°•ORDEM XXVI•°

715/01/04, Reino de Alveberia, capital Mherga, nos portões de Dunkel.

"Com as tragédias nos tornamos mais sinceros com nossos sentimentos."

Com o fim da guerra, as tropas de Alveberia retornaram para a capital, sendo recebidos com aplausos, gritos e trombetas. As ruas de Mherga estavam enfeitadas com rosas vermelhas e brancas como representação da bandeira do império, e as armaduras dos cavaleiros reluziam nos raios de sol. Era como se toda a nuvem negra que pairava sobre eles havia sumido.

Stephanie acolheu todos os elogios com um sorriso no rosto, cumprimentando seu povo. Ela estava orgulhosa por ter protegido aquelas pessoas mais uma vez, apesar de ter sacrificado algo ao longo do caminho. Seu sorriso apenas fraquejou quando o desfile de vencedores teve seu fim com o fechamento dos portões.

A imperatriz se sentia bem mesmo que todos ficassem em alerta após seu súbito desmaio, e a tristeza que morava atrás de sua máscara perfeita durante o passar dos dias. Leon foi devidamente tratado antes que o pior acontecesse, retirando um pouco do pesar que Stephanie carregava.

Seus homens desceram dos cavalos, os guiando para o estábulo, e se dirigindo para uma ala de descanso reservada para descansar antes de voltar para seus familiares. Os feridos foram encaminhados para a enfermaria do palácio, recebendo os cuidados necessários, e os mortos entregues para suas famílias, sendo esta recebendo uma quantia de dinheiro.

As últimas ordens sempre eram mais difíceis para Stephanie.

Quando chegou o momento dos enterros, as famílias dos guerreiros tinham os olhos inundados de lágrimas, encarando o corpo de seu ente querido cheio de saudade. No fim da cerimônia, eles conversavam com Stephanie com os olhos opacos, dando-lhe um sorriso quebrado, insistindo que estava tudo bem, porque havia protegido seu território com honra.

A imperatriz não iria pressionar mesmo não acreditando, então apenas abaixava a cabeça em agradecimento, dizendo palavras de consolo.

Naquele dia, faltando poucas horas para o sol se pôr, Stephanie havia terminado seu encontro com as famílias, lhes entregando uma quantia generosa de dinheiro. A mulher retirou-se da sua cadeira, arrastando sua capa branca, caminhando até o campo onde inúmeras covas estavam sendo abertas. Parou em frente a primeira fileira aberta, abaixando lentamente a cabeça, e consecutivamente seus joelhos, erguendo seu vestido branco, o deixando espalhado a sua volta. Uma brisa suave atravessou o campo, trazendo conforto para a soberana.

Encarou o fundo da cova aberta, e mudou seu foco para as outras diversas, imaginando as centenas de corpos enterrados. Descansou a mão enluvada sobre a grama seca, permitindo que o luto por todos aqueles e aquelas que ela não conseguiu proteger invadisse sua alma. Fechou os olhos, uma lágrima solitária percorrendo seu rosto.

Ela entendia que fez uma trilha de mortes, mas foi necessário.

Era sobrevivência. Era a lei suprema. O forte se ergue e o fraco declina.

Matou diversos da alta sociedade para se manter no poder, porém, não nutria sombras de arrependimentos. Se alguém lhe perguntasse se faria de novo, ela responderia que sim. Não importava quantas vezes fosse, sempre seguiria o caminho do sangue.

Foi aquele o legado que seu pai deixou, e não desviaria dele.

Abriu os olhos devagar, sobressaltando quando algo macio, fofo, a abraçou de costas. Ela virou o pescoço, encontrando uma figura diminuta a agarrando com força, afundando o rosto nas sedas de suas vestes, as apertando como se ela fosse desaparecer. Seu olhar suavizou, um sorriso se formando, colocando a mão cálida na cabeça do garoto.

— Estou de volta assim como o prometido, Luigi — Ela disse, comprimindo os lábios para segurar o choro, mas foi impossível. Era difícil adotar a postura de força quando sentiu a textura dos fios de seu filho. Ele estava ali. Vivo e saudável.

O garoto ergueu o olhar, os olhos chorosos cruzando com os da sua mãe.

