[2017] 34
-Que tipo de pai é você! – falei batendo a minha mão na mesa.
- Do tipo legal – ele respondeu e eu revirei meus olhos – Nico precisava de alguém pra ajudar ele, eu não sei nada sobre vôlei e nem sua mãe.
-E claro a melhor solução é... – olhei pra minha mãe que estava de costas – ensinar o Nico a falsificar uma assinatura!
Eu não podia gritar afinal não queria queimar meu pai com ela, ele olhou de relance pra cozinha pra se certificar que ainda estava limpo.
-Eu não ensinei ele a fazer – ele respondeu – Eu que fiz pra ele são duas coisas diferentes.
Apoiei as minhas costas na cadeira e joguei o pescoço pra trás – Velho incorrigível...
Eu tinha tão baixa credibilidade com meu pai que ele teve a coragem de rir de mim – Tenho certeza que vai se divertir, quem sabe não pega o gosto pela coisa?
Resmunguei – Bem agora não tem volta.
***
Os dias passaram com uma rapidez impressionante, quando eu percebi já estávamos no meio da semana novamente, felizmente aquela tal de Natsumi não tinha chegado mais perto do Kuroo parece que meu aviso deu certo, mas não vou baixar a guarda ainda.
-Shibayama – chamei o líbero – Lembre se de se colocar num bom lugar quando o bloqueio subir, alguns atacantes conseguem mudar a trajetória da bola com bastante facilidade, então você precisa estar bem posicionado.
-LEV! – gritei chamando o meio russo – Quando você for bloquear não fique balançando os braços atrapalha a visão de quem vai receber. Quantas vezes temos que falar isso pra você?
Ren que estava do meu lado riu – Fala sério, o que ele tem na cabeça?
-Apesar dele ainda não ter aperfeiçoado o bloqueio a taxa de acerto dele aumentou bastante desde que começamos – a menina disse – todos eles estão progredindo.
-Sim – Naoi disse olhando o treino dos garotos – Ter a Karasuno como rival certamente serve como incentivo, ainda mais sabendo que eles conseguiram a vaga no nacional.
Concordei, o treino já estava acabando então assim que o treinador deu as considerações do dia nós já estávamos liberados. Kuroo ficou com o Kenma no ginásio pra verificar se estava tudo certo, enquanto isso eu fiquei esperando na sala do clube. Acenei pro Kai e pro Yaku que estavam saindo e me sentei numa das cadeiras pra esperar.
Foi quando meu celular começou a tocar, não era um número que eu conhecia.
-Moshi Moshi – Atendi.
-[Nome] D'Calligari? – uma voz de garoto surgiu do outro lado.
-É ela... Quem está falando?
-É o Fídio filho do Fabricio, desculpa te ligar... Mas fui meio que obrigado – ele disse com uma voz entediada, logo em seguida eu ouvi o som de alguma coisa batendo em outra e um "Ai!" abafado.
-Fidio? Tudo bem? – eu perguntei.
-Espera ai – ouvi uma serie de vozes bagunçadas e em seguida som abafados seguidos por um bater de porta. O que será que estava acontecendo?
-Desculpa – ele voltou a falar – Minha mãe está um pé no saco... Mas enfim, tudo bem? Você pode falar?
-Hum... Claro... – respondi, o que será que ele tinha pra falar comigo? – Espera, como você conseguiu meu número?
-Ah, meu pai me deu...? Antes de eu encontrar com você no ginásio de vôlei – ele deu um riso nervoso, parecia envergonhado. – Deveria ter te pedido, na verdade eu ia te pedir mas não tive coragem não depois da minha mãe ter... Hurum deixa pra lá, eu não devia ter ligado.
-Não – eu interrompi – Não tem problema, só fiquei surpresa mas então, posso te ajudar?
-Bem... Na verdade acho que você já sabe que eu vou ter um amistoso em Tóquio.
-Sim, meu pai comentou. Você vai passar uns dias em casa né – falei tentando soa mais simpática, tínhamos trocado tão poucas palavras da outra vez que toda essa situação era meio estranha.
-Algo do tipo – ele disse e continuou – Na verdade eu não sou muito bom com cidades grandes e nem direções, queria saber se você podia encontrar comigo na escola que vamos ter o amistoso. Pelo que eu entendi vai ser durante um festival então não vai ter problema você entrar.
-Festival? Por acaso você vai jogar no Instituto Fukurodani? – perguntei.
-Isso, você já sabia? – ele disse.
-Não, exatamente um amigo meu disse que teria um festival na escola e um amistoso de basquete como atração, só liguei os pontos. Eu já pretendia ir mesmo...
-Entendi...
-Bem, encontro você lá então. Podemos ir direto de lá pra minha casa – falei.
-Certo, combinado.
-Sem problemas, não me importo em ajudar pessoas sem senso de direção.
-Hey – ele reclamou do outro lado e deu risada. – Obrigado [Nome], te encontro lá.
-Sim, até mais – desliguei o telefone, essa com certeza foi uma conversa interessante.
-Você deve ter tido uma conversa animada pra estar sorrindo desse jeito.
Kuroo tinha acabado de abrir a porta do clube, no mínimo ele estava escutando a conversa do lado de fora.
-Se fosse uma conversa triste com certeza eu estaria chorando – respondi com sarcasmo, ao contrário do esperado, que seria uma resposta espertinha dele, o que eu recebi foi um olhar zangado. Kuroo andou até o armário dele e não disse mais nada.
Kenma só entrou e se sentou do meu lado, tinha alguma coisa errada ali.
-Ta legal, você ta agindo meio estranho desde sábado – falei – O que está acontecendo?
