📌capítulo 1
Havia uma bela cafetaria localizada na 34th, chamada " El Paris coffe." Era um lugar calmo, geralmente com poucos fregueses e consequentemente silencioso. Perfeito para degustar um café com leite na presença de um romance, ou fazer um acordo que mudará o rumo da sua vida para sempre.
Quando abri a porta, um sininho tocou levemente, como que anunciado a chegada de mais um freguês. O espaço era bastante quentinho, contratando com o clima frio de fora, um lugar aconchegante com paredes de tijolo, e mesinhas em estilo bistrô. Aproximei-me do balcão para fazer o meu pedido, uma garota de cabelos ruivos com uma franjinha e um rosto sardento logo notou a minha presença.
- Bom dia, moço. O que deseja? - Proferiu com um sorriso Cortês.
- Eu vou querer uma caneca de café puro e sem açúcar e um pão francês com manteiga sem sal light.
Ela anotou rapidamente em seu bloquinho de notas. Dei uma rápida olhada no relógio e ocupei uma messa mais afastada das demais, aquele ponto de encontro foi escolhido minuciosamente, o meu acompanhante não gostava de atenção indesejada.
Pelo menos foi o que eu pensei antes de vê-lo descendo de uma Ferrari preta novinha em folha, é claro que aquela exibição não passou batida aos olhos dos poucos fregueses dentro da cafeteria e de algumas pessoas que andavam pela avenida de Beacon Hills.
Theodore Karl Reaken, 29 anos de pura prepotência de um diretor de um grande império bancário. Apesar da tenra idade ele tinha a astúcia do diabo, sabia usar todo o dinheiro, influencia e beleza que possuía ao seu favor.
O homem entrou no estabelecimento e bastou uma rápida avaliação pelo espaço para que os nossos olhos se cruzassem. Eu senti um calafrio perpassar por minha coluna quando ele começou a caminhar até mim.
Theo sabia do poder que exercia sobre as pessoas à sua volta e aquilo só alimentava mais o seu ego.
Quando ele ocupou a cadeira à minha frente eu adotei uma expressão sisuda e endereitei a postura como mademoiselle Argent me ensinara nas suas aulas de etiqueta. O cheiro do seu perfume inebriante trouxe consigo pensamentos libidinosos que envolveram a minha mente de uma forma perversa.
- Eu trouxe o contrato, quero que você assine agora.
Theo Reaken pronunciou-se sem cumprimentos ou conversas trivais. A sua voz era firme e destacava o facto de estar impaciente.
- Moço aqui está o seu pedido. - A garota ruiva anunciou, parado ao nosso lado, com um sorriso nervoso. Os seus olhos estavam presos no homem de expressão séria que estava prestes a esganar-me caso eu não assinasse o maldito contrato que selaria as nossas vidas para sempre.
- Obrigada querida. - Agradeci gentilmente, ajudando- a a colocar o meu pedido sobre a mesa.
- O senhor vai querer algo? - Perguntou a ruiva franzindo as sobrancelhas, enquanto mordia o lábio inferior. Reaken fitou- me nos olhos intensamente, um claro aviso de que ele estava a perder a porra da paciência.
- Os senhores têm whisky? - Perguntou Theodore.
Eu revirei os olhos e encarei a menina. - Ele vai querer um café puro.
Ela assentiu e retirou- se, parecendo nervosa. Fito Theo com o sobrecenho franzido, eu não estava disposto a assinar aquele contrato pré- nupcial deliberadamente. A minha liberdade estava em jogo.
- Se aceitei casar-me com o senhor foi por consideração ao meu pai que lutou tanto para construir o seu império. Iria contar- me o coração ver os bens que ele se matou para conseguir irem à mão de estranhos.
- Poupa-me do seu discurso fraternal, Liam. Ambos sabemos que é um garoto egoísta, se aceitou casar-se comigo, é porque está preocupado com o seu futuro. Tem medo que a sua carteira despenque caso as pessoas saibam que à sua família foi à falência e que o seu pai deixou-vos como herança inúmeras dívidas.
Olhei para os lados, preocupado com a possibilidade de alguém curioso estar ouvindo a nossa conversa. Seria o cúmulo para mim se amanhã essa informação estivesse espalhada nos sites de fofocas.
- Cale a sua boca Thedore! Eu proíbo você de tocar nesse assunto! E o senhor não é um santo que irá se casar comigo por amar. Essa união irá se beneficiar mais a si do que à minha família.
A garçonete entregou o pedido, colocando cuidadosamente sobre a mesa e antes de retirar-se, e claro não conseguiu segurar um suspiro bobo ao olhar para Theo com devoção.
- E você tem muito a perder? Como é que a sua mãe vai continuar a pagar os seus solos e os críticos para você continuar como número um da Royal ballet school de Beacon hills?
- O que disse? - Olhei para o homem à minha frente com incredulidade. A minha voz soou alta demais, fazendo com que alguns fregueses encerrassem-me em repreensão.
- Deixa de teatro Dunbar. Vai dizer que não sabe que a sua mãe paga uma fortuna à mademoiselle Argent para te dar os melhores solos nas peças?
Estratei os olhos na sua direção e cerrei os pulhos.
- Está a mentir, como sempre quer me humilhar, pois sabia que eu não sou como você! - Apontei o dedo na sua cara. - Não preciso decorrer a artifícios para sobressair-me. Se estou onde estou foi graças ao meu sacrifício e dedicação.
A sua risada reverbera pelos meus ouvidos, deixando-me ainda mais encolerizado.
- Eu não minto baby. Se tem dúvida que estou lhe dizendo, pergunta à sua querida mãe.
Levantei-me bruscamente, fazendo com que a cadeira caísse ao chão, provocando um barulho horrível e tirando-me mais uma vez o centro das atenções. Mas, não liguei, rapidamente abandonei a cafeteria pisando duro.
Eu temia que aquela informação fosse verdadeira, e que Theodore não estivesse a jogar só mais um dos seus joguinhos sádicos, pois ele tinha prazer em provocar-me e fazer- me perder a postura.
Amaldiçoo o dia em que nos vimos pela primeira vez à seis anos atrás. Tinha quinze anos e estava deslumbrado por ele. Eu e metade das mulheres e homens que preenchiam o salão onde decorria mais um dos jantares beneficentes organizado pela senhora Pierce, a sua madrasta, que por ironia era uma das pivôs do casamento arranjado que eu e o seu enteado estávamos prestes a organizar.
Theodore era demais em todos os sentidos. Grande e alto, moreno e musculoso demais, sensual e bonito demais, arrogante e prepotente demais, soberbo e cínico demais.
Dentro daquele salão ele olhava para todo o mundo com desdém. E para o meu azar eu havia derramado uma taça de champanhe rosé no seu terno caro, apartir daquele dia ele marcou-me e passou a infernizar-me sempre que nos cruzávamos em algum evento. Ele odiava-me. Mas, não creio que o seu ódio seja apenas por eu derramar aquela bebida na
sua camisa feita sob medida por um importante alfaiate italiano como ele fez questão de ressaltar entre dentes.
Eu gostaria de saber o motivo de tanta aversão, que começava a ser recíproca pelo jeito como ele me tratava.
Espero que tenham gostado da nova fanfic 🫶🏻🤍
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