53| Consequências da confiança - Parte 3

A VOZ de Max soando detrás da porta foi o que o fez voltar a si definitivamente, praticamente saltando do sofá, enquanto colocava Ceres no chão.

Abrindo a porta, ele se deparou com a feição abatida da loira, que entrou rapidamente, sem nem mesmo o encarar nos olhos.

— Conseguiram algo? – Perguntou ele, com tom urgente.

O suspiro de Maxine deveria ter sido resposta suficiente para Dorian, mas ainda assim, ele continuava encarando-a com uma tola expressão esperançosa no rosto.

— Não. – Respondeu ela, quebrando suas expectativas – Não encontramos nada significativo, somente algumas coisas dela e o celular. Ninguém testemunhou acidente também e estamos verificando as câmeras de segurança da rua, esperamos que alguma delas possa ter registrado o que aconteceu.

— Temos que fazer alguma coisa.

— Nós já estamos fazendo, Dorian.

— Isso não é o bastante! – Bradou ele, elevando a voz – Acha mesmo que ficar correndo atrás de imagens de câmeras de segurança vai adiantar alguma coisa? Vai ajudar?

— E você tem alguma ideia melhor, Delyon? Se tiver, estamos precisando porque até agora não temos nenhuma pista da Melina. A última pessoa que a viu foi você!

A voz elevada de Maxine e a forma com que ela se aproximou rapidamente dele, fez com que Dorian recuasse, tentando novamente controlar a respiração que voltara a ficar descontrolada.

Cerrou as mãos em punhos para deter a tremedeira e abaixou a voz, mantendo os olhos cravados no chão, enquanto respondia:

— Me desculpe. Eu só quero encontrá-la.

— Eu também quero, Dorian, mais do que ninguém e de preferência o mais rápido possível, mas descontrole não vai ajudar agora. Eu só vim aqui para saber se você notou algo estranho no caminho para cá, talvez ajude.

Só então Dorian se lembrara de que viu alguém os observando detrás de uma árvore, talvez fosse de fato uma pessoa e não uma mera ilusão de sua mente cansada. Os olhos se arregalaram no mesmo instante que a lembrança o atingiu, respondendo ao questionamento de Maxine. No entanto, Dorian apenas permanecia paralisado, incrédulo consigo mesmo, e até irritado de ter deixado aquilo passar.

Quando foi que havia se tornado tão descuidado? Quando foi que perdera sua capacidade de observação? Como pôde relaxar tanto ao ponto de perder algo como aquilo?

Preocupada com a falta de reação dele e com a veia que começara a saltar no pescoço de Dorian, Max se aproximou, tocando seu ombro e chamando sua atenção.

— Dorian, o que foi? Se lembrou de algo?

— Lembrei. – Sussurrou ele – Quando ela me deixou aqui no galpão, tinha alguém nos observando do lado de fora, mas estava tão cansado que pensei ser coisa da minha cabeça.

— Onde essa pessoa estava? Chegou a ver o rosto?

— Não, não vi. A pessoa estava escondida atrás de uma árvore.

Pescando o celular no bolso, Max começou a digitar rapidamente uma mensagem, enquanto caminhava para fora do galpão, sendo seguida de perto por Dorian. Ao alcançar a porta, porém, ela se voltou para ele, o impedindo de passar.

— Você fica. – Ditou ela.

— O quê? Ficou maluca? Nem pense que vou ficar aqui parado sem fazer nada, eu vou com você.

— Eu já disse que não, Dorian. Você claramente não está bem e muito menos em condições de ajudar nisso, está emocionalmente envolvido.

— E você não?

— A diferença é que fui preparada para isso. Vou voltar para a agência agora e reunir a equipe, se eu tiver alguma informação te aviso.

Max tentou sair novamente, mas foi impedida pela mão de Dorian que agarrou firmemente seu braço, chegando até mesmo causar um pouco de dor. A voz dele havia mudado completamente e já não demonstrava sinal algum de descontrole, pelo contrário, estava mais determinado do que ela jamais vira.