A mulher em um segundo puxou seu filho para um abraço apertado, beijando-o na bochecha, e no topo da cabeça, mantendo um sorriso verdadeiro, enquanto observava Luigi derramar mais e mais lágrimas contidas durante o tempo separados.

Ela o segurou, prometeu que estaria com ele para sempre.

O apertou mais forte contra o peito, não se importando se suas roupas ficaram ensopadas de lágrimas. Na realidade, os modos imperiais não existiam para Stephanie quando seu filho estava envolvido. Faria qualquer coisa por ele.

— Meu pequeno tesouro, me escute atentamente. Nós sempre estaremos ao seu lado, lhe guiando em todas as circunstâncias. Nós iremos te proteger com todos os recursos possíveis. Você é nosso pequeno mundo, o que nos liga, o futuro dessa nação — descreveu, a voz saindo mais grave devido ao choro.

Nós? — Luigi se atreveu a ficar confuso, se afastando do ombro da mulher, fungando. Com as mãos, tentava limpar as lágrimas, tornando suas bochechas mais vermelhas do que já estavam.

— Sim, eu e seu pai — ajudou o garoto a limpar as lágrimas. Em seguida, lançou um sorriso mostrando os dentes, ajeitando a franja do garoto. O cabelo dele estava um pouco grande. Era hora de cortar.

— Papai estará conosco a partir de agora? — questionou com os lábios ameaçando se curvarem de felicidade. Stephanie apenas assentiu a cabeça com entusiasmo, recebendo um grande sorriso do garoto e um abraço bem apertado. Ela riu, e o segurando nos braços, levantou-se, caminhando de volta para o palácio.

— Você quer visitar seu pai? — Stephanie deu mais passos mais lento enquanto dobrava entre um corredor e outro, acompanhando a luz do sol esfriando, afetando diretamente na temperatura, a tornando mais amena.

Esperou paciente a resposta do menino, que não demorou para ser liberada.

Luigi agitou a cabeça e moldou as palavras com os lábios, os olhos brilhando.

Stephanie soltou um riso anasalado, percorrendo outro corredor até chegar aos seus aposentos. Girou a maçaneta, fechando a porta atrás de si sem dificuldades, guiando seus passos até a cama. Admirou a expressão tranquila de seu marido, acompanhando o ritmo hipnótico de como seu peito subia e descia. A prova de que ele estava vivo. Que ele não havia lhe deixado.

Leon estava desacordado desde o ataque. Havia se passado duas semanas e alguns dias, mas ele não mostrava sinais de abrir os olhos. Então significava muito para Stephanie ouvir sua respiração e os seus batimentos cardíacos.

Ela mantinha o imperador sem blusa, apenas com as calças para não abafar os ferimentos que ele conquistou, além do rasgo em sua têmpora. Sua testa e seus olhos estavam vendados, e talvez, quando acordasse teria a possibilidade de sequelas em seu olho esquerdo. Mas Stephanie ainda preferia ele vivo do que ele inteiro, sem cicatrizes e morto.

Desceu Luigi de seus braços, que se apressou para segurar a mão encaixada de seu pai.

Aproximou-se, encostando a testa na mão do progenitor, fechando os olhos.

— Fique bem logo, meu pai. Ainda tenho muitas coisas para perguntar e fazer com o senhor. Momentos especiais, e novas memórias sagradas — desejou, e Stephanie sentiu-se feliz em presenciar aquela cena. O garoto ainda se importava bastante com o pai.

Luigi se afastou, alcançando a mão de Stephanie, entrelaçando com a sua.

A mulher apertou com força, tomando um passo para ficar mais próxima do leito, mexendo na franja de Leon da mesma forma que seu com seu filho.

— Acho que não irá demorar para ele se reunir conosco — revelou, e abaixou o olhar, encontrando sendo vítima do olhar curioso de Luigi. Ela riu, e o pegou nos braços, se retirando do quarto. — Por hora, deixamos ele descansar. Agora teremos que nos aprontar para o grande baile que acontecerá daqui uns dias.

Luigi assentiu, ainda com a visão perdida no quarto dos pais.

