Você tem medo de morrer?
Um dos ladrões atacou com o seu manchete, ele fez um corte na diagonal contra a cabeça do Kol. Os ladrões eram peritos em emboscadas e ataques surpresa, Kol sabia muito bem sobre isso mas mesmo assim queria testar a sua habilidade em combate. Os outros dois ficaram a espera da oportunidade certa para atacar, eles viram Kol derrotar o ataque do seu companheiro com apenas um golpe.
-Você tem alguma habilidade, mas isso não será o suficiente para salvá-lo.-O homem chutou um pouco de areia para a cara de Kol, e de seguida desferiu um golpe tentando perfurar o pescoço do jovem. -Te falta experiência! -Kol permaneceu calmo, ele também desferiu um golpe em direção ao ladrão que não teve outra opção a não ser abandonar o ataque e recuar.
Os outros dois percebendo que a areia teve efeito e voaram para cima de Kol, este que ainda tinha um tanto de areia nos olhos. Kol poderia ouvir os passos dos ladrões se aproximando, sem suspense ele cambalhotou para o lado desviando do ataque surpresa por um triz.
-Não terás tanta sorte da próxima vez.-Kol rapidamente colocou água nos seus olhos, ele usou a água que estava no seu odre. Quando a sua visão retornou notou que a ladra, estava pisando em sua lança e simultaneamente desferindo um golpe mortal em direção ao seu peito. -A sorte termina aqui!.
Kol berra em voz baixa, largou a sua lança colocando a suas mãos no chão e de seguida deu um coice no tórax da mulher. Ele não teve tempo para respirar pois outra lâmina caia em direção a sua cabeça, ele rebelou para o lado alcançado a sua lança nesse momento todo o seu corpo estava coberto por poeira.
Ele chutou a perna do ladrão que acabava de atacar, enquanto sentado no chão. Kol atacou com a sua lança assim que o ladrão perdeu o equilíbrio, fazendo ele cair diretamente em direção a lança.
-Aderr!, eu vou matar você!.-A ladra ficou perplexa e depois histérica, não imaginava que quando recuperasse o fôlego veria o seu amante tendo o peito perfurado. O outro ladrão também olhava para o homem, que tinha o seu sangue criando uma poça ao seu redor.
Kol levantou enquanto retirava a ponta da sua lança de dentro do peito do ladrão, o seu movimento foi tão abrupto e violento que o sangue voou direto para os olhos do outro ladrão.
-Seu desgra...-O ladrão percebeu o ataque tarde demais, antes que pudesse terminar de insultar sentiu a sua garganta sendo perfurada. Ele tentou abrir a boca procurando por ar, mas infelizmente só conseguia sentir o sabor nauseante do seu próprio sangue.
-Falta você.-Disse Kol quando viu os olhos do ladrão perdendo o brilho, o seu rosto estava coberto de sangue que esguichou da garganta perfurada.
-Fique longe de mim!.-A ladra tinha o seu corpo tremendo, ela sentia raiva, medo e desespero. O seu coração batia rapidamente a cada passo que o adolescente dava, vendo ele molhado pelo sangue dos seus companheiros, até o seu cabelo prateado havia sido tingido pelo vermelho.-Deixe-me ir, eu prometo que isso não volta a acontecer.-Ela já tinha perdido a coragem, e com o seu corpo tremendo não tinha como lutar.
-Eu sei que isso não voltará a acontecer. -Nesse momento a mulher sentiu uma dor intensa na testa, e a sua visão ficou escura mesmo tendo os seus olhos arregalados. -Descanse em paz. -A lança de Kol havia perfurado a testa da ladra, fazendo parte dos seus miolos saírem pela abertura.
-Você aí, não acha que já viu o suficiente?.-Kol olhou para a floresta no lado da estrada, e disse enquanto observava firmemente numa direção.
-Não me entenda mal, eu só estou de passagem.- Um jovem apareceu por trás de uma árvore, ele tinha o cabelo cabelo castanho e pele clara. Os seus olhos lembravam o sangue, mesmo sendo magro ele dava a impressão de ter uma força implacável. -Eu sou Volks, e você como se chama?.-Apesar de ter visto kol matando os ladrões, Volks não se mostrou perturbado pois teria feito o mesmo.
-Sou Kol, você disse que está de passagem.-Kol deu uma pausa olhando para a reação do Volks que parecia extremamente amigável e relaxado.-Mas eu sei que você estava aí desde que os ladrões me abordaram, na verdade você estava seguindo eles. - Kol preferiu ser direto, pois sentia que devia ser cauteloso com o jovem a sua frente.
