recomeçando

Naquela manhã, todo o Palácio estava preguiçoso, depois da confusão na noite anterior todos só queriam poder dormir tranquilamente em suas camas e descansar.
Jungkook acordou sentindo o corpo de Jimin ao seu lado, ele sorriu e enterrou o nariz nos fios do marido, o ômega dormia tranquilamente abraçado ao lado em que a perna do marido não estava machucada. Como prometido Jungkook havia "recompensado" Jimin, o que os deixou exaustos, então não pensou duas vezes antes de abraçar melhor o rapaz e voltar a dormir.
Já Namjoon havia acordado cedo, mesmo cansado e machucado ele não queria ficar na cama, queria levantar e começar a ajudar na limpeza que os invasores causaram, mas Jin tinha outros planos, quando o general estava levantando, o rapaz o abraçou e puxou para si o trazendo para cama novamente, o abraço de Jin era tão bom... Então eles se aconchegaram melhor e depois de alguns carinhos voltaram a dormir abraçados.
Tae acordou se sentindo no céu, a cama quentinha e macia passava uma tranquilidade incrível, além da lembrança do que fez com Yoongi na noite anterior... ao lembrar dos toques e sons do amado sorriu sentindo seu rosto queimar. O rapaz então abriu os olhos e sentou na cama, ao seu lado a cama estava bagunçada porém vazia, ele olhou em volta e encontrou Yoongi parado em frente a janela, apenas de roupão, afinal eles haviam dormido sem roupa mesmo.
O alfa então levantou, sem se importar em vestir algo, e foi até marido o abraçando por trás, aproveitou e puxou um pouco o roupão, revelando a marca entre o ombro e o pescoço que havia feito na noite passada, para depositar um beijo fazendo Yoongi estremecer.

— Bom dia amor.

— Bom dia, gostou de dormir no quarto novo?

— Gostei mais de dormir com você.

Tae começou a deixar beijos sobre a pele de Yoongi, seguindo do ombro até o pescoço, deixando um beijo singelo em seu queixo, com cuidado ele girou e os guiou para cama. Sem a menor pressa, deitou Yoongi e abriu seu roupão enquanto beijava seu peito. Antes de por seu corpo sobre o dele, Tae admirou o corpo esparramado na cama, a marca estava fresca ainda na pele clara, instintivamente ele levou a mão para própria marca. Sem paciência, Yoongi entrelaçou as pernas na cintura de Tae e o puxou para perto iniciando um beijo que transbordava paixão e desejo.

Já era de tarde quando Hoseok levantou, ele foi até a cozinha e pegou algo para comer logo saindo em direção à prisão. Em uma das celas num canto escuro, o pai de Hoseok estava deitado olhando o teto em silêncio, ele se assustou então com a chegada do rapaz mas nada disse.
Hoseok havia pedido para um guarda o levar até a cela e o deixar entrar, o homem então ficou na porta, com a espada na mão, esperando enquanto ele sentava ao lado de seu pai.

— Trouxe comida. – sem olhar para o mais velho, Hoseok estendeu um pão para ele.

— Por que se preocupa com um bandido velho como eu?

— Porque querendo ou não, você ainda tem o mesmo sangue que eu.

Então, sem esperar uma resposta, ele saiu indo atrás de seus amigos.
No meio da aldeia, Yoongi puxava algumas tábuas que caíram da pequena casa, entre os entulhos e coisas queimadas avistou uma boneca de pano um pouco suja de fuligem e carvão, ele pegou o brinquedo nas mãos para ver melhor quando ouviu uma voz fofa falando perto de si.

— Dá dá.

Uma criancinha veio cambaleando em meio aos restos da casa enquanto sua mãe tentava a chamar, "Não incomode o imperador" ela dizia, mas a criança foi até em frente Yoongi e ergueu as mãos.

— Dá.

— Ela é sua? – Assim que a criança acenou que sim, ele se abaixo e mexeu nos cabelos dela entregando a boneca – cuide bem dela viu, tanto ela quanto você sobreviveram com coragem, vocês são fortes. 

