Capítulo 10

Edgar sentia um nervosismo percorrer cada veia de seu corpo e explodir em seu peito. Não devia se sentir assim, era apenas um evento entre amigos e não um encontro, porém não podia evitar, não depois do sonho nada casto que tivera aquela noite.

Edgar foi dormir pensando nessa saída, e isso contribuiu para que a sua mente projetasse os dois, ele e Cásper, no festival totalmente sem roupas e em poses nada inocente.

Ele estava com tanta vergonha que duvidava que fosse capaz de olhar para seu vizinho. Edgar até tentou desmarcar com suas amigas, usando uma desculpa banal, porém não teve sucesso. Isso serviu apenas para criar curiosidade em Louise e Guilla. Agora as duas queriam saber o que tanto ele temia, e Edgar sabia que elas não descansaram até descobrir. Estava tão ferrado.

O mulato alisou a camisa vermelha que usava e soltou uma grande lufada de ar. Havia optado por usar uma camisa de algodão vermelha, um jeans spin escuro. Seu tênis apesar de surrado era bastante confortável. Não sendo fã de joias, Edgar colocou somente o seu relógio de pulso, pegou a sua carteira e deu uma última olhada no apartamento antes de sair.

Edgar trancou a porta do seu apê e seguiu rumo ao apartamento do seu Adônis. Sim! Estava usando pronome possessivo. Ao menos em sua mente Cásper era dele. Tinha se permitindo ter esse consolo, pois ainda recusava quebrar sua promessa. Nunca mais envolveria com homem casado, que foi casado ou que tinha filho. Erik era a prova disso. O bastardo continuava ligando para ele nos horários mais inusitados e várias vezes por dia. Não tinha adiantado bloquear o número do celular, porque o idiota o ligava de outro número.

Ele não queria pensar nisso, porque isso o assustava. Estava pronto para ir à delegacia prestar queixa; trocar de número de celular; mudar de apartamento, e em último caso, estado, mas esse último não queria, pois seria obrigado a se afastar igualmente de Cásper e Simon.

Edgar abanou a cabeça como se isso fosse ajudá-lo eliminar tais pensamentos. Hoje era para ser um dia divertido, ao menos se conseguisse controlar seu libido. Estava tão carente e necessitado de sexo que temia que qualquer momento pulasse em cima do seu Adônis.

Puxou o ar repetidamente para seus pulmões, buscando se acalmar, e finalmente ergueu a mão para bater contra a porta.

Não teve que esperar muito tempo para a porta fosse aberta. Seu coração apertou em seu peito e o sorriso esticou seus lábios. Isso lhe assustava, a forma tão natural que Cásper poderia retirar qualquer reação dele.

— Oi...

— Olá vizinho! — Cásper disse com sorriso sedutor. O editor encostou o braço esquerdo no umbral da porta e manteve-se encarando Edgar.

— Eh... Estão prontos? — Edgar atropelou-se nas palavras.

— Só momento, pois um pequeno homem que está derrubando o guarda-roupa para baixo. Diz que quer ficar bonito para seu Tio Ed! — Cásper disse em tom alto suficiente para que seu filho de seis anos, que estava ainda no quarto, ouvisse.

Edgar segurou a risada. Simon nunca deixava de surpreendê-lo.

— Será que vou gostar? Por que tenho que contar um segredo... — disse mais alto. — Esse homenzinho é lindo até sujo de lama.

Simon apareceu na sala de estar do apartamento afobado. — Estou pronto! Vamos! Vamos. — pediu dando pulos.

— Mas que menino estiloso! — Edgar completou. A criança vestia uma bermuda de brim com suspensório, uma blusa de botão xadrez e tênis Nick branco.

— Tio Ed! — Simon gritou com a força de seus pulmões e voltou a correr, mas dessa vez para se jogar nos braços do homem negro. Edgar o pegou com facilidade e o projetou sentado em seus quadris e as pernas ao redor do seu corpo.

— Ansioso para o festival?

— Sim! Eu vou comer cachorro quente, sorvete, algodão doce e montão de coisa.

