23| Caro senador - Parte 4
O ANTIGO teatro era um dos grandes monumentos do país. Fora construído no século XVII e permanecia de pé até os dias atuais, claro sendo sempre muito bem conservado e restaurado de tempos em tempos. Porém, sua fachada histórica permanecia inalterada, as grandes janelas adornavam todo seu comprimento, dispondo de alguns vitrais decorados, a grande porta de carvalho era tão bem conservada que até mesmo parecia ter sido posta há pouco tempo, a escada de largos degraus já estava um pouco amarelada pelo tempo, mas contavam toda a história do lugar.
Assim que toda a escolta de carros parou em frente ao local, alguns agentes desceram, verificando o entorno, enquanto Dorian permanecia dentro do carro, apenas observando a comoção de repórteres do lado de fora. Nunca imaginou que pessoas se espremeriam umas contra as outras apenas para vê-lo, é claro, não exatamente ver quem ele realmente era. Sorriu satisfeito com aquele feito. Agora poderia se gabar que o mundo todo tinha os olhos nele e que havia enganado a todos. No entanto, não poderia deixar seu ego falar tão alto naquele momento, precisava se controlar, o mínimo deslize poderia arruinar tudo.
Quando a porta do carro se abriu, se apressou em sair e caminhar rapidamente até os degraus, evitando encarar diretamente os flashes das câmeras e as perguntas que eram lançadas contra si.
Agradeceu quando finalmente adentrou o teatro e tudo se acalmou, o salão de entrada estava praticamente vazio, dando a sensação de que era muito maior, apenas alguns seguranças circulavam por ali, enquanto uma recepcionista ficava responsável por uma lista. Dorian, no entanto, não precisou de nenhuma lista. Seguiram adiante pelo largo corredor onde ao lado direito havia uma porta que levava ao teatro e onde a plateia se acomodava, uma segunda porta ao lado dela, levava ao piso superior, onde se localizavam os camarotes. Mas foi por uma porta ampla da esquerda que adentraram, encontrando o amplo salão dourado, onde várias mesas haviam sido dispostas e os convidados já se acomodavam, ao fundo um balcão havia sido montado, com pessoas trabalhando atrás dele, servindo bebidas para quem se aproximava. Parado à porta, Dorian procurou conhecer todo o ambiente primeiro, fazendo questão de examinar cada entrada e saída, inclusive a porta do banheiro que se localizava nos fundos ao lado esquerdo, escondida o suficiente para não ser tão óbvia à vista.
A inspeção foi interrompida pelo senador Morgan que se aproximara com um enorme sozinho banhando suas feições, enquanto esbanjava uma simpatia que jamais haviam visto em sua pessoa.
— Alteza, é uma honra tê-lo conosco, fico feliz que tenha vindo.
— A honra é toda minha pelo convite, senador. É uma bela recepção. – Respondeu apertando a mão que o senador havia lhe estendido em cumprimento.
— O senhor merece, afinal não são todos os dias que contamos com a presença da realeza.
O sorriso que Dorian ofertou ao homem foi singelo o suficiente para encerrar a bajulação, embora no fundo se sentisse extremamente satisfeito em fazer aquele homem de otário, pensando que estava servindo muito bem a realeza, enquanto o verdadeiro Thomas Belmok estava confortavelmente acomodado em sua cobertura, desfrutando do tempo que tinha com a família.
— Posso lhe apresentar meus amigos? – Soou a voz de Morgan o tirando do devaneio.
— Mas é claro, estou ansioso.
— Eles estão mais, pode acreditar. – Começando a caminhar na direção de uma das mesas reservadas, o senador voltou a questionar – Sua esposa não quis vir?
— Ah, não. Ela preferiu ficar no hotel com as crianças.
Morgan apenas emitiu um rápido sorriso, quando já se aproximavam da mesa que acomodava vários parlamentares, e resmungou para que só Dorian ouvisse:
— Mulheres.