A criança sorriu para Yoongi e o abraçou com carinho, logo correndo para a mãe mostrar o brinquedo resgatado. O imperador sorriu ao ver a alegria daquela criança, o cansaço que ajudar na limpeza da Vila havia lhe causado pareceu desaparecer de seus ombros conforme via o brilho no olhar da garotinha. Ele ouviu então seu nome ser chamado, rapidamente virou procurando o som e viu Hoseok vindo em sua direção, tentando desviar de trabalhadores e escombros.

— Parece que começaram a trabalhar cedo.

— Que nada, a gente começou logo depois do almoço, mas os soldados estão ajudando, e as pessoas da Vila estão voltando e ajudando também, então está sendo rápido.

— Muitas perdas?

— Maioria material, mas ainda assim houve algumas mortes.

Ali perto, Jin erguia parte de um telhado que havia desabado, mesmo sob protestos de Namjoon que não queria que ele se esforçasse. Então por não ser ouvido, mesmo com o braço machucado, Namjoon foi ajudar, dessa vez Jin quem tentou impedir mas foi ignorado.
Assim que deixaram no chão aquele pedaço de entulho se ouviu um grito infantil ecoando. Eles se viraram para ver o que era, um garotinho estava parado ali perto e olhava para baixo da parede caída. 

— VOVÓ!

Com o grito da criança os dois rapazes correram retirar a parede, o que foi um pouco difícil por conta de Namjoon só poder usar a força de um braço, mas alguns soldados que também ouviram o garoto foram ajudar. Caído no chão, já frio e sem vida, estava o corpo de uma idosa, o garotinho com lágrimas nos olhos correu se ajoelhar ao lado do cadáver, segurando com suas pequenas mãozinhas a mão fria de sua avó.

— Vovó...

Jin não pode aguentar aquela cena, seus olhos se encheram de lágrimas e ele abraçou Namjoon enquanto seu corpo tremia. Todos ali se comoveram com o pequeno garotinho.

— Jin, o que acha de ter um filho?

Namjoon recebeu um olhar confuso do marido, mas que logo notou a intenção dele e concordou. Os dois rapazes então se abaixaram ao lado do garotinho para conversar.

— Você tem família? – começou Namjoon.

— Minha vó era minha familia.

— Qual seu nome?

— Soobin.

— O que acha de ter dois papais Soobin?

As covinhas da bochecha de Namjoon eram adoráveis, mas as covinhas do sorriso de Namjoon após receber um abraço do pequeno Soobin eram a coisa mais fofa que Jin já havia visto.

...

O pequeno Soobin estava receoso ao entrar na sala de jantar do Palácio, antes de ir para lá Jin havia lhe dado um banho, lhe posto roupas novas e dito que agora ele iria conhecer seus tios.
Os rapazes só não levaram um choque muito grande pois Namjoon já havia dito que haviam adotado um garoto que perdeu a avó com a invasão, mas mesmo assim ainda se surpreenderam ao ver o garotinho.
Tae foi o primeiro a sorrir e abraçar o garoto, fazendo o coração de Yoongi se aquecer com a cena do marido levando a criança no colo até a mesa. Não demorou muito para ele se enturmar e fazer parte da família.

Uma semana depois, Hoseok estava quieto durante o jantar, o que chamou a atenção de todos, mas o único que foi corajoso de perguntar o motivo foi Soobin.

— Tio Hoseok, você tá bem?

— Sim pequeno, só pensativo, acho que preciso partir logo pro Grande Conselho. Meu avô não deve gostar que eu fique longe do trabalho por tanto tempo.

— Ou você pode ficar aqui. – a oferta de Yoongi fez os olhos de Hoseok brilharem – temos tantos quartos, e esse lugar é tão vazio...

3 meses depois...

