14# - O Reforço


Rozaria: Mas eu posso ajudar, ser útil, me tira daqui!

Anastácia: Serás mais útil aqui, sentadinha e fazendo companhia a bigorna, tenho a certeza que darão bem uma com a outra.

Os cavaleiros saíram da sala abandonando Rozaria sozinha com o braço fundido com a bigorna.

Rozaria: Aquela vampira ainda me paga, quer dizer, eles vão enfrentar um monstro lendário e eu aqui.

Começou a olhar para tudo a procura de algo que a libertasse, viu uma pequena picareta perto dela no chão.

Agarrou nela e apontou para o braço, mas lembrou da possibilidade de ficar sem o braço e abandonou logo a ideia.

Rozaria: Droga, sem livro de magia ou algum mago experiente, não tenho nenhuma opção que eu fique com o braço intacto, parece que não tenho outra opção senão pedir ajuda.

Começou a gritar várias vezes por ajuda durante dois minutos, mas pelos vistos, não havia ninguém naquele castelo.

Rozaria: Pensando melhor, vou poupar as forças para quando alguém passar.

Voz infantil: Tem alguém aí?

Para sorte de Rozaria, parece que alguém estava passando por aí na hora que ela tava gritando.

Rozaria: Meu Deus, sim, sim, me ajuda, estou presa aqui.

Ouviu duas batidas na porta.

Voz infantil: Que droga, a porta está trancada, não te preocupes, eu irei rebentar com a porta, melhor se cobrir.

Rozaria: Está bem..., espera, o que?

A porta explodiu com muita força, e no meio da fumaça apareceu uma menina com cabelos cacheados é um cajado que era da exata altura dela.

Menina: Oi, o meu nome é Vamira, sou maga suprema de Irís, e parece que estás em uma situação um pouco bizarra?

Rozaria: Eu sou Rozaria, e faço parte da comitiva dos cavaleiros de elite de Palas. Anastácia é a maga do grupo, me prendeu aqui e você precisa me soltar agora mesmo.

Vamira: Não achas que ela te prendeu aí por um motivo perfeitamente compreensível?

Rozaria: Sim, mas tens de compreender que sem mim, eles não terão chance alguma contra aquela criatura.

Vamira: Eu não acho que o grande trunfo deles contra o basilisco teria problemas em sair de onde você está agora.

Rozaria: Tá bom, você me pegou, mas me solta, por favor!

Vamira: Aff...está bem.

Com o seu bastão, tocou na bigorna e em poucos segundos o braço de Rozaria foi separado da bigorna e estava intacto. Abraçou Vamira de tanta alegria, quase chorou apesar de ser um exagero.

Rozaria: Muito obrigado...te devo tudo, o meu braço e..., acho que é só isso.

Vamira: Ok, entretanto, não tens algum sítio para ir?

Rozaria: Eu sei, mas não tenho equipamento e armas boas para ajudá-los, de pelo menos alguém pudesse me dar algum.

Vamira: Mas como queria ajudar dess...francamente, vem comigo, acho que posso arranjar algo.

Tocou em um dos tijolos na parede da sala é uma passagem secreta abriu-se.

Rozaria: Uh, que emocionante.

Vamira: Iremos directamente a sala onde fica todo equipamento real, até lá, não falas nada, entendeste?

Rozaria: Está bem, eu entendi.

Entraram em um corredor longo e estreito, iluminado apenas pelo bastão de Vamira que brilhava.

Dava para ouvir várias vozes de guardas que passaram bem no corredor ao lado rondando. Chegaram até a uma porta de ferro bem grande, que parecia apenas pesada, mas na verdade é que era incrivelmente pesada.

Vamira: Ajuda-me aqui, esta porta foi feita com material anti-magia, então teremos de empurrar.

A sorte é que Rozaria por ser ferreira, tinha uma força considerável. Empurraram até abrir espaço suficiente para as duas passarem.

Após entrarem, Vamira estalou os dedos e as tochas da sala acenderam e exibiu o equipamento todo da guarda em caso de uma invasão surpresa.

Rozaria: Wow, então é aqui o armeiro real, qual deles eu levo?

Vamira: Nenhum deles, terás de levar esse daqui.

Abriu o grande baú no meio da sala, exibindo um equipamento especial e uma armadura mais robusta é diferente das outras que haviam pela sala.

Rozaria: Este é o equipamento do rei...será que eu devo mesmo?

Vamira: Considere um empréstimo, ahm, e a arma é mágica, então após vestires, se ajustará ao teu corpo, os equipamentos são inquebráveis e de rápido manuseio, então, veste-o.

Demorou poucos minutos para vestir a armadura, e após acabar a mesma se ajustou ao seu corpo.

Vamira: Então, como te sentes, confortável?

Rozaria: Por acaso não, está um pouco apertado, não sei se é por causa da roupa ou...

Vamira: Então retira a roupa, deixa apenas a interior, será o melhor a fazer.

Rozaria: O que, você ficou maluca!

Vamira: Queres ajudá-los ou não?

Rozaria nem respondeu, fez apenas o que ela disse.

