3# - Magia das Trevas

- Será que Aramis vai ficar bem? - Perguntou Bryana preocupada - Um machucado na cabeça não é pouca coisa.

- Felizmente o curativo de Indira deu tempo pra elas chegarem até o castelo, e os magos tratarem dele - Respondeu Edgar aliviando sua neta - Após ouvir o relatório de cada um dos seus cavaleiros de elite, Hilaryon preocupado com o seu irmão, dirigiu-se até o quarto dele, onde se sentou em uma poltrona esperando o seu despertar.

(Dentro do quarto de Aramis)

Após alguns minutos, Aramis aos poucos recuperava a sua consciência, olhando para o seu irmão confuso.

Rei hilaryon: Parece que o seu comitê de boas-vindas não correu do jeito que eu previa...

Aramis: hilaryon, há quanto tempo eu fiquei desacordado?

Rei hilaryon: Há algumas horas, lamento muito pelo que aconteceu com você na fronteira.

Aramis: Aquilo foi muito estranho, primeiro foi a explosão, e as águas do rio que ficaram fortes do nada...

Rei hilaryon: você está aqui, vivo e bem, isso é o que importa.

Aramis: Aquelas duas... Como você tolera cavaleiros sem cortesia ou caráter na sua tropa real?

Rei hilaryon: Eu apenas ordeno, deixo o método de agir na mão de cada um deles, você irá habituar-se ao passar do tempo.

Aramis: Elas tinham o brasão de diamante em suas armaduras, você ficou louco!

Rei hilaryon: Não julgue o meu poder de decisão, querido irmão...

Aramis: Mas ser um cavaleiro de diamante não é para qualquer um!

Rei hilaryon: Você estar aqui vivo não é prova suficiente para você... eles não são qualquer um, Aramis, e um dia verás com os próprios olhos o que eles verdadeiramente são capazes de fazer.

Aramis: Aquela mulher de pele pálida e cabelo azul não era a tua escolta pessoal antes de seres rei?

Rei hilaryon: É exatamente ela.

Aramis: Como isso é possível!

Em outro cômodo reservado à prova de som estavam Vlady, Travor e Indira.

Vlady: Hoje foi um dia bem caótico para todos nós.

Indira: Pelo menos vocês puderam ter um pouco de ação, nós ficamos de babá.

Travor: Pela sua cara, nem vou perguntar como foi...

Indira: Ele que nem tente comprar a minha simpatia, porque não irei controlar o meu pé chutando a bunda dele.

Vlady: E a Anastácia, onde ela está?

Indira: ela decidiu ficar no quarto trancada, deve estar mais chateada que eu.

Vlady: Eu ainda preciso dela, alguém tem de rastrear quem está por trás de tudo que ocorreu hoje, vou tentar falar com ela.

Travor: Boa sorte para vocês, eu irei tentar animar a sua irmã aqui...

Vlady: Eu acho que vais precisar mais da sorte do que eu.

Então Vlady saiu da sala e, em passos rápidos, caminhava em direção ao quarto de Anastácia, enquanto isso a mesma estava no banho.

Anastácia: Já faz um bom tempo que várias coisas dessa natureza acontecem no mesmo dia, logo agora que a gente voltou, até parece que...

Ela sentiu a presença de Aramis, que entrou calmamente no quarto, sentando-se em uma cadeira em seguida.

Aramis: Eu tenho a certeza de que nem ela contava com...

Do nada, Anastácia aparece atrás dele encostando uma lâmina em seu pescoço.

Anastácia: Contar com o que, seu pervertido...

Aramis: Olá... Anastácia...

Largou-o, e o mesmo respirou fundo de alívio.

Anastácia: O que você faz aqui, e quem te deu permissão para entrar no meu quarto?

Aramis: Eu não preciso de permissão para andar no castelo do meu irmão, fazer ou entrar onde e na hora eu quero.

Anastácia: Acho que o ferimento na sua cabeça ainda não curou, então ouve com atenção: aqui não é qualquer lugar, então saia agora mesmo!

Aramis: Eu irei, sim, mas primeiro...

Aramis caminhou até Anastácia e pegou em seu braço, jogando-a na cama e ficando em cima dela.

Aramis: Vim recompensá-la por salvar a minha vida, você vai recusar uma oferenda de seu lorde?

Anastácia: Com todo o respeito, eu terei de recusar, mas acho que a minha companheira aceitaria de bom grado.

Aramis: Indira, não é tão atraente quanto você, e não achava que alguém da sua raça dispensasse esse tipo de atividade tão facilmente.