Aquilo fez um incômodo se instalar em Dorian, principalmente por notar o tom desdenhoso do senador, tinha a estrita convicção de que se fosse Thomas que estivesse ali, as coisas não teriam ido por um caminho não muito agradável.
Passou pelo menos dez minutos sendo apresentado a cada um dos homens e mulheres que ali estavam. Sendo coberto por perguntas e bajulação vindas de todos os lados, inclusive de alguns que se aproximavam, e nem sequer estavam naquela mesa.
Quando o senador pareceu notar seu cansaço, o arrastou para o bar que havia nos fundos, onde se acomodaram nos bancos altos. Pelo menos aquele homem tinha bom senso de saber quando a situação se tornava incômoda.
Até aquele momento, Dorian ainda não havia se dado conta, tampouco se preocupado em procurar onde estava seu apoio, no entanto, sabia que não poderia estar sozinho. Seus olhos então vagaram pelo salão por alguns segundos, depois de pedir sua bebida para o barman que trabalhava atrás do balcão. Finalmente seu olhar encontrou Melina um pouco afastada, mas ainda concentrada nele, abrindo um pequeno sorriso quando ele a enxergou. Somente quando a viu, Dorian pôde se sentir um pouco mais seguro. O que era irônico, uma vez que desde que saíra do hotel, aqueles malditos agentes não haviam saído do seu pé.
— Sem álcool hoje, alteza? – Soou a voz do senador, o tirando do devaneio.
— Não. Eu não posso.
Deixando um breve sorriso escapar, como se já soubesse de muita coisa sobre Thomas, o homem respondeu:
— Imagino o motivo, senhor Belmok. Tive conhecimento sobre seu acidente, sinto muito.
Dorian não soube exatamente onde Morgan queria chegar com aquilo. O acidente de Thomas a que ele se referia havia sido há treze anos e tocar justamente naquele assunto poderia muito bem ser uma tentativa muito cruel de forçar alguma intimidade.
Erguendo apenas uma sobrancelha, Dorian manteve a postura séria, rebatendo:
— O passado está no passado.
— Muito sábio, senhor Belmok. O importante é estarmos aqui hoje e principalmente comemorar sua vinda ao país.
— Que aliás foi um convite do senhor.
— Direto como sempre, alteza.
— Não gosto de engodo.
O sorriso do senador desapareceu aos poucos, parecendo notar o desconforto de Dorian.
— Perdão se foi o que fiz parecer, alteza, mas minha intenção jamais foi levá-lo a um equívoco.
— Pois bem, então diga-me para que me chamou.
O olhar penetrante que Dorian lançava ao senador fez o homem congelar por alguns segundos e engolir em seco antes de se voltar para as bebidas que haviam sido postas sobre o balcão.
Ao longe, Melina apenas observava a interação dos dois, sem poder fazer muito, enquanto ouvia Maxine resmungar pelo comunicador:
— Dorian está indo rápido demais.
Ela até queria fazer algo, mas não conseguia achar nenhuma brecha para se aproximar. Além disso, temia ser reconhecida, mesmo com o disfarce que adotara.
— Acredito que a relação entre nossos países possa se estreitar, alteza. – Continuou o senador, finalmente – Temos muito a oferecer um ao outro.
Um sorriso lento se abriu no rosto de Dorian, enquanto uma risada escapava gradativamente dos lábios dele, fazendo com que o senador relaxasse ao menos um pouco, e tomasse uma postura relativamente aberta.
— Me desculpe, senador, mas achei muito engraçada sua colocação. O que seu país tem a oferecer ao meu que já não tenhamos?
— Uma troca justa de insumos.
— Já produzimos o suficiente para sustentar nossa população e ainda comercializar.
— Não tenho dúvidas, mas há de concordar comigo de que não dispõem de tudo, ainda precisam exportar algumas coisas.
— Mas é claro. – Respondeu Dorian, bebericando um gole da sua bebida – Mas o que nos falta já comercializamos com outros países que já temos alianças.
Arrastando o banco que estava sentado para perto de Dorian, Morgan abaixou consideravelmente a voz para que a conversa permanecesse somente entre os dois.
— Não acredita que já está na hora de aumentar suas fronteiras, alteza?
Dorian mais uma vez analisou aquele homem, tendo toda a certeza de que uma intenção perversa se escondia atrás daqueles olhos. Correu o olhar por toda a figura do senador, notando um breve brilho perto do cós da calça, forçando o olhar, percebeu que se tratava de uma chave. Não entendeu porque o senador carregava uma chave consigo, ninguém em sã consciência traria um objeto daqueles consigo, principalmente ele que teria quantos seguranças quisesse para proteger suas posses.
O que significava que aquela chave poderia esconder algo ou algum lugar que somente o senador tinha conhecimento e não confiasse em ninguém para guardá-lo.
Resolvendo jogar um pouco mais pesado e encurralar aquele homem, Dorian deixou a bebida de lado e aproximou o rosto, dizendo com voz séria:
— Sejamos sinceros, senador, diga de uma vez o que quer de mim, porque claramente o senhor não tem nada a me oferecer, mas quer muito que eu lhe ofereça algo.
— É bem difícil negociar com o senhor. – Constatou o homem, deixando toda a diplomacia de lado.
— O senhor sabia muito bem que não seria fácil.
— Bom... o que sei é que estão atrás de plutônio.
Aquela informação pegara Dorian desprevenido. Ele não sabia se Morgan estava blefando ou se, de fato, falara a verdade. No primeiro caso, Dorian corria o sério risco de cair em contradição e revelar quem era. No segundo caso, e provavelmente o mais ameaçador dos dois, era de que Morgan realmente sabia sobre a busca de Montanaris por plutônio, mas se Thomas sequer mencionara aquele assunto para Dorian, significava que poderia muito bem se tratar de um assunto do mais absoluto sigilo, e se Morgan sabia daquilo, significava que o senador tinha um informante e que suas ações não se limitavam apenas ao país que viviam, mas havia tomado proporções internacionais. E era justamente ali que tudo se complicava. Se as suspeitas de Dorian se confirmassem o caso já não estaria mais nas mãos da agência, porque não teriam jurisdição para lidar com aquilo.
Diante do silêncio total de Dorian, o senador fez questão de continuar:
— Veja bem, alteza, minha intenção não é ameaçá-lo, de forma alguma. Por favor, não entenda por esse lado. O que quero dizer é que consigo dar a vocês o que tanto desejam, se conseguirem me dar o que eu tanto desejo.
— Que seria...
— O apoio de vocês.
Aquilo ficava cada vez mais estranho, Morgan contara toda uma história, criara um ambiente claramente conflituoso, apenas paga pedir apoio? A troco de quê?
Uma sobrancelha de Dorian se arqueou quando voltou a questionar:
— Só isso?
— O apoio de vocês é o suficiente para o que quero, acredite, a palavra de seu país vale muito.
— E para que quer nossa palavra?
Um sorriso ardiloso se formou nos lábios do senador antes que ele se voltasse para sua bebida e tomasse um gole antes de responder:
— Ora, alteza, isso são segredos meus.
— Que são...? Não posso lhe dar nossa palavra e nosso apoio se não souber do que de fato se trata.
— Se eu lhe contar, alteza, deixaria de ser meu segredo.
Morgan era cuidadoso e capcioso em suas palavras, sabia muito bem como manipular e conquistar. Sua boa aparência e influência ajudavam nisso. Dorian pôde muito bem notar o que aquele senador estava fazendo, e se era um jogo que ele queria, seria um jogo que ele teria.
Abriu um sorriso, forçando-se a parecer um pouco mais confortável, balançando a cabeça:
— De fato, tem razão, senador. Um homem sem segredos não é um homem. É fato que alguns deles têm que permanecer trancados a sete chaves. Respeito isso.
— Alguns trancados até mais do que a sete chaves, alteza.
Aquela frase de Morgan, o fez involuntariamente correr os dedos rapidamente sobre o local onde a chave que carregava estava pendurada. O gesto foi o suficiente para Dorian saber que o que quer que procurassem contra o senador, encontrariam no lugar que aquela chave guardava.