-Incrível, nunca achei que alguém pudesse me detectar.-Volks falou calmamente e sem preocupações no seu rosto, mas estava ansioso no dentro.-Eu sou um caçador de recompensas, eles assaltaram e mataram o filho de um visconde.-Ele não falou muito mas foi o suficiente para Kol perceber o que estava acontecendo, mas não baixou a sua guarda.
-Podemos dividir a recompensa, assim você sai ganhado algo.- Volks falou enquanto encostava numa árvore com os braços cruzados.
-Certo. -Kol assentiu enquanto procurava algo de valioso no corpo dos ladrões, teve uma boa sorte pois eles acumularam setenta moedas de prata e duzentas de bronze. Quando Kol viu a quantia olhou calmamente para Volks, que olhava para o saco sem qualquer excitação.
-O visconde está pagando nove moedas de outro para a cabeça de cada ladrão, não fique emocionado por meras migalhas.- Volks falou rindo e com um tom relaxado. -Vamos para a cidade, mas você precisava limpar esse sangue os guardas não deixarão alguém ensanguentado entrar.
-Farei isso.- Kol pegou numa manchete e decapitou os três ladrões, que mesmo depois de mortos tinham uma expressão incrédula no rosto. -Agora sim posso me lavar. -Ele colocou as três cabeças numa sacola de couro, que ironicamente pertencia aos ladrões e foi lavar-se num rio.
-Cauteloso e inteligente. -Volks suspirou o elogio, e continuou no mesmo lugar até que Kol voltou. -Se eu não visse você lutando, pensaria que você é um filho da nobreza mas a roupa o condena. -Kol tinha o cabelo amarrado num rabo de cavalo, usava uma camisa branca e calça castanha. Nos seus pés bostas pretas de um dos ladrões, o seu rosto e cabelo estavam sem uma gota de sangue.
-Não tem como tirar o cheiro de sangue da minha proteção de couro, por isso usei este traje. -Kol falou colocando a sua lança sobre um pano preto, e de seguida em suas costas. -Como que o visconde saberá que estes são os ladrões que procura?.-Kol estava curioso, pois não queria ser feito de parvo.
-Veja isso.-Volks atirou um pergaminho que estava na sua bolsa de couro para Kol, esse pergaminho parecia ser feito de papel que era um material incrivelmente caro.
-Pensei que ninguém sobreviveu ao ataque, se o filho dum visconde morre a escolta é a primeira a morrer, certo?.-Kol estava olhando para o retrato e ficou surpreendido com a semelhança, mesmo que as imagens não tivessem cor.
-Eles chamaram reforço quando foram atacados, mas devido a distância quando o reforço chegou no local o mal já estava feito.-Kol analisou e decidiu aceitar a explicação.
-Esses três foram os únicos que escaparam, os soldados devem ter aniquilado os demais. -Kol ainda lembrava da ferocidade da batalha entre a escolta da Korin, e os ladrões da montanha. -Podemos ir.
O caminho até a cidade era curto daquele ponto, chegaram em trinta minutos. Volks parecia ser famoso pois os todos os guardas saudaram-lhe, e olhavam curioso para Kol.
-Vejam se não é o rastreador noturno, Volks voltado de mais uma caçada. -Um soldado aproximou-se de Volks dando um aperto de mão ressonante, ele nem percebeu a presença de Kol que estava com o olhar indiferente. -Ou finalmente a lenda chegou ao fim, não vejo nenhuma sacola ensanguentada. -O homem franziu o cenho, pois conhecia as habilidades de Volks e sabia que o trabalho seria fácil para ele.
-Alguém chegou antes de mim.-Volks apontou para Kol, que estava a sua trás com o seu polegar.-Quando eu cheguei os ladrões estavam caídos, e um deles tinha a cabeça perfurada.
-Este jovem matou três ladrões experientes?. -O homem falou desconfiado, apesar do tamanho de Kol ele conseguia ver que não passava de um adolescente. -Noturno, você está de brincadeira comigo.
-Não me atreveria. -Volks falou sorrindo, nesse momento Kol comentou a prestar atenção no soldado. Ele tinha a cabeça careca e pele bronzeada, olhos castanhos e uma cicatriz do pescoço até ao queixo impedindo o crescimento da barba naquele ponto. Kol percebeu que ele tinha uma espada na cintura, e um escudo nas costas. -Este é Kol, ele até conseguiu detectar a minha presença. -Volks falou solenemente, fazendo o homem assentiu e olhar seriamente para Kol.
