Capítulo 16

Edgar seguia correndo pelas ruas de São Francisco. Ainda não podia acreditar na novidade. Estava louco para contar para Casper, para a sua sorte o namorado estava trabalhando em casa aquele dia, assim poderia lhe dizer pessoalmente.

Não tinha tido oportunidade de lhe contar no dia anterior que teria entrevista de emprego. Isso o fez sentir um pouco culpado, mas não diminuiu a sua alegria.

Ele cumprimentou um casal na entrada do prédio e subiu os lances das escadas. Quando Edgar chegou finalmente no andar que morava, estava arfando e suado na testa. Recompôs-se e bateu em frenesi com o punho fechado contra a porta do apartamento do namorado.

Edgar pulava nos pés em ansiedade para que Casper abrisse logo a porta. Ele ergueu a mão para bater novamente quando a porta foi aberta pelo

— Ow! Isso tudo é vontade de me ver?! — Casper provocou ao olhar para a forma nervosa do namorado.

Edgar não respondeu em palavras, apenas se jogou para frente e colocou-se na ponta dos pés. Ele juntou seus lábios e rodeou os braços nos ombros largos do namorado. Mantendo os olhos abertos, beijou suavemente a boca deliciosa de Casper.

O editor demorou alguns segundos para reagir, mas quando fez, apertou as mãos na cintura do mulato e o puxou para dentro do apartamento fechando a porta atrás deles.

— Não que esteja reclamando, mas posso saber dessa surpresa? — Casper perguntou sem tirar as mãos de Edgar.

— Estou feliz... Muito feliz... — Edgar murmurou com a boca pertinho da face de Casper. Edgar lambeu os lábios com um sorriso.

Eles moveram as cegas pela sala até que encontraram o corredor que dava para os quartos. Edgar gemeu quando sua costa colidiu contra a parede à medida que sua boca era devorada por Casper em desespero.

O mulato gemeu quando as suas mãos empurraram a sua parte superior do estômago de Casper. O editor achou que o namorado iria pará-lo, mas o homem mais novo deu um sexy sorriso e disse:

— Eu quero você. — Edgar envolveu os seus braços ao redor de seu pescoço do outro e quase caindo quando esse recuou. O editor tomou a mão do namorado e o puxou com pressa para seu quarto. Ele fez questão de trancar a porta.

— Meu! — Casper sibilou possessivo. Puxou Edgar pela cintura e uniu seus corpos novamente. — Nu! Agora!

— Mandão! — Edgar sussurrou com um tom de aprovação.

— Você está vestido muitas roupas! — Edgar murmurou com um pequeno soluço. Estava muito excitado para ter conversar longas. Suas mãos moveram tentando arduamente retirar a camisa do homem de pele bronzeada.

Edgar soltou uma gargalhada quando a blusa de malha de Casper agarrou na cabeça dele. O editor afastou e fez a tarefa de retirar a camisa e desabotoar a calça.

— Bem melhor... — Edgar disse e arrastando os dedos para cima de do abdômen de Casper.

Casper não respondeu em palavras, ele puxou Edgar e o beijou com volúpia. Seus dedos deslizaram através de cabelos. O mulato gemeu molhando quando Casper esfregou os quadris contra ele.

— Vai me matar, — Edgar gemeu fracamente tropeçando pelo quarto. — Você e a sua boca estúpida!

Suas pernas bateram na cama enquanto caminhava para trás e ele olhou para o outro sem palavras. Qualquer pensamento foi apagado de sua mente quando foi empurrado para trás e seus lábios tomados.

— Nu... Agora... — Edgar sussurrou quando eles se separaram. Ele cuidou de tirar as suas próprias roupas enquanto claros observavam Casper fazer o mesmo. Eles ainda não tinham feito sexo até o final, por isso estava bem ansioso.

Casper afastou-se afastando o cinto e puxando a cueca e, e gestos sexy. Tratou de desfazer as meias e pegou uma garrafa de lubrificante da gaveta do criado-mudo.

Edgar tirou a roupa dele de forma desengonçada, já que prestava atenção do outro. Logo, ele estava deitado nu na cama e com o pênis carente.

— Hun! Uau. — Edgar murmurou antes que Casper deitasse sobre ele e o beijasse de novo. Os dentes de Casper morderam sua boca até que ele pudesse sentir sangue e suas mãos acariciavam seu corpo. — Foda-me, — Edgar implorou a sua boca do editor moveu por seu pescoço e o peito. — Não me provoque... Casper...

Casper respondeu mordendo-o no mamilo, fazendo o mulato ofegar e arquear as costas. A cabeça de Edgar sentia-se confusa enquanto Casper percorria o seu caminho para baixo do seu corpo e espalhava as suas pernas.

Ele somente parou a sua exploração para inclinar para o criado-mudo e pegar o pacote laminado de camisinha. Eles ainda não haviam sido testados para HIV. Apesar de acreditar que ambos estavam limpos, preferia testar antes de fazer sexo sem proteção.

Edgar gemeu quando o primeiro dedo lubrificado o violou. Não era como se ele não tivesse feito, mas Erik não era necessariamente cuidado com preparação.

Casper apenas acrescentou o segundo dedo quando teve certeza que estava bem. Edgar amava esse cuidado do seu Adônis. Só fazia cair ainda mais apaixonado.

— Oh, foda-me! – Edgar gritou e Casper grunhiu em resposta.

Edgar gemeu mais alto quando o terceiro dedo foi acrescentado dentro do seu corpo. Ele pareceu finalmente entender que estava prestes a fazer sexo com Casper, e o quanto isso era assustador e emocionante.

Ele estava prestes a fazer sexo com um editor na lua cheia e não o assustou, o emocionou e ele queria mais.

Casper considerou que o namorado estava pronto, então ele tirou os dedos de dentro da bunda de Edgar e deitou sobre o mesmo, puxando-o para um beijo. Suas mãos agarraram os quadris e posicionou entre as pernas abertas de Edgar.

Edgar ofegou quando a glande do pênis do editor deslizou lentamente pela entrada apertada antes de empurrar todo o caminho. Era uma dor misturada com prazer. Uma queimação boa, mas que ainda precisava força seu corpo aceitar.

Ele enrolou as pernas em torno da cintura de Casper, permitindo que a nova posição desse maior acesso ao seu corpo.

— Oh céus... Eu vou morrer... — balbuciou Edgar, mas as suas palavras foram jogadas no fogo quando Casper começou a estocá-la dentro do seu corpo, pressionando contra o colchão.

Edgar gemeu e cravou as suas unhas nas costas de Casper e o editor mordeu no ombro o suficiente para ele querer mais, marcando-o. Era exatamente o que ele precisava: sexo duro, rápido e excelente.

Casper o fodeu com mais força, golpeando sua próstata, fazendo com que Edgar gritasse e se agarrasse mais a ele.

O mulato empurrou uma mão entre seus corpos e agarrou o seu pênis. Ele moveu a mão ao redor e sentiu seu próprio clímax aproximar rápido como um cavalo em uma corrida. Ele ofegou e inclinou para frente, beijando Casper de maneira desengonçada e carente.

Casper agarrou uma das pernas dele e a outra mão apertou o seu quadril. Edgar sentiu Casper gozar, mesmo com a proteção da camisinha. Ele grunhiu e virou a cabeça de um lado para o outro. Os dedos dos seus pés contorcem quando alcançou seu próprio prazer e uma corrente elétrica tão boa percorreu seu corpo.

Casper se retirou de dentro dele, e caiu deitado de costa ao seu lado. Seu peito subia e descia conforme a ritmada respiração. Edgar fechou os olhos, ainda entorpecido pela sensação orgástica. Sexo nunca se sentiu tão bom assim antes.

— Eu... Acho que morri. — Murmurou o homem mais jovem.

Casper soltou uma risada. — Devo me sentir lisonjeado. — Brincou. Ele conseguiu forças para retirar a camisinha cheia e a amarrou a ponta de jogar na lixeira. Ele moveu para deitar de lado com a cabeça apoiada na mão e admirou a face suada do namorado. — Porque não fizermos antes?

— Hm verdade! Mas acho que tudo tem seu momento certo. — Comentou Edgar.

Casper levou a outra mão ao peitoral de Edgar e ficou brincando com um dos mamilos.

— Posso saber por que da euforia quando chegou? Não que esteja reclamando, mas...

Edgar soltou uma risada. — Eu tenho uma novidade!

— Boa ou ruim? — Casper perguntou. — Neh... Deve ser boa... Comente-me tudo!

— Eu conseguir um emprego. — Disse sentando, mas lamentou sua ação ao sentir uma dor em sua bunda. — Oxe... Então, fiz entrevista mais cedo... Conseguir emprego numa padaria... E o melhor... Somente três vezes por semana. Poderei continuar buscando Simon na escola.

Casper sentou. — Isso é maravilhoso, claro, não somente porque poderá ficar com Simon. Sabe que ele te adora, porém sei o quanto queria trabalhar.

— Sim... Mal posso acreditar. Depois de tanto tempo procurando. — Falou feliz e caiu para trás, voltando a deitar a cabeça no travesseiro.

— Devemos comemorar. — Disse Casper deitado de bruços e parcialmente sobre o outro.

— Pensei que já tivermos feitos em grande estilo. — Brincou o outro.

O editor distribuiu beijinhos no abdômen do namorado. — Sim, mas agora nós três. Que tal irmos buscar juntos Simon na escola e depois ir tomar sorvete?

— Me perguntou como consegue manter esse corpinho comendo tantas besteiras. — Edgar disse entre gargalhadas.

— Pode deixar... Incumbirei você de me ajudar manter em forma. — Casper comentou. — Pois sexo consome muitas calorias.

— Oh não... Serei escravizado para sexo. — Disse o mulato rindo.

— Aposto que você não se importaria. — Casper mexeu com a sobrancelha, ele tinha um sorriso de lado.

O homem negro fez-se que estava pensando seriamente e no final acabou soltando uma risada e puxou o editor para um beijo, após se afastar por alguns centímetros ele respondeu. — Mmm, mal posso esperar para ser escravizado. — o que alavancou risos entre eles, que acabou em beijos e afagos.

— Queria poder ficar na cama o dia todo contigo, mas temos que ir buscar Simon e comemorar. — Casper exclamou um tempo depois, ele se afastou sentando novamente na cama, em seguida ergueu a mão para Edgar, que choramingou. — Que foi?

— Você me cansou. — Declarou ele fechando os olhos.

— Nem adianta reclamar! Cadê a energia de mais cedo? A alegria que me contagiou?

— Você sugou... Pelo meu pênis.

O editor mordeu um sorriso e puxou Edgar com uma mão. — Vamos lá, eu sei que ainda sobram resquícios de alegria em seu corpo.

— Ok, você venceu. Vamos logo, quero abraçar bem o Simon e comer muito sorvete.

— Só isso? E eu ficarei aonde?

Edgar se levantou e deu alguns passos de costas na direção do banheiro. Ele ainda estava completamente nu, deixando Casper observá-lo inteiramente. — Na parte que paga o sorvete. — disse com um enorme sorriso. — Senhor dinheiro.

— E é? Vem cá, Edgar!

— Venha me pegar. — Gritou ele correndo para o banheiro e logo o editor correu atrás rindo.

—oo0oo-

— Estamos perto de chegar ao colégio do Simon. — Casper comentou um tempo depois. — Às vezes eu odeio São Francisco, só tem ladeira.

— Você está de carro, imagina se tivesse andado a pé? — O mulato disse rindo. — Lembrei-me de um episódio de 'Às visões da Raven' onde ela finge que quebrou a perna e a mulher da lavanderia vai entregar a roupa e pergunta por que eles moraram na maior ladeira de São Francisco.

— Oh, me lembro deste episódio. — Apontou o editor. — Soube que está tendo um spin-off da série, a própria Raven-Symoné está produzindo junto com a Disney, se não me engano, Simon estava assistindo um dia desses.

— Sério? Uau! Preciso contar para Louise, pois ela era apaixonada por Raven e enlouqueceu quando descobriu que a atriz, a própria Raven é lésbica, o que deixou Guilia bem ciumenta.

Casper acabou rindo. — Oh, com certeza que ela ficou vermelha e brava.

— Sim, você devia ter ver. Guilia é uma italiana de sangue quente e fica fula da vida quando alguma menina flerta com a Lou. Teve uma vez que tive que fugir da casa delas ou assistiria em primeira mão uma cena de sexo lésbico.

O editor olhou surpreso. — Estou chocado. Sério isso? E elas, não se importaram de você ali?

— Então. — Edgar mexeu na beira da camisa e olhou sem graças para o namorado. — Elas meio que deram risadas quando disse que estava na sala ainda e as duas acabou dando de ombros e me convidaram para assistir.

— Porra, e você fez o quê?

— É óbvio que corri de lá. — Disse dando risadas. — Seria muito traumatizante ver minhas duas melhores amigas fazendo amor, mas também foi legal, pois elas não se importaram com a minha presença... Ou são adeptas ao voyeurismo e eu não sabia.

— Estou sem palavras. — Casper deu um pequeno sorriso. — E você? É adepto ao voyeurismo, Mn?

— Aproveitando a ocasião para saber dos meus fetiches? — Indagou olhando fixamente para o namorado.

—. Vai me responder ou vai deixar-me na curiosidade?

— Espertinho. — O jovem negro riu e apertou a coxa dele. — E para sua pergunta, a resposta é talvez.

— Talvez?

— Se constar em ver pornô e principalmente, ver meu namorado se masturbar na minha frente. Agora se for ver outro casal pessoalmente e até ver meu namorado tocando em outro, absolutamente, a minha resposta é não. Sou muito ciumento para tal coisa, mas e você? Você tem fetiche nisso?

— Amaria ver você se tocar na minha frente... Só de imaginar está me deixando duro.

— Não é só você, entretanto se você disser que adoraria ver outro me tocar, broxei na hora.

Casper riu e negou com a cabeça. — Temos algo em comum, sou muito ciumento e não quero que ninguém te toque ninguém.

— Mmm, se você não chegar logo na escola de Simon, juro que irei gozar só de escutar isto.

— Sorte a sua que chegamos. — Apontou para frente, mostrando a escola da criança.

— Ah não, ficaremos um pouco aqui até o meu pau sossegar na minha cueca, não quero que as pessoas me vejam andar de pau duro.

— Digamos que estamos na mesma situação. — Casper falou rindo. Ele manobrou e estacionou o carro em frente ao colégio na ala do estacionamento, porém ao avistar um Fiat completamente rosa na direção oposta onde eles estavam fazendo o editor congelou. — Não é possível.

— O que não é possível? — Indagou Edgar.

— Única pessoa em sã consciência teria um Fiat rosa, sendo que a ajudei a comprar o maldito móvel da Barbie, seria a Selena, mas o que ela estaria... — ao perceber do por que da ex-namorada estaria ali, ele tirou rapidamente o cinto de segurança e abriu a porta, deixando o namorado assustado.

— O que aconteceu? Casper?

O editor respirou fundo e se virou, dando de cara com Edgar. — Selena está aqui, porém ela não tem autorização de entrar no colégio.

— Como você sabe que ela está aqui? — Edgar soube da situação ainda na primeira noite que a estilista apareceu, o que fez ficar um pouco curioso e ciumento, que motivo ela iria voltar após sete anos?

— Aquele monstro rosa é dela, a ajudei comprar a oito anos atrás. É o bebê dela, mais do que Simon foi.

— Oh calma, mas como a deixaram a entrar? É um colégio particular e só entra quem tem autorização.

— Descobrirei! Vamos.

— Certo. Mas antes, tranque o carro.

Vendo que iria deixar a porta escancarada se não fosse o seu namorado, o editor voltou e a trancou, ligando o alarme de segurança. Os dois passaram a andar juntos e entre o caminho Casper pegou na mão de Edgar e entrelaçou os dedos, o que deixou Edgar sorridente.

Depois de passarem pelo porteiro, eles foram diretamente para o pátio, pois estava na hora do intervalo. O lugar estava cheio de criança brincando, rindo e comendo, ao desviar de cada uma delas, eles finalmente avistaram num banco Simon brincando com Selena.

— Não disse? — Casper negou com a cabeça.

Sem dizer nada, o mulato o seguiu e ao se aproximar dos dois indivíduos, sendo que Simon ao ver o seu pai e o seu Tio Ed, começou a gritar e correu para os braços dos dois.

— Porque vocês estão aqui? Hoje é o dia de visita ou algo assim? Estou tão feliz. — a criança balbuciou alegremente.

— Ei, campeão. — declarou Casper bagunçando os cabelos dele. — Pois é! Eu também não estava sabendo disso. Então, Selena, pensei que você já teria ido embora.

