[2017] 27
Os meninos estavam acabando os treinos Bokuto estava brincando de acertas as bolas na cesta como se fosse basquete e eu estava recolhendo as garrafas. Ouvi Lev conversando com o Tsukki.
-O Kuroo ficou irritado com você de novo porque você não está usando o seu bloqueio lido? – disse o loiro.
-Que seja apenas pura sorte ou instinto... Não é melhor bloquear um corte com o som de "wham"?
-Isso faz muito bem, mas... o que eu mais odeio é quando um oponente consegue passar por mim, se você apenas seguir a bola, mesmo se o seu tempo de reação estiver um pouco atrazado vai resultar num toque.
-Isso é apenas o que você gosta... – Lev disse.
-Claro o método mais legal é o melhor – Kuroo se meteu no meio.- Vocês não entendem... Deve ser difícil estar ainda usando fraldas.
Não consegui segurar a risada, como se ele fosse extremamente mais velho.
-Escute seu pirralho – ele disse pro Lev – O bloqueio lido é um tipo de bloqueio construído através de alto controle e perseverança, e também esse tipo de bloqueio é o de quem ri por último.
Eu nunca fui a melhor no bloqueio mas agora sentia que entendia exatamente o que ele quis dizer naqueles dias, Tsukki conseguiu se habituar a seguir a bola e o tempo de reação dele estava cada vez melhor. Essas pequenas coisas era o que mais tinha chances de virar um ponto.
Hinata cortou e bateu no bloqueio mais tinha alguém pra salvar, a bola foi levantada pro Ushiwaka de novo e o Hinata recebeu com o ombro e o Tanaka tocou pra Kageyama. Mais uma vez a Shiratorizawa viria com o corte do gigante eles estavam usando da arma mais poderosa pra poder pontuar.
Qualquer erro levaria a vitória e a derrota.
Hinata recebeu a diagonal do Ushijima de novo e Daichi cobriu a recepção ruim, Asahi cortou mas parou no bloqueio mas Nishinoya estava bem ali pra salvar.
Kageyama levantou e todos eles partiram pro ataque sincronizado Hinata pulou mais alto que todos e cortou o jogador da Shiratorizawa conseguiu tocar na bola, mas a recepção foi ruim, a bola foi pra fora da quadra ninguém seria rápido o suficiente pra pegar. Foi ponto... A Karasuno...
Ganhou o jogo.
Suspirei, eles tinham passado pela grande campeã com certeza deve ser um sentimento incrível. Um sorriso estampou meu rosto, tudo bem eles são nossos "rivais destinados" mas fico feliz por eles terem ganho.
-Quero ver alguém falar que os corvos não voam mais. – sorri pra mim mesma.
-Maldito Ushiwaka você não consegue fazer uma expressão de frustração nessa sua cara? – Oikawa disse, realmente Iwaizumi, um canalha.
-Kageyama... Realmente fez um trabalho sólido – disse Iwaizumi.
-Então você também notou isso Iwa-chan? Provavelmente quando o garoto de óculos retornou ele deu algum tipo de instrução para eles nos seus bloqueios. Algo como "bloquear as paralelas" ou algo assim... Deve ser por isso que após o saque dele, o Tobio trocou imediatamente de posição com aquele pequeno camarão que estava no meio. Porque o líbero não estava por perto.
-Ele fez um passe repugnante de retorno da paralela, após a troca. Como esperado do seu dicípulo.
-E além do mais, ele conseguiu sincronizar seu ritmo com o daquele pequeno moleque que está sempre mudando as coisas quando bem entende. Isso obviamente me irrita.
-Mas não vamos esquecer que o trabalho que o Kageyama fez foi construído baseado no trabalho de bloqueio do garoto de óculos do primeiro ano.
Me levantei, queria ver se conseguia falar com eles antes de ir embora, os outros dois emburrados estavam atrás de mim andando.
-Com licença moça – uma criança tocou na minha perna.
-Hum...? – olhei pra baixo e me agachei pra ficar no nível dela – Precisa de alguma coisa?
-Bem... Você é a [Nome]? Da seleção italiana?
Era um menino de cabelos avermelhados e olhos castanhos, tinha uma revista antiga na mão deveria ter a idade de Nico - Eu sou – respondi sorrindo – Qual seu nome?
-Kido – ele respondeu – Pode assinar pra mim?
Eu sorri e peguei a revista e a caneta que ele tinha, na página que ele abriu tinha uma foto antiga minha antes de eu ter a contusão, bem no começo do campeonato mundial. Escrevi, Para meu amigo Kido, se esforce. E assinei.
Ele saiu correndo e os dois olharam pra mim.
-Quem é você? – Oikawa me perguntou.
