46| Primeiros casos - Parte 1
A PALAVRA de Corbeau foi cumprida na semana seguinte. Na manhã que Melina aparecera no galpão para buscar Dorian, ela não escondia a confusão e em seu íntimo temia que seu namorado secreto – ou não tão secreto assim – tivesse alguma coisa a ver com aquela repentina mudança.
Manteve o silêncio no caminho para a agência, deixando vários pensamentos e suposições correrem por sua mente, Dorian, por sua vez, percebera a quietude de Melina e não se atrevera a abrir a boca. Pensou que ao vê-lo e ter a divisão de volta ela ficaria feliz, mas aparentemente sua desconfiança soara bem mais alta que sua felicidade.
Era de conhecimento de todos que Adria Salt não voltava atrás com sua palavra. Então por que diabos ela desfizera sua decisão de antes? E pior ainda, por que um senador que sequer os conhecia pedira para que ela restabelecesse a divisão como era antes?
Quando parou o carro no estacionamento, ela manteve o silêncio por alguns instantes, com os olhos fixos à sua frente. Inspirou fundo antes de se voltar para Dorian e questionar:
— Dorian, você tem alguma ligação com essa decisão da superintendente?
— Eu? Por que eu teria? Ela nem mesmo gosta de mim, me deixou preso em casa por uma semana. – Desconversou ele.
— Ela não mudaria de ideia assim, Dorian! A prova disso é que foi forçada por um senador.
— E acredita mesmo que eu tenha tanto poder para influenciar um senador?
— Você não, mas outra pessoa tem.
Os olhos fixos de Melina em si, faziam Dorian se questionar se ela podia ver a verdade através dele, ou se havia se tornado tão transparente ao ponto de não saber mais esconder informações.
Condenando a si mesmo por mentir, forçou uma expressão irritada e deixou o ar escapar com força.
— Você não consegue mesmo confiar em mim, não é? Sempre acha que fiz algo errado.
Abriu a porta do carro e caminhou depressa na direção do elevador. Escutou o barulho da porta do carro batendo e os passos de Melina o seguindo de maneira apressada.
— Dorian, me desculpe. Eu não quis te ofender, só achei estranha toda essa situação. – Respondeu ela, adentrando o elevador e apertando o andar da divisão – Um senador nos chamar de volta...
— O senador nos chamou de volta para cuidar de um caso que ele trouxe, sem dúvidas ele foi tão afetado por esse criminoso como qualquer outra vítima, a diferença é que ele tem poder o suficiente para colocar quem quiser atrás desse cara. Ele pode ter visto o número de casos nossos solucionados e só quis que fossemos nós a cuidar desse agora.
Melina não acreditou muito bem naquele argumento de Dorian, mas resolveu não levantar uma discussão sobre aquilo, principalmente porque se ele estivesse envolvido, não queria que ele soubesse que ela desconfiava dele.
— Talvez tenha razão. É apenas minha paranoia, estou um pouco nervosa.
Dorian lhe ofertou um sorriso rápido a fim de acalmá-la, mas nada mais disse, apenas se virou para frente, esperando o elevador chegar no andar desejado.
Ele já havia se acostumado com aquele ambiente a admitia que sentia falta, mas nenhuma das vezes que pisou naquela divisão foi como daquela vez. Se sentiu muito mais acolhido e grato por estar ali, principalmente quando os olhares dos outros agentes recaíram sobre ele e Melina, enquanto Max vinha correndo na direção dos dois, sem esconder o enorme sorriso em seu rosto.
— Eu não sei o que fez, Dorian, mas vou agradecer imensamente para sempre. – Disse a loira, empolgada.
— Por que todo mundo pensa que tive alguma relação com isso?
— Se não foi você então quem foi?
Dando de ombros, Dorian apenas caminhou na direção da sua tão amada mesa e se sentou, mexendo nos papéis que havia deixado ali e incrivelmente permaneciam intactos. Não ficou tanto tempo sozinho, os outros agentes logo o cercaram, falando todos ao mesmo tempo, empolgados com a volta dele.
Melina apenas o observava de longe, sem esconder o receio que sentia por toda aquela situação, receio esse que não passou despercebido por Maxine.
— Acha que foi ele, não é? – Questionou.
— Ele não, Max, mas outra pessoa.
— Corbeau?
— Quem mais seria poderoso o suficiente para convencer um senador?
Max fez alguns instantes de silêncio, perturbada com a expressão séria no rosto de Melina, que em momento algum desgrudou os olhos de Dorian.
— Mas para isso ele precisaria ter se encontrado com Corbeau.
— É exatamente esse meu medo, Max.
Elas trocaram um olhar rápido, mas nada mais puderam conversar, Adria saiu de sua sala, interrompendo a conversa e lançando um olhar enviesado na direção das duas, voltando os olhos furiosos na direção de Dorian logo em seguida.
— Bem-vindos de volta. – Disse ela, de modo irônico, enquanto descia as escadas.
Dorian não perderia aquela preciosa oportunidade de importunar Adria, se levantando de onde estava sentado, se aproximou novamente de Max e Melina, se reunindo a elas para enfrentar a atual chefe da divisão.
— Mas devo alertá-los – Continuou ela – de que estarem de volta não significa que suas vidas aqui serão fáceis como antes.
— Jura? Nem imaginávamos. – Rebateu Dorian, ironicamente.
Emitindo um riso na tentativa de se controlar, Adria se aproximou mais ainda de Dorian e parou o rosto a poucos centímetros do dele abrindo ainda mais o sorriso.
— O manterei especialmente sob minha vigilância, Delyon. Não pense que terá tanta liberdade por aqui.
— Não pensei nisso nem por um minuto.
— Que bom que sabe seu lugar. – Lhes dando as costas ela caminhou de volta para sua sala, subindo as escadas – Vocês têm seis dias para resolverem esse caso.
— Seis dias? – Bradou Melina – Mas nem mesmo sabemos os detalhes dele!
— Não são os melhores? Pois então, continuem sendo os melhores e resolvam isso logo. É melhor que não decepcionem o senador, ele pediu vocês justamente por esse motivo.
Sem dar espaço para mais contraposições, Adria bateu a porta atrás de si, silenciando os protestos.
Eles sabiam que a partir daquele momento suas vidas ali não seriam fáceis, imaginavam que Adria não deixaria barato o fato de ser contrariada, só não esperavam que teriam tão pouco tempo hábil.
Retomando a postura de comandante, Max se voltou para os outros pronta para pedir ajuda e sentiu o coração se aquecer ao notar todos ali atentos aos pedidos dela. Só se sentia completa em meio aquelas pessoas, fazendo o que mais amava.
— Muito bem, pessoal, precisaremos de ajuda para apurar mais esse caso. Preciso que alguns de vocês me tragam os dados que o senador forneceu e a denúncia dele, os outros quero que façam um levantamento de todas as fraudes que nosso criminoso cometeu. Dorian, você...
— Procuro informações com meus contatos. – Completou ele – Deixa comigo.
Em questão de segundos, os agentes se espalharam pela divisão, fazendo o levantamento de tudo o que precisavam. Não precisaram de mais que algumas horas para reunirem todas as informações adquiridas e montar um caso completo.
David Rochefort era um dos criminosos mais procurados do país, responsável por inúmeras fraudes fiscais, extorsões, assaltos e roubos de documentos e peças históricas. E considerando o histórico de violência empregado naqueles crimes, sabiam que não seria tão fácil de capturá-lo.
— Talvez tenhamos uma chance de nos aproximarmos, mas pode ser arriscado. – Opinou Dorian no meio da reunião.
— Toda ideia é bem-vinda, Delyon, estamos com pouco tempo. – Respondeu Max.
— Um dos meus contatos retornou meu pedido de informação. Ele disse que Rochefort está atrás das moedas de Basth, e está procurando por alguém que possa adquiri-las.
— Por adquiri-las você quer dizer...
— Roubar. Sim.
— Essas moedas não são aquelas que serão transportadas para o museu essa semana? – Inquiriu Melina.
— São exatamente elas. Estão seguradas pelo banco central desde a recuperação delas durante a primeira guerra. Por serem datadas no século cinco o valor é inestimável, talvez bilhões. É a primeira vez em anos que elas são expostas, e é a oportunidade perfeita para um roubo.
Dando voz aos pensamentos de todos os agentes naquela sala, Max se apoiou sobre a mesa, se aproximando mais de Dorian ao constatar:
— Do que adiantaria ele roubar essas moedas se não pode vendê-las? A partir do momento que elas aparecessem no mercado, poderíamos rastreá-las até ele.
— Nem sempre o roubo é pelo valor monetário, Max. – Respondeu Dorian, girando na cadeira – Às vezes é pelo poder.
— Que poder se ele não pode se gabar por detê-las?
— Não pode se gabar publicamente, no mundo do crime as notícias correm livremente sem que vocês percebam. A prova disso é que sei que ele está recrutando alguém para roubar as moedas.
— Um ladrão que paga outro ladrão para roubar? – Bradou Dante indignado.
Inclinando o corpo para trás na cadeira a fim de visualizar o semblante do agente, Dorian não evitou meias palavras quando respondeu:
— Se eu tivesse seis milhões também pagaria outro para correr o risco.
— Seis milhões? – Bradou Maxine.
— É o que ele está pagando pelo roubo. Ele está recrutando e avaliando os ladrões para escolher quem ele irá enviar.
Melina não conseguiu conter o riso que saiu de sua boca quando se voltou para Dorian esperando que aquela última frase fosse uma piada.
— É sério isso? Existe um processo seletivo para ladrões?
— É um roubo arriscado. – Explicou Dorian – O banco mandará segurança redobrada, além dos seguranças do museu e me arrisco a dizer até alguns agentes, considerando a importância histórica das peças. É um trabalho só para os melhores. Rochefort não arriscará enviar alguém que possa ser pego e entregá-lo.
— Pois então precisamos dar um jeito de adentrar na operação dele.
— Por sorte temos um profissional aqui. – Disse Max, se voltando para Dorian novamente.
As sobrancelhas dele se arquearam, enquanto os olhos se desviavam brevemente para um canto da parede. Se levantando, Dorian deixou um suspiro escapar e até deu alguns passos hesitantes até os fundos da sala, enquanto admitia:
— Aí é que temos um problema. Não vão poder contar comigo dessa vez.
— Não me diga que está devendo algo para o Rochefort.
— Eu estou devendo algo para o Rochefort.
Max bufou e Melina massageou as têmporas procurando se acalmar, enquanto os outros apenas revezavam seus olhares sobre os três, sem saberem em quem se fixar. Ultimamente Dorian vinha sendo o melhor trunfo daquela divisão nos casos, e ele seria extremamente útil em um complexo como aquele. Infelizmente, seus planos haviam sido frustrados.
— O que você fez, Delyon? – Questionou Max.
— Há alguns anos Rochefort encomendou o roubo de uma tapeçaria persa. Ele fez exatamente a mesma coisa que está fazendo agora, recrutou os melhores e escolheu a mim para o roubo.
— E aparentemente o roubo não saiu como o esperado, não?
— De acordo com o que ele esperava não, mas sim como eu quis que fosse. Fiquei com a tapeçaria, desapareci e ele jurou que da próxima vez perfuraria meu coração.
— E agora não podemos usar você para nos ajudar nesse caso.
— Como eu ia saber que meu roubo ia interferir no caso de agora?
Suspirando desgostosa, Maxine se apoiou na mesa, enquanto parecia pensar consigo mesma uma solução para aquele impasse. Por sua vez, Melina cogitava em sua mente uma ideia arriscada, porém, parecia ser a única solução rápida para aquele problema, caso contrário, poderiam demorar muito mais para obter qualquer informação.
Antes que ela pudesse abrir a boca para dar uma opinião, Max retomou:
— Precisamos de alguém perto o suficiente dele para conseguirmos informações. Algum dos seus contatos consegue se infiltrar, Delyon?
— Pouco provável. – Respondeu ele, decididamente – A maioria não passaria nos testes de Rochefort e os que passariam não aceitariam uma parceria conosco.
Um novo silêncio se estabeleceu entre eles, antes de ser quebrado por Melina, que decidida se levantou de onde estava sentada, dizendo:
— Eu vou.