— Uau! Vai caber isso tudo dentro dessa barriga? — Edgar fez cócegas na barriga da criança, arrancando altas risadas.

— Vai sim, né, papai!

— Pode deixar que o ajudarei a comer. — Cásper disse. Ele que até agora estava apenas observava a interação dos dois, disse.

— Iremos todos engordar! — declarou Edgar.

Cásper revirou os olhos. — Sim, gordos. Eu terei correr muito e pegar pesado na academia para perder essas calorias. — o editor comentou ao que trancava a porta do seu apartamento e passou a seguir Edgar pelo corredor, rumo ao elevador.

Edgar permaneceu carregando Simon. — Sim, precisa manter esse corpo sarado. — ele percebeu o que disse quando Cásper o olhou presunçoso. Se tivesse a pele branca, certamente teria corado. — Quero dizer...

— Eu serei saradão que nem papai quando crescer. — disse Simon, quebrando um pouco o clima embaraçoso.

Não demorou em que chegassem na garagem do edifício. Edgar finalmente depositou a criança no chão e abriu a porta do carro para que Simon entrasse. Tendo ainda 6 anos, ele sentou na cadeirinha de segurança e prendeu o cinto.

— Elas vão nos encontrar lá ou outro ponto? — Cásper perguntou após se acomodar no banco de passageiro.

— Oi! ?

— Lou e Gui?

— Ah... Vão no encontrar na entrada do festival. — Edgar disse enquanto trancava o cinto de segurança.

— Está com medo que eu seja péssimo motorista? — O editor brincou pelo fato que Edgar apertou o cinto quando ainda estavam na garagem.

— Não seja um ótario!

— Tio Ed falou palavra feia! — Simon disse divertido.

— Ops! — sorriu sem jeito. Anteriormente nunca se importou com palavrões, mas agora por causa do menino se controlava.

Cásper deu ignição do belo veículo e seguiu para as ruas calorosas de San Francisco. Por ser feriado, parecia que muitas famílias tinham decidido ir viajar ou passear em alguma atividade na cidade.

— Alguém terá que depositar um dólar no porquinho! — disse o Adônis.

— Ok! Quando retornamos dou a grana.

Simon caiu na gargalhada. Ele adorava sair com seu pai e tio Edgar. Seria melhor ainda se seu pai começasse a namorar o vizinho, assim, poderia ir ver Edgar quando quisesse, ou quem sabe, morar juntos.

Eles gastaram o dobro do tempo para chegarem ao parque aberto onde acontecia o festival, e mais alguns minutos para conseguir estacionar. Simon está inquieto pela situação. Quando finalmente conseguiram deixar o carro, foi alívio tremendo.

Cásper segurou a mão do seu filho e seguiu ao lado de Edgar para o ponto de encontro com as duas mulheres. Elas tinham ligado alguns minutos atrás para saber a posição deles.

— Finalmente! — suspirou Louise quando o grupo masculino parou diante deles. — Estava considerando que haviam sido sequestrados!

— Vocês já viram o trânsito? É coisa de louco! — Edgar lamentou. — Mas agora que estamos aqui, vamos logo aproveitar!

— Eu estou com fome — Simon declarou, roubando atenção de todos.

— Não podemos ter isso, né. — Guilla disse. Comida era com ela mesma.

— Eu quero hot dog com mostarda. — Simon pediu, e acrescentou o 'por favor' diante do olhar do seu pai.

— Então vamos à comida. — Louise segurou a mão de Simon. — Vocês dois... Vão... Perambula por ai!

Edgar ficou olhando pasmo enquanto as suas amigas sequestravam o menino e o deixava com Cásper. Já tinha sido difícil confinado dentro veículo, agora, então.

— Quer ver algo em particular? — Cásper perguntou.

Edgar olhou ao redor. Tinha várias barraquinhas de venda; vendendo desde comidas, bijuterias, camisas, artigos variados. — Estou com fome! Mas pensei em algo gelado. Que tal um sundae? Ou uma bebida bem geladinha?

— Com certeza! Eu preciso de refri geladinho! — disse. Estava calor aquele dia, perfeito para uma bebida congelada.

— Siga-me os bons! — Edgar brincou e saiu andando na frente, ciente que Cásper estava um passo atrás dele. Não demorou em que ele caísse em gingado sedutor ao lado do mulato.

Após comprarem as suas bebidas, acabaram arrumando um lugar no gramado para sentarem, similares a muitos visitantes. Eles escolheram um lugar perto de um dos palcos, das muitas bandas que tocavam aquele dia. Acabou sendo uma banda de Jazz, para alegria de Edgar. Ele era bem eclético.

Ao terminarem as suas bebidas, Cásper arrastou Edgar para comprar churros recheados e o palco da banda de Rock. Edgar seguiu como cachorrinho feliz atrás do seu dono. Ah sim! Queria muito que Cásper tornar-se seu dono.

Acabaram gastando mais tempo ouvindo, ou melhor, dançando seguindo a batida da banda de Rock. Eles conversaram sobre vários assuntos, principalmente comida, música e as pessoas mais malucas que circulavam por ali.

No entanto, ele sentiu inquieto, com a sensação que estava sendo observado. Manteve-se atento olhando ao redor, porém não havia sinal de Erik. Isso estava ficando perigoso. Temia a cada instante com isso.

-oo0oo-

— Aqui está o pedido de vocês, bom apetite! — disse o homem do carrinho de cachorro quente.

Simon pegou a comida e a mordeu logo em seguida, trazendo sorrisos nas duas mulheres.

— Está bom? — indagou a mexicana enquanto pagava.

A criança que estava com a boca ocupada, só fez assentir com a cabeça alegremente.

— Concordo contigo, está maravilhoso! — Guilia disse saboreando o seu cachorro quente. — Agora aonde vamos?

— Atrás da minha comida, estou louca para comer nachos. Antes de chegar aqui eu vi uma barraquinha, vamos?

— O que é nachos? É bom? — Simon perguntou depois de dar mais uma mordida generosa em seu cachorro quente.

A mexicana se virou para ele. — Você nunca comeu nachos? — o pequeno negou com a cabeça. — No creo! — exclamou. — Próxima parada: apresentar comidas mexicanas para o jovenzinho.

Simon e a italiana gritaram alegres causando risos em Louise. — Si bora!

Não demoraram muito e logo chegaram à barraca que Lou tinha avistado antes, na pequena caminhada deu tempo para os outros dois comerem o cachorro quente.

A barraquinha vendia algumas iguarias mexicanas; doces, salgados e bebidas. Ao se aproximarem cumprimentaram as vendedoras, que eram três lindas mulheres, elas pareciam que tinham em torno uns vinte cinco anos a trinta, todas de pele bronzeada, cabelos lisos castanhos e de bonitos sorrisos.

— Buen día! Sejam bem vindo ao Festival Latino. Oh, que gracinha, cual es tu nombre, pequeño? — disse a graciosa mulher que das três parecia ser a mais velha. As outras duas pararam o que estavam a fazer e fitaram eles.

— ¿Mi nombre es Simon y el tuyo? — Louise e Guilia olharam surpresos para a criança.

— Bonito, mi nombre es María, esta es Estrella y Luna.

— Prazer em conhecê-las, agora eu não sei mais nada em espanhol, só aprendi isto na escola, como é seu nome e bom dia, boa tarde e boa noite. — disse sem jeito.

Maria sorriu. — Sem problema, pequeño! Alguém já te disse que você fala muito bem o espanhol? — Simon negou. — Oh, são tolos por não ter dito, mas eu digo, usted es increíble! Moças, você tem um filho sensacional e muito simpático. — disse se dirigindo a Guilia e Louise.

As duas na mesma hora se entreolharam surpresas e risonhas. — Oh não, o Simon é filho de um amigo nosso.

— Sério? Desculpe por dizer, mas qualquer um que olhasse diria que era filho das senhoritas.

