𓍢 ᴘʀᴏ́ʟᴏɢᴏ ♡𝆬
Taehyun chegava naquela ala de paredes brancas com desenhos de baleias, peixes e nuvens (algo que não fazia sentido algum.)
Kang segurava a mão de sua mãe, que olhava preocupada para tudo e todos.
Taehyun, com apenas 10 anos, fora diagnosticado com um lóbulo cancerígeno e com isso seria encaminhado para o hospital de câncer infantil, onde todas as crianças com o mesmo problema que ele ficavam.
Horas antes, Kang viu a mãe chorando e não entendeu, ela somente disse que tudo ficaria bem, tudo iria passar.
"Mas o que era esse tudo?"
Tae não entendeu decidiu ficar quieto, sua mãe não parecia bem para explicar algo que não gerasse lágrimas.
Voltando no momento atual, ChaeWoo, mãe de Taehyun, solta a mão da pequena criança e coloca-o sentado na maca dura com lençóis brancos e pequenos desenhos azuis. O chão, levemente arranhado por já terem passado tantas cadeiras de rodas e macas, dava a sensação de que um grande monstro morava ali.
O quarto em que estavam tinha mais uma cama ao lado, sendo separados apenas por uma cortina, as paredes azuis davam um ar infantil mas mórbido ao local. Na janela, a vista para o antigo hospital, atualmente abandonado, caindo aos pedaços.
Na ala infantil podiam ouvir gritos e choro de crianças, a maior parte bebês.
Sentado na maca, Taehyun olhava para ChaeWoo tentando entender o que era tudo aquilo, por que estavam ali.
ㅡ Mamãe, por que estamos aqui? Cadê o papai? E o vovô? Eu quero ir pra casa!
Os dois se encaravam até uma enfermeira com aparência jovial entrar no quarto, ela olhava a prancheta, logo olhando para o menino e sua mãe.
ㅡ Kang Taehyun, certo? Sou a Nakyung, serei a enfermeira que ficará responsável por você aqui na ala Magic Island.
Taehyun assente e Nakyung continua.
ㅡ Seu colega de quarto deve estar no banho e logo chega, espero que se deem bem, ele é bem agitado mas um anjo.
O pequeno assente novamente e a enfermeira sai juntamente com a senhora Kang.
Taehyun fica ali, quietinho, olhando para o nada, ele não entendia por que estava ali.
Logo a porta se abre novamente e ele olha esperançoso, esperando ser sua mãe mas, na verdade, quem havia entrado era um garoto um pouco mais alto, de cabelos loirinhos e molhados, pareciam ser macios, seus olhos eram negros mas muito bonitos.
ㅡ Quem é você?
Logo Taehyun sai dos seus pensamentos e volta a realidade onde o garoto o encarava.
ㅡ Pra-prazer, sou Kang Taehyun, e você é...?
ㅡ Choi Beomgyu.
O mais alto fala sério e senta na cama ao lado.
ㅡ Prazer, Choi Beomgyu...
Beomgyu somente murmura um "hm" e pega um livro, logo começando a ler.
ㅡ O que está lendo? Posso ver?
Taehyun se aproxima mas o Choi o observa com um olhar mortal.
ㅡ Você é bem curioso hein, nanico...
ㅡ Eu não sou nanico, sou quase da sua altura.
Kang cruza os braços e logo o Choi revira os olhos.
ㅡ O que faz aqui? Qual o sua doença?
"Doença?"
Kang para pra pensar.
ㅡ Que doença? Eu estou totalmente saudável!
O mais alto ri debochado.
ㅡ Se você está saudável, por que está aqui?
ㅡ Eu não sei o que estou fazendo aqui!
Beomgyu revira os olhos.
ㅡ Você pelo menos sabe que aqui é um hospital de câncer infantil, certo?
Nesse momento o mundo de Tae desabou.
ㅡ Eu não estou com câncer, não tem como, eu estou bem!
Pequenas lágrimas já saiam dos olhos do garoto baixinho.
ㅡ Não tem outro motivo para você estar internado aqui, mas logo você se acostuma, tem duas opções: ou morre ou vence o câncer, boa sorte.
Beomgyu sorri e se deita novamente.
Não demora para Tae estar derramando lágrimas e mais lágrimas.
⠀ ִ ࣪. 🍬༶
ㅡ Eu quero a mamãe ou o vovô, cadê eles, Beomgyu?
Beomgyu não aguentava mais o garoto chorando em sua cabeça e logo berra.
ㅡ EU NÃO SEI ONDE ESTÁ SUA FAMÍLIA, ELES DEVEM TER TE ABANDONADO IGUAL A MINHA FEZ, AGORA CALA A BOCA!
O silêncio reinou no quarto, o Choi se arrependia de ter gritado com ele e o Kang estava chocado, será que sua família havia realmente o abandonado?
Taehyun abaixou a cabeça, sentindo mais lágrimas vindo mas dessa vez silenciosas, elas não eram mais escandalosas como as que vieram anteriormente.
Beomgyu suspira frustrado, primeiro dia com um colega e já conseguiu assustá-lo.
ㅡ Olha, Kang... eu não quis dizer isso, eu... desculpa...
Choi tenta se aproximar mas Taehyun se afasta.
ㅡ Eu nao quero conversar... e se a mamãe e o vovô realmente me deixaram?... eles não me amam mais?
Beomgyu só faltava surtar, ele não sabia como ajudar o garoto e tinha medo de falar algo e piorar a situação.
ㅡ Olha, Taehyun... Eu falei isso na raiva mas eles vão voltar, okay? Logo estarão ao seu lado novamente, fazendo o que vocês mais gostam de fazer...
ㅡ Nós vamos poder andar de bicicleta de novo, Beomgyu?
O mais novo encara-o com os olhos molhados e vermelhos, logo recebendo um carinho suave nos cabelos castanhos
ㅡ Sim, vocês vão poder andar de bicicleta novamente.
Então Beomgyu sorriu.
E foi com esse sorriso que tudo pareceu mudar para Taehyun.
⠀ ִ ࣪. 🍬༶
Os dois garotos se acostumaram a acordar e ter a presença um do outro ali.
Acabaram se tornando extremamente unidos, sempre contando um com o outro para tudo.
ㅡ Hyung, hyung, hyung, vamos no outro prédio do hospital? Disseram que tem um gato lá!
ㅡ Taehyun, se a Nakyung nos pegar por lá estamos ferrados!
ㅡ Ela não vai nos pegar lá! Vamos, Beommie!
Taehyun faz manha e Beomgyu cede.
ㅡ Se acontecer alguma coisa, eu saio correndo e te deixo lá sozinho, hein?!
ㅡ Okay! