3- Ginecologista

Na hora marcada, Tessa entrou no café Saint Germain, um lugar frequentado por 60% de pessoas usando ternos. Ela usava uma camisa curta o bastante para cobrir apenas os seios e os ombros, shorts jeans com um palmo e meio de comprimento, e tênis All-Star.

A garota entrou na cafeteria e foi direto ao balcão para fazer alguma pergunta, mas quando seus olhos percorreram os clientes, levantei timidamente a mão, indicando onde eu estava.

- Bom dia, Nina. - Tessa sentou-se em uma cadeira em minha frente e colocou a bolsa na cadeira ao seu lado.

- Bom dia, Tessa. - Fechei o meu notebook e olhei para a jovem. - Eu tenho uma proposta para te fazer, mas não sei por onde começar, tenho medo do que você possa pensar de mim.

- Pode parar por aí, eu sou pobre, não sou prostituta. Eu sei que as palavras começam com a mesma letra, mas o significado é bem diferente. - Tessa fez menção de se levantar da mesa, mas eu sorri nervosamente e falei:

- Não é nada do que você está pensando, não é para fazer programas. Eu só quero que você acompanhe o meu marido por mais duas ou três horas. - Expliquei à jovem.

- Você está achando que o seu marido está te traindo? - A morena falou mais alto do que deveria, e eu tive que colocar a mão em sua boca para que parasse.

- Eu não tenho nenhuma prova, não quero ser injusta. Preciso saber se ele está fazendo algo de errado. Vou te pagar 200 para que você fique com ele por 3 horas, 100 agora e 100 quando o trabalho estiver pronto.

- O que eu tenho que fazer? - A jovem perguntou, mas dessa vez falando mais baixo.

- Basicamente, você vai ligar para o consultório e marcar uma consulta para amanhã às 17 horas com o doutor Jonathan, que é o meu marido. Quando chegar lá, você fará uma vídeo chamada, e eu te direi o que fazer. Você precisa me ligar exatamente quando chegar, pois estarei em uma reunião, mas estarei vendo tudo no meu celular. Só não vou poder ficar falando muito, então preste atenção. Aceita o trabalho?

- Que loucura! Quem chega 3 horas antes de uma consulta? - A morena, agora vestindo uma minissaia, blusa frente única preta, sandálias de salto e o longo cabelo castanho totalmente solto, parecia estar indo para uma balada, em vez de uma consulta.

- Qualquer desculpa serve. Você mora longe, estava por perto fazendo algo, aproveitou para esperar a consulta.

- Tudo bem, vou ser discreta. Não deixarei ninguém perceber que estou fazendo uma vídeo chamada. De vez em quando, mexerei no celular como se estivesse olhando alguma coisa. Prestarei atenção a qualquer olhar sedutor ou atitude suspeita, especialmente relacionados ao Jon e à secretária. - Falei enquanto caminhava para o palco, onde me deparei com 800 pessoas esperando pela palestra sobre empreendedorismo, na qual eu era uma das palestrantes.

Posicionei o tablet que continha todas as anotações importantes sobre o assunto e coloquei o meu celular com a vídeo chamada ao lado.

-Empreendedorismo significa empreender, resolver um problema ou situação complicada. É um termo usado no setor empresarial e muitas vezes está relacionado com a criação de empresas ou produtos novos. O conceito de empreendedorismo foi usado inicialmente pelo economista austríaco Joseph Alois Schumpeter (1883-1945).

A palestra de Nina já havia começado, o que significava que eu estava por conta própria. Tentava manter o celular virado para a secretária, que o tempo todo estava fazendo algo na recepção, mas o ponto alto era quando o doutor Jonathan saía do consultório.

Eu já havia trocado de mão várias vezes, meu celular parecia pesar tanto quanto um tijolo. Após 1 hora segurando-o, eu já estava com sono. Minha vontade era dizer "foda-se" e ir embora, mas eu já havia gastado os cem reais que Nina me deu no dia anterior para comprar gás.

O fone sem fio ligado ao celular captou Nina falando sobre a importância do empreendedorismo.