Instantaneamente todos os agentes se voltaram para ela, sem esconder suas expressões incrédulas e até mesmo pouco confiantes, o único que manteve um sorriso empolgado no rosto foi Dorian, que não escondia o brilho de admiração que havia surgido em seus olhos. Max ainda tentava entender o que a amiga queria dizer com aquilo quando dispensou todos os outros agentes e os esperou saírem para conversar a sós com Melina. Contrariados, os agentes obedeceram, exceto Dorian, que continuou com o sorrisinho muito suspeito no rosto.
— Você não está pensando no que eu estou pensando, não é? – Questionou Max, finalmente.
— E que escolhas temos, Max?
— Melina, você entendeu que Rochefort está querendo um ladrão de alto nível e que ele não é um qualquer com o qual podemos brincar?
— Eu não sou criança, Maxine, sei exatamente do que se trata, mas como você mesma disse, estamos com um prazo muito curto e se não arriscarmos vamos acabar perdendo Rochefort.
Dorian até aquele momento encarava as duas se divertindo com a forma que elas rebatiam o argumento uma da outra. Os dedos entrelaçados, sustentando o queixo apoiado sobre eles, demonstravam que ele estava disposto a ficar observando-as por muito tempo.
— Você é uma péssima influência, Delyon. – Bradou Max, finalmente se voltando para ele.
— Eu?
— Você! Melina passa um tempo com você e já está pensando em se candidatar como ladra. Ela nem sabe roubar!
— É claro que sei! Estudei os métodos do Dorian por anos! – Protestou Melina.
— Sabe mesmo? – Contestou Dorian.
Melina lhe dirigiu um olhar enviesado que pareceu não o atingir nem um pouco, pelo contrário, Dorian continuou a encarando e até mesmo elevou as sobrancelhas, reforçando sua pergunta, enquanto Max tornava a discordar:
— Isso é loucura, Melina.
— Não estou dizendo que irei roubar, Max. Mas se eu conseguir me aproximar o suficiente dele para que ele me encarregue de roubar, podemos pegá-lo. Quem sabe não podemos utilizar uma das falsificações do Dorian sem que Rochefort saiba que foi ele quem fez.
— Claro! Eu certamente consigo falsificar dez moedas de ouro com mil e seiscentos anos. É só vocês me arranjarem ouro do século seis e um forno que aqueça a mais de dois mil graus. – Respondeu ele, ironicamente.
Atirando os braços para cima, Melina se jogou sobre a cadeira novamente, cruzando os braços e deixando uma expressão emburrada tomar conta de suas feições, aparentemente ela havia desistido.
Dorian não poderia conviver com a frustração de Melina, ele odiava todas as vezes que ela se sentia insuficiente e sabia que era exatamente isso que ela estava pensando naquele momento. Inspirou profundamente antes de se dar por vencido e voltar a falar:
— Tudo bem, se você quer se aproximar dele, terá que conquistar sua confiança.
— Dorian! – Censurou Max.
— Tem alguma outra ideia? – Diante do silêncio da loira, ele continuou – Se quiser ganhar a confiança dele terá que passar por todos os outros que ele selecionar, precisará superá-los. E se conseguir isso, ele ainda lhe pedirá uma prova de lealdade, geralmente tudo se remete a roubo.
— Acho que posso fazer isso.
— Não se engane achando que será fácil, o fato de saber os meus métodos não significa que saiba copiá-los.
— Não me subestime, Dorian.
Tomando uma expressão convencida, ele pescou o celular no bolso e estendeu para Melina, a desafiando:
— Tenta me arrancar o celular.
— Está de brincadeira comigo?
— Pelo contrário. Não quer ser uma ladra? Aprenda os conceitos básicos.
Observando aquela cena, Max se recostou no fundo da sala, atenta a interação dos dois, tinha que confessar que daquela vez estava curiosa com o desenrolar daquilo e talvez, apenas talvez, estivesse começando a concordar que poderia ser uma boa ideia.
Melina, por outro lado, não conseguia ver fundamento algum naquela ideia de Dorian, tentou arrancar o celular da mão dele rapidamente, mas ele conseguiu ser mais veloz e passar o celular para a outra mão. Balançou o objeto no ar, na tentativa de provocá-la a tentar novamente. Mais uma vez Melina tentou pegar o celular e daquela vez o aparelho sumiu dento da manga do paletó de Dorian.
