Skumon

Na pequena cidade de Griindly, os moradores contavam uma lenda sobre um ser da noite e do nevoeiro... Skumon. Essa criatura estranha e de aparência grotesca, não só rondava pesadelos, como também os nevoeiros.

Dizem, que esse ser, sai todas as noites rondando pela cidade e também pelo pequeno bosque na saída de Griindly. Também se conta, que esse monstro adora nevoeiros, caso algum nevoeiro comece a surgir por perto, era um bom motivo para se trancarem em casa.

Mas ele nem sempre avisa quando vai aparecer, as vezes ele aparece e carrega quem ver pela frente.

Um certo dia, um viajante havia chegado a pequena cidade, não tivera qualquer tempo de se informar sobre as crenças do local e nem nada do que era contado sobre o Skumon. Para guardar os fotos e todos os momentos de alegria em sua viajem, o viajante passou a andar pela cidade fotografando tudo o que via. O mesmo não se preocupou com a estranheza do local, caminhou em direção ao bosque apenas tirando as fotos.

O bosque era estranhamente silencioso, e o viajante só percebeu que estava perdido ao se ver totalmente rodeado de silêncio e todas as vozes das crianças gritando enquanto corriam e dos mais velhos conversando, haviam sumido.

O viajante, curioso com o local e a aparência estranha daquele bosque, começou a andar em passos lentos em direção ao mesmo.

— Ei! — uma voz masculina chamou, o mesmo se assustou e deu um pulo para trás. — O que estava fazendo aí? — um homem de quase 40 anos perguntou, o viajante o olhou assustado, demorou um tempo até que o mesmo se recuperasse do susto.

— Só estava tirando fotos senhor...

— Saia daí, anda!

Confuso ele andou em direção a ele, seus olhos se mantinham presos em algo atrás de si, o que o deixou confuso. Mas antes ele pudesse olhar para trás, o homem o segurou pelo ombro e o guiou de volta a cidade e o levou até uma pousada em que pudesse se ospedar.

A curiosidade do viajante só aumentava, aquele homem era calado demais, algo naquela pequena cidade era muito estranho e misterioso. Havia algo naquele bosque que ninguém queria que ele descobrisse.

— Tome! — o homem lhe entregou um cordão com um amuleto, era uma pedra totalmente branca que brilhava.

— O que é isso? — ele perguntou maravilhado com a beleza da pedra.

— Skymun. — o homem respondeu.

— Onde encontram dela? — o homem o olhou desconfiado.

— Essas pedras não podem ser comercializadas — ele disse mais sério ainda.

O viajante fez uma careta mais logo tratou de disfarçar a mesma, aquelas pedras poderiam sim lhe gerar um grande lucro.

— Foi só curiosidade. — ele respondeu dando de ombros.

— Fica perto do bosque — o homem disse encerrando logo aquele assunto. — tem algo mais importante que precisa saber, — o viajante voltou sua atenção para ele. — hoje mais cedo, você quase foi pego pelo Skumon.

— Skumon? — ele franziu o cenho.

— Ele estava naquele bosque, bem atrás de você — ele sentiu seus pelos se eriçarem. — ele não o fez porque mais alguém apareceu, e porque eu usava o amuleto. — ele disse tirando o amuleto para fora. — esse amuleto foi feito para afasta-lo das pessoas, aquela coisa não se importa com nada a não ser matar seu desejo por sangue, é a morte que o alimenta.

— Eu... Eu não sabia.

— É claro que não, mas deve prestar mais atenção.

Ele disse aquilo e foi embora pra sua própria casa.

O viajante aproveitou a tarde para conhecer a cidade, conhecer seus costumes, crenças e mais um pouco sobre o "Skumon".

— Ele foi um homem normal, — disse uma mulher de quase 50 anos. — antes de virar aquela coisa.

— Normal? — o homem perguntou confuso.

— Sim. — a mulher disse enquanto balançava a cabeça freneticamente. — Eu não sei bem, mais é o que dizem. — ela terminou dando de ombros e fazendo uma careta.

— Dizem que era um homem estranho — uma outra já mais nova complementou. — e que ele virou aquilo depois de ter matado a sangue frio uma das velhas anciãs da cidade.