-Nada, estou normal – ele respondeu sem olhar pra mim, eu olhei pra Kenma e ele balançou a cabeça em negação, revirei meus olhos.
-Kuroo – eu chamei – O que o Bokuto te disse?
Ele pareceu ficar paralisado, bingo! Aquele cabeça de vendo deve ter dito alguma coisa idiota pra ele.
-Desembucha.
*Especial POV Kuroo - Flashback
Vi [Nome] partindo na direção da casa dela e me virei seguindo com o Bokuto na direção da minha.
-Oi Kuroo – ele me chamou – Você sabe quem é esse tal de Fídio?
-Não, só sei que ele é filho do sócio do pai dela e que ele é italiano – respondi – Por que?
-Hum – Bokuto colocou a mão debaixo do queixo enquanto eu girava a chave de casa e deixava ele passar. Ele cumprimentou a minha mãe e nós subimos pro meu quarto.
-O que você quis dizer antes? – perguntei.
-Bem, [Nome] já esteve com outros caras antes não esteve? E ela veio pro Japão faz pouco tempo, se o cara é sócio do pai dela então eles já se conheciam certo?
-Não sei, não entramos muito no assunto – aonde será que ele quer chegar – Bokuto fala logo o que você está pensando.
-E se o cara é um ex namorado dela que foi forçado a terminar o namoro pra vir pro Japão e agora eles se reencontraram e ele percebeu que nunca parou de gostar dela – ele falou tudo de uma vez. Uma veia saltou da minha testa.
-DA ONDE VOCÊ TIROU ISSO IDIOTA – chutei ele.
-Pensa bem, isso acontece toda hora. Os filhos crescem próximos por causa da amizade dos pais e se apaixonam, e você sabe alguma coisa sobre o passado amoroso dela?
Abri a minha boca pra responder, mas contra essa eu não tinha resposta... Eu não sabia quase nada sobre a vida amorosa da [Nome] antes de mim. E pensando bem não é uma hipótese tão absurda assim apesar de ter vindo do idiota do Bokuto.
-Eu não sei nada sobre os ouros caras, mas se ele estivesse por perto tenho certeza que ela ia me falar – respondi e sentei na minha cama apoiando a bochecha na mão. – Se ela esta comigo, ela ESTÁ comigo. [Nome] não é o tipo de garota que ficaria com alguém gostando de outro.
-Bem isso é verdade – ele sentou no chão e cruzou os braços – Oh! E se ele quebrou o coração dela na Itália e agora está tentando se redimir e reconquistar o amor dela. Tome cuidado Kuroo ele pode tentar destruir a relação de vocês!
-Seria só mais um – suspirei e me deitei. Nada que sai da boca do Bokuto presta.
-Como assim? – ele tombou a cabeça pro lado como um cachorro que não está entendendo nada.
-Lembra no primeiro ano que eu rejeitei uma confissão? Então a garota daquela época parece que resolveu tentar de novo e ameaçou [Nome] com algo do tipo – pigarreie e fiz uma voz mais fina - "Tetsurou-kun é bom demais pra você, eu vou roubar ele porque sou muito melhor".
-Isso é ruim! – Bokuto gritou – Kuroo e se ela se juntar com o Fídio e os dois tentarem acabar com seu namoro, pior eles podem sequestrar um de você e forçar o outro a terminar o relacionamento...
Chega já ouvi demais, peguei um travesseiro e joguei na cara dele – Você está assistindo filmes demais, idiota...
* Fim - Especial POV Kuroo – Flashback
-Você é um idiota – Kenma levantou o olhar da tela do videogame pra fazer um comentário.
-Realmente – respondi – Você sabe que é raro sair alguma coisa que preste da boca do Bokuto, e outra você podia ter me perguntado.
Kuroo ficou corado, coisa que acontecia bem raramente. Mas um pouco ele fazia um bico como uma criança mimada.
-Eu não fico bem com a ideia desse cara na sua casa – ele disse emburrado.
-Não é como se eu tivesse escolha, é uma decisão do meu pai – respondi – E outra não é como se fossemos dormir juntos
-[Nome]... – ele falou irritado e eu não agüentei e gargalhei.
-Não vou deixar de admitir que você fica fofo com ciúme, mas pode descartar todas as hipóteses do Bokuto, a primeira vez que eu vi o Fídio foi na viagem que eu fiz. Fabricio já esta aqui a alguns anos e na Itália morávamos em cidades muito distantes. – me levantei e me aproximei dele colocando a mão no rosto do capitão, ele ainda estava corado – Ainda não acredito que você levou a sério as coisas que o cabeça de vento falou.
-Fica quieta – ele bateu a porta do armário e pegou meu pulso me arrastando pra fora – Kenma, vamos! - O levantador suspirou e saiu também.
-Essa é a primeira vez que eu vejo você com ciúmes – Kenma comentou.
-Não estou com ciúmes – Kuroo rebateu com a veia saltada na testa.
-Posso falar pro meu pai colocar o Fídio pra dormir no chão do meu quarto então? – segurei o riso, Kuroo virou pra mim com os olhos brilhando e me ameaçou – Não se atreva...
Gargalhei, estava tão concentrada em tirar com a cara dele que não percebi o sorriso cheio de malícia que ele deu, Kuroo me puxou pelo braço e em dois segundo já tinha me jogado nos ombros dele.
-Kuroo o que você está fazendo?! Kenma me ajuda – coloquei as minhas duas mãos na base das costas dele pra me segurar. E o outro garoto nem deu bola pro meu pedido de socorro – Vai derrubar nós dois!
-Você anda engraçadinha demais princesa – ele disse – Talvez eu deva te lembrar que o rei da provocação – ele deu uma pausa dramática e eu engoli seco - Sou eu...
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