Vamira: Agora, como está?

Rozaria: Melhor, apesar de estar um pouco frio aqui e eu estar com vergonha, até parece que não estou a usar nada.

Vamira: Isso, é essa a ideia, quer dizer que está bom, então vamos lá a parte interessante.

Retirou do baú três itens: Uma espada, um anel e uma espécie de revólver mágico.

Vamira: Está daqui é a espada que Williams usou em várias batalhas ao longo de seu reinado, tem um valor muito incalculável para ele e para todo povo de Irís, se lhe acontecesse algo, não sei como...

Rozaria: Acho que irei deixar isso aqui, para evitar uma crise diplomática desnecessária, a seguir?

Vamira: Tens razão, este daqui é um tesouro real, o anel da invisibilidade, ele te dá a habilidade de...

Rozaria: Todo mundo sabe o que um anel desses faz, eu levarei, e agora por último?

Vamira: Vish, miúda sem educação, este é um pequeno canhão portátil de energia mágica, em poucas palavras chamamos ele de mosquete, muito à frente de seu tempo e não necessita do poder mágico de seu usuário, o disparo é único e demora oito segundos para estar pronto para disparar novamente.

Rozaria: Certo, também levarei esse.

Guardou tudo e também pegou uma das espadas do exército real.

Vamira: Agora é melhor você correr, atrás desta porta há uma escadaria que te leva directamente ao estábulo, tenho a certeza que encontrarás algum cavalo amigável por lá.

Rozaria abriu rapidamente a porta e olhou para Vamira.

Rozaria: Obrigado por tudo, e prometo que irei trazer tudo intacto.

Vamira: Apenas limite-se a não morrer, que o resto não será muito importante, agora vai!

Logo que fechou a porta, Rozaria começou a correr como uma louca e quando chegou ao estábulo, subiu no primeiro cavalo que encontrou, meteu o anel no dedo para não ser vista pelos guardas que rondavam por aí.

Rozaria: Certo, agora tenho apenas de chegar lá a tempo.

Não demorou muito tempo para entrar na floresta e encontrou logo uma poça de ácido e sangue misturados.

Rozaria: Que droga aconteceu aqui?

De repente ouviu uma explosão e escama gigante atingiu o lugar onde ela estava, felizmente ela conseguiu desviar a tempo. Porém o cavalo não teve a mesma sorte.

Rozaria: Pelos vistos a luta está mesmo tensa, e o pobre cavalo morreu sem ter nenhuma culpa, mas eu irei vinga-lo.

Com o mosquete na mão correu até onde estavam vindo as explosões e começou a ouvir gritos também.

Simon: Hora de Morrer, meu caro!

Quando conseguiu chegar ao lago, vou Vlady deitado com Simon e a sua espada quase enfiada em seu estômago, mas Erasto estava segurando nele.

Rozaria não pensou duas vezes, deu um pulo e disparou o mosquete para baixo dando um grande impulso e aterrou bem ao lado de Vlady a tempo de defender o último esforço de Simon contra Vlady.

Deu um forte pontapé em Simon e puxou o Vlady para o seu lado até alcançar uma distância segura.

Vlady: Quem é, que diabos está acontecendo?

Rozaria: Se acalma, Vladyzinho, eu vim dar uma ajudinha.

Retirou o anel e revelou-se para Vlady, o resto já devem saber como foi...

Indira: Acho que poderias ser mais breve, porque essa explicação foi desnecessariamente longa.

Rozaria: Mas admite, a última parte foi bem épica.

Indira: De toda a tua história, a única coisa que achei interessante foi a morte do cavalo, o resto é resto.

Rozaria: Que desmancha-prazeres que tu és, na próxima falo com a Anastácia, ela pelo menos é boa ouvinte.

Indira: É melhor fazeres rápido, senão eu irei enfiar a tua cabeça na sanita.

Rozaria: Vish, está aqui, pra que tanta agressividade?

Indira recebeu o equipamento e dirigiu-se à porta, mas antes de sair, teve de confessar.

Indira: Apesar dessa tua atitude que foi bem irresponsável, nos garantiu a vitória, e por isso só posso dizer bom trabalho.

Depois de sair da sala, Rozaria não conseguiu conter a felicidade e fez todo tipo de acrobacia. Não tinha visto Anastácia que estava a muito tempo na porta ouvindo e agora vendo todo o seu espetáculo, quando deu conta congelou.

Anastácia: O que foi, pode continuar, você merece, porque são poucos nessa vida que receberam um elogio dela.

Rozaria: E você, não está zangada?

Anastácia: Por acaso não, mas...isso não significa que não serás castigada quando voltarmos à Palas.

Rozaria: Mas eu...

Anastácia: Mas nada, vai descansar agora porque mais tarde serás a minha companhia nas canecas.

Rozaria: Mas eu não beb...

Anastácia: Isso foi uma ordem soldado, e não um pedido!

Rozaria: Está bem, que droga.

Anastácia: Francamente, essa juventude de agora, não tem respeito algum.

Estalou os dedos e todas lamparinas do quarto apagaram e fechou a porta.

Fim de Capítulo.

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