Anastácia: Existe sempre uma exceção para tudo, mas se quiser, poderei recomendar uma boa taverna onde encontrarás as súcubas mais lindas do reino, que podem apagar o fogo que está sentindo nesse momento.

Aramis: O que Hilaryon pensaria da sua atitude, recusando uma oportunidade, ser algo mais do que um simples cavaleiro real.

Anastácia: Eu deveria dizer o mesmo, o que seu irmão pensaria de você assediando uma pessoa que esteve ao lado dele desde jovem, pense bem...

Derrotado no argumento, Aramis saiu de cima de Anastácia e sentando ao lado dela.

Aramis: Então é assim que sabe do sabor da recusa...

Anastácia: Tem uma primeira vez pra tudo, você supera isso...

Aramis: Só porque eu não sou tão honrado quanto meu irmão.

Anastácia: Peraí, você está confund...

Aramis: Confesso que eu já queria ter você pra mim desde o primeiro dia que você apareceu nesse castelo, mas o nosso pai sempre reprovou, e o meu irmão sempre dizia uma baboseira de que serias como uma irmã mais velha para ele.

Anastácia: E por que você nunca falou diretamente pra mim? Como sempre, só pensou em si, Aramis, tens de deixar o seu egoismo de lado...

Aramis: Mas agora eu falei, então...

Anastácia: Melhor você ir embora, deixe essa ideia de lado para o seu bem, e...

Então, Vlady entra no quarto olhando para os dois confuso.

Vlady: Anastácia..., lamento interromper, mas precisamos falar.

Aramis: E quem é você?

Anastácia: Ele é mais uma razão para você ir embora...

Aramis: A nossa conversa ainda não terminou.

Vlady: Eu aconselho a ouvir a senhorita, meu lorde.

Aramis se levantou da cama e foi até Vlady e os dois ficaram de frente.

Aramis: Não lembro de ter falado contigo, cavaleiro.

Rapidamente Anastácia ficou entre os dois, e Vlady aproveitou a situação, colocou o braço em volta da cintura dela e a puxou para perto exibindo um sorriso malandro a fim de provocar Aramis.

Anastácia: A última coisa que desejo é dois brutamontes brigando no meu quarto, então saia Aramis, falaremos outra vez quando estiveres mais calmo.

Aramis: Eu irei agora, mas isso não ficará impune, cavaleiro

E saiu do quarto batendo a porta com todas suas forças.

Anastácia: Não precisava fazer isso, eu tinha tudo sob controlo.

Vlady: Sei disso, mas preciso que você venha comigo agora.

Anastácia: De toalha?

Vlady: Oh, desculpe...

Anastácia estalou os dedos e, em poucos segundos, já estava preparada e com a armadura equipada, mas antes que pudesse falar alguma coisa, Vlady agarra nela, usa a sombra no canto do quarto e juntos se teletransportam para o meio da floresta.

Anastácia: Você ficou louco, usando magia negra desse jeito no meio do castelo, e se alguém sentiu?

Vlady: Não se preocupe, todos eventos de hoje tiveram a mesma essência magica em comum, quero que você localize a origem da mesma!

Anastácia: Já está tarde Vlady, amanhã teremos tempo, agora para de apertar meu pulso, está me machucando.

Quando ela olhou bem para os seus olhos, viu uma aura assustadora, mas ela sabia muito bem a razão disso.

Momentos antes, Travor convenceu Indira a subir o topo da torre mais alta do castelo, a fim ver a paisagem linda do reino, mas ela sabia bem o verdadeiro objetivo dele.

Travor: Finalmente, ufa, não é nada fácil subir até aqui, lindo não é?

Indira: De facto, mas algo me diz que essa não era a única coisa que querias mostrar pra mim.

Travor: Não se preocupe, apesar da vontade, eu não farei nada estranho, só queria saber o que vem na sua mente agora...

Indira: Sei lá, deu uma vontade de visitar os meus pais...

Travor: Se quiser eu poderei ir com você, aproveitava mostrar os meus dotes para eles.

Indira: Pior que eles são facilmente impressionáveis, então prefiro...

De repente o coração dela se sente apertado, como se estivesse alertando-a de algo, e ela sabia bem quem era o responsável por aquilo.

Travor: O que foi?

Indira: Teremos Infelizmente de continuar o nosso "momento" mais tarde, é o Vlady, ele usou de novo.

Travor: Dentro do castelo, ele esqueceu que a inquisição está rondando todo o reino.

Indira: Deve ter uma boa razão para isso, vamos lá...

Rapidamente desceram até o quarto de Anastácia, onde não encontraram ninguém.

Indira: Onde será que eles foram?

Travor: Olha para as marcas no tapete...

