CAPÍTULO XXVI
10/01/2014
"QUERIDO ROMEU;
O dia de ontem terminou de uma forma inusualmente estranha. Para ser sincera contigo, o dia de ontem foi inusualmente estranho, todos os fatos que se sucederam naquela tarde ensolarada pareceram-me terem sido retirados de uma cena de um filme de comédia romântica qualquer.
Não é possível esbarrarmos em um ser humano ridiculamente perfeito em um parque na vida real, certo?
Admito que, por vezes, cogito a hipótese de ser apenas mais uma personagem desafortunada de um filme de comédia romântica com um roteiro duvidoso, talvez um daqueles inúmeros remakes de Cinderela moderna. Sim, é completamente insano pensar assim, tenho ciência de tal fato então peço, encarecidamente, que não me julgues, caro Romeu.
Eu poderia passar horas lhe contando com os mais minuciosos dos detalhes todos os fatos estranhos ocorridos no dia anterior, contudo, isto tomaria-me tempo em demasia e faria com que eu gastasse diversas folhas; portanto creio que não seja uma boa decisão fazê-lo.
Limitarei-me em contar-lhe a maior atipicidade que me ocorreu: eu conheci um modelo brasileiro em um parque itinerante. O quão estranho isso é? Digo, houveram diversas oportunidades de nos conhecermos enquanto eu estava no Brasil, todavia foi preciso que ambos viéssemos para a comuna italiana pouco conhecida para que realmente nos encontrássemos.
Ele ajudou-me a encontrar meu irmão fujão, Victor; este é seu nome. Deve fazer muito tempo que eu não reparo devidamente em algum homem, pois fiquei extremamente encantada por sua beleza divergente das demais.
Serei realista em admitir que nada além de uma amizade surgirá entre nós, durante nosso bate papo, que se alongou por horas a fio, descobri que Victor é gay e está com sua vida amorosa extremamente ajustada — admito que parte de mim desejou ser capaz de dizer o mesmo.
Omiti completamente o fato de que vim para cá no intuito de fugir do meu ex noivo traidor — que demonstrou ser um tremendo de um possessivo, é claro. Victor não precisa saber de meus problemas, ao menos, não ainda.
Não irei alongar-me ainda mais neste relato, querido Romeu.
Nos falamos em breve.
Para sempre tua, Juliet."
AJEITO-ME na cama, ainda estou cansada, minha cabeça dói devido ao turbilhão de pensamentos que está a invadi-la de maneira indeliberada.
Eu queria dizer que os dias em que tenho passado aqui, junto de meu meio irmão, de Francesca e Bortolo, fizeram com que eu deixasse Elton no passado; entretanto meu ex noivo está provando ser um fantasma incômodo que jamais me deixará verdadeiramente em paz.
Mesmo estando a um oceano de distância, ainda me sinto sufocada. Ainda sinto a mentira sob a qual nosso relacionamento foi forjado apertar meu peito, ainda a sinto esmigalhar meu coração, tal como se ele fosse feito de vidro e tivesse sendo atirado contra o chão frio consecutivamente.
Não importa o que eu faça, o quanto tente, minha mente sempre acaba me sabotando e voltando seus pensamentos e lembranças para aquele que tanto me fez mal.
E eu tento, por Deus, como eu tento. São altos e baixos o tempo todo; uma hora tudo está bem e, quando eu menos espero, lá está uma lembrança daquele cujo o nome não deve ser pronunciado, rondando minha mente e me fazendo querer voltar correndo para seus braços.
Meneio a cabeça em negação. Eu não posso voltar para ele, eu não vou voltar para ele, não importa quantos "baixos" e recaídas eu tiver, ele é a droga da qual eu preciso me desintoxicar.
— Buongiorno sorella mia! — A voz de Edoardo ressoa pelo meu quarto
Não sei ao certo a quanto tempo ele está aqui, porém sei que o garotinho está em meu quarto tempo o suficiente para me olhar com preocupação.
— Come stai? — Ele insiste
Ainda estou meio aérea, meu cérebro se prova incapaz de formular frases em italiano, português, inglês ou qualquer outra língua com a qual eu já tenha tido contato.
Olho para ele como quem pede socorro e, de fato, eu estava pedindo, apenas não estava o fazendo por intermédio de palavras. O garotinho de cachos rebeldes se senta ao meu lado, me abraçando de maneira desajeitada e, por um momento, me sinto protegida.
Edoardo parece ser a ancora que me mantém presa ao presente, que me puxa de volta para a realidade quando minha mente está divagando sobre o passado não tão distante. Não serei hipócrita ao dizer que não havia percebido anteriormente que quando ele está por perto eu não penso naquele cujo o nome não tornarei a mencionar. Eu já havia apercebido-me de tal fato.
— Está com fome? — Ele pergunta em um português enrolado — Mamãe fez muffins de banana, papai disse a ela que eles eram seus prediletos quando você era criança.
Não consigo evitar que uma expressão de surpresa passe a adornar meu rosto. Jamais se passaria pela minha mente a simples hipótese de que Bortolo realmente absorveu algo de minha infância, algo do tempo em que costumamos estar juntos.
Admito que isso me aquece o coração. Talvez eu estivesse errada a seu respeito, no final das contas, talvez eu fosse o monstro dessa vez, eu realmente quero acreditar nessa hipótese, pois caso ela esteja certa isso permitirá que eu me redima por todo esse tempo no qual estivemos separados.
Lembro-me da primeira vez na qual mamãe me fez muffins de banana para o café da manhã, eu havia caído na noite anterior durante uma de minhas brincadeiras e me ralado toda, papai cuidou de meus ferimentos s mamãe me deu um analgésico para que eu parasse de chorar e, por algum motivo muito doido, eu disse para ela que só melhoraria caso comesse muffins de banana na manhã seguinte.
Após aquele dia, muffins de banana passaram a estar presente em todos os nossos cafés da manhã; porém não esperava que esse fosse o tipo de coisa que Bortolo escolhe guardar em sua memória.
— Para ser sincera, estou com um pouco de fome sim. — Digo após forçar-me a voltar para a realidade e a deixar as lembranças nostálgicas de minha infância de lado
Permito que um sorriso mínimo adorne-me os lábios e me levanto estendendo a mão ao garotinho; que prontamente a pega.
HEY MEU POVO QUE COME PÃO COM OVO!
Comé que o cês tão? Espero que bem.
Não, eu não estou morta, tampouco abandonei a historia. A verdade é que eu passei por alguns altos e baixos, alguns problemas pessoais e somando isso com o início do TCC e do artigo para apresentação para a conclusão do curso não tive tempo; tampouco cabeça, para escrever e meus capítulos prontos haviam acabado.
Peço-lhes perdão pelo sumiço e deixo a promessa de que atualizarei CPR o mais rápido possível.
Sei que disse que retiraria a obra devido ao site de pdfs, mas querem saber? Que se foda; eu tenho provas de que a história é de minha propriedade intelectual! Não vou deixar vocês sem atualização
O que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado, caso tenham, não esqueçam aquela estrelinha marota, ela me ajuda muito.
Deixem vossas opiniões e críticas construtivas nos comentários. Aceitarei todas de bom grado.
Nos vemos na próxima sexta.
Tia Bia ama vocês!
KISSUS DA TIA BIA!
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