-Eu já te disse, [Nome] D'Calligari, gerente do time de vôlei da escola Nekoma... – me virei pra andar – E levantadora da seleção sub-19 italiana. – eu vi a boca deles abrir, apenas pisquei e me virei pra ir embora - Até mais.
Coloquei as mãos nos bolsos e fui até eles, esperei a cerimônia de premiação acabar e me encostei na parede esperando eles saírem. Não demorou muito eles apareceram.
-Quem diria que os corvos realmente voariam, parabéns – Cumprimentei eles, ah a cara de espanto foi demais.
-[NOME]-SENPAI – Hinata gritou.
-Acho que eu perdi uns 5 anos de vida assistindo a partida de vocês, se jogarem assim contra a Nekoma será potencialmente problemático – Me desencostei e fiquei na frente deles - Nishinoya suas recepções foram impressionantes com certeza o Yaku tem que tomar cuidado senão você vai deixar ele pra trás – falei e ele ficou vermelho.
-Bem todos vocês foram incríveis e Tsukki eu pego pra mim o crédito de ter que ensinado o ataque de diferença de tempo – falei rindo e ele sorriu de lado.
-Acho justo, [Nome]-san – ele respondeu.
-E o bloqueio do Ushijima, foi realmente impressionante as armadilhas foram bem pensadas, como esperado do kouhai do Kuroo.
-Obrigado – e ele franziu o cenho – Não sou kouhai do Kuroo-san.
-Não oficialmente – eu ri.
-[Nome] o que está fazendo aqui? – Suga perguntou e eu aposto que todos estavam pensando o mesmo.
Cocei o meu pescoço – Bem... Meu pai veio visitar uma clínica e pediu pra eu vir junto, resolvi parar pra assistir a partida de vocês... Algo como uma despedida já que vou perder algumas partidas da Nekoma.
-Esse agasalho não é o que você costuma usar – Hinata comentou e recebeu um soco do Kageyama pelo comentário.
-Não mesmo – sorri - Esse é o agasalho da seleção italiana, depois de sair daqui vou pra Itália jogar um amistoso contra a Espanha.
Eles abriram a boca – Incrível [Nome]-senpai – Hinata disse com os olhos brilhando.
-Bom já que eu torci pra vocês nada mais justo do que torcerem por mim também – cruzei os braços, ficamos conversando ali por mais um tempo comentando o jogo com eles e explicando com quem jogaríamos nas eliminatórias de Tóquio. Também elogiei mais alguns jogadores individualmente e dei algumas instruções pro Tsukki cuidar da mão dele.
-[Nome] – ouvi uma voz me chamando.
-Fidio – respondi, me virando pra encontrar com a figura do rapaz – Achei que meu pai vinha encontrar comigo.
-Ele está la fora, aparentemente encontrou um treinador importante pra clínica. Mas de qualquer jeito precisamos ir.
-Bem Karasuno... Parabéns de novo, podem deixar que agora nós vamos fazer a nossa parte – virei pra ir embora não antes deles me desejarem boa viagem e boa sorte.
-Você não combina muito com essa atmosfera de vôlei Fidio – eu ri.
-Eu realmente não gosto – ele respondeu – Portanto quanto mais rápido sairmos daqui melhor é.
Como combinado eu almocei com meu pai, Fabrício e Fidio. Foi agradável ainda tive tempo de dormir um pouco antes de viajar. O anfitrião nos levou pra estação pra pegar o trem.
-Bem parece que nos separamos aqui amigo – meu pai disse.
-Foi ótimo te rever Dominic, você também [Nome]. Boa sorte no amistoso – ele estendeu a mão e eu apertei.
Foram algumas horas até chegarmos no aeroporto tinha sido realmente cruel eu estava morta, mas tinha umas 3 horas pra descansar, resolvi ligar pro Kuroo logo ia ficar tarde demais e eu não queria deixar ele acordado.
Dois toques e ele atendeu.
-Oi – eu falei.
-Demorou pra ligar... aconteceu alguma coisa? – ele suspirou imagino que ele estava deitado na cama olhando pro teto, afinal a voz dele estava meio rouca e muito mais calma que o normal.
-Um pouco de transito acabei de chegar no aeroporto, desculpa eu te acordei? – eu perguntei.
-Não exatamente, não estava dormindo mas também não estava completamente acordado... Como foi o jogo da Karasuno? – ele pigarreou e levantou a voz
-Intenso, acho que eu perdi 5 anos de vida assistindo. Mas eles fizeram um bom trabalho... Vamos ter problemas se jogarmos com eles Kuroo. Principalmente se eles jogarem do jeito que jogaram hoje.
-Boa coisa que você estava lá pra ver não? – ele perguntou e eu tinha certeza que estava com o sorriso sarcástico dele na boca.