— Eu vou ajudar, e vou achar a Mel.

— Você não está entendendo? Talvez seja Rochefort por trás disso e sua aparição é tudo o que ele quer. Se fizer exatamente o que está pensando, será previsível demais e tudo irá por água abaixo.

— Se ele chegou ao ponto de sequestrar a Mel significa que já sabe que estou vivo.

— Nesse caso é uma armadilha. Se eu arriscar e te levar junto comigo corro o risco de perdê-lo também e não precisamos disso nesse momento. Eu não posso perder você também, Dorian, eu tenho que te proteger.

Os olhos marinados de Maxine entregavam que ela tentava se controlar para não chorar, mantendo a postura etérea que sempre teve, controlando cada emoção e cada instinto que percorria seu corpo naquele instante, no entanto, também entregavam uma fúria fora do comum, e Dorian sabia, que aquela mulher iria até o inferno se preciso para resgatar a amiga.

Ainda assim, ele não permitiria que o deixassem apenas assistindo a tudo o que faziam, sem mover um músculo sequer para ajudar. Se Melina havia sido pega por Rochefort, Dorian era quem deveria resolver aquilo, foi por culpa dele e de seu orgulho que aquilo acontecera, e seria ele a resolver aquela questão.

— Eu aceito correr esse risco. – Respondeu ele, passando por Maxine – Eu provoquei o ego e a fúria de Rochefort, sou eu quem tenho que pagar o preço não ela, se for preciso eu vou no lugar da Mel, e não vai ser você, nem ninguém que vai me impedir de achá-la.

Dorian até pensaria que Max finalmente cedera à sua vontade e se contentara em receber sua ajuda, se no instante seguinte em que havia dito aquela frase não sentisse algo pesado atingir sua nuca, fazendo todo o corpo perder a força.

Quando percebeu já estava no chão, os sapatos de Max foi a última coisa que viu antes da visão escurecer, enquanto a voz dela ressoava longe:

— Me perdoa, Dorian, você não me deixou muitas escolhas.

Na manhã seguinte, quando Maxine abriu a porta, se deparou com Dorian sentado em uma poltrona de frente para a porta, parecia esperá-la impacientemente. Ao que parecia, havia acabado de tomar banho dado os cabelos molhados, mas as roupas eram pouco típicas dele, a calça de moletom cinza e a camiseta branca eram usados somente quando ele estava de folga em casa, mas o que mais chamou a atenção de Max foram as mãos envoltas em faixas e o olhar assustador que ele lançava na direção dela, embora nenhuma palavra tenha saído de sua boca.

— O que aconteceu com suas mãos? – Questionou ela, indo diretamente ao ponto.

A voz de Dorian soou tão grave que Max quase não o reconheceu, não havia um pingo de emoção nele, pelo menos não emoções que transparecessem contentamento ou conformidade.

— Acordei algemado e trancado depois que você me apagou. Estava tentando sair.

— E ao que parece entendeu que não há como sair daqui, as trancas são elétricas, sem o equipamento correto não há como abrir.

Se levantando lentamente, Dorian caminhou na direção de Max, ainda com a expressão mais austera que ela já havia visto em seu rosto, talvez ele estivesse até mesmo tentando intimidá-la, e ela não lhe tirava a razão, mas em momento algum recuou.

— E desde quando vocês colocaram essas porcarias na minha casa?

— Desde que ficou decidido que você ficaria nesse galpão que é propriedade do governo.

Abrindo um sorriso amargo, Dorian respondeu:

— Entendi. – Passando diretamente por ela, rumou para fora questionando – Já estamos atrasados, não?

— Não irá se arrumar?

— Não vou perder meu tempo com isso.

Max o encarou confusa, voltando seus olhos rapidamente para dentro, apenas para constatar que a única coisa que ele havia tomado cuidado naquele dia, era colocar comida e água para Ceres, que permanecia deitada em sua cama, como se nada tivesse acontecido.

Sem muitas escolhas, Max fechou a porta e se apressou a alcançar Dorian.