Soobin corria animado pelo Palácio, na manhã seguinte aconteceria um festival na Vila, em comemoração de ter sido reerguida depois do ataque, e também aconteceria a coroação de Tae, juntamente com uma cerimônia de casamento entre Tae e Yoongi melhor planejada e sem esconder a verdade, sendo agora aberta ao público para todos comemoraram juntos.
Logo o pequeno garoto encontrou seu pai ajudando com as flores usadas na decoração, ele chegou de fininho até o homem e abraçou sua perna lhe dando um leve susto.

— Colo papai.

Jin sorriu ao ver o filho, se abaixou com cuidado e pegou o garoto no colo, mesmo em pouco tempo Soobin havia se acostumado bem com o lugar e as pessoas, as vezes ele ainda acordava chorando no meio da noite lembrando de sua avó, nesses momentos abraçava firme seus pais até cair no sono novamente. 
Um grito então ecoou por todo Palácio, Jimin estava chamando por Jungkook e pela voz estava bravo, Jin saiu as pressas carregando Soobin ver o que estava acontecendo. No meio do pátio, Jungkook estava conversando com Namjoon e Yoongi, quando ouviram os gritos de Jimin o rapaz tentou se esconder inutilmente atrás dos mais velhos. Alguns funcionários haviam parado suas tarefas ao ouvir o barulho, enquanto Hoseok e Taehyung vieram correndo ver o que estava acontecendo, Jin que acabara de chegar no pátio entregou Soobin para Taehyung e foi até o marido prevendo que deveria ajudar.

— JEON JUNGKOOK!!!

Jimin andava pisando firme, punhos cerrados, rosto vermelho, assim que avistou seu marido sua raiva pareceu aumentar, Jungkook apenas se encolheu esperando o que viria. O rapaz caminhou até os amigos e parou em frente a eles, de braços cruzados e batendo o pé, nem foi preciso dizer nada para Yoongi e Namjoon darem um passo para o lado liberando a visão de Jungkook.

— Jeon Jungkook seu irresponsável!

Antes que pudesse lembrar o que havia feito, ou deixado de fazer, Jungkook já estava recebendo tapas do marido.

— Seu idiota, eu mandei você tomar cuidado. Mas você não me ouviu!

Jin então se pôs entre os dois para que não virasse uma briga seria, abraçou Jimin, que de debatia em fúria, para Jungkook poder dar alguns passos até ficar em uma distância segura.

— Calma aí Jimin, o que aconteceu?

Lágrimas então rolaram pelo rosto de Jimin, ele se virou abraçando firme o rapaz em sua frente e assim ficaram um tempo, quando o choro cessou ele ergueu o rosto sorrindo e se afastou um pouco para poder olhar para Jungkook.

— Eu... estou grávido.

Jungkook não viu mais nada, apenas caiu desmaiado.

No dia seguinte

Toda a vila estava animada, as flores enfeitavam o local enquanto barraquinhas de comida estavam por toda parte. Próximo ao meio dia todos se reuniram em frente as escadarias do Palácio para esperar os noivos.
Tae estava esperando Yoongi terminar de se arrumar, quando Jungkook veio lhe chamar que uma mulher queria falar consigo. Qual não foi a surpresa do rapaz ao ver sua mãe parada lhe olhando com um sorriso falso.

— Filho, que saudades!

O rapaz estava em choque, a mulher que o rebaixara, o abandinara e  largara sozinho no quartel estava em sua frente, no dia que deveria ser um dos melhores de sua vida, lá estava ela estragando seu ânimo.

— O que você veio fazer aqui?

— Vim ver o casamento do meu filho, parece que meu convite se perdeu já que não recebi a tempo, esses empregados são uns inúteis, devia mandar pra prisão viu, mas vim mesmo assim. Vamos morar nesse Palácio agora? Parece bem grande, devo trazer minhas malas hoje ou amanhã? Ou melhor, vou mandar os empregados buscar, afinal esse monte de incompetentes deve servir para algo além de comer as custas do Reino. Estou tão orgulhosa que você resolveu honrar suas presas, meu anjinho agora virou o imperador, finalmente vou ganhar a vida de luxo que sempre mereci.

— Não.

— Não o que, querido?