A mulher sorriu e se levantou. — Olá para vocês dois... Não te contei? Ficarei até o ano novo, estou me dando férias.

— Legal. Bem, sei que irei soar curioso, mas como você entrou aqui? Por que só entram e fica com as crianças os pais ou alguém autorizado, que mágica você fez?

— Engraçadinho, só disse que era uma tia de Simon e ele veio correndo para os meus braços, o que me deixaram ficar. Vai Si, contam para eles o que fizemos hoje.

— A Tia Sel trouxe mais um presente, peraí. — Ele se desvencilhou dos braços de Edgar e correu para o banco, depois de pegar um objeto voltou correndo para os dois mostrando um boneco do Batman. — Não é legal? Foi o melhor presente que ganhei... Quer dizer, o carrinho de controle remoto que ela me deu foi top. E ah, a tia Sel me trouxe comida e brincamos o dia todo, foi tão divertido, agora que vocês estão aqui, vamos brincar também.

— Top? — Casper arqueou a sobrancelha.

— Foi que ela me ensinou que significa algo sensacional.

— Oh, bom. Então, já que você está aqui, Selena, queria conversar a sós. Edgar, por favor, fique com Simon. Vamos?

Sem ver outra saída, a estilista assentiu e seguiu o editor, deixando os outros dois para trás.

— Então meu querido encrenqueiro, o que quer fazer?

— Brincar. — Gritou Simon levantado às duas mãos, o que fez Edgar sorrir à beça.

— Certo!

Edgar foi levado por um agitado Simon de volta para o banco, eles se sentaram, o jovem negro foi apresentado aos brinquedos e assim os dois começaram a brincar, porém Edgar estava dando mais a atenção ao seu namorado e a mãe de Simon conversando.

O seu coração apertou ao ver os dois tão próximos, sabia que estava sendo irracional, mas o seu passado, o motivo do seu coração partido o fazia ficar daquele jeito. Era como um gatilho e doía para caralho, mas teria que ficar em seu canto, em silêncio e se corroendo por dentro e o pior de tudo, pareciam que ela queria o Simon, o seu pirralho, coisa que era algo normal, já que era mãe, mas o menino virou como seu e não queria compartilhá-lo.

Ele era um tolo, mas fazer o quê? Estavam apaixonados pelos dois, talvez até amasse...

— Quê? — Edgar sussurrou ao perceber o que acabara de pensar — Amar? Eu...

— Voltei rapazes. Vejo que estão bem ocupados, mas agora temos que ir. Vamos para sorveteria, o que acha meu amor?

— Sorvete? — Os olhinhos da criança brilhavam.

— Sim.

— Ah, mas cadê a Tia Sel? Ela não vai?

Edgar arqueou a sobrancelha e ficou surpreso, por quanto tempo ficou preso em seus pensamentos que não percebeu a mulher sair?

— Ela tinha um compromisso, então seremos apenas nós três, algum problema?

— Não. Quero sorvete.

— Sim! Antes iremos atrás da sua professora para pegar as suas coisas.

Simon pulou alegre e rapidamente pegou sua lancheira e seu mais novo boneco, assim eles andaram juntos para encontrar a professora e no meio do caminho Edgar matou o silêncio, pois estava curioso sobre o que tinha acontecido na conversa do editor com a Selena.

— Então, o que aconteceu quando conversou com ELA?

— Nada importante, depois te falo. Ok?! — Sem esperar um comentário do namorado, Casper tomou a frente e acenou para a professora.

O mulato parou e cruzou os braços. — Nada é? Espero que seja mesmo. — Ele sussurrou.

— Tio Ed, vamos pegar minha mochila. — Simon começou a puxá-lo com a mão, o surpreendendo.

— Oh, certo. Vamos lá, garotão.

—oo0oo-

— O que você vai querer mocinho? — Edgar indagou ao pegar o cardápio e em seguida olhou para Simon.

Eles tinham acabado de chegar à sorveteria, o ambiente estava tranquilo e o clima estava ótimo para tomar uma grande taça de sorvete.

— Todos. — Disse ele, fazendo os dois adultos rirem.

— Bem que podíamos pedir a ultra mega taça de sorvete. — Casper comentou. — Isso sim seria uma comemoração grande.

— Comemoração? De quê? Oh, o Edgar vai morar com a gente? Oba! — Simon falou animado, dava até para ver o brilho em seus olhos, mas o seu comentário acabou deixando Edgar surpreso e um pouco sem graça.

O editor riu e negou com a cabeça. — Não, meu querido. O Ed ainda não vai morar com a gente.

— Mas um dia vai, né? Assim ele pode cuidar melhor de mim... Mas se for por falta de quarto, eu divido o meu com você, ele é enorme. Só que tem um problema, eu ronco, mas o papai é pior, parece um trovão.

— Simon.

— O quê papai?

O jovem escritor mordeu o lábio para controlar a risada, ele aproximou mais sua cadeira do lado de Simon e o puxou para um pequeno abraço, aproveitando a proximidade ele bagunçou os cabelos negros da criança. — Bom saber que sou bem-vindo à sua casa, em seu quarto. Mas se um dia eu for morar com vocês dois, será num quarto separado.

— Ei, eu não ronco. — Exclamou Casper.

— Imagina, tem vezes que fico confuso quando chove. É o papai ou é o trovão?

— Seu pestinha.

Edgar não aguentou e caiu na risada.

— Bom saber que adora rir as minhas custas.

— Fazer o quê. — Disse dando de ombros. — Ah, antes de pedirmos a ultra mega taça de sorvete, que achei sensacional... Ou melhor, top! Vou ter contar do por que da comemoração, preparado?

— Sim. — Gritou a criança batendo palmas.

— Eu finalmente conseguir um emprego, serei ajudante em uma padaria, não é legal?

E no mesmo instante que Edgar falou, o sorriso de Simon morreu.

— Como?

— Não é demais? Irei trabalhar em uma padaria, não é muito longe e tem pessoas ótimas.

— Você não vai mais cuidar de mim? — Simon fungou, o queixo tremeu e em instantes os seus olhos encheram de lágrimas.

Edgar ao ver a reação do pequeno, se assustou pela expressão desolada de Simon. — Oh, não. Claro que irei cuidar de você.

— Você vai me deixar, não vai? Você vai embora... Eu...

— Simon, bebê. — Edgar se levantou e afastou a cadeira, assim se pôs de joelhos para ficar na altura da criança. — Não irei ter deixar, nunca, ouviu bem? Não irei deixar de cuidar de ti. Nunca, te adoro muito, na verdade, hoje percebi que amo o senhorzinho. Não chore, tá? Sempre estarei perto de ti, agora me abraça. — O escritor limpou as lágrimas que desceram pelo rosto suave do pequeno e em seguida o puxou para um abraço, o enchendo de beijo na bochecha. — Eu te amo muito.

— Eu também te amo. — Murmurou Simon ainda choroso. — Obrigado por ficar.

— Oh, pirralho. — Ele sufocou uma risada e apertou ainda mais o abraço.

Casper via a cena com os olhos marejados, o seu coração estava acelerado, além de que estava dormente de tanto amor que fluía em sua frente.

— Agora vamos nos recompor e pedir a maior taça de sorvete do mundo, pois hoje pode. — Exclamou Edgar se levantando. — E ai, Casper? Pronto para uma overdose de doces?

O editor se levantou e aproximou-se de Edgar sem dizer nada, o deixando confuso.

— Hm?

Casper lambeu os lábios e olhou fixamente para ele. — Já te falei hoje o quanto eu te adoro?

— E...

— Adoro-te muito. — E sem esperar uma resposta, o editor puxou Edgar para os seus braços e roubou um longo beijo do namorado, que arfou surpreso pelo ato inesperado, mas segundos depois aproveitou o ósculo.

Simon ao ver a cena, começou a gritar e a bater palmas, chamando a atenção para o casal, o que fez Edgar se afastar todo envergonhado. E assim foi o resto do dia deles três, se lambuzaram com a maior taça que tinha no cardápio e ainda foram se divertir no parque da cidade.

Foi um dia de surpresas, risos, amor e muita brincadeira. A noite completou com os três assistindo filmes na sala da casa de Casper, onde eles pegaram no sono. Edgar deitado em cima do peito do namorado e Simon em cima deles e foi a melhor noite de sono de cada um.

Continua..

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