O trajeto até a agência foi banhado de um silêncio perturbador, nunca em sua vida Maxine pensara que seria o alvo da raiva de Dorian. Ela o entendia, e até mesmo lhe dava razão para ele se sentir daquela forma, estava desesperado. No entanto, ela também estava, e sabia que se não fizesse algo Dorian teria saído pelas ruas durante a noite, sem considerar nenhum perigo que pudesse correr, sabia também que seria inútil tentar impedi-lo, ele dispunha de muito mais força física. A única opção que lhe restou naquele instante foi apelar para a covardia. Ela não estava nada contente com a própria atitude, mas se tivesse que repetir o que havia feito para protegê-lo, sem dúvidas faria novamente.

Adentrar a divisão naquele dia fez um sentimento esmagador surgir em seu peito, e embora o lugar estivesse tão agitado e cheio de pessoas, para Dorian e Maxine parecia mais vazio do que nunca. Unicamente porque a pessoa mais importante para os dois não estava ali.

Quando Adria surgiu no alto do mezanino e apontou para os dois os chamando, souberam que algo de muito grave havia acontecido e embora Dorian sentisse o peito arder só de pensar nas possibilidades, forçou suas pernas a caminharem na direção da sala onde sua chefe e alguns outros agentes se encontravam.

— Aconteceu algo? – Questionou Max, assim que adentraram o lugar.

— O celular de Melina tocou. – Respondeu Adria – Estava na caixa de provas quando o agente Dante atendeu, mas a pessoa do outro lado desligou. Achamos que irão ligar novamente.

Dorian encarava fixamente o celular de Melina posto sobre a mesa, e pelos cinco minutos seguintes permaneceu quase sem piscar, esperando que uma nova chamada acontecesse, assim como os outros presentes naquela sala, que permaneciam em um terrível silêncio.

Quando a tela se acendeu o aparelho vibrou, indicando uma nova chamada, Max foi a primeira a se adiantar e atender a chamada.

— Agente Blanchard. – Disse ela.

A voz da pessoa que estava do outro lado da linha pareceu hesitar por alguns segundos, mas logo uma risada contida soou, indicando o quanto estava se divertindo.

Eu estava esperando por você, agente. – Soou a voz grave.

— Rochefort. – Constatou Max sem esconder a raiva, e quando Dorian se adiantou para falar, ela ergueu a mão o detendo – Onde Melina está?

Ah, não se preocupe, ela está bem. Por enquanto. Eu só liguei para esclarecer alguns pontos.

Enquanto ele falava, Tales, um dos agentes, mexia em seu computador e sinalizava para que Max mantivesse Rochefort na linha o máximo possível, para que possibilitasse rastrear a chamada.

— O que você quer?

Vocês pensam mesmo que eu sou idiota? Realmente acreditaram que poderiam me pegar? Eu não sou um desses merdinhas estúpidos que vocês prendem, estou muito acima do que sequer possam imaginar. Descobri a trapaça de vocês no instante que pus meus olhos naquela agente, só queria ver até onde iriam. – Aquela frase fez com que os dedos de Dorian se fechassem em punho, tentando conter a fúria que o atingia, Rochefort estava apenas brincando com eles, os fazendo de idiotas, e ainda insistia na provocação continuando – Pensei que fossem desistir depois que pedi que matassem Delyon, mas vocês são mais obstinados que pensei. O truque foi arriscado, mas devo admitir que foi muito bem executado. Está de parabéns, Delyon, é um verdadeiro mestre. Está me ouvindo, não está? Sim, eu sei que está aí, caso contrário eu não perderia meu tempo ligando.

Diante daquela última frase, Dorian perdeu todo o controle que tinha, espalmou as mãos sobre a mesa com brusquidão, enquanto ralhava:

— Deixe Melina fora disso, seu desgraçado. Onde ela está?

Ah, alguém está nervoso. Eu toquei no seu ponto fraco, não toquei?

— Diga de uma vez o que você quer, eu não estou para brincadeiras!