Indira agacha observando as leves marcações no tapete, que emitiam pequenas resquícios de chamas negras, e passando a mão nelas, teve uma visão da floresta onde Anastácia era arrastada violentamente por Vlady.

Travor: Alguma coisa?

Indira: Eles estão na floresta, vamos lá!

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Anastácia: Mas o que diabos deu em você afinal?

Vlady: Estou preocupado com a segurança do rei!

Anastácia: Nós dois sabemos o real motivo, ciumes...

Vlady: Deixa de baboseira, como eu havia dito, quanto antes soubermos quem foi o responsável, mais cedo essa insegurança desaparece.

Anastácia: Sei, me engana que eu gosto, mas como eu não gosto de ver você agitadinho desse jeito, vou ajudar você

Vlady: As plantações são um bom sítio para começar, vamos lá.

Enquanto isso, Travor e Indira estavam parados no meio da floresta tentando saber o paradeiro deles, e foi aí que os cabelos de Indira começaram a pagar fogo de tanta frustração, o que causou um aumento repentino na temperatura ao redor deles.

Indira: Onde aquele idiota impulsivo se meteu, estou ficando sem paciência!

Travor: acho melhor você se acalmar, senão quem vai ficar sem vida sou eu...

Indira: Estarei mais calma quando eu encontrar ele!

Travor: Até você achar, eu já terei virado churrasco, então se acalme, por favor.

Então, Indira respirou bem fundo e o fogo que estava em seu cabelo foi se apagando, e aos poucos a temperatura foi se estabilizando.

Travor: Muito melhor...

Indira: Vamos continuar procurando...

Travor: Mas, por que tanta preocupação? Ele havia dito que apenas iriam rastrear a origem da magia.

Indira: Sei disso, mas ela não vai usar uma magia comum.

Travor: Então isso quer dizer que ela irá invocar os cães da noite...

Indira: E só tem um lugar onde ela pode fazer isso sem afetar o seu redor, dando mais uma razão para o Vlady não estar perto.

Travor: A zona negra... Mas ele já está acostumado a lidar com enormes quantidades de magia negra.

Indira sentiu de novo o coração apertar, então entrou em panico.

Indira: Mas se dessa vez ele não conseguir, não sei se consigo lidar com as consequências, vamos lá.

E então, Indira e Travor correram em direção à parte mais escura da floresta.

Travor: Relaxa, ele deve estar esperando no lado de fora, não acho que seria tão imprudente até esse ponto.

Indira: É... espero que você esteja certo.

Mais na frente, Anastácia se preparava para fazer a invocação, e aos poucos, os animais ao redor começaram a ficar agitados!

Anastácia: Vlady, não está sentido nada estranho, certo?

Vlady: tipo o quê?

Anastácia: dor de cabeça, coração acelerado, um leve enjoo...

Vlady: Ainda não.

Anastácia: Me avise imediatamente quando você estiver sentindo algo.

Vlady: Tá certo, pode começar.

A pele de Anastácia, de branca e pálida, começou a mudar para um tom roxo e uma fumaça vermelha começou a surgir através da planta dos seus pés.

Anastácia: Vocês que rastejam pelas sombras desse mundo julgando silenciosamente o pecado de cada ser vivo em todos os reinos, oiçam o meu chamado e cumpram o meu pedido!

A seguir, ela deu um forte pisão na terra, abrindo uma cratera, e de lá saíram 7 criaturas em forma de lobo, que eram tão grandes quanto um leão adulto e possuíam olhos amarelos brilhantes e ficaram sentados em volta dela.

Cães-da-noite: há quanto tempo, senhora Anastácia!

Apesar de serem vários, eles agiam como se fossem um só, tanto no pensamento quanto na fala.

Anastácia: Lamento incomodar vocês sem aviso nenhum, mas o assunto é urgente.

Cães-da-noite: Já estamos acostumados com os seus maus hábitos, senhora Anastácia.

Anastácia: Eu já disse que lamento, vão ajudar ou não?

Cães-da-noite: nós temos uma dívida impagável para consigo, então diga, o que deseja de nós?

Anastácia: Preciso que rastreiem um invocador usuário de magia negra.

Cães-da-noite: quer que o encontremos e nos alimentemos de sua alma?

Anastácia: Não, apenas quero que vocês apenas tragam pra mim o fio de sua essência, assim posso saber a sua localização no mundo físico.

Cães da noite: Como desejar, senhora Anastácia.

E assim, eles saíram correndo como um raio a fim de cumprir com o seu pedido.

Vlady: Será que eles vão conseguir trazer esse tal fio da essência? Provavelmente, o desgraçado conseguiu apagar o seu rastro em cada magia que ele invocou.

