°•ORDEM IV•°
714/10/16, Império de Alveberia, Palácio Dunkel.
"Nem tudo está sob controle. Limites podem ser quebrados."
— Vamos conversar sobre política — a voz de Leon se sobressaiu na mesa onde só havia o tintilar dos talheres. O pedido de silêncio de Stephanie era insignificante para ele.
Stephanie parou e olhou para Donatello.
— Onde está Luigi?
O mordomo tomou um passo à frente, levando a mão direita próxima ao peito.
— Senhora, sua Alteza já fez sua refeição e subiu para seus aposentos.
Stephanie desanimou em saber da notícia, mas sua atenção foi para seu marido, sorrindo.
— Especificamente que assunto?
No fim, ele não foi completamente ignorado.
— Seu possível contrato com Eisen — ele soltou os talheres e prosseguiu. — Acredita mesmo que ele irá negociar com a mulher que recusou sua proposta de casamento?
Stephanie também decidiu interromper sua refeição.
— Ele não tem escolha. Rixas não movem reinos, dinheiro sim, e eu posso oferecer — respondeu com um sorriso estratégico.
— Mas não acha arriscado?
Leon insistiu em levar o assunto adiante e Stephanie estava gostando. Ela possui uma fascinação por política como ninguém e falar a vontade com quem a entende bem é libertador.
— Talvez. Mas que monarca eu seria se não assumisse riscos? — ela conhecia os riscos como ninguém. — Estou propondo uma negociação com Eisen porque os reinos vizinhos não podem prover ferro sem faltar o deles. Não somos os únicos que devem estar protegidos.
O rei de Eisen era ganancioso e perigoso. Ele poderia estar vendo uma abertura para atacar Stephanie e este era o medo de Leon.
— Posso participar da-
— Não.
Stephanie não precisaria ouvir a pergunta inteira. Ela o interrompeu antes que o imperador acreditasse que tivesse uma oportunidade para se esgueirar nos seus assuntos.
— Por que não? — ele ergueu uma das sobrancelhas.
— Eu não quero — ela foi clara e continuou a comer.
A imperatriz levou à boca o último pedaço de carne e esvaziou a taça de vinho com pressa, porém, ainda com classe. Lançou um olhar desafiador para o marido e retirou-se da mesa.
— Isso não é motivo claro, imperatriz — Leon adiou a fuga de Stephanie.
— Não deve haver clareza nas minhas palavras quando você entende o que quero — virou-se somente meio corpo e saiu do salão.
Depois disso, sua dor de cabeça só aumentou.
No quarto, ela recebeu a ajuda de Rael para desprender seu cabelo e tirar o vestido, ficando somente com sua *combinação diária e um robe fino sobre seu corpo — a peça chegava a ser ousada —, mas Stephanie nunca se incomodou, pois, ela sempre dormia depois de Leon.
Sua dama saiu da habitação e Stephanie ao invés de deitar-se, ficou sentada, pensativa. Queria dormir, no entanto, desejava trocar as últimas palavras com seu marido.
Do outro lado da porta, Leon já girava a maçaneta e quando adentrou no quarto, levou um pequeno susto, vendo a figura feminina ainda acordada e no escuro.
— Você é tão lerdo — reclamou Stephanie com uma voz lenta e pesada.
Seu companheiro ficou impassível diante da observação e seus dedos deslizaram para os botões do seu gibão, logo o tirando e em seguida sua blusa, revelando seu corpo desenvolvido por sua posição no império, mas o cobriu rapidamente com a sua túnica e não amarrando na cintura.
— Deite-se — Stephanie ordenou subitamente.
Leon não sabia o que estava havendo com sua esposa, mas não iria a atormentar depois de tudo que aconteceu no dia — sua cota de comportamentos ousados tinham um limite e ele não sabia até quando Stephanie manteria a paciência —, ir à forca não era uma morte honrosa.
Após encostar seu corpo na cama, ela também o fez.
— Imperatriz... você quer falar alguma coisa? — Leon perguntou confundido com a atitude incomum dela.
No próximo segundo, o homem não acompanhou com os olhos como Stephanie tinha conseguido ficar sobre ele, apenas sentiu seu peso nas suas coxas e seus dedos apertando com força o tecido da túnica. Leon sentou-se na cama e Stephanie ajustou-se de acordo com a posição.
— Parece que você esqueceu do que eu ensinei — Stephanie murmurou e seus lábios se curvaram num sorriso. — Na cama, querido, você não fala nada.
