Casa dos Horrores
-Certo me lembrem de novo o que estamos fazendo aqui? – perguntei quando passamos pelo portal do parque de diversões itinerário que tinha chego na cidade. Ouvi um grito de crianças e desviei do caminho de um grupo de garotos, por pouco não fui atropelada.
Aki se virou – Bom estamos a uma semana do torneio, achei que podíamos relaxar um pouco. Sabe ter um dia como adolescentes normais.
Encarei os meus tênis e coloquei as mãos dentro da minha jaqueta – Bom acho que foi uma boa ideia – olhei pra trás e vi que Misa e Emi falavam animada sobre os brinquedos e sorri de leve.
As meninas do primeiro ano não tinham conseguido vir elas estavam estudando para alguma prova que teriam na segunda então era somente nós, os dinossauros, como Dan tinha se acostumado a nos chamar.
-Oi! Vocês aí! – Komi acenou de longe balançando os braços pra cima.
Incluindo os meninos claro, acho que nunca tínhamos nos encontrado fora da escola então foi diferente ver eles vestidos com alguma coisa que não fosse o uniforme cinza da Academia Fukurodani.
-Então a Aki conseguiu arrastar vocês pra isso também? – Sora perguntou enquanto passava a mão pelo cabelo e cumprimentava os meninos.
-Sim – Washio disse – Se ela não fizesse provavelmente Bokuto nos arrastaria.
-Mas não vou negar que é bom fazer alguma coisa que não é treinar – Saru concordou enquanto jogava os braços pra cima e cruzava as mãos em cima da cabeça.
-Então o que vocês querem fazer? – Komi-yan perguntou.
-Bom – Hana começou – Emi e Misa nunca vieram a um tipo de parque assim então acho legal pra elas aproveitarem de tudo um pouco.
-Yosha! Vamos lá – Bokuto apontou pra maior montanha russa, mas Washio segurou ele pela gola evitando que ele continuasse andando.
-Espera ai – ele disse – Se Emi e Misa-chan nunca vieram porque elas não ditam o itinerário?
O grupo de virou pra elas, pude ver que Misa ficou com as bochechas levemente coradas – Eu estou bem com qualquer coisa que vocês quiserem fazer.
Eu não vinha num tipo de parque desse a muito tempo, então me trazia algumas memórias bem distantes. Olhei pra fila do barco Viking, com certeza era uma das atrações mais visitadas mas o que me chamou a atenção foi o telhado de cor preta atrás dele, será que era uma atração também?
-[Nome].
-Hum? – virei meu rosto e todos estavam me encarando – Que foi?
-Perguntamos o que você acha de ir nos brinquedos primeiro e depois paramos nas barracas pra comer e aproveitar os jogos. – Hana disse.
Dei de ombros, pra mim parece bom – Respondi.
-Certo então vamos lá! – Aki levantou a mão e apontou pro brinquedo mais próximo sendo seguida pelo grupo, senti uma batida no meu ombro pra ver que Sora tinha me empurrado de leve.
-O que deu em você? – ela perguntou me fazendo saltar – Normalmente você estaria mais animada.
-Não sei, acho que não estou 100% curada da minha doença de pré-torneio do jeito que eu achei – tentei mudar de assunto.
-Hum... Esse tipo de atitude não condiz com você – ela parou e olhou nos meus olhos como se estivesse me analisando. Até que a luz acabou acendendo e ela sorriu sadicamente.
-Hora hora, nossa toda poderosa capitã tem um medo parques não tem? – ela disse e eu senti um arrepio subir a minha nuca – Eu me lembro de uma história interessante que sua mãe me contou.
Desviei do olhar dela e cruzei meus braços – Não sei do que você está falando.
Sora riu e continuou – A pequena [Nome], se perdeu numa visita a um parque de diversões e ficou por algum tempo sozinha, até que Dan te encontrasse mas nesse ponto você já tinha molhado as cal-
Eu me lancei na minha amiga tampando a boca dela com a mão enquanto ela ria descontroladamente – Eu não tenho medo de parques está legal? Eu não gosto de ficar sozinha apenas, mas eu não tenho medo e isso não está afetando a minha capacidade de aproveitar o passeio.
Ela revirou os olhos e fez um sinal pra eu tirar a mão – Sim, sim. Claro, qualquer coisa que você disser.
Voltamos a andar na direção que os outros tinham seguido, aparentemente eles estavam na fila do bate-bate.
-Quer que eu segure a sua mão? – ela perguntou com um tom de riso e eu virei a minha cabeça na direção dela.
- Ah Sora, cala a boca.
***
-Minhas pernas estão tremendo – Emi disse se escorando no meu braço depois de sair da montanha russa.
-Por favor não desmaie – eu falei, ela apenas riu em resposta. – Seu cabelo está ótimo Sora.
Depois de toda a provocação que ela tinha feito pra cima de mim já estava na hora de eu devolver.