Por isso é mais emocionante negociar com você, Delyon, é objetivo. Gosto disso. Minhas exigências são simples, eu quero as moedas, sei que ainda estão com elas. Então, você as trará para mim, e em troca eu solto sua querida agente sem nenhum arranhão.

— Isso não é um negócio, Rochefort. – Interrompeu Adria.

Ah, que pena! Mas não é com vocês que quero negociar, é com Delyon, ele sim sabe como as coisas são. É tudo tão simples, por que vocês insistem em complicar?

— Então aqui vai minha proposta. – Continuou ela – Você solta minha agente, e nós damos um jeito de você não pegar uma pena tão alta que sequer consiga sair da prisão.

Novamente a risada de Rochefort ecoou trazendo ainda mais tensão para o ambiente.

Eu acho que vocês ainda não entenderam, eu já disse que não é com vocês que quero negociar. Eu quero Delyon nisso, ele deve trazer as moedas para mim, mais ninguém. É uma troca justa, senhora Salt, o ladrão e as moedas pela bela agente. Acho que sabemos quem vale mais, não é? Pensem bem nisso, mas não muito porque vocês têm quarenta e oito horas, se pensarem em fazer uma gracinha sequer, vão encontrar a agente Sing em condições nada agradáveis, se conseguirem identificá-la depois do que eu fizer. Enviarei o endereço da troca.

Notando que Rochefort encerraria a ligação, Tales sinalizou para que os outros ainda o mantivessem na linha, Maxine até tentou, mas antes que ela pudesse dizer uma frase a chamada foi encerrada.

Um novo silêncio se estabeleceu até que Dorian erguesse o corpo, ditando com obstinação:

— Eu vou. Se é a mim que ele quer, eu irei no lugar dela.

— Está pensando que é fácil assim, Delyon? – Ralhou Adria, se aproximando dele – Nós não negociamos com criminosos, você foi a única e maldita exceção.

— Então é agora que deve abrir outra exceção e trazer Melina de volta.

— Você realmente não entende merda nenhuma, nós não vamos nos curvar diante daquele troglodita. A traremos de volta da nossa maneira.

— Por que está hesitando agora? Deseja tanto se livrar de mim, está aí sua oportunidade. Se ele me quer em troca da Melina, então me entregue.

Vendo o brilho de malícia que passou pelos olhos de Adria e o sorriso satisfeito que começara a despontar em suas feições, Maxine tratou de intervir:

— Não, Dorian! Não podemos ceder à chantagem dele, muito menos podemos confiar, se o entregarmos a Rochefort ele irá matá-lo e não temos garantia nenhuma de que ele não fará o mesmo com a Mel.

— Por mais que a ideia me agrade muito, Delyon, a agente Blanchard tem razão. Te entregar não garante que a agente Singh sairá com vida. Não dá para confiar em alguém tão vil e traiçoeiro, você conhece bem a própria espécie. Além disso, você se tornou uma pedra no meu sapato desde que o senador declarou proteção sobre você e suas amigas. São os queridinhos do senador agora e se algo acontecer a um fio de cabelo sequer de vocês, ele vem atrás de mim. Se eu pudesse juro que seria a primeira a jogá-lo na cova dos leões, Delyon, porque em uma coisa eu concordo com Rochefort, sua vida não vale nada comparada a dos meus agentes, você só surgiu para atrapalhar tudo e colocar a vida de quem o cerca em risco, assim como está sendo agora. Então ao menos uma vez faça um favor a todos nós e não atrapalhe mais do que já o fez.

Dorian não queria demonstrar o quanto aquelas palavras o haviam atingido, mas foi inevitável impedir que algumas lágrimas banhassem seus olhos. Um nó havia se formado em sua garganta o impedindo de responder e o peito voltara a doer de forma esmagadora. Já deveria ter se acostumado com aquele tipo de sentença lançado contra si, era o que mais escutava de sua mãe quando criança, até pensou que já tinha superado aquelas palavras, mas ao que parecia, elas continuavam muito gravadas dentro de si.

Estorvo, inútil, sem valor, perigoso... aquilo ainda ressoava em sua mente, voltando várias e várias vezes.