Leon ficou estático e desejou saber quem era a mulher à sua frente. Não era a Stephanie que ele estava habituado a lidar — era de anos atrás —, parecia que a mulher estava vagando em tempos perdidos.
Porém...
Leon não recuou. Ele entrou na divagação da esposa — de forma sorrateira, o imperador, guiou sua boca, aproximou-se do ouvido da mulher — e permaneceu quieto, deixando seu hálito quente aquecer a orelha da imperatriz.
— Não posso falar baixinho? — questionou, afastando-se, ouvido o riso fraco da mulher.
Stephanie soltou o tecido e levou seu dedo indicador até os lábios de Leon.
— Shh... — Ela pediu e seu dedo deslizou devagar dos lábios do marido até próximo do seu peito, causando arrepios em Leon.
Stephanie sentiu o efeito que causou no homem e aproximou mais seu rosto — os olhos rubros do homem eram como jóias preciosas raras e o desejo de tê-los para si só aumentava —, era insano.
Ela tinha conhecimento disso, mas ainda sussurrou baixo:
"Eles já me pertencem..."
Stephanie estava um triz para expôr sua obsessão com os olhos do marido, porém, as palavras desvaneceram da sua mente cansada quando Leon trocou as pontas de seu cabelo.
Estava escuro, Stephanie não conseguia ver claramente, mas a beleza do seu marido ainda a deixava tentada.
— Por que você tem que ser tão belo? — ela apoiou a cabeça no ombro de Leon e encarou o pescoço no ato. Estava vulnerável.
— Do que... — não houve tempo para ele terminar, pois sentiu os lábios de Stephanie em contato com a pele do pescoço, em seguida, seus dentes, o mordendo.
Leon estava tentado a tocar em cada parte do corpo de Stephanie, contudo, ela já tinha adormecido em seus braços como uma criança — sua esposa também não estava em si —, então, ele se limitou a deitar-se abraçado com ela.
Definitivamente, Stephanie odiaria, mas ele queria esquecer as consequências por algumas horas.
— Deixe-me significar mais que um sacrilégio para você... — Leon sussurrou na calada da noite.
†
714/10/17, Império de Alveberia.
Era um novo dia. Com uma nova sensação.
Stephanie sentiu-se como se estivesse sendo protegida e causou nostalgia nela. Quando era jovem, seu pai costumava a envolver assim, a fim de a proteger das coisas que a saudavam na escuridão —, sorriu, abriu lentamente os olhos, vendo o peito nu do marido.
Ela subiu a visão e ergueu a mão para atingir o rosto de seu marido, no entanto, seria injusto; pois ela tinha incitado algumas coisas ocorreram e o sono do seu marido não poderia ter sido interrompido. Leon era um guerreiro noturno e foram poucas às vezes que ele podia dormir nas guerras — pois, ataques à noite eram recorrentes do inimigo — quando a guerra acabou ele teve problemas para dormir à noite e quando se acostumou, dormia mais que deveria. Stephanie julgou uma ótima vantagem para ela.
A mulher abaixou a mão e tentou afastar-se sem acordá-lo.
A primeira tentativa foi falha. A Segunda também. Na terceira ela perdeu a paciência e rolou para o lado contrário aborrecida. Por pouco, não caí da cama, mas valeu a pena. Leon não acordou e ela havia conseguido sair.
Livre, ela apressou-se para deixar a habitação.
Na sala ao lado, ela banhou-se com sais e Rael a arrumou com um vestido com mangas compridas soltas, sem alças, com um saia verde suave que levava algumas anáguas — pretendo seu cabelo numa popa alta, deixando-a desconfortável.
— Desejo ele solto — pediu e ela pode ver Rael sorrindo pelo reflexo do espelho.
— Os nobres não gostam de como a senhora anda de cabelos soltos estando casada — Rael explicou e Stephanie revirou os olhos.
— Prezo por minha liberdade, Rael, e Leon aparenta se importar — Stephanie aponta.
— Desculpe-me a intromissão, mas a senhora já perguntou sobre isso?
— É realmente preciso?
— Majestade, vocês são um casal, devem questionar a vontade do outro.
Stephanie iria tomar a frente de sua dama, porém, a mulher foi mais rápida.
— Não desconheço completamente o modo que o Imperador a tratou no passado, no entanto, creio que não é o mesmo homem que está casado com a senhora hoje — ela opina terminando de ajeitar o cabelo de Stephanie.
Apesar de Rael estar beirando os seus quarenta, ser uma mulher jovem e tranquila, estava como dama de Stephanie desde que era muito pequena e a conhece como ninguém —, tem mais liberdade para falar que os outros também. Para Rael, Stephanie é uma garotinha, ainda.
Stephanie a ouve em tempos.
— Não importa o quanto eu pense, parece o mesmo — Stephanie passou alguns minutos refletindo nas palavras de Rael.
— Não analise a casca, querida — o sorriso de Rael abriu mais —, deixo-o se aproximar. Ações pesam em um tribunal, por que não deixar elas pesarem no seu casamento?
— Eu não gosto dele, Rael — Stephanie confessou.
— Somente tente ter uma boa relação com ele — sugeriu. — Meu marido morreu antes que eu conhecesse — Rael riu.
— Lamenta? — Stephanie perguntou erguendo a cabeça para tentar observar a mulher melhor.
— Não o conheci. Não tem o que lamentar — Stephanie imaginou que essa seria a resposta —, mas, a senhora possui. O imperador antes de ser seu marido, é o melhor guerreiro do império e pai do seu filho.
— Leon não dá importância ao nosso filho. Luigi não é próximo dele.
— Você está errada. Sabe disso — Rael se afastou e colocou as mãos uma sobre a outra. — Desculpe ocupar seu tempo.
— Foi uma conversa reconfortante, eu diria — Stephanie levantou-se, indo até a porta. — Obrigada, mas agora tenho que ir caçar alguns criminosos.
Ela saiu sem esperar a resposta de Rael.
— Divirta-se, Vossa Majestade.
†
No corredor, Stephanie esbarrou porventura com a assistente do seu marido. Ayrton estava levando muitos papéis em suas mãos, e após saudar a imperatriz, ela teve curiosidade em alguns dos assuntos que seu marido ficou encarregado.
— Você — Stephanie começou e Ghard parou —, venha comigo, por favor.
— Senhora, o imperador não gosta de atrasos — o cavaleiro tentou explicar e Stephanie somente reforçou a ordem.
Ele a seguiu em silêncio e quando chegaram a sua sala, o jovem e Roux trocaram olhares.
Ayrton nunca pensou que entraria na oficina da imperatriz. Era mais claro e mais vazio que a de Leon — demonstrando o desapego de Stephanie por coisas materiais.
Stephanie acomodou, fincando os cotovelos na mesa e entrelaçando os dedos no ar.
— Desculpe por meu comportamento, mas posso ver estes documentos?
O cavaleiro não hesitou. Tomou um passo e os entregou. Stephanie agradeceu.
— Sir Ghard, posso dizer que você não está em boas mãos? — Roux inclinou para o lado, sussurrando para Stephanie não a ouvir.
— O que quer dizer? — ele questionou com sua voz fria de sempre.
— Se não houvesse algo de errado, ela não o traria até aqui — Roux olhou Stephanie de soslaio e continuou quando a viu focada —, sabe como ela se sente em interagir com os funcionários do imperador.
— Não é da minha incumbência.
Ele só queria voltar ao trabalho e ir treinar. Não lhe importava o desentendimento dos seus soberanos.
— Você é entediante, Ayrton — Roux confessou no mesmo tom usado pelo o homem.
— Meu trabalho não é ser divertido, senhorita Roux — retrucou mantendo seu olhar para frente.
A conversa foi encerrada e não restou vozes pairando no ambiente.
Enquanto Stephanie analisava cada papel com frenesi — tinha erros que seu marido nunca faria e acontecimentos que não batiam —, uns dos documentos dizia como a família Huber estava com dificuldades no plantio na temporada, por isso, pediu fundos. Porém, ela recebeu o relatório que tudo ia bem no leste.
Já na capital, o índice de violência tinha aumentado.
Stephanie perguntou-se o que o duque Yaneth estava fazendo ao deixar isso acontecer. A família era responsável por cuidar da segurança da capital e ela não conseguia imaginar ele fraquejando em sua obrigação.
— Quem escreveu esse documento? — Stephanie indagou e Ayrton ficou tenso por está sendo analisado com tanta intensidade.
— Não possuo conhecimento, senhora.
— Não foi seu senhor?
Ela aplicou força no aperto, fazendo o documento enrugar e quase rasgar.
— Não, senhora.
Tudo estava fora dos eixos. A ponte quebrada entre ela e a ousadia dos nobres estava se reconstruindo outra vez — eles estavam tentando a encurralar como um coelho —, no entanto, eles esqueceram que ela possui mais que uma bela aparência.
Coelhos também tinham força.
— Retire-se — Stephanie ordenou para o jovem.
— E os documentos? — Ghard reuniu toda a coragem para perguntar.
— Ficaram comigo — esclareceu o assistente.
Stephanie estava cansada de manter a sanidade diante das atitudes dos nobres. Queria ser como antes. Guiada por sua insanidade e não sobrando qualquer obstáculo à sua frente — perder não era opção e descansar não — agora ela acredita que foi falho da parte dela ficar calma.
Foi uma atitude inepta não ter ficado de olho em seu marido, também.
Com longos anos de paz, ela esqueceu como manter em alerta perto de Leon.
Contudo, não era hora de mergulhar em coisas que o tempo já consumiu. Era o momento de arrumar a desordem.
— Naw, mande uma carta ao Duque Yaneth, dizendo-lhe que quero conversar com ele — Stephanie pediu.
Naw assentiu com pressa já retirando-se da sala para providenciar a carta.
Sozinha, Stephanie agarrou os documentos na sua mesa e saiu apressada do cômodo.
†
Leon trabalhava na sua sala com o som constante de passos indo e vindo pelos corredores, os pássaros cantando sobre o carvalho próximo a sua sala.
Ele aparentava calmo, mas a verdadeira tempestade ocorria na sua mente — em como a noite anterior, com Stephanie foi um fruto da sua imaginação ou em como a escuridão não parecia tão aterradora —, e tudo isso aumentou quando Stephanie abriu sua porta sem bater.
— Step-
— Já lhe avisei que não é para me chamar assim — Stephanie relembrou com o tom rígido e Leon quis suspirar.
— Não pode entrar assim — Leon parou seu trabalho, desejando saber o que aconteceu para ela chegar de maneira tão espalhafatosa.
— Posso e fiz — ela jogou os documentos na mesa de Leon, fazendo-os se espalhar e se misturar com os demais. Ele ficou desconfortável com a bagunça na sua mesa. — Pode explicar como você deixou isso passar? Anda dispensado do trabalho?
Leon passou os olhos nos documentos e leu somente as palavras chaves.
Segurança, violência, crise.
— Eu não tinha visto — seu olhar voltou a cair sobre Stephanie e a mulher semicerrou os olhos.
— Não tinha visto ou você está com os nobres conservadores? — Stephanie aumentou o tom de voz, mas Leon não absorveu quase nenhuma das suas palavras, apenas nas palavras que ela havia tido na noite passada.
— Pare — Leon pediu dando-se conta da situação onde se encontrava.
— Como?
— Você está me incriminado antes de ter provas — ele deu uma pausa. — Nossa conversa no jardim é o suficiente para tirar minha peça do tabuleiro.
— Isso é uma jogada sua — ela se inclinou, usando a mesa como apoio. — Você quer me ver fragilizada.
Ela talvez tivesse razão quanto a isso — Leon desejava que ela vacilasse na sua presença — seria fácil a alcançar dessa maneira. Mas não queria que ela fosse fraca diante de ameaças.
— Ouça-me com atenção, imperatriz — ele ergueu a mão para tocar em seu rosto, entretanto, parou quando viu Stephanie trincando os dentes com força. — Eu não mentiria para você e quero ajudá-la. Basta pedir.
— Nunca — rosnou. — Eu nunca mais pedirei algo para você.
Ela deu às costas e já puxando a porta, Leon forçou a porta fechar, impedindo da imperatriz sair — Stephanie arregalou os olhos com o barulho e sentiu o corpo do marido roçar nas suas costas — ele havia enjaulado-a sem esforço.
— Peça — Leon insistiu silibando a palavra.
Stephanie girou para encarar o marido e notou que ele parecia desesperado.
— Jamais — Stephanie persistiu.
Uma vez que ela decide, não volta atrás.
— Peça.
Ele diminuiu mais a distância entre seus corpos. Persuadia-la daquela maneira não era eficaz, no entanto, sua intenção não era essa — era em sentir seu cheiro, ver sua expressão de surpresa — ah, ele queria beijá-la.
Leon inclinou-se e estava cada vez mais próximo dos seus lábios, Stephanie percebeu, mas não quis retroceder. Permaneceu com a cabeça erguida.
Entretanto, sua mão tentou empurrar Leon.
Ela não conseguiu. Nunca conseguiria.
Seu marido chegou a se aborrecer.
Sua paciência evaporou.
— Pare de tentar me impedir, Stephanie — disse com a voz rouca antes de tomar os lábios de Stephanie.
Leon não ficaria satisfeito em um simples contato de lábios, por isso, deslizou sua língua para dentro da boca de Stephanie — caindo nos prazeres da carne — fazia tanto tempo que já havia esquecido como a sensação era viciante.
Seu braço desagarrou a porta e foi para a cintura de Stephanie, a puxando para mais perto e controlando sua força para não a machucar.
Stephanie se assustou com o movimento e segurou um gemido na sua garganta. Não daria satisfação a Leon.
E se não fosse por a mão de Leon subindo por suas costas ela não acordaria. Desperta, ela o empurrou com ambas as mãos.
— Isso foi horrível — Stephanie alegou com desgosto que fez Leon ficar cabisbaixo. — Não tente isso novamente.
Falou a última parte mais rápido e saiu da sala.
Leon ficou parado, relembrando diversas vezes das palavras de Stephanie — foram as mais terríveis que ela já usou — e cerrou os punhos com força.
O que demônios ele tinha que fazer com as emoções dele?
Reter os sentimentos que sentia por Stephanie era mais sufocante do que ele se recordava. Tudo estava ficando mais difícil.
Conviver com ela, trocar palavras com ela, dormir ao seu lado.
— Trabalho. Eu tenho que trabalhar — ele respirou fundo e voltou à sua mesa como se nada tivesse acontecido.
Arrumou e separou os documentos que Stephanie havia jogado para analisar depois.
†
A noite alcançou rapidamente as paredes de Dunkel. Lobos saíram das suas tocas e uivaram para a lua, fazendo com que Leon tomasse conhecimento do tempo.
Alinhou os papéis e pegou os da sua esposa.
— Ela ficou nervosa com a desordem da capital? — Leon suspeitou inicialmente, porém, quando foi passando os documentos, viu o relatório das terras de Leim, propriedade da família Hanover, responsável por mapear Alveberia e apoiar o comércio marítimo.
Não eram nobres que desejariam conspirar com Stephanie. A filha da casa Hanover, Ully Hanover, jamais mostraria os dentes para a primeira governante mulher. Além disso, Stephanie apoiava seus talentos para mapas.
— Isso não faz sentido — Leon encostou as costas na cadeira, ainda com os olhos vidrados nos documentos.
Nesse processo, ele achou algo interessante.
A família de barões, Wood, estava passando por dificuldades e prestes a falir — no entanto, se eles buscaram apoio de outra família poderiam se erguer e pagar as dívidas — e essa família era a Lehman.
Os Wood's se tornaram naturalmente inimigos de Stephanie.
Contudo, eles não conseguiram fazer Leon o acharem uma ameaça — na realidade, eram insignificantes — eles só serviriam como uma cortina. Nada mais.
Stephanie não caía em ilusões, ela fazia as próprias.
Como na noite passada, ela tomou para si um comportamento inapropriado e o fez dançar conforme a música produzida.
Tão ingênuo...
Leon já sendo fisgado por uma dor de cabeça, ele largou os papéis e ficou submerso nas palavras de mais cedo da esposa.
Seu coração pesava e ele sentia que não estava bem.
Instantes depois, Leon foi perturbado por cincos toques na sua porta.
Quem poderia ser tão tarde?
— Entre — Leon disse com os olhos fechados.
Era o seu assistente. O cavaleiro Ayrton.
O jovem parecia nervoso e com dúvidas — seus batimentos cardíacos estavam um pouco acelerados pela pequena corrida que fez quando soube da notícia — ele julgou que era algo para ser informado, porém, não sabia como passar de maneira sutil.
— Aconteceu algo, Ghard? — Leon recuperou a compostura na cadeira.
Ayrton respirou fundo e finalmente contou-lhe.
— A imperatriz saiu do palácio — as palavras de Ghard saíram com eco na mente de Leon —, não sabemos para onde ela foi.
— Não tenho o direito de interferir nas saídas da imperatriz — Leon disse levantando-se.
— Mas Vossa Majestade, os perigos criam força na escuridão — Ayrton alertou antes que Leon se retirasse da oficina.
— Stephanie domina seu território. Ela ficará bem — tentou acalmar o jovem e se auto convencer das próprias palavras.
Ayrton desistiu e voltou ao seu posto sem protestar.
Caminhando no corredor iluminado pelas velas, Leon foi perturbado por um pressentimento ruim, mas o ignorou. Poderia ser somente seu lado protetor exagerando.
Stephanie não precisava da sua ajuda e muito menos a pediu.
Ele não se moveria para receber um tapa como agradecimento.
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