📌 capítulo 5
Eu levo a taça de champanhe rosé à boca e fecho os olhos, sentindo o líquido borbulhante a deslizar-me pela garganta. Era a quarta taça da noite, estava aborrecido e via naquela bebida o meu único entretenimento.
Os homens vestidos de terno, sentados um pouco afastados conversavam sobre boas estratégias nos negócios, enquanto eu e os seus acompanhantes ao meu lado fofocavam sobre a vida alheira, falavam sobre viagens e moda. Eram os meus assuntos favoritos, mas eu só conseguia concentrar-me na única senhora que estava no círculo dos homens.
Ela era bonita, não tanto como eu, mas era. A sua beleza não era daquelas que intimidavam, contudo, parecia ser muito inteligente. Os homens estavam intrigados em tudo o que saía da sua boca, inclusive o meu futuro marido.
Aliás, eles pareciam estar flertando sultimente. Trocavam olhares furtivos e tocavam-se constantemente. Talvez Theodore estivesse interessado nela, e o facto de eu ter que me casar com ele atrapalhou os seus planos.
O caso era simples: após se aperceber de que estávamos prestes a perder tudo, a minha madrinha propôs entregar todas as suas ações do banco ao Theo e em troca ele casava-se comigo, quitaria as nossas dívidas e sustentaria-nos. E como ele era bastante ambicioso não pensou duas vezes antes de aceitar já que tudo o que mais queria era recuperar as ações que o seu pai deixou para a minha madrinha, e eu como não estou disposto a viver na miséria também não hesitei em aceitar o acordo.
Mas, Theodore sempre fez questão de deixar claro que não me suportava e que eu não fazia o seu tipo, ele gostava de mulheres e homens inteligentes, que entediam de negócios, que sabiam a diferença entre bolsas de valores e mercados financeiros.
Como aquela mulher parecia saber. Provavelmente ele não lhe diria no carro para se manter em silêncio o caminho todo e evitar falar o desnecessário à frente dos seus amigos para não envergohá-lo.
— Está bem Liam?
Issac Mccall perguntou com uma expressão preocupada. Eu assenti com um sorriso mínino e bebi mais champanhe.
— Estou ótimo. Do que estavam a falar mesmo?
Issac piscou confuso e disse-me que estavam a comentar acerca do péssimo desempenho nas passarelas de um modelo soviética que estava a ser apontado como a nova aposta do mundo da moda.
— Hoje em dia qualquer pessoa magra e alta com muitos seguidores nas redes sociais pode ser modelo, reclamou Stiles, indignado. — No meu tempo tinha que saber desfilar e ter carisma. Agora qualquer um pode virar uma celebridade com uma câmera.
Nós rimo-nos do seu tom lamuriento. Depois da sexta taça de champanhe eu já estava rindo de tudo o que as pessoas à minha volta diziam.
— Posso saber quantas taças de champanhe tomou?
Theodore puxou-me para um canto e perguntou-me ao ouvido. Eu fechei os olhos e sorri ao inalar com satisfação o seu cheiro.
— O suficiente para fazer amor com você em frente dessas pessoas sem me preocupar com as consequências.
Eu ri-me escandalosamente do que achei de dizer, deixando-o irritado.
— Fica aqui, eu vou despedir-me do senhor Mccall.
Eu puxo-o pela gravata quando ele fez a menção de afastar-se.
— Do senhor Scott ou da sua amante? — Perguntou fuzilando-o com os olhos.
— Comportar-se Liam.
Eu olho para o seu corpo forte sob o termo com desejo quando vejo-o afastando-se. Milhares de pensamentos libidinosos passam pela minha mente, eu adoraria percorrer todo ele com a ponta da minha língua. Fecho os olhos, sentindo a parte da minha íntima coberta por uma fina calcinha preta pulsando.
— Vamos.
Theodore segura o meu braço e guia-me às pressas até a saída. Eu sinto o ar gelado da noite arrefecendo gradativamente a minha pele quente.
— Eu quero dançar Theodore! Vamos até a alguma boate, se quiser posso fazer um belo striptease para você!