Dorian nem mesmo percebeu que havia saído daquela sala, suas pernas pareceram criar vida própria unicamente para tirá-lo daquele ambiente esmagador. Quando deu por si, já estava sentado sobre o sofá da sala de descanso, recluso em um canto escuro e com os olhos fixos no rodapé da parede.

Talvez estivesse ficando louco, mas conseguiu visualizar perfeitamente sua mãe agarrando seu rosto, enquanto aquelas palavras cruéis saíam da boca dela.

" Eu disse, Dorian, eu disse que você jamais seria alguém na vida. Jamais daria algum bom resultado. O que estava pensando? Que poderia salvar o mundo? Que poderia ser diferente de quem é? Não, querido, uma vez que você nasce um merda, você morre um merda e não adianta tentar mudar isso. Você nasceu para trazer a desgraça na vida das pessoas e colocar em perigo a vida de todos. É só para isso que você serve".

— Tem razão. – Resmungou ele para si mesmo.

Como se alguém ainda insistisse em acreditar e ver algo de bom nele, escutou uma voz soando ao longe, enquanto mãos cálidas tocavam seu rosto.

— Dorian.... Dorian, olhe para mim, por favor. Dorian, está me escutando? Dorian!

Quando seu nome foi gritado pela voz de Max, voltou a si, a encarando parada à sua frente, com um olhar preocupado, enquanto segurava seu rosto entre as mãos.

— Me desculpe. – Foi a única coisa que ele conseguiu sussurrar.

— Por que está se desculpando?

— Eu causei isso.

— Não, não causou, pode parar com isso. Você não vai deixar a Adria te envenenar desse jeito. Nada do que ela disse é verdade.

— É sim. Eu...

— Dorian, para! – Interrompeu ela, tentando conter a voz embargada – Olha... me desculpe pelo que fiz com você, eu fiquei com medo. Eu não fui uma boa amiga para a Mel, eu a deixei sozinha e não queria que algo mais acontecesse com você, eu só queria te proteger, Dorian. E eu não vou permitir que te diminuam e falem atrocidades de você. Em momento algum você foi culpado pelo que aconteceu.

— Max, eu fui burro. Eu fui orgulhoso e egocêntrico, a Mel disse que não queria seguir com o plano e eu, imprudente, não a ouvi. Subestimei Rochefort e agi por impulso. O meu excesso de confiança colocou a minha vida em risco e agora colocou a da Mel também. Fui um idiota. Eu não posso perdê-la, Max!

Se sentando ao lado dele, Max o abraçou e deitou a cabeça dele em seu peito, como se quisesse proteger Dorian de todas aquelas palavras cruéis que foram lançadas contra ele. Ela sabia que grande parte daquele estado que ele apresentava era porque havia lembrado de sua mãe, tinha certeza de que Adria havia despertado lembranças muito ruins nele. Lembranças essas que Dorian tinha deixado enterradas bem profundamente dentro de si para que não o atingissem mais uma vez, e ali estava ele, desenterrando o que uma mulher cruel havia dito a uma criança.

Se pudesse, Max o protegeria do mundo.

— Nós podemos concertar tudo isso. Eu não quero que se culpe agora, eu quero que se levante e reaja. Eu preciso de você agora, Dorian, e preciso que esteja inteiro. Preciso da sua inteligência, sua sagacidade e habilidade. A Mel precisa de nós.

Só então Dorian levantou a cabeça e algo em sua expressão havia mudado, havia uma determinação jamais vista, uma determinação misturada a angústia e uma extrema ira, uma combinação perigosa para aquele momento, mas Max sabia que era exatamente daquilo que precisavam. Era aquele lado de Dorian que deveriam usar para resolver o caso.

— Tudo bem. – Concordou ele – Mas Rochefort é meu. Ele mexeu com quem não deveria.

Maxine não queria discutir aquela frase com Dorian, sabia que ele jamais desistiria daquela ideia, aquele homem havia posto a mão em algo muito precioso para Dorian, ou melhor, alguém. E ele não perdoaria.

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