— Quando foi isso?

— A muitos anos, — o senhor na mesa ao lado respondeu. — ele matou a mulher sem qualquer motivo.

— Só por matar? — o viajante perguntou chocado e o outro acenou concordando.

— Simplesmente porque ele quis matar. — ele respondeu encolhendo os ombros.

— Ele foi amaldiçoado depois disso — a mulher a sua frente voltou a falar. — por isso vive no bosque.

— Como ele é? — o viajante perguntou, não tinha chegado a ver a coisa, mas aquilo o deixava curioso.

— Eu não faço ideia. — a mais velha disse abanando as mãos.

— Quem já viu não voltou pra contar — o outro homem disse com uma risada seca.

— Eu que não iria querer saber. — a mais nova disse. — nem se eu fosse você!

• • •

A noite estava quente, o viajante revirava de um lado e outro da cama. Já sem sono resolveu se levantar um pouco e sair para fora, tinha tirado o amuleto que o homem lhe dera e o deixara em cima da mesa.

Todos na cidade já dormiam, a pouca luz da lua clareava o caminho.

O homem saiu andando pelas ruas da cidade sem qualquer rumo. Elevou a mão em busca de seu cordão e não o encontrou, talvez pudesse voltar para buscá-lo, mas aquilo não fazia sentido, talvez os moradores quisessem apenas que ele ficasse longe daquelas pedras... Sim. Aquelas pedras preciosas o rederiam muito dinheiro.

Ignorando aquilo, ele simplesmente foi em direção ao bosque.

O lugar era ainda mais estranho quando iluminado pela lua. No começo era apenas um bosque muito estranho, mas ao chegar no meio do caminho, viu muretas erguidas, como se alguém realmente morasse ali. Formava um corredor decrépito e decadente. Um nevoeiro estranho se formava ao redor e tudo parecia ficar ainda mais quente.

Continuou andando até parar no que parecia ser o centro do bosque. Havia ossos por todos os cantos, nas árvores e no chão, o lugar fedia a morte e sangue, no canto a frente, estava o que parecia um trono de pedra e uma coisa estranha estava parada ali.

O homem caminho a passos lentos até o trono de pedra, quanto mais se aproximava, sussurros eram ouvidos, ficando cada vez mais alto. A coisa sentada naquele trono grotesco não deu qualquer sinal de vida. Os olhos estavam fechados, seu corpo era esqueleto e coro seco, de uma cor nada normal, em sua cabeça, estranhamente pequena pro tamanho dos chifres, em suas mãos haviam garras grandes e pontudas, em uma delas, havia uma pedra da que o viaja te procurava, bem maior e muito mais brilhante.

Sem pensar duas vezes ele agarrou aquela pedra e depois de muito esforço tirou a pedra dele.

Mas isso não era algo que devia ter sido feito...

Skumon abriu seus olhos revelando o vermelho horripilante. O homem assustado se virou para correr dali, porém ele não sairia daquele lugar tão fácil.

Uma mão logo agarrou sua cabeça o erguendo do chão e o virando pra ele, o pavor em seu rosto cresceu ainda mais quando viu sangue escorrer por sua boca como se ele estivesse salivando. Ele tentou se soltar, mas as garras agiram entravam em sua mais fundo em sua cabeça a cada vez que ele tentava se soltar, fazendo com que gritos ecoassem pelo bosque.

— Tolo! — Skumon debochou com uma voz horripilante. — Esse é o pagamento por sua ambição idiota.

Sem que ele parasse para pensar, as garras entraram mais fundo em sua cabeça, a apertando. O homem só parou de gritar quando sua cabeça foi despedaçada por aquela mão, fazendo com que o sangue se espalhasse pelo local.

O mesmo jogou o corpo contra uma árvore qualquer e voltou a passos lentos até seu trono. Lambeu o sangue em suas mãos se deliciando com aquilo e fechou outra vez os olhos.

Ele ficou ali por anos, continua sentado ali e esperando por alguém que se aventure por lá, ele sempre espera. E as vezes também ronda pelas cidades atrás de qualquer um que ele queira provar seu sangue.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top