossos afilhados aqui. Aqueles dois gêmeos.

Os dois riram lembrando de Lorenzo e Giovanna quando crianças, mas logo foram retirados dos seus pensamentos por sua filha Seraphina.

Ela tinha virado uma linda mulher negra, que lutava pelos direitos das mulheres negras e LGBT, casou-se com a sua melhor amiga Sabrine e adotou Estela, que casou com um homem trans e tiveram Sara.

— Papai, papa! É tão bom vê-los assim. Espero que estejam com fome, fiz uma deliciosa canja, do jeito que adoram.

— Obrigada, minha querida. Pelo cheiro está fabuloso. Amor, se ajeita, vamos comer.

Edgar os ajeitou e esperou Seraphina colocar a bandeja mesa de cama em cima de suas pernas e depois colocou a tigela com a canja e as duas colheres. Os dois sempre comiam assim e agora Ed sempre dava na boca do amado, pois com o passar dos anos os nervos de Casper foram enfraquecendo, não conseguia comer direito e o marido sempre dava comida na boca. Para eles era só mais uma etapa de amor na vida deles, os faziam se aproximar mais.

Edgar pegou a primeira colherada e assoprou, depois ergueu para a boca de Casper, que logo a tomou e degustou da comida.

— Estão ansiosos para amanhã? — perguntou Seraphina.

— Sim. Sei que vai ser bem especial. Agradecemos a vocês por estarem sempre conosco e por terem organizado a nossa comemoração. — exclamou Casper após comer novamente.

— Não agradeçam, fazemos por amor e dever. Estou ansiosa pelo amanhã. Agora terei que descer e mandar as crianças tomarem banho, estão no quintal se sujando.

— Oh querido. Vai lá.

— Quando terminarem, nos chame.

Eles assentiram e foram deixados sozinhos no quarto. Depois que terminaram a canja, foi Estelar que veio pegar os pratos, ela conversou um pouco, deu os remédios a Casper e os ajudou a fazer suas necessidades, logo em seguida saiu para os dois descansarem.

— Sabe, Ed. Nunca pensei que minha vida poderia ser tão feliz e amada como foi. Nesses quarenta anos houve muitas coisas e sempre ficamos juntos. Você sempre do meu lado, nos meus momentos de fraqueza você está lá para me ajudar e a voltar a me recompor.

— Oh meu velho, sempre estarei. — os dois se entreolharam. — E vai ser assim até nós morrermos, nunca irei te deixar. Amo você e a cada dia que passa esse amor cresce. Agora trate de ficar bom, quero o meu Adônis 100% bom.

Casper sorriu e encostou os seus lábios num cálido beijo. — Te amo, meu amor.

— Também te amo, muito.

— Estou muito feliz. — comentou o Adônis em seguida. — Temos a melhor família do mundo, os nossos filhos estão presentes, os nossos netos, bisnetos, amigos e parentes. As nossas mães estão orgulhosas da gente, conseguimos construir o que elas sempre nos diziam.

— Sim. Mamãe e Papai estão nos observando com um sorriso no rosto. Os seus filhos estão felizes, com raízes e se amando. Nada mais do que uma mãe quer para os seus filhos e a gente mesmo com a nossa menina e garoto. Somos sortudos.

— Sim, mas sou mais. — Casper acariciou o rosto envelhecido do amado. — Eu tenho você, o melhor marido que pedi na minha juventude.

— Digo o mesmo. — os dois se beijaram mais uma vez e se aconchegaram. A luz foi apagada e eles dormiram um no braço do outro, como faziam há 49 anos e até o dia que não puderem mais.

8 anos depois Casper Suller-Jackson acabou contraindo uma virose, com a sua saúde abalada, acabou ficando mais fraco, até que o dia que não conseguiu mais combater e acabou falecendo. Deixando Edgar Suller-Jackson viúvo. O escritor de renome ficou nos cuidados dos filhos, mas ele sabia que a sua missão já tinha acabado ali, os seus filhos já tinham sua própria família e criado raízes e sem Casper ao seu lado, não era mais a mesma coisa.

Meses depois, Edgar acabou tendo uma morte silenciosa e sem dor.

Simon sabia que o seu papa estava do lado do seu papai, os dois sempre estariam juntos e tinha em mente que Edgar não iria ficar muito tempo em terra sem o seu Casper.

Simon e Seraphina, junto com os outros, presenciaram o verdadeiro amor, as batalhas que a vida davam e sempre o reerguer, juntos, os dois enfrentaram as tragédias e as perdas.

Casper e Edgar eram almas gêmeas, que por sorte se encontraram, conseguindo assim terem uma vida próspera e amorosa, criando raízes e dando frutos.

Isso tudo aconteceu quando Edgar, traído, magoado e quebrado, deu uma chance ao amor e foi a melhor chance da sua vida, que o fez feliz por 57 anos, amando o homem que compartilhou a vida.

Chance Para Amar foi uma história de lutas, batalhas, aventuras e de amores. Edgar e Casper não morreram, eles sempre estarão em seus corações e mentes, pois o amor nunca morre.

FIM

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Não me matem, com certeza que vocês estão igual a minha pessoa, chorando... estou assim desde que fiz o final, faz dias, nunca pensei que doeria tanto dar tchau a uma historia, aos personagens, mas nesse, não conseguir. Ainda não estou preparada, mas tem que ser assim. Espero de coração que tenham curtido do começo ao fim a historia dos meus meninos, que ficara em nossa mente e coração. Casper e Edgar surgiu numa noite sem sono, ideias foram surgindo, cenário, personagens e compartilhei tudo com a Hannah Kisa, por causa dela que continue firme na ideia e juntas fizemos acontecer e com ajuda e apoio de vocês que continuei. Ela decidiu parar, mas continue, não sozinha, vocês estavam comigo e ainda estão, agradeço de todo o meu coração, amo vocês por terem estado aqui, lendo, comentado, vocês são demais.

Também quero agradecer a Miky San, que é uma amigona do coração e que me ajudou nesses últimos dias da historia, revisando, me incentivando e por ser minha melhor amiga, te amo.

Hannah, você já não esta aqui para finalizar a história dos nossos meninos, mas sempre estará em meu coração como parceira de escrita, ainda somos amigas, te adoro muito e obrigada por tudo.

Novamente, obrigada queridos leitores, muito obrigada.

Beijos, abraços e até... até o bônus da adoção de Seraphina! HAHAHAHHHA Eu disse, não estou tão pronta para dar adeus a eles, acho que nunca. E é isso, tchau queridos!

Ps: Ahh, antes de ir, vou fazer propagandinha aqui, para quem curtir um bom romance gay e ficção cientifica, aliens gostosos, planetas, naves e muito mais, super recomendo esta historia:

https://www.wattpad.com/story/162501724-lost-blue-romance-gay

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