Dei risada – Você não presta, vou enviar o relatório quando aterrissar na Itália... Eles tem bastante coisas novas... e você? Ficou com o Bokuto o dia inteiro?
-Não é como se eu tivesse outra opção, o treinador Nekomata arrumou o último jogo-treino com a Fukurodani no dia 30... Ele vai aproveitar e passar seu jogo no ginásio. Ele está animado pro seu jogo, acho que ele vai se gabar mais de você do que o próprio time.
-Não tenho problema com isso – falei – Ele me ajudou bastante, mas agora fiquei nervosa já não bastava a Nekoma ver agora a Fukurodani também?
-É o preço... Você já teve muito mais gente vendo seus jogos.
-Mas nenhum deles me importavam tanto quanto vocês...
-Hum...?
-Quero dizer... Ah você entendeu não vou repetir...
A risada dele preencheu o meu ouvido e eu suspirei – Falo com você quando chegar lá ta bom? Melhor você descansar tem que ajudar o Yaku cuidar das crianças agora.
-Como se ele precisasse de ajuda... Boa viajem.
-Obrigada – sorri – Boa noite.
Ele resmungou um boa noite e eu desliguei, agora era só esperar.
***
(n/a: todos os diálogos agora são em italiano)
Minha cabeça estava doendo tinha esquecido que viajar longas distancias era cansativo, peguei a minha bolsa e me dirigi pra fora do avião. Fiz toda a burocracia e quando estava descendo as escadas com a minha mala fiquei surpresa ao ver alguns rosto familiares.
Eram Rita, Isabelly, e Giulia minhas companheiras de equipe assim que cheguei perto a primeira que pulou em mim foi Isabelly, acabei derrubando a alça da minha mala e eu dei risada.
-Pra quem vivia reclamando de mim você sentiu bastante saudade – eu falei enquanto abraçava ela de volta.
-Cala a boca, ou você não sabe aceitar um gesto de carinho? – ela afastou o rosto pra me olhar.
Ela pegou a alça da minha bolsa de rodinhas e eu abracei as outras garotas Rita estava lacrimejando, a pequena líbero com certeza era a mais sentimental.
-É bom estar de volta – falei e sorri – Mesmo que seja pra uma partida.
-Não podíamos deixar nossa capitã partir sem uma despedida descente.
-Treinador Matteo – falei.
-Está mais pra treinador Esparta – Isabelly resmungou.
-Disse alguma coisa? – ele virou pra ela com uma aura sinistra e eu engoli seco.
Ela se escondeu atrás de mim.
-Bom saber que as coisas não mudaram tanto assim – comentei – Podemos ir? Minhas costas estão doendo.
-Você vai ficar no seu antigo quarto na concentração [Nome], todas nós estamos lá, semana de treinamento – disse Giulia.
-Vai ser como nos velhos tempos – Isabelly se apoiou em mim.
-Que seja, vocês vão ter tempo pra fofocar depois – disse o treinador. – [Nome] precisamos que você venha treinar assim que descansar, ver se você ainda está em forma.
-Humf – resmunguei – Você acha que fiquei fazendo o que no Japão, brincando? É lógico que eu estou em forma.
-Então você está jogando lá? – Rita perguntou.
-Bem não exatamente – falei entrando na van com elas logo atrás de mim – Eu sou um tipo de apoio num time do colegial, mas eles me deixam treinar junto com eles. É como um grupo onde varias escolas se enfrentam de treinamento, uma delas tem um dos 5 melhores aces do colegial.
-Eu realmente não entendo como essas coisas funcionam lá – Giulia disse – Mas então [Nome], algum menino bonito?
Eu dei risada – Eles estão bem abastecidos com garotos bonitos, lógico que não é igual aqui mas tem bons materiais.
-Vou vomitar – o treinador Matteo reclamou no volante.
-Treinador Esparta ninguém esta mandando você prestar atenção na nossa conversa.
-Parece que alguém quer o treino dobrado – ele respondeu e ela caiu pra trás. Todas rimos.
-Você tem algum namorado lá? – a líbero também era a que mais gostava de falar de garotos.
-Lá vai o questionário... – Giulia cruzou os braços atrás da cabeça.
-Bem... Na verdade eu tenho – senti um incômodo calor nas minhas bochechas.
Todas elas gritaram juntas e começaram a me bombardear com perguntas, como eu tinha sentido falta das minhas garotas, realmente não tinha muitas meninas que eu conversava no Japão estava sempre cercada de garotos.
-Ele é da minha sala, é capitão do time masculino de vôlei e meio de rede – respondi.
-Você vai contar tudo e eu quero fotos...
Sorri, bem tínhamos algum tempo até chegar a concentração.
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