Capítulo 15 - Mutualismo

KATY NARRANDO
Aquele Puta. Roubou meu homem. E já estamos em Outubro, a eleição da líder das animadoras de torcida vai ocorrer em três semanas. Eu precisava daquele francês. Agora que tudo acabou preciso de uma tática tenho que achar outra imagem para me vincular.

E já sei bem qual e quem pode me ajudar para isso. É hora de fazer uma ligação para a ex do meu melhor amigo.

JUAN NARRANDO
Não posso mais arriscar ficar sob a ameaça de Alejandro, preciso mexer nas coisas da minha mãe e descobrir como funciona o tráfico.

Ela saiu para ir fazer algo importante e deixou o celular carregando. Eu nunca mexi. Só abre com a digital dela. Vamos! Pense em algo, Juan!

Pego um pedaço de durex e um pouco de um dos pós de maquiagem da minha mãe. Passo o pó na marca da digital, ponho o durex em cima e... pronto. Consegui.

Tem acesso ao e-mail dela. Preciso olhar se tem alguma troca de e-mail com a tal Giovanna. Tem um bem antigo de uns 6 anos.

Elas falam de um evento. E tem uma segurança elevada. A Xerife fica de prontidão o dia todo. Três empresas de segurança particular trabalhando em conjunto. É uma tal festa anual do Solstício de inverno. Tenho que contar isso ao Alejandro. Só pode ser isso. Convidados ricos, muita segurança, feito em um galpão em Idaho... em outro estado? Por que a Xerife comanda um esquema de segurança fora de Catarina? E ainda por cima fora do estado da Califórnia?!

Essa é a minha carta de fuga para as chantagens de Alejandro.

TAYLOR NARRANDO
Estou dentro desse bordel. Isso um dia será meu. É um saco não poder administrar, mas não posso me arriscar. A empresa do papai vai ser dividida em duas. A fábrica de enlatados, que será minha, e a distribuidora de enlatados, que será do meu irmão. E tem nossos negócios alternativos.

Mas não posso descuidar do Alejandro. Aquele mexicano dos infernos vai se ver comigo. Ele não vai destruir minhas riquezas.

Recebo uma ligação. É Katy.

- Katy?
- Sim.
- O Edward?
- Pra quê? Você já tem o Jacquie.
- Ele ouviu?
- Fez o quê?
- E quer minha ajuda pra se fazer de vítima. Sim, eu te ajudo.
- É claro que o Edward topa.
- Qual o seu plano?
- Muito bom. Você vai se reeleger.
- posso sim, mas você vai me fazer um favor.
- Garanta que a Juan fique o tempo inteiro longe do Alejandro. Não quero que aquela cria de inglês com puta latina fique em cima de meu ex namorado querendo descobrir meus segredos...
- Sim, ele está fazendo isso.
- Então? Estamos de acordo?
- Negócio feito.

SOLANGE NARRANDO
Por que o Bello quer tanto me ver a essa hora? Não faz o menor sentido. É de noite. E não temos intimidade para nos vermos a essa hora.

Ele chega até mim e diz:

- Muito obrigado por vir. Preciso da sua ajuda. E acho que você vai querer a minha.

- Por que você quer minha ajuda? E o que você pode fazer por mim que tanto me interessa?

- Me ajude a expor o Padre Federico e eu lhe ajudo a derrubar o reinado de terror, preconceito e machismo da Taylor Wolverstyle de uma vez por todas. - Ele fala e aquilo me leva ao delírio. Ele é presidente do grêmio e tem a proteção de Alejandro. O Edward não vai revidar. E sem o irmão para intimidar, ela vai ter que se arriscar a jogar por si própria.

- O que você pode fazer para o Reino dos Wolverstyle cair?

- As líderes de torcida são só mulheres, o regulamento anti bullying da escola é ultrapassado, os bailes sempre respeitam aquele velha e ultrapassada regra de que qiem convida são os meninos. E se homens pudessem ser animadores de torcida? E se mulheres pudessem ter times esportivos? E se as práticas de bullying fossem punidas com advertências e fossem anotadas no currículo os casos mais sérios? E se houvesse um baile onde as meninas fizessem o convite aos rapazes?

- E o que você quer em troca? - Pergunto.

- Me ajude a achar algo que exponha o Padre Federico e faça a Xerife mandar ele para uma prisão em San Diego. O que me diz? Feminismo e Orgulho LGBT unidos contra Taylor e Federico.

- Negócio fechado.

NARRADOR

Samuel caminhou até a casa dos irmãos Cardoso em EastCity. O caminho parecia uma cena se apocalipse. Inúmeros usuários de Arriba por toda parte.

Ele parou em frente a porta de uma casa de madeira. Parecia ser muito fria, ainda mais morando na parte de Catarina que faz divisa com o deserto. Um péssimo lugar para estar durante o inverno.

Samuel olhou novamente para a porta. Pensou se aquilo que iria fazer seria a melhor maneira de cumprir a promessa que fizera a Jackson.

Ele irá ajudar muitas pessoas. Mas, e se der errado? E se ele for pego? Será traficado? Morto? Ou será que tudo isso é um paranóia criada por Alejandro?

Ele bate na porta, e então se depara com uma figura de cabelos castanhos caídos sobre a testa.

- Samuel? - Bello parecia bem confuso sobre a visita de Samuel.

- Oi, Bello. O Alejandro está? - Sam pergunta ao mais novo.

- Estou! - Ele ouve uma voz do fundo da casa. E então um mexicano de cabelos loiros surge a porta. - Bello, volte para dentro por favor.

O garoto volta para dentro do conforto de sua casa.

Os dois remanescentes ficam se olhando. Ambos tinham um olhar sério, mas ainda assim, tão tristes.

- Eu aceito. Já aceitei a verdade. Eu sou um ladrão. Você é um incendiário. Juan é um cumplice de sequestros. Somos três perdidos.

- Então, vejo que aceitou. - Alejandro diz.

- Mas quero saber uma coisa. Por que você quer tanto fazer isso? Está se vingando pela sua perda? - Samuel pergunta.

- Eu não sou tão mal quanto pensa. Nem tudo o que eu faço é por mim. Faço o que faço por Bello. Sei que passo a imagem de alguém desalmado, mas eu amo meu irmão. Quero dar uma vida boa para ele, eu planejava fazer chantagem para ganhar dinheiro e pagar uma faculdade para o Bello no Vale do Silício. Mas, eu vi que não poderei fazer isso, prefiro acabar com a zona deles e pedir ao governo para que Bello curse uma universidade pública com bolsa integral e auxílio moradia. - Alejandro fala com o mesmo tom frio de sempre, mas dessa vez não tinha rancor em sua voz, apenas tristeza. - Eu sou um caso perdido, só quero cuidar do meu irmão até o dia em que morrerei e irei para o inferno. Eu sou um caso perdido, mas o meu irmão não é.

Samuel não sabia, mas esse acordo era o começo do seu fim.

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