Em seguida, olhou para a janela, vislumbrando as estrelas, e pediu para que seu pai acordasse logo.

715/01/08, Palácio Dunkel, salão principal.

Com exatamente quatro dias, Stephanie, juntamente com sua equipe — Naw, Ayrton e as empregadas do palácio —, conseguiram arrumar belamente o lugar para receber os vencedores da guerra. Talvez a menor delas já tenha participado. Normalmente, guerras duram entre dois a três anos. Stephanie e os demais não se incomodaram com esse fato, pois uma longa duração de conflito gerava desânimo e grandes furos na economia do império. A imperatriz passou anos evitando gastar indevidamente o dinheiro do povo, e não desejava gastar com ferro ou novas remessas de cavalos.

E mesmo com alguns gastos, o salão estava decorado com os melhores artigos. As cortinas de uma coloração vermelha mais clara foram trocadas pelas de vermelho vinho, as cordas usadas para amarrá-las douradas, banhadas a ouro, assim como os minúsculos detalhes dos guardanapos postos na mesa. A tapeçaria de cristal. Os talheres e os pratos de prata.

Os convidados estavam deslumbrados, se deleitando o máximo que poderiam de toda aquela beleza. O único que encarava tudo com o cenho franzido era Yan Asdared, recusando-se a aceitar bebidas ou comidas. Atitude que deixou Honig, sua esposa, com uma tonalidade avermelhada, o encarando com os lábios em uma linha perfeita.

Ela não educaria seu marido, então, apenas passou a maior parte da espera pela imperatriz o ignorando. Era fácil tomar aquela ação, já que fazia um bom tempo desde a última vez que viu seu marido. Apenas o viu caminhando sobre a mansão depois da anunciação de vitória do reino.

A doce melodia dos instrumentos teve uma pausa, assim como os movimentos dos nobres, o local sendo preenchido com o som de trombetas. A porta central finalmente foi aberta, revelando Stephanie — com seu vestido azul marinho degradê, com um corpete sem alças, com jóias dando um realce, combinando com as espalhadas pelas camadas grossas dos babados da saia com uma leve abertura sendo possível enxergar parte de sua perna e saltos da mesma cor da roupa —, acompanhada por Charlotte.

A rainha apresentava uma roupa com a ideia contrária a de Stephanie. O seu era vermelho com preto, o corpete também sem alças, apresentando uma leve abertura em V atrás. Ele possuía menos anáguas, e caia bem, representando rosas em seu final.

Enquanto uma era o céu outra era o inferno.

Um lado a salvação e de outro o castigo.

Elas representavam uma dualidade perfeita.

Stephanie passou o olhar diante dos nobres, parando sua atenção especificamente em Yan. Lançou um sorriso sucinto e venenoso em sua direção. De longe, ela pode sentir o sobressalto, a atenção em que o homem ficou diante dela. E teve a ousadia de semicerrar os olhos em sua direção.

Ela riu, mantendo a postura perfeita.

— Estou imensamente agradecida em tê-los reunidos aqui, compartilhando o imenso prazer dessa vitória — iniciou, seu tom brando, medindo as palavras, assim como seu pai havia a ensinado —, não direi mentiras. Não montarei qualquer teatro em relação a essa batalha, porque não foi fácil. Tivemos mortes, perdas, falhas em alguns comandos, cobrando um preço alto; porém, posso dizer que tentei meu melhor em cada um dos momentos. Hoje, eu venho dizer a cada um presente, que perseguir a vitória sem usar seus fundos. Que consegui mesmo sendo uma mulher, apesar de não ser a primeira vez que vou a linhas de frente. Que derramei sangue, fiz rolar cabeças e dominei o campo de batalha. E claro, sem meus homens, isso não seria possível.

Ela se virou para agarrar a taça de vinho servida por um dos empregados, segurando o riso após ver as expressões dos nobres. Voltou a atenção, erguendo a taça para o outro.

— Então um brinde para todos que lutaram ao meu lado, e principalmente para a rainha Charlotte, que deu fim a batalha — lançou um olhar para a rainha que encostou a taça na sua, sorrindo divertida. Ambas degustaram um gole da bebida antes de notar algumas pessoas fazendo o mesmo.

Alguns nobres estavam rígidos, envergonhados até, mas voltaram a abrir suas bocas.

Porém, seus olhos buscaram a figura de Stephanie quando ela chamou o senhor Asdared.

Olhos curiosos voaram na direção do nobre que cerrava os punhos com força, mordendo o lábio inferior, quase abaixando a cabeça, tentando fugir de qualquer que fosse as palavras de Stephanie.

— Yan Asdared - sua voz soou ácida ao cantar o nome dele —, eu não poderia esquecer de agradecer aquele que traiu a coroa, fazendo uma ponte de informações entre Alveberia e Eisen de forma tão imprudente como se eu não fosse perceber.

Todas as mulheres abriram seus leques, escondendo o choque.

Menos sua esposa. Ela cobriu a boca com as mãos, os olhos se enchendo d'água.

Apesar da revelação, ele apareceu para se manter na linha de raiva, erguendo mais o queixo, em desafio. Stephanie o parabenizou internamente pela coragem. Bem, ela não estava esperando uma atitude tão controlada. Ele sempre se comportava como uma criança.

Ela desceu os degraus da escada, indo na direção do nobre, as pessoas abrindo caminho a cada passo de Stephanie. Assim que a mulher parou em frente a Yan, ele soprou o ar depressa, com raiva, e sem hesitar levantou a mão para Stephanie, mirando em seu rosto.

Os nobres ficaram mais atônitos com a demonstração indevida de Asdared, porém, ficaram mais chocados quando a imperatriz segurou a mão do homem com força, mantendo-se impassível. Yan tentou puxar sua mão de volta, mas a mulher a segurou com firmeza o suficiente para quebrá-la. O homem sufocou um som doloroso, ficando mais avermelhado.

— Conheça seu lugar antes de sequer pensar em levantar a mão para mim — Stephanie puxou o homem para perto e com a mão livre bateu em seu rosto, deixando uma mancha vermelha. — Eu sou sua imperatriz e você me deve obediência — continuou, dando um soco no estômago do homem, o desestabilizando, em seguida fazendo pressão em seus ombros, forçando-o a se colocar de joelhos. — Esse é seu dever. Eu o ajudo, e você se reverência diante dos meus pés.

Yan tossiu, incapaz de dizer sequer uma palavra diante do comportamento de Stephanie.

No salão, o som era inabitável. Os nobres permaneceram cada um em seu canto — até mesmo aqueles que estavam de mãos dadas com os Asdared, conspirando nas sombras —, escolhendo acima de tudo a sobrevivência. Sempre elegendo suas peles ao invés de seus preferidos.

Stephanie, sem pudor algum, agarrou o queixo do homem, olhando fixamente para os olhos injetados de ódio.

— Você quer esse poder, mas não tem consciência dele ou de si. Antes de desejar me dominar ou o mundo, discipline a si mesmo. Não cheguei a este posto fingindo o que eu não sou.

Sua família roubou esse posto! Ele não te pertence, sua meretriz estúpida! — cuspiu.

— Minha família desafiou os Asdared pelo poder, e ganhou de forma justa. Tudo isso é meu.

Yan tentou se livrar do agarro de Stephanie outra vez, mas foi em vão.

— E o título que lhe restou, agora será retirado de você por tempo indeterminado. Expiará seus erros na masmorra do palácio, sem direito a corte real para ser solto — Stephanie sentenciou, e ele arregalou os olhos, se debatendo, expirando com força. A mandíbula trincada, a boca abrindo-se.

— Não pode fazer isso comigo!

— Até que eu o perdoe, você será apenas um camponês, senhor Asdared.

Ela reforçou, soltando o homem, erguendo a cabeça, encontrando uma mulher não muito longe chorando, escondendo o rosto sobre as pequenas mãos. Pensou um pouco de quem se tratava, mas recordou-se da esposa de Yan. Ela desviou o olhar, fazendo um sinal para os guardas.

Os homens adentraram na multidão, e cada um agarrou o braço do homem que se movia bruscamente, desarrumando suas vestes. Os guardas ignoraram as ofensas e os gritos de Yan, o levando para longe com suas pernas rastejando pelo piso. Stephanie seguiu seus homens até a porta pesada ser fechada.

Quando o tumulto terminou, ela ordenou que os músicos tocassem algo. De forma indiferente a cena que se desenrolou em seus olhos, eles começaram a mover os braços e os dedos. O salão ainda era preenchido de murmúrios e uma atmosfera carregada, porém, todos fizeram um ótimo trabalho a voltar à meia-normalidade. Aos poucos o espaço vazio criado foi saturado pelos nobres.

Stephanie trilhou um caminho até a esposa de Yan, removendo as mãos de seu rosto.

— Não precisa chorar. Você continuará a desfrutar do luxo. Eu estou lhe nomeando chefe da família até que seu marido seja perdoado.

Honig soluçou antes de seus olhos saltarem na direção de Stephanie.

— O quê? O que a senhora disse?

Stephanie riu.

— Estou lhe passando o poder da família Asdared.

— Eu... eu não posso - abaixou o olhar, suas mãos tremendo.

A imperatriz franziu as sobrancelhas, e segurou as mãos de Honig com mais força.

— Está tudo bem. Não vejo ninguém mais capacitado para isso.

— Mas Yan... ele...

— Ele não pode fazer nada com você de tão longe. Eu me asseguro disso.

Honig respirou fundo, e Stephanie soltou suas mãos, permitindo que ela pensasse com calma. Esperou um pouco para ouvir a resposta da mulher, e assim que alguns minutos passaram fazendo uma observação meticulosa, a senhora Asdared se curvou diante dela.

— Honrarei com meu cargo da melhor forma, senhora. Prometo não decepcionar.

Stephanie sorriu, e assentiu levemente com a cabeça. Despediu-se da mulher, e no momento que deu às costas, foi puxada por alguém. Ela entreabriu os lábios, surpresa, e ainda sem ter conhecimento de quem a agarrou, suas mãos se entrelaçaram. Seu companheiro desconhecido a fez girar nos calcanhares.

Assim que a volta acabou, aproximando seu peito do seu parceiro, viu que se tratava na verdade de uma parceira. Charlotte lançou um sorriso fino, elegante para Stephanie enquanto a guiava pelo salão, seguindo corretamente a etiqueta real. Por diversos motivos estava de bom-humor, e sempre que estava daquela maneira se tornava mais dócil e obediente.

— Como soube que ele era o traidor? — Charlotte perguntou em meio a dança.

— Não foi muito difícil. Na realidade, quem descobriu foi a coruja de Naw.

A expressão da rainha se tornou mais séria, e ele aproximou seus corpos.

— Por que não o matou por trair a coroa?

— Isso traria sérios problemas. Por enquanto eu quero os evitar.

Charlotte aceitou o ponto de Stephanie, e soltou sua mão, a música acabou.

— E o imperador? Como ele está? — mudou de assunto.

— Pensei que não se importasse com ele.

— Continuo sem me importar. Mas preciso dele bem para o atormentar sobre o novo comércio que quero iniciar pelo leste.

Stephanie não segurou o riso.

— Ele está bem — respondeu por fim, mantendo o sorriso.

No resto da noite, Stephanie e Charlotte se divertiram muito, comemorando o novo período de paz que se iniciava. No decorrer das horas, os nobres iam se despedindo da anfitriã da festa, retornando às suas propriedades, até restar somente ela. Os guardas fecharam os portões, e enquanto ela subia as escadas, suspirou.

Contudo, mesmo cansada com os últimos preparativos, se direcionou para o quarto de seu filho, dando um beijo de boa noite. O garoto já estava rendido pelo sono quando chegou, então não houve uma longa conversa como a maioria das vezes. Retirou-se do quarto, e foi aos seus aposentos, trocando de roupa, deitando-se ao lado de Leon.

E muito, muito perto do homem.

Ajeitou a franja dele outra vez. O gesto havia se tornado uma compulsão nas últimas semanas.

Apartou a mão quando percebeu que era a décima vez que fazia aquilo no dia.

Suspirou e fechou os olhos, evitando pensar na razão de estar na necessidade de sempre verificar se a pele dele ainda estava quente ou se seu diafragma estava funcionando.

Dormiu desejando que o homem acordasse logo.

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