Precisava arranjar um jeito de apanhá-la, ou pelo menos estar em posse dela por alguns instantes, não perderia a oportunidade de saber de onde vinha aquela chave.
Se aproximando mais e tentando se aproveitar da ínfima distância, Dorian resolveu blefar:
— Por falar em segredos, senador, estou muito interessado em saber como o senhor tomou conhecimento dos nossos. Meu palpite é que de que há alguém do nosso lado lhe passando informações que deveriam ser de interesse puramente nosso.
— Ora, alteza, mas há de concordar de que esse alguém lhe ajudou nesse caso. Abriu portas para que pudessem encontrar o que desejam.
— Concordo, mas se essa pessoa passou uma informação tão pequena, mas que ainda assim deveria permanecer em segredo, quer dizer que também está disposta a ofertar segredos maiores nossos. – Estreitando os olhos, ele completou – Ninguém gosta de traidores ao lado.
— Não creio que precise ser tão radical, alteza.
— Acredita nisso porque não se trata do seu país. E se quer meu mais sincero palpite, senador, é de que não acredito que tenha plutônio nenhum para me oferecer. E que, na verdade, essa sua desculpa nada mais é do que uma máscara para sua verdadeira intenção de me informar e entregar a pessoa do meu país que está passando informações confidenciais. Ganhando minha confiança com isso, teria meu apoio que tanto deseja. Então se é minha atenção que deseja, senador, é minha atenção que tem agora. Me entregue o nome e terá minha palavra.
Por alguns instantes Morgan permaneceu paralisado, os olhos levemente arregalados demonstravam seu receio, principalmente por não saber se aquilo era um blefe ou não. A verdade, era que Dorian sabia muito bem que apenas aquilo não entregaria o senador e começava a pensar que talvez tivesse sido tolice acreditar que aquele homem entregaria todos os seus planos somente porque estava falando com uma autoridade internacional. Não conseguiria arrancar nada condenatório de Morgan, então, o que teria que fazer era arrancar talvez uma ínfima informação que o levasse às respostas que tanto desejava.
Insistindo mais uma vez, a fim de arrancar algo do senador, Dorian disse:
— Vamos, senador, o senhor me deve. Sei que deve ser um homem que sabe dos segredos de muita gente, mas revelar apenas uma informação, que pode pôr em risco um país, não lhe fará mal.
— O senhor tem razão em acreditar que sei dos segredos das pessoas, alteza. E serei prestativo, como bem disse eu lhe devo já que saiu de seu país para vir até aqui. Não me sinto muito à vontade em citar nomes onde há tantas pessoas para ouvir, mas garanto que enviarei todas as informações que dispuser.
— Se é assim, então creio que temos um acordo, senador.
Morgan abriu um sorriso satisfeito e pegou o seu copo que estava no balcão o erguendo em direção a Dorian, como se comemorasse a recente aliança que haviam feito. Dorian teria retribuído e continuado tentando arrancar algo do senador, mas a visão que teve logo à sua frente, o fez paralisar.
Uma mulher alta e de corpo extremamente curvilíneo, se aproximava de onde estavam, fazendo questão de se mover de forma que suas curvas fossem acentuadas. Os cabelos ruivos estavam presos no alto da cabeça, mas alguns fios caíam sobre o rosto. No entanto, não foi nada daquilo que chamou a atenção de Dorian, nem mesmo o vestido de cetim vermelho, colado ao corpo que ela usava, mas sim os olhos azuis. Aqueles olhos... Dorian jamais esqueceria. Os reconheceria aonde fosse, onde estivesse, ainda que muito tempo se passasse.
Instantaneamente o coração disparou no peito e um zunido se instalou em seus ouvidos, talvez tudo aquilo fosse somente coisa da sua cabeça, pois sentia uma pressão sobre ela que jamais sentira em sua vida, era como se estivesse paralisado em seu lugar. A boca se tornara seca de repente e a garganta pareceu criar um nó, impedindo a passagem de ar.