Anastácia: Os cães da noite são criaturas especiais, são capazes de achar até o fio mais fino de qualquer magia...

Vlady: então, o que você vai fazer quando eles trouxerem?

Anastácia: vou fazer os fios tomarem a forma da alma do dono da magia, assim saberemos quem ele é.

Depois de alguns minutos, os cães voltaram com os fios em suas bocas, curiosamente eram de cor laranja, então Anastácia pegou todos eles e deu um nó, fazendo um vapor ser extraído dos fios e aquele mesmo vapor tomou a forma de uma pessoa, mas estava sem rosto.

Vlady: É normal a forma ficar sem rosto?

Anastácia: Droga, estamos lidando com alguém muito habilidoso.

Cães-da-noite: interessante, são poucos que conseguem fazer algo assim.

E do nada, Vlady começou a gritar, caindo de joelhos no chão, metendo as mãos na cabeça.

Vlady: Espera, o que está acontecendo, PARA!

Anastácia: vlady, o que você tem, mandar quem parar?

Vlady: AH, é como se tivesse agulhas furando a minha cabeça. Se continuar desse jeito, melhor se afastar, eu não quero machucar você, quanto mais longe estiveres, melhor.

Anastácia: Eu não irei abandonar você aqui, apenas aguenta que irei pensar em alguma coisa.

Cães-da-noite: Isso é coisa daquela forma que saiu do fio da essência... Está assobiando, nós somos imunes, mas ele é bem vulnerável a isso.

De repente, fortes ventos surgiram e a névoa que ali se dissipou, um forte silêncio tomou conta de tudo. Anastácia estalou os dedos e os fios juntamente com a imagem sem rosto sumiram, Vlady parou de gritar e ficou parado.

E então uma fumaça negra começou a sair do corpo dele e tomou a forma de um homem com quimono e chapéu. Os animais que estavam por perto fugiram assustados, e outros sucumbiram devido ao nível alto de magia das trevas.

O homem de quimono atacou Anastácia, e ela conseguiu desviar, mas ele rapidamente agarrou em seu pescoço, levantando-a para o alto, apertando aos poucos.

Vlady: Não a machuque, por favor...

Após Vlady desmaiar, o homem de quimono levou o espírito de Anastácia para outra dimensão, que era um lago congelado onde havia duas cadeiras onde os dois ocuparam cada uma.

Homem de quimono: Fico surpreso em saber que és uma possuidora*, Anastácia Nowak.

Anastácia: Para quem apenas tinha intenção de conversar, achei desnecessária a abordagem agressiva.

Homem de quimono: Espero que possa perdoar o meu comportamento, às vezes não consigo controlar a minha empolgação, e tenho a certeza de que não estás surpresa com a minha presença.

Anastácia: Eu desconfiava que o Vlady tinha alguma coisa estranha devido ao uso excessivo de magia negra, mas isso explica a facilidade do seu uso, ele era um portador*. Então, você vai me dizer o porquê me trouxe aqui?

Homem de quimono: Só quero que convença aquele garoto que não sou seu inimigo, ele faz os possíveis para me evitar e estou ficando farto de ficar aqui o dia todo só observando sem fazer nada, principalmente na companhia daquela vadia...

Anastácia: Esse assunto é entre vocês, então diga você mesmo.

Homem de quimono: Você não entendeu, ele me mantém selado como um bicho, e eu não aguento mais aqui largado desse jeito.

Anastácia: Está bem, vou passar o seu recado, agora me tira desse lugar, a minha pele já está começando a rachar...

Homem de quimono: Eu tinha esquecido de que você era uma vampira... Adeus...

Quando Anastácia abriu os olhos, aquele homem tinha sumido, então se levantou e foi até Vlady o colocou em suas costas, olhando para as 7 criaturas que apenas observavam em silêncio.

Anastácia: Muito obrigado pela vossa ajuda, na próxima trarei uma boa oferenda para vocês.

Cães-da-noite: nós sabemos que não farás isso, senhora Anastácia, mas foi um prazer ajuda-lá...

Anastácia: Bem, não precisavam esfregar na minha cara.

Após caminhar por alguns minutos, ela se encontra com Indira e Travor.

Indira: Anastácia, o que aconteceu, o Vlady está bem?

Travor: Acho meio óbvio que ele não está...

Anastácia: Pega nele e vamos voltar, temos muita coisa para debater.

Fim de capítulo.

*Possuidor - São aqueles que possuem conhecimento no domínio de elementos corrompidos, eles não precisam saber dominar o uso da magia negra.

*Portador - São aqueles que nascem com um elemento corrompido formado inteiramente por magia das trevas.

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