-Eu sou Burj, lider dos esquadrão que guarnece os portões. -Burj falou com o peito e o pescoço levemente erguidos, ele dava a sensação de ser justo e correto.
-Eu sou Kol, um simples viajante. -Kol assentiu assim que ouviu a apresentação do Burj, viu pelo canto dos os Volks olhando com desdém pois percebeu que Kol finalmente baixou a guarda.
-Burj, nos encontramos na taverna.-Volks estava com pressa, e sabia que Kol não era de conversa fiada. -Precisamos falar com o visconde.
Burj assentiu e deixou os dois passar, eles pagaram a taxa como os outros. Kol ficou surpreso ao ver as ruas movimentadas da cidade, barracas em vários cantos, carruagens e cavalos desfilavam pelas estradas. As estradas eram feitas de pedra e de um outro material que Kol não conhecia.
-Eu pensava que o seu rosto não tivesse outra expressão, parece que eu estava enganado.-Volks falou assim que viu o leve sorriso no rosto de Kol, devido ao cabelo exótico algumas pessoas olhavam para ele de maneira engraçada. -Queria perguntar, você pintou os seus pelos?.- Volks tal como as outras pessoas, achou peculiar o cabelo prateado de Kol.
-Nasci deste jeito.-Kol também percebeu os olhares porém já estava acostumado, mas quando criança chegou a tentar pintar o cabelo com lama. -Onde fica a casa do visconde?.-Kol perguntou vendo que a maioria das casas eram de baixa qualidade, apesar de serem melhores que as da aldeia.
-Está vendo aquela construção enorme lá no fundo?.-Volks apontou para o fim da estrada. -É lá mesmo.-Volks não esperou que Kol confirmasse, ele contou falando.
Volks e Kol andaram pela cidade, e Volks casualmente explicou como tudo funciona até mostrou os lugares para ir quando o assunto é descontrair. Kol apenas assentia enquanto tentava memorizar os lugares e caminhos, após algum tempo de caminhada eles chegaram nos portões da residência do visconde.
-Quem são vocês?, Essa é a residência do visconde qualquer intruso será executado. -Dois guardas estavam na entrada, e um deles falou gritando para Kol e Volks com o tom arrogante.
-Nós completamos a missão que o visconde colocou na taverna, estamos aqui para recolher a recompensa.-Volks falou de maneira casual como sempre.
-O visconde não tem tempo para vocês, deixe eu ver se a missão foi mesmo concluída.-O guarda tinha um sorriso presunçoso no rosto, todos perceberam que ele queria roubar a recompensa usando uma desculpa sem cabimento. O guarda não notou o olhar de pena nos olhos do seu companheiro, ele era novato e este era o seu primeiro dia trabalhando como guarda de um nobre. -Você não ouviu o que eu disse?.-O guarda acordou do seu delírio quando notou que os dois caçadores de recompensa não acataram com as ordens, ele já estava imaginando as moedas de ouro.
- Volks, achei que você tivesse tudo controlado. -Kol estava atônito com a situação, apesar de não mostrar no seu rosto ele estava ligeiramente preocupado.
-E você tem razão.-Volks olhou para com pelo canto dos olhos enquanto passava a mão no seu cabelo. -Pensei que você fosse ajudar esse idiota, mas parece que não.-Volks falou para o outro guarda que até ao momento não havia dito uma única palavra, ele estava simplesmente observando.
-Novato, você colocou a pata na poça logo no primeiro dia. -O guarda falou abanando a cabeça, pois sabia que não tinha como ajudar o seu companheiro pois ele acabava de ofender um dos homens mais poderosos da cidade. -Lamenta imensamente, ele é novo aqui e não sabe que você é o rastreador noturno. -O guarda que antes estava repleto de arrogância e ganância, agora tinha o rosto pálido pois sabia que Volks era a mão direita do visconde.
-Senhor, me desculpe eu não sabia que era...- Volks fez um sinal para que os outros guardas o tirassem da sua frente.
-Parece que você é mais influente do que eu pensava.-Kol deu um leve suspiro de alívio.
-Vamos, o visconde está esperando.- disse Volks entrado na residência, deixando Kol para trás. -Está esperando o quê?.-Volks falou para Kol que estava parado na entrada.
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