Ela bufou irritada e sem conter a voz alta, bradou:
— Será que dá para levar isso a sério e parar com essa brincadeira de criança?
— Se pensa que o que estou fazendo é brincadeira de criança então não está pronta para ser uma ladra. Para conseguir efetuar um roubo perfeito primeiro precisa saber dos conceitos básicos, precisa ter mãos ágeis e leves, caso contrário não irá dominar nada. – Passando por Melina, Dorian continuou – Não queira dar um passo maior que a perna.
Suspirando derrotada e sabendo que ele tinha razão, Melina se voltou na direção dele, admitindo:
— Tudo bem, me desculpe. Vamos começar novamente.
Daquela vez um sorriso satisfeito se abriu no rosto de Dorian, o fazendo voltar para perto de Melina. Ergueu o celular novamente, o segurando entre o indicador e o polegar e ditando as instruções como um bom professor antes do aparelho desaparecer novamente.
— Sempre que for extrair ou plantar algo em alguém, use os dedos indicador e médio apenas, eles funcionam como uma pinça e impedem que seu polegar esbarre na pessoa e lhe atrapalhe.
— Indicador e médio. – Repetiu ela – Entendido. E qual o próximo passo?
— O próximo passo você treina. E tira a mão do meu bolso porque eu estou sentindo seus dedos e meu celular não está aí.
A maior surpresa de Melina não era ter sido pega, e sim o celular de Dorian ter sumido novamente numa velocidade impossível de acompanhar. O encarou incrédula, quando ele já dava meia volta para sair da sala.
— Mas como assim?
— Assim que encontrar meu celular você me procura para continuarmos.
Ela não precisou nem mesmo procurar pelo aparelho, antes de sair da sala Dorian deu uma leve batidinha no bolso do blaiser de Melina, sinalizando onde o celular dele estava. Queria não se surpreender todas as vezes que ele fazia um truque daqueles, mas era praticamente impossível. Se voltou para Max e a encarou com incredulidade, enquanto a loira apenas ria e dava de ombros, se desencostando e também saindo da sala, enquanto constatava:
— Ele é bom.
Pegando o celular, Melina rapidamente seguiu os dois, indo diretamente até Dorian, que foi diretamente na direção da cozinha, buscando por café. Estendendo o aparelho para o legítimo dono, ela retomou:
— Muito bem, me deu a primeira lição, mas o que faço agora?
— Eu já disse, você pratica. – Disse ele se virando com uma xícara na mão e fazendo o celular desaparecer novamente em um dos seus bolsos – Não há uma fórmula mágica, você precisa treinar até se tornar boa, principalmente porque Rochefort não é qualquer um e é quase impossível roubá-lo.
— Acha que eu roubá-lo é uma boa ideia?
— Ele está sempre muito atento a tudo o que acontece ao seu redor, principalmente aos seus bolsos, onde carrega um pequeno caderno de anotações. É provável que encontremos algo nele, mas como eu disse, ele é muito atento, não é qualquer um que se aproxima dele e o truque do esbarrão não vai funcionar com ele. Precisará ser mais esperta. De qualquer forma você tem certa vantagem em relação a mim.
— Que vantagem? O cara é praticamente onisciente de tudo ao redor!
— Suas mãos são menores e seus dedos mais esguios, os tornando mais fáceis de serem discretos. Pense nisso como um jogo de palitos, você tem que tirar um sem que os outros se mexam, a diferença é que não terá tanto tempo.
— Isso parece impossível. Você teve anos para praticar, eu terei apenas alguns dias e acredito que nem mesmo isso.
— Eu sei que você consegue. Fiquei sabendo que amanhã Rochefort vai se encontrar com um dos candidatos para analisá-lo, essa será sua chance de desbancá-lo e chamar a atenção do velho Rochefort. Por hoje, continue treinando. Tire o celular do meu bolso e direi se está pronta.
Sem lhe dar a chance de rebater, Dorian partiu dali, deixando Melina sozinha, tramando consigo mesma como faria para pegar aquele celular.
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