— Sem problema. — Guilia sorriu. — Sou Guilia e esta é minha esposa, Louise. Simon é uma criança espetacular e estamos aqui para apresentar algumas guloseimas mexicanas.

— Sim! — a criança gritou animada trazendo risos as mulheres. — Eu quero levar umas para o Tio Ed e o Papai. Pode ser?

— Sim, com certeza. — a mexicana respondeu. — Aqui tem uma variedades de gostosuras, cada uma me d'água na boca e uma saudades de casa.

— Oh meu amor. — Guilia a abraçou.

Louise deixou ser abraçada e beijou a têmpora da amada e em seguida se dirigiu as comidas, pensou nas que Simon poderia gostar, e pediu para eles. Cinco minutos depois lá estavam cada um comendo nachos e com uma sacola cheia de iguarias mexicanas, como o polvorón, polvorones de chocolate, polvorones, sopapillas, bunuelos e além dos tradicionais, churros, burritos e tortilhas.

— Isto é muito bom! Tenho que dizer ao papai para fazer a noite mexicana, todas quartas ele traz comidas diferentes. E também quero dar algumas para Edgar comer.

— Oh, adorei a sua ideia! Os rapazes irão gostar. Falando em Edgar, nos fala bambino, você gosta muito do nosso amigo?

A criança parou por um instante e olhou para a italiana, com a boca um pouco suja por causa da comida, o seu sorriso se abriu e as duas mulheres viu um brilho no olhar nele. — Adoro ele! O tio Ed é o meu melhor amigo, depois do papa. — Simon riu. Ele comeu mais um pouco do nachos e em seguida respirou fundo, as suas bochechas ficaram rubras e um pouco sério.

— Queria que um dia ele fosse morar conosco, que os dois vivessem juntos igual as histórias que a minha professora conta, Cinderela, Branca de neve, claro que sem a bruxa má. — declarou. — Como vocês duas. Sinto aqui dentro. — apontou para o coração. — que seríamos uma família. Sabe, tem uma garotinha bonita da minha classe, a Samantha que tem dois papais e eu quero que o Edgar seja o meu segundo pai, mas sei que isso não será possível.

Louise e Guilia estavam sem palavras. As duas estavam chocadas pelas falas da criança, principalmente ao ver o olhar firme e carinhoso dele. — Oh Simon, sabe o que você falou é algo bem sério e bonito, mas o Edgar e o Cásper são apenas amigos. — Louise disse.

— Eu sei, por isso que não disse isso a eles. Por favor, não os conte o que acabei de falar, principalmente ao meu papai. É só que eu gosto muito do tio Ed, muito mesmo.

Guilia se abaixou e assentiu. — Pode deixar, isto será nosso segredinho. Eu sei que não deveria estar alimentando o seu desejo, mas quem sabe um dia você poderá ver isto realizado. Mas enquanto isso, estou feliz em saber que gosta muito do nosso amigo e você deve saber que ele te ama, você é especial para o Ed.

— Obrigado! — ele sorriu.

— Bem, eu acabei de avistar um palhaço rodeados de criança, quer ir lá? — Louise mudou de assunto logo depois.

Simon logo se alegrou e concordou, assim foram atrás do palhaço, mas antes paravam para ver algo do festival e foi numa dessas paradas que a mexicana parou abruptamente ao ver um cara muito parecido com o ex de Edgar. Ao avistá-lo, ela parou de andar e olhou fixamente para ele, porém pessoas tomaram a sua frente o fazendo perder de vista, assim sem confirmar se era o imbecil.

— Amor, aconteceu alguma coisa? Você parece que viu um fantasma. — Guilia disse parando na frente dela.

— Ah, não foi nada! Eu pensei que tinha visto alguém conhecido, mas acho que foi engano. Então, o que vamos comprar? Estou vendo umas lindas camisetas que ficaria muito bem no nosso amiguinho, em Simon, qual você gosta?

— Ah... A camisa verde. — ele apontou alegre.