-[Nome] tem razão, nunca vi o cabelo de Sora com tanto volume – Saru comentou recebendo um empurrão. Surpreendentemente Sora se dava muito bem com ele e com Washio, já que eles tinham as personalidades mais controladas.
-Isso foi realmente legal – Aki disse dando pequenos pulinhos.
-Eu concordo, vamos de novo! – Bokuto concordou.
-Eu realmente queria saber da onde que vem essa energia infinita – Komi-yan se perguntou.
-Deve ser algum traço genético – Konoha completou.
-Com certeza é de família – Hana completou – Hey, Aki não é melhor nós comermos? Já fomos em todos os brinquedos principais.
-Agora que você falou eu realmente estou com fome – Misa comentou arrumando o óculos.
-Ah, mas eu ainda quero ir na casa dos horrores, eu ouvi gritos de lá mais cedo – Ela disse – Parece tão legal!
-Podemos dividir – Keiko comentou – Você pode ir na casa e nós compramos as coisas, tenho certeza que vamos perder um tempo nas filas.
-Ah, eu também quero ir na casa mal assombrada – Bokuto disse – Aki você viu aquelas aranhas na porta pareciam de verdade! E eram GIGANTES!
-Eu acho que é um crime deixar eles irem sem supervisão – Konoha comentou e empurrou minhas costas – [Nome] vai com vocês.
-Verdade?!
-Que?! – falamos juntos.
-Vamos lá [Nome] – Aki pegou meu braço e me puxou enquanto isso eu olhei pra traz só pra ver o bando de traidores.
Suspirei alto, não tinha muito o que eu fazer e provavelmente era mais seguro alguém acompanhar os primos. E eu não tinha problema com esse tipo de coisa. Não demorou muito até que estivéssemos na fila pra atração não tinham muitas pessoas então com certeza logo já entraríamos.
Bokuto estava olhando para as paredes de tijolos pretas com todas as decorações, e de repente eu me lembrei do episódio do fantasma do vestiário no ano passado. No final era só o zelador.
-Não está ficando com medo não é? – perguntei.
-O quê? Claro que não – ele rebateu, mas seu rosto dizia outra coisa.
Eu ri – Se você está dizendo.
-Hum – Aki disse olhando pro telefone dela – Meus pais?
-Eu vocês ai, são os próximos – a pessoa que cuidava da fila disse.
Aki atendeu o telefone – É a nossa vez – eu disse apontando pra fila.
-Me desculpe, vão vocês eu já entro – e então ela saiu da fila deixando eu e o primo dela.
Então quando eu menos esperei eu e Bokuto estávamos SOZINHOS na entrada do brinquedo, logo a primeira sala era como se tivesse saído diretamente de uma versão deturpada de Alice no País das Maravilhas. As paredes era de um tom escuro de roxo e tinhas espelhos que deformavam os nossos reflexos. Sem contar o chão quadriculado de preto e branco.
Na nossa frente apenas tinha um corredor com absolutamente nenhuma luz e uma fumaça cenográfica saindo.
- Bem... Isso parece convidativo. – falei – Parece que somos nós dois apenas.
Olhei pro garoto e não pude deixar de sorrir, ele estava praticamente petrificado. – Eu vou na frente tá?
-Ah claro, já que você insiste – ele respondeu passando os olhos pela sala me seguindo algumas coisas não mudaram.
Assim que passamos pelo corredor era óbvio que alguma coisa iria-
-AH! – Ouvi Bokuto gritar assim que o "esqueleto" caiu do teto, senti ele batendo nas minhas costas por conta do susto – Eu não vou conseguir passar, quero sair!
-Bokuto só vamos conseguir sair, se finalizarmos o percurso – respondi – Vamos quanto mais rápido andarmos mais rápidos vamos sair.
Estiquei a minha mão e peguei a mão dele o puxando em seguida fazendo com que ele andasse, estava escuro de qualquer jeito então não importava se meu rosto estivesse vermelho ou não.
-Você está com medo? Sua mão está gelada – perguntei e ele apertou de leve a minha mão.
-Hum... Eu não gosto realmente disso, mas parecia tão legal.
-Parece com algo que você faria – respondi.
Então nós passamos pelos quartos sem muitos problemas, mas eles realmente tinham investido no espaço parecia que tínhamos andado por muito tempo. Deveríamos estar no final quando chegamos numa sala de espelhos normais.
Mas eram espelhos em todos os lugares e eu não conseguia dizer o que era parede, chão, teto, era completamente coberta. A única coisa que tinha de diferente eram duas alavancas em cantos apostos com a indicação de "puxe" e "empurre".
-Nós provavelmente vamos ter que mexer as alavancas ao mesmo tempo - fale e soltei nossas mãos. Ele concordou e foi na direção da outra.
-Quando estiver no 3 certo? – disse – 1!