—  Primeiro, não me chame de querido, seu convite não se perdeu, você simplesmente não foi convidada pro casamento, muito menos para morar aqui! Você a vida toda me humilhou e me ignorou, me largou naquele inferno e nunca respondeu uma carta sequer. Acha que agora é só chegar aqui e tudo se resolve?

— Moleque ingrato, eu sou a sua família.

Yoongi então apareceu, com seus trajes de casamento em tons dourado e vermelho vibrante, coroa de flores vermelhas na cabeça, sorrindo sem saber que era sua sogra ali, ele parou ao lado do marido que rapidamente o notou.

— Eu já tenho uma família, bem aqui, e você não faz parte dela, assim como você disse que eu não fazia parte da sua família.

Com um sorriso no rosto, Tae entrelaça as mãos com Yoongi e vão juntos até o lado de fora do Palácio.
O povo saúda com ânimo os imperadores, nesse dia Hoseok estava como um dos padrinhos, já que abandonou o Grande Conselho para viver no Palácio, e o seu avô comandou a cerimônia.

— Caros companheiros, nesse dia iremos oficializar a união dessas duas almas que tanto se amam. É com grande honra que celebro esse momento. O casal que reergueu e salvou seu povo. Sei que não é necessário, pois o amor de vocês é visível, quase palpável, alem de já serem casados, mas como manda o protocolo, você, Agust D, aceita Kim Taehyung como seu esposo, o recebendo como seu alfa?

Um burburinho se espalhou, muitos ficaram chocados com a revelação que o imperador era um ômega, mas Yoongi não deu importância, apenas sorriu.

— Aceito.

— Kim Taehyung você aceita Agust D como seu esposo, o recebendo como seu ômega, prometendo o proteger, mesmo que não seja muito necessário, já vimos o imperador na guerra não é mesmo, mas aceita? 

— Eu aceito.

— Então podem se beijar para selar a união. Declaro-vos casados.

Com um grande sorriso, Tae levou suas mãos ao rosto de Yoongi e o puxou para um beijo apaixonado, após se separarem eles entrelaçam as mãos e se viraram para o público.

— Eu tenho um comunicado para todos! Eu, Kim Taehyung, esposo de Agust D, mais novo imperador, alfa lúpus da família Kim, e agora do Clã Min, declaro a queda da lei ancestral criada junto com o nosso Clã, a lei que afirma que ômegas não podem governar sem se casar, a lei que afirma que não se pode ter um beta no trono, eu, Kim Taehyung, diante de todos aqui presentes declaro oficialmente a queda da lei a partir de hoje. E digo mais, nenhuma lei semelhante poderá ser posta sobre essas terras, nem que se passe mil anos ou mil gerações.

Aquilo foi recebido com grande comemoração entre o aldeões, Yoongi sussurrou um estou orgulhoso para Tae antes de o puxar para mais um beijo.
Em meio a multidão, Jimin e Jungkook avistaram seus pais, as duas famílias estavam ali lado a lado para a comemoração. Eles foram até eles, sendo recebidos com abraços e carinho por suas famílias, Jimin então pediu licença para contar uma novidade.

— Mãe, pai, sogro, sogra, então... vocês vão ser avós, eu estou esperando um bebê.

Os pais de Jungkook comemoraram e abraçaram Jimin parabenizando pela gravidez, já o pai de Jimin precisou segurar a esposa que desmaiou, e Jungkook... ele foi segurado por um aldeão antes que caísse no chão, afinal também havia desmaiado, mesmo que não fosse novidade para si, contar aos seus pais fez com que o impacto da notícia caísse novamente sobre si.

— Filho... que sorte tivemos com as pessoas que escolhemos pra casar... acho melhor esses dois não estarem no dia do parto – brincou o pai de Jimin recebendo risos como resposta.

O pai de Jungkook então carregou o filho até o Palácio, enquanto o pai de Jimin carregava a esposa, já Jimin e a mãe de Jungkook conversavam animados sobre a criança que iria nascer.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top