A minha sonora risada exolode pelo carro. Theo termina de ajeitar rapidamente o meu cinto de segurança e aftasa-se parecendo nervoso.
— Cala a boca Liam, não deveria ter bebido tanto.
Eu me aproximo dele e com audácia passo de leve a língua pelos lábios.
— Eu não me importaria se você me calasse com um beijo. — Um sorriso malicioso tomou-me conta da feição.
— Para mim você não passa de uma criança. Uma criança inconsequente e estúpida.
Eu abri a boca para respondê-lo, mas ao invés de palavras eu senti um gosto ácido na minha garganta antes de vomitar em cima das suas calças.
Essa foi a última lembrança que eu tive antes de desmaiar.
[.......]
Abro os olhos, sentindo as pálpebras pesando. Deitado de costas vejo resquícios do que aconteceu na noite anterior passando pela minha cabeça vagamente.
Ao lembrar-me quando vomitei em cima de Theodore penso em ficar recluso dentro do meu apartamento para sempre. Provavelmente ele xingará-me e humilhará quando estivermos cara a cara, não perderá essa oportunidade de certeza.
Passos os dedos pelas têmporas sentindo uma leva enxaqueca, ouço duas bateladas na porta antes desta ser aberta sem cerimónias, confuso, vejo a silhueta masculina mover-se no quarto escuro, exceto por alguns raios de sol teimosos que adentravam pela fresta de persianas. Ele vai até à janela e abre-as, deixando que a luz invada completamente o quarto.
Eu semicerro os olhos, tentando me acostumar àquela toda a claridade. Pelos vistos eu não estava na minha penthouse como supus minutos atrás.
— Como está se sentindo?
Ele ocupou uma poltrona perto da cama, o seu olhar repressor fez-me desviar os olhos para um quadro perto da porta.
— Eu estou desarrumado e ainda não lavei os dentes. Não quero que me veja desse jeito.
Passo os dedos pelos fios embaraçados, tentando torná-lo mais apresentáveis.
— Fútil como sempre doce Liam.
Eu senti o ar chegar-me aos pulmões com dificuldade ao ouvi-lo prenunciando lentamente o " doce Liam" por instantes até me esqueci que ele havia me chamado fútil. O magnetismo sexual que eu sentia por Theo começava a crescer cadenciadamente, e isso não me agradava de modo algum.
— Lembra das suas besteiras na noite restrada?
O seu tom soará frio, eu naturalmente recusei-me olhar para o seu rosto, evitando um possível olhar de admoestação.
— Lembro-me apenas de ter me excedido na bebida e ter vomitado nas suas calças. Desculpe-me.
— Você disse que não se importaria de fazer amor comigo à frente dos meus amigos.
Eu revirei os olhos e engasguei-me com a minha própria saliva, incrédulo com a sua revelação.
— Mesmo embriagado nunca tê-lo-ia dito isso. Está aproveitar-se para caluniar-me. Como é baixo Theodore!
Levanto-me poesseso de raiva. Ao invés de revidar ele apenas analisa o meu corpo, que momento encontra-se coberto por uma camisola de cetim.
Rapidamente desviou o olhar e soltou um pigarro.
— Não vai me dizer que essa camisola é das suas putas? — Perguntou cruzando os braços.
— Como se bastassem todos os seus defeitos que possui, ainda é boca suja. — Disse Ele.
Encaro o desafiadoramente.
Theodore levanta-se da poltrona e ajeita o seu paletó. — Você merece que eu lhe dê algumas palmadas na bunda ou lave a sua boca com sabão. Arrume-se depressa para o pequeno almoço.
Ele abandona o quarto me deixando sozinho. Fecho os olhos e respiro fundo antes de abrir a porta perto do seu closet. Como supos era o banheiro.
O cômodo era bastante moderno. Retirei a camisola e joguei dentro do cesto de roupa suja, e entrei no box, ligando o chuveiro logo em seguida.
Esse foi o capítulo de hoje😁 espero que tenham gostado.
Laim com ciúmes? Perdi tudo quando Theo chamou Liam de doce.
Não se esqueçam de partilhar, comentar e votar🩷
Até ao próximo capítulo.
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