Seus belos dentes famintos por minha carne vermelha, seus olhos ficam brilhantes como o fogo do Inferno, curvo a minha cabeça e sinto você devorar lentamente o meu crânio com aquelas garras afiadas.

Você tem uma aura sádica e de outro mundo, sua língua percorre a minha boca enquanto suas garras rasgam o meu estômago, podendo esmagar o que restou daquela dor insuportável.

Rastejas como uma cobra quase morta, sua besta do submundo, aqueles olhos de serpente venenosa descem até minhas costelas e brincam com minhas veias, apenas olho pela janela da minha alma enquanto você devora meus pulmões ainda sangrando incansavelmente durante a noite silenciosa e fria.

Sua boca realiza movimentos que me hipnotizam, a sua tática é perfeita para me distrair e não perceber que você está me devorando vivo.

Teus vermes roem a carne restante das minhas costelas e teus olhos se deliciam ao ver minha dor e desespero, espero que seu sadismo acabe o mais breve possível.

E assim eu me sufoco,
E sufoco,
E me sufoco cada vez mais com meu sangue se afogando em meus pulmões devorados pela metade, o que deveria ser isso?

Você me devora até em meus próprios sonhos, suas fantasias são insanas e teus olhos expõem o mais denso vazio, quando teus desejos atingirem a minha coluna, ela quebrará e entrará lentamente nas minhas costelas, rasgando cada pedacinho de carne em meu corpo, causando-me muita dor.

Meus cabelos estão sendo molhados por sua saliva ácida, seus dentes tentam triturar os meus olhos, talvez minha sanidade esteja sendo devorada por aquelas suas muitas bocas cheias de dentes afiados.

Eu tento sumir da sua presença, mas você não me deixa em paz, estou ficando cansado de observar você devorar lentamente as paredes do meu estômago, arranhar o meu cérebro e esquartejar as minhas costelas em carne viva.

Eu entro na minha casa e não vejo nada, a não ser uma casa de ossos onde você faz morada, eu não sei mais o que fazer, talvez eu me entregue em meio a sua carnificina, não deveria ter me surpreendido ao ter visto centenas de corpos esquartejados no meio da sala, várias cabeças penduradas em ganchos enferrujados e com muitas gotas de sangue pingando no chão.

Sinto meio que um remorso de ver suas vítimas nesse estado, mesmo que não tenha sido minha culpa, nem quero imaginar a forma que os ossos delas foram quebrados para que pudessem fazer as colunas da sua casa, cada canto dela é repleto de crânios com uma quantidade enorme de sangue e intestinos grossos enrolados nos troncos espalhados pelas paredes, arcadas dentárias cheias do líquido viscoso vermelho empilhadas no sofá feito de carne viva e mais um combo de coisas bizarras.

O meu medo e desespero irão aumentar quando finalmente você me encontrar novamente, mas até lá, fugirei daqui para o lugar mais vazio que existir, porque sinto o cheiro da sua ira por ter me perdido de vista, a sua presa favorita, a sua paixão faminta, a sua alegria sádica, o seu mais belo bicho de estimação vivo.