Capítulo 9 - Os Cômodos Mágicos
— Keith? O que faz aqui? Não era para você estar na reunião? – Sophie perguntou com desconfiança.
— Preciso falar com você. – O tom de voz dele já indicava que não queria companhia, então Alice começou a se afastar devagar, mas ele a impediu. — Não precisa sair de perto.
— Ah. Tudo bem. – Talvez só tivesse interpretado errado a maneira dele falar.
Alice fingiu não ouvir a conversa deles enquanto ficou observando a paisagem lá fora. Ficou pensando em como adoraria visitar aquele jardim. Parecia tão colorido e perfumado... realmente seria?
— Muito bem. Já pode parar de disfarçar. – Keith chegou mais perto dela, acompanhado de Sophie. A verdade era que Alice havia ouvido a conversa, mas não prestou atenção, então, de certa forma, não sabia de nada.
— Então... vamos continuar, Sophie? – Alice abriu um sorriso amigável, que esperava não parecer falso.
— Ah! Quanto a isso.... – Sophie parecia sem graça, como se relutasse falar o restante. — Não serei mais sua guia. Tenho que resolver um problema que apareceu e por isso seu guia será....
— Eu. – Keith cruzou os braços em frente ao corpo e a encarou de cima a baixo. O que estaria analisando?
A verdade é que o garoto estava nervoso. Não gostava muito de humanos, principalmente depois do que fizeram com sua amiga, Morgana. Sua dona, sua mestra, a pessoa que o resgatou, cuidou dele e o ensinou tantas coisas....
— Você?!? – Alice não pôde deixar de arregalar os olhos, surpresa. Ele pareceu odiá-la, por que seria seu guia? Não havia outros que pudessem fazer isso?
— Sim. Não faça essa cara patética. Eu não odeio você. Só não confio em você como os outros. – E finalmente desviou o olhar.
— Bom... até mais, Alice! Tenho que ir agora. Boa sorte! – Sophie deu um abraço rápido nela e se transformou em gata, enquanto saía correndo apressada.
— Até. – Alice observou a bola de pelos brancos até que sumisse de vista pelo corredor. Sentia-se estranha, mas não sabia explicar o motivo.
— Vamos logo. Ainda tenho outras coisas para resolver. – Keith começou a andar na frente dela sem esperar para ver se o estava seguindo.
— Por que não confia em mim? – Apressou-se em segui-lo, quase tropeçando nos próprios pés.
Keith não respondeu a pergunta dela, pelo contrário, apenas continuou andando e mostrando os cômodos daquela casa, que já não era mais o velho e sujo casarão Katzen. Era um lugar bonito, luxuoso e confortável.
Em cada porta de madeira ricamente entalhada havia uma plaquinha dourada, aparentemente sem nada escrito. Para que fosse revelado o nome do cômodo era necessário dizer um encantamento bem simples: No ouro entalhada a verdade deve ser revelada. E qualquer um, contanto que fosse autorizado pelos líderes dos CATS, era capaz de realizar esse encantamento.
— Isso é bem útil, mas não seria mais fácil deixar a escrita aparecer sem truques? – Ela não pôde deixar de perguntar.
— Não se você não quer que seus inimigos encontrem cada coisa que está protegendo. – Ele respondeu num tom indiferente. Pelo menos não estava parecendo irritado, apenas entediado.
— Os CATS têm muitos inimigos? – O olhar curioso de Alice pareceu chamar a atenção dele.
— Alguns. Os humanos, principalmente. – E lançou um olhar penetrante a ela. — Por isso, atrás de algumas dessas portas há muitos perigos e armadilhas mortais. Não deve esquecer de usar o encantamento antes de entrar.
— Não vou. – Podia sentir que o rosto havia empalidecido. Então, se por acaso esquecesse de usar o encantamento para saber onde estava entrando, poderia morrer?
— Já chega de olhar o interior. Vamos lá para fora agora. – E começou a guiá-la em direção ao magnífico jardim que avistou pela janela há algum tempo.
Até então Alice foi apresentada a uma série de cômodos que iam do quesito “normal” ao “extraordinário” e desse para “estranhamente assustadores”.
Entre os normais estavam os quartos, os banheiros, a cozinha, a sala de estar, a sala de jantar, o hall de entrada, a sala de reuniões e o sótão.
Nos extraordinários poderiam ser encontrados a sala de treinamento, o salão de jogos, a sala de música, a sala de aula (onde aprendiam algumas coisas necessárias para a vida como humanos em cada época), a sala de cinema (com uma televisão enorme) e a biblioteca (que possuía tantos livros que fizeram Alice pensar se naquele cômodo havia algum tipo de magia de expansão do espaço).
Agora, no quesito estranhamente assustadores estavam o cômodo do fogo (onde aparentemente a pessoa que entrasse teria toda a água de seu corpo drenada), o cômodo da água (onde se você não fosse uma sereia, morreria afogado), o cômodo dos guardiões (onde havia oito guerreiros prontos para enfiar uma espada em seu estômago assim que pisasse ali dentro) e diversos outros cômodos menores que também reservavam atrás de suas portas a morte certa de qualquer inimigo dos CATS que entrasse ali.
Também havia outro cômodo, que não se encaixava em nenhuma dessas categorias. Keith não quis mostrar a ela como era por dentro, mas a plaquinha dizia Altar de Nyx. Alice foi obrigada a engolir sua curiosidade, porque por mais que perguntasse seu guia não lhe dava nenhuma resposta.
“Que porcaria de guia...” Pensou incomodada enquanto o seguia para o jardim. “Pelo menos lá fora o ambiente deve ser mais agradável.”
Realmente o jardim era um lugar colorido e perfumado. Parecia algo saído de um conto de fadas. Borboletas, esquilos, passarinhos e diversos outros animais pulavam e voavam para lá e para cá entre flores cheirosas e árvores frutíferas.
Alice e Keith seguiam por um caminho de pedras, que os guiava por toda a extensão do jardim. Havia algumas fontes, banquinhos de pedra e balanços pendurados em árvores. Seria um ambiente lindo para as fotos de um álbum de casamento. Tinha uma atmosfera serena e romântica.
Tudo isso fez com que Alice refletisse sobre uma coisa: eram quatro líderes, dois garotos e duas garotas. Seriam eles dois casais? Keith e Sophie talvez fossem namorados ou noivos? E quanto aos outros dois, Alina e Tom?
Antes que pudesse perceber, sua boca já havia deixado escapar a pergunta que tinha acabado de se formar em sua mente.
— Keith, você e a Sophie são um casal?
🐾
Heeey!
E aí? Estão curtindo a história?
Estou muito animada, e queria compartilhar isso com vocês, pois fui convidada a participar de um Café com o Escritor em uma escola aqui perto de casa. Os alunos leram meu livro, o Fantasy, e agora vão conversar sobre ele comigo.
Pensem só como isso é maravilhoso! Vocês também não ficariam mais animados se quando tivessem que ler algo na escola pudessem ler livros nacionais sem ser aqueles clássicos com linguagem arcaica? Seria um incentivo bem melhor!
Aguardem o próximo capítulo e fiquem com os lambeijos dos CATS!!
😽😽😻
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