- O empreendedorismo é essencial na sociedade, pois é através dele que as empresas buscam inovação, transformando conhecimentos e ideias em novos produtos que serão colocados no mercado. - Nina tagarelava.

Por várias vezes, percebi que cochilei por alguns segundos, mas espero que Nina não tenha percebido.

Tentava prestar atenção na conversa de outros pacientes na tentativa de continuar acordada, mas era inútil. Depois de quase 3 horas naquele lugar, eu já sabia que uma das secretárias estava brigada com a mãe, a paciente à minha direita estava com medo de estar grávida, a coroa atrás de mim marcava uma consulta de 2 em 2 meses só porque achava o médico gato.

Estava contando os minutos para ir embora quando uma das secretárias chamou o meu nome. Eu havia esquecido totalmente o celular com a vídeo chamada ligada. Segurei o celular de qualquer forma e fui até o balcão de atendimento.

- Consultório 3. - A secretária falou, e eu, que não gosto de hospitais, muito menos de médicos, me vi sendo pressionada a ir para uma consulta que eu não precisava.

Qualquer coisa, pelo menos eu poderia pedir um atestado médico para não faltar no trabalho, já que quem pagou a consulta foi a Nina, quando depositou o dinheiro para que eu pudesse passar o cartão de débito.

Entrei no consultório e coloquei minha bolsa com o celular em cima de um gaveteiro. O doutor, com um sorriso largo, se apresentou:

- Sou o doutor Jonathan. Tessa, é a primeira vez que faz um preventivo?

- Preventivo? Sim. - Respondi, sem ligar o nome à pessoa.

O doutor fez mais algumas perguntas e depois me mandou tirar a roupa e vestir uma blusa estranha que estava no banheiro. Em seguida, quando ainda estava mexendo em algumas coisas, me mandou deitar na cadeira e colocar as pernas em lugares que me deixavam tão exposta quanto nunca estive antes.

O doutor colocou luvas e, quando eu menos esperava, sua mão estava em minha intimidade.

- Sério, não vai me pagar um pastel com caldo de cana antes talvez um açaí? - Falei nervosa, sabendo que não havia desligado a vídeo chamada, e para piorar, o celular estava virado exatamente para o local do exame.

- A senhorita esqueceu de tirar a calcinha. - O doutor falou revirando os olhos, enquanto eu tentava tirar a calcinha.

- Você é virgem? - O doutor perguntou, provavelmente devido à minha atitude bizarra e minha insistência em evitar ginecologistas.

- Não, mas também não sou experiente. Tive um namorado que não era muito bom nisso. Perdi a virgindade aos 17 anos, mas foi só com ele. - Falei, pegando a calcinha e tentando  jogá-la na frente da câmera, o que não funcionou porque ela acabou caindo no chão.

- Quando foi sua última relação? - O doutor perguntou antes de iniciar o exame de toque.

- Relação sexual mesmo foi há muito tempo, mais de 7 meses, porque não estou pegando ninguém. De vez em quando, me masturbo, afinal, ninguém é de ferro, certo? - O doutor segurou o riso antes de realizar o exame de toque.

Dos males, o menor, pelo menos estava sendo examinada por um médico atraente. O doutor Jonathan tinha olhos verdes, cabelo preto e barba da mesma cor. Seu corpo parecia bem musculoso, e suas mãos... tenho certeza de que ele notou o quanto eu estava excitada enquanto ele fazia o exame. Quando o doutor parou de me tocar, notei que ele estava olhando para sua luva completamente molhada. Quando pensei que havia acabado, o doutor colocou um instrumento gelado que parecia ter uns 30 centímetros na coitadinha.

- Isso é um pouco desconfortável. - Ele falou.

- Para falar com propriedade, imagino que já tenha experimentado. - Falei malcriada.

Ainda bem que eu já estava bastante lubrificada, o que facilitou bastante. Assim que o doutor Jonathan me mandou me vestir, corri para desligar o celular para que ele não percebesse. No banheiro, tive que usar quase meio rolo de papel higiênico para me enxugar, estava tão úmida.

De dentro do banheiro, pedi o atestado para o doutor, e após vestir a roupa, nem olhei nos olhos dele. Peguei meu atestado e fui para casa.

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