-2!
-3! – empurrei a alavanca e o garoto que estava na minha diagonal já não estava em lugar nenhum, mais uma parede de espelho tinha aparecido, então era só o meu reflexo isolado em centenas de repetições.
Eu não sabia pra onde andar e de repente o calor da mão do meu acompanhante fez bastante falta, fechei meus olhos com força. Precisava pensar racionalmente, então apalpei as paredes procurando a porta da saída.
Senti meu peito ficar pesado, como eu odiava esse tipo de situação. Finalmente consegui encontrar a porta empurrei ela de leve indicando um longo corredor escuro.
-Fala sério. - a porta atrás de mim com um barulho alto fazendo com que eu pulasse. Continuei seguindo pelo corredor já que era a única opção.
-[Nome]!
Dessa vez eu não pude segurar o grito que veio junto com a voz do Bokuto, coloquei a mão no meu peito pelos batimentos acelerados.
-Não faça isso comigo, quer me matar?
Ele não teve tempo de responder porque no mesmo fim do corredor que eu tinha saído um suposto assassino correu na nossa direção com uma motosserra.
-Corre! – peguei o braço dele e seguimos pra outra extremidade, nesse ponto minha racionalidade tinha acabado. Tinha uma única porta de saída.
-Está trancada! – falei, nisso o cara se aproximou de nós e antes que eu pudesse fazer algo Bokuto me abraçou pelos ombros e forçou a minha cabeça no seu peito virando as suas próprias costas na direção do cara que estava correndo atrás da gente.
Um alto som ecoou seguido de um flash de luz.
-Podem ir crianças, a saída da atração está atrás de vocês – eu que não tinha percebido que tinha fechado os olhos, abri pra ver o ator agora sem a máscara apontar pra uma saída lateral.
-Não se esqueçam de pegar a foto na saída.
Senti minhas pernas bambearem, eu não tinha ideia do que estava acontecendo. Mas era finalmente bom sair daquele lugar.
-Aqui a foto de vocês casal – uma atendente entregou uma polaroid sorrindo.
Peguei a foto da mão dela pra perceber que eu estava tremendo – Preciso sentar.
E então como se eu fosse um brinquedo de desmonte as minhas pernas cederam, meu coração ainda estava acelerado e eu podia sentir as minhas mãos frias.
-Você quer água? Que eu ligue pra alguém? Que eu te carregue? Hospital? – o garoto perguntou enquanto mantinha um braço na minha cintura de apoio.
Balancei a cabeça e respirei fundo – Só preciso de um pouco de ar, aquela última sala me pegou de jeito.
Olhei pra foto nas minhas mãos tentando distrair meus pensamentos, bom como esperado nós estávamos abraçados, eu estava de olhos fechados e mal dava pra ver meu rosto Bokuto também estava de olhos fechados mas alguma coisa na posição dele me levou a crer que ele tinha se virado numa intenção de me proteger o que quer que estava nos perseguindo.
Era uma foto bonita, e extremamente embaraçosa afinal realmente parecíamos um casal. Romanticamente falando.
-Oh vocês estão ai! – Ouvi a voz da Aki – [Nome], você está pálida!
Balancei a mão guardando o a foto no bolso do meu casaco – Eu sobrevivo.
-Foi cruel deixar que nós entrássemos sozinhos – Bokuto deu uma "bronca" nela.
-Me desculpe, de verdade! – ela colocou as mãos na frente do rosto – Mas eu precisei atender meus pais, sabe como eles são! De qualquer maneira Hana me mandou uma mensagem falando que eles estão com uma mesa e comida.
Soltei um longo suspirou e fiz menção de levantar, Bokuto levantou comigo ainda servindo de apoio. Eu tinha uma sensação de que tudo aquilo foi planejado, ou melhor tinha quase certeza.
E isso se confirmou quando eu cheguei na mesa e vi Aki olhando pra eles com uma cara preocupada, com certeza eu precisaria ter uma conversa com o time.
N/A: Aquele capítulo de transição clássico, semana que vem... TORNEIO.
Estamos seguindo pra reta final desse livro meus chuchuzinhos.
Queria lembrar também, que o Wattpad teve um caso de vazamento de dados dos usuários, e que a indicação foi que fosse trocada a senha de acesso. Eu recebi um email oficial da plataforma sobre isso no meu e-mail reforçando isso. Então indico que vocês façam essa troca.
E queria agradecer a todxs que vieram interagir comigo no twitter, seja time line ou DM, eu realmente gosto muito, de poder conversar sobre os personagens e tal de uma maneira mais dinâmica e entender o que vocês esperam da história.
Ah e posso dizer que amigar com a autora tem vantagens, um spoiler aqui um desenho futuro ali. Afins.
É isso até a próxima semana, neste mesmo livro, talvez neste mesmo horário.
Xx
Continuação Sim, Primeiro Dia
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