— Oh, então você a terá! E meu amor, alguma coisa? — Louise disse se dirigindo a amada, que abriu um pequeno sorriso malicioso. — Lá vem. — sussurrou sorrindo.

— Mmm... O que eu quero é algo que nenhum vendedor poderá me dar ou outro alguém nesse mundo, só você.

— E o que é?

Guilia lambeu os lábios e se aproximou dela, sentindo a respiração acelerada da amada a italiana sussurrou só para Lou. — Um beijo teu!

— Então você terá! — ao terminado de falar ela encostou os seus lábios nas da italiana e a beijou apaixonadamente, roubando-lhes o fôlego e deixando Simon rindo alegres ao ver o ato.

— Eca, germes! — disse a criança rindo.

Rapidamente as duas se afastaram e não aguentaram, começaram a rir junto com Simon. — Germes? Ah é? — as duas se entreolharam e como um ato de conversa elas assentiram.

— Se prepara para receber o melhor beijo do mundo. — Simon gritou e tentou fugir, mas as duas foram rápidas e o pegaram, assim o enchendo de beijos em seu rosto.

Os três estavam rindo à beça, aqueles momentos juntos fizeram uma amizade começar a crescer. Ninguém era imune ao poder da fofura do pequeno Simon.

Depois de atacar amorosamente a criança, elas compraram a camiseta verde neon que ele queria e em seguida duas pulseiras arco íris para elas.

— Quero vesti-la agora! Ajuda-me, esse treco não deixa eu tirar. — disse apontando para o gesso.

— Deixa que eu ajudo. — Louise se abaixou e o ajudou. — Por quanto tempo você ficará ainda com isto?

— Papa disse que só faltam dez dias, mas parece uma eternidade. É feio e sem graça, além de que coça muito.

— O Edgar lhe contou sobre o dia que ele quebrou o braço? — o pequeno negou. — Ele devia ter dito e ter mostrado a foto, foi quando era criança. Caiu do balanço, odiava o treco, mas o irmão mais velho, o Paul, pegou uma caneta deu ao Edgar com uma missão.

— Que missão? — indagou curioso.

— Se o Edgar conseguisse pelo menos 100 assinaturas de pessoas desconhecidas em seu gesso, ele ganharia um saco de doces. E conseguiu, perturbou todas as pessoas nas ruas, andava com uma caneta e abordava todo mundo e acabou conseguindo 125 assinaturas, além de que alguns doces do pessoal do bombeiro da cidade dele. Então, estamos num festival, cheia de pessoas desconhecidas e felizes, quer aceitar a missão?

— E eu ganharei um saco de doces?

Louise assentiu. — Claro! 100 assinaturas?

— Que os jogos comecem. — disse o menino firme.

A mexicana se levantou e se virou para comprar a caneta, mas levou um susto ao ver sua amada com uma caneta preta em mãos. — Que rápida. — exclamou.

— Isso vai ser divertido.

Com a caneta em mãos eles deram início a missão, principalmente Simon, na primeira oportunidade ele abordava as pessoas, com sua simpatia e fofura, elas se derretiam e assinava o gesso e foi assim por vários minutos, o gesso antes branco agora estava cheio de nomes de pessoas do festival, além de alguns desenhos que fizeram para decorar. Não demorou muito e logo a criança cumpriu a missão, ganhando uma sacola de doces das mulheres, porém o gesso ainda tinha um espaço, que Simon pediu para elas assinarem.

— Prontinho, ainda sobrou um espaço. Quer que eu desenhe algo? — indagou Guilia.

— Não, esse espaço é para o Papai e o Tio Ed. Será que podemos encontrá-los? Estou com saudades, além de que tenho que mostrar minha camiseta nova, dar os doces mexicanos para os dois e brincar com eles.

— Vou ligar para o Edgar e vamos encontrar. — dito isso Louise pegou o celular e o chamou.

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Os dois deixaram o local do show e seguiram pelo gramado procurando pelos outros e conversando. Edgar adorava falar com Cásper. O editor era tão fácil de lidar.

— Eles desapareceram! — Edgar lamentou.

— Talvez devessem ligar! Elas não são doidas de sumirem com meu filho. — Cásper disse tom divertido. Era estranho pensar que confiança em duas mulheres que mal conhecia. Ele retirou o celular do bolso, mas ao invés de discar para Louise ou Guilla, acabou tirando uma foto de Edgar que olhava encantado para um casal.

— Ei! — Edgar tentou pegar o celular de Cásper e apagar a foto, mas acabou perdendo equilíbrio e esbarrou contra o editor. Edgar estremeceu quando bateu contra o corpo de aço. Ele segurou a respiração e ergueu a face, somente para perceber que suas faces estavam a poucos centímetros de distancia. — Eu...

Cásper o calou de imediato quando inclinou para frente vencendo os últimos centímetros que faltavam. Seus lábios saborearam momentaneamente o sabor de coca cola e chocolate na boca de Edgar e isso serviu apenas para instigá-lo aprofundar o ato. Seu braço rodeou a cintura do mulato e a outra mão segurou o rosto belo.

Edgar suspirou. Automaticamente fechou os olhos e se perdeu na suave carícia que os lábios de Cásper faziam nos seus. Suas mãos apoiaram nos ombros largos e ficou nas pontas dos pés enquanto deixava-se levar para onde Cásper queria levá-lo.

Não poderia descrever aquele beijo. Era muito além do que tinha sonhado ou imaginado. Cásper era envolvente no ósculo o que tornava ainda mais gostoso.

Eles continuariam se não fosse pelo som do celular de Edgar tocando. Como um balde de água fria. Edgar empurrou Cásper, fazendo-o tropeçar. Edgar virou de costas para o Adônis e atendeu seu celular.

— Oi?

Ed? Onde vocês estão? — Louise perguntou.

Edgar suspirou aliviado pela interrupção. Queria se espancar. Não podia acreditar que tinha quebrado sua promessa. Ele tinha acabado de estragar as coisas. Como poderia conviver com Simon e Cásper agora? Agir como aquele beijo perfeito não tivesse acontecido?

Edgar encarou Cásper que tinha um semblante duro. Era óbvio que o Cásper não estava feliz pela maneira que Edgar agiu. Como se seu beijo fosse ruim.

— Estamos perto da barraca de fritas!

— Ok, fiquem aí, estamos fechando!

— Certo! — Edgar desligou a ligação. — Eram elas... Estão vindos! — disse.

— Claro! Edgar...

— Não! Apenas... Não! — Edgar disse. Não queria discutir sobre o ocorrido, não agora.

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Depois de saber a localização de Edgar, eles saíram e foram para onde o jovem negro disse. Fora quase duas horas de divertimento só deles três. Ao encontrarem os dois rapazes, Simon acabou arrastando Edgar para ir brincar com ele nas barracas de jogo, esquecendo-se das duas amigas e seu pai. De todos, poderia dizer que ele era o que mais se divertia.

Porém as duas mulheres perceberam algo diferente nos dois adultos, algo tinha acontecido na saída delas, não sabia o que tinha sido, porém dava para ver que os dois estavam mexidos, pois estavam distraídos, além de que Cásper e Edgar se olhavam a cada cinco minutos e sempre desviavam o olhar, envergonhados ou algo parecido.

Ali tinha coisa.

Depois de que ficaram observando os dois a brincar, Cásper acabou convencendo Guilla e Louise para irem assistir uma competição de corrida mais adiante, e com facilidade caíram em uma gostosa conversa.

E assim foi até o festival acabar, se divertiram e comeram quase toda comida disponível no lugar, além de dançarem as músicas que tocava, era uma mistura de sons, tinha rock, jazz, tango e as famosas músicas latinas, tinha até o samba, que Louise se esbanjou da sua sensualidade, levando os outros para dançarem com ela, onde Simon até tentou dançar, o que trouxe sorrisos e abraços para o pequeno.

Foi um dia divertido, familiar e principalmente, uma explosão de felicidade, desejos e contemplação.

Continua...

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