Capítulo 35 - O Destino da Deusa
A escuridão aos poucos foi substituída pela luz, seus sentidos voltaram devagar e já era capaz de se mexer. Abriu os olhos lentamente e logo ao seu lado estava um rosto conhecido, que sorria com lágrimas nos olhos.
— Mãe...! – Testou sua voz pela primeira vez, após ter estado por tanto tempo inconsciente. Por quanto tempo esteve inconsciente?
— Oh, graças a Deus! – A Sra. Riedel abraçou a filha com força e começou a chorar de felicidade e alívio. — Enfermeira! Ela acordou! Chame a doutora Ana! Enfermeira!
— Calma, mãe. Por quanto tempo eu... dormi? – Perguntou com cautela, sentindo a mente ainda um pouco bagunçada e confusa.
— Três dias, meu amor. – E acariciou o rosto dela com ternura. — Assim que seu pai e eu nos recuperamos daquela doença estranha de forma milagrosa.
— Doença estranha...? – E finalmente caiu a ficha de Alice. Tudo voltou à tona com tanta força que se sentiu tonta.
A Doutora Ana entrou seguida pela enfermeira e as duas fizeram uma bateria de exames e perguntas para Alice, assim que sua mãe saiu. Ninguém conseguia explicar o que havia acontecido com os Riedel, que tipo de doença tiveram e como se recuperaram tão rápido. Os três também se recusaram a dar entrevistas ou a servir de objeto de pesquisa.
A garota foi liberada do hospital cerca de 24 horas após ter acordado e seu pai tirou o dia de folga para poder acompanhá-la de perto. Não foi comprovado nada de errado com seu organismo. Sua saúde estava perfeita. Já em casa, em seu próprio quarto, Alice finalmente tomou coragem de perguntar algo para a mãe.
— Mãe... você sabe alguma coisa sobre a Liza?
— Sua amiga também acordou do estranho estado de coma. – A Sra. Riedel sorriu com alegria. — E os pais dela ligaram perguntando de você. Ficaram sabendo o que houve.
— Então... não estão mais zangados comigo?
— É claro que não! Liza está vindo te ver mais tarde. Ela insistiu tanto que os pais dela tiveram que ceder. – A mãe dela fez uma pausa e caminhou até a porta. — Vamos jantar todos juntos hoje à noite.
Alice não poderia estar mais feliz. Então o destino que Nyx lhe reservou era este, onde seus pais e Liza haviam se recuperado. Onde os pais de Liza a haviam perdoado e permitido que voltassem a ser amigas. Era maravilhoso!
Ela já estava quase caindo no sono quando outro flash iluminou sua memória. Havia se esquecido de algo muito importante. Nada estava perfeito ainda, precisava ir até o casarão!
— Keith! Ele e os CATS precisam de mim! Eu tenho que saber se estão bem. – Ela levantou da cama e calçou qualquer sapato que viu pela frente.
Sabia que os pais não a deixariam sair, mas estariam ocupados preparando o jantar para receber a família de Liza. Pulou pela janela e usou uma árvore próxima ao telhado da varanda para descer até o térreo. Correu desesperadamente em direção ao casarão, entrou pelos enormes portões de ferro, que estavam caídos no chão, e passou pela porta de entrada, que estava arrombada, sem pensar muito no que fazia.
Vasculhou todos os cômodos dali, mas não havia ninguém. Nenhum sinal dos CATS. Teriam ido para outro lugar? Para onde? Por que não disseram nada para ela? Agora sentia-se muito deprimida. Eles a haviam abandonado?
Um vulto branco chamou-lhe a atenção e correu até o cômodo aonde parecia tê-lo visto entrar. Não estava raciocinando direito sobre os perigos que poderiam haver ali. Assim que entrou no quarto, caiu de joelhos no chão, quase gritando de alegria.
— Sophie! – Alice gritou o nome da gata, enquanto lágrimas se formavam em seus olhos. — Você está viva! Onde estão os outros?
— Miau! Alice, você voltou! – A gata branca se destransformou e a abraçou com força. — Você veio atrás de nós! Está viva!
— Sim! Estou viva! E fico feliz que você também esteja! Onde estão os outros? Onde estão Tom e Alina? Keith...? – Alice observou a expressão de Sophie mudar, tornar-se sombria e triste de repente.
— Alice... Nós estamos vivendo do outro lado do elevador, no Reino do Sol, mas...
— “Mas” o quê? O que foi? – E sentiu um desconforto no peito, como se soubesse que a notícia que viria a seguir não seria nada boa.
— Tom, Alina e eu estamos cuidando dos CATS, mas o Keith... ele não está bem.
— O que ele tem? Onde está? Me leve até ele! – Ela sacudiu a garota pelos ombros, aflita.
— Miau! Calma! – E lançou um olhar feio para ela. — Ele está no altar de Nyx, do outro lado do elevador.
— E o que está fazendo lá? É alguma missão?
— Vamos até lá e você vai ver.
— Tudo bem.
Alice não estava gostando da expressão no rosto de Sophie. Sentia que algo muito ruim estava por vir, mas seu coração se recusava a acreditar que isso seria um sinal sobre o que havia acontecido com Keith.
Do outro lado do elevador, Sophie levou Alice até o altar de Nyx, mas demorou um pouco mais do que calculou. Os membros da sociedade cercavam as duas o tempo todo, querendo ver Alice de perto agora que sabiam que ela os havia salvado da morte e destruído os Hunters.
— Saiam! Com licença! Saiam da frente! – Sophie puxava a garota pelo braço e abria caminho em meio aos gatos, transformados e não transformados, que se amontoavam nos corredores.
— Finalmente! – Alice falou as palavras mágicas depressa e entrou no cômodo de supetão.
Lá dentro foi surpreendida por três bruxas conhecidas, Solange, Milly e Morgana, que estavam junto com Tom e Alina ao lado de... mas o que era aquilo? Parecia um caixão de vidro como o da Branca de Neve. Quem estaria ali...?
— KEITH! – E correu até o corpo que jazia ainda em forma humana, inconsciente. — O que aconteceu? Por que ele está assim? Não está morto! Não pode estar!
Ela praticamente se escorou no caixão e encostou o ouvido no peito dele, pretendendo auscultar seu coração batendo, mas não havia qualquer som. Os olhos dele estavam fechados e seus braços envolviam um bastão dourado, decorado com algumas pedras azuis.
— Keith... – Alice sussurrou com a voz embargada pelo choro. — O que aconteceu?
— Alice. – Morgana foi até ela e tocou seu ombro com delicadeza. — Foi o Cetro de Andrakar.
🐾
COMO ASSIM PRODUÇÃO??? QUE HISTÓRIA É ESSA?? EU JURO, MEUS LEITORES, QUE ESTOU COMO VOCÊS!
Eu realmente não sei como a história consegue tomar um rumo sozinha, mas consegue. Mal precisa de mim.
Juro que não planejei nada disso! Meu final seria glitter e purpurina! Minhas histórias nunca me obedecem!
Lambeijos dos CATS 😻😽😽 Até a próxima!
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