Sempre estivera no controle de suas emoções, sempre soube disfarçar muito bem quando uma situação não planejada acontecia. Mas ali não conseguia. Não com aquela mulher se aproximando cada vez mais, com um sorriso enigmático no rosto.
Não quando depois de sete anos estava frente a frente com ela de novo.
Emily.
E ao que parecia, ela também o reconhecera, pois foi justamente nele que seus olhos se fixaram, e foi para ele que o sorriso foi lançado. Dorian conhecia muito bem aquele sorriso, ela estava deixando muito claro que sabia quem ele era, e internamente, começara a temer pelo rumo que a missão tomaria. Não poderia estragar tudo justamente naquele momento.
Enquanto ele permanecia paralisado e com os olhos levemente arregalados, Melina o analisava de longe, estranhando o comportamento atípico que ele havia adotado.
— Por que o Dorian travou? O que está havendo? – Questionou ela, pelo comunicador.
— Não faço a menor ideia, mas ele deve ter visto algo. A frequência cardíaca dele aumentou absurdamente. – Informou Max.
— Está monitorando os batimentos dele?
— O Dorian não é muito conhecido por pedir ajuda quando realmente precisa, então pedi para o alfaiate instalar pequenos sensores na roupa dele, assim quando eu detectar algo poderemos agir.
— Muito bem, mas o que está detectando agora? Porque eu não estou vendo nenhuma ameaça.
— Vou verificar.
Enquanto Max verificava pelas câmeras o que Dorian havia visto, sem perceber quem de fato era aquela mulher, Melina rondava pelo salão, sem desgrudar os olhos dele e principalmente da mulher que havia recentemente se juntado a ele e o senador. Alguma coisa de estranha havia nela.
— Boa noite, senhores. – Disse ela se aproximando. Demonstrando certo nível de intimidade, ela pousou a mão no ombro de Morgan e continuou – Senador, estou extremamente honrada em ter sido convidada, o evento está maravilhoso.
— Está ainda mais magnífico com você aqui, querida. – Respondeu ele, tomando a mão dela na sua e depositando um leve beijo – Deixe-me apresentá-la ao senhor, alteza, esta é Selena.
Estendendo a mão pequena e delicada na direção de Dorian, ela sibilou com voz extremamente sensual:
— É um prazer, alteza.
A maior confirmação que Dorian poderia ter de que aquela era Emily, e sabia exatamente quem ele era, foi a forma com que ela frisou a última palavra. Ela sempre parecia conseguir enxergá-lo através de cada disfarce que ele usava.
Se forçando a recobrar os movimentos, Dorian apertou a mão dela com delicadeza, respondendo de modo vago:
— O prazer é meu.
Estava muito enganado se pensava que aquela situação constrangedora e tensa pararia por ali, em um ato de pura ousadia, ela se aproximou mais, fingindo um abraço de cumprimento, apenas para sussurrar no ouvido dele:
— Você consegue ficar sexy de todas as formas.
Rapidamente ele se levantou de onde estava sentado, forçando as pernas a permanecerem firmes, enquanto se afastava, tentando disfarçar como estava incomodado.
Precisava sair dali, precisava de um tempo para recobrar seu raciocínio e voltar a se concentrar no que deveria de fato fazer ali. Precisava também, encontrar uma maneira de tirar o molde da chave que havia surrupiado segundos antes do senador, enquanto conversavam sobre as informações vazadas, não poderia correr o risco de que Morgan notasse o sumiço da chave, muito menos que fosse encontrada com ele, então aproveitaria que ele estava distraído o suficiente com Emily para sair dali. Se era um jogo que ela queria fazer, então ele iria jogar, mas ela seria o peão no tabuleiro de Dorian, que ele usaria para conseguir chegar a seus objetivos daquela noite.
— Se me dão licença, eu preciso me ausentar por alguns instantes. – Disse ele, de modo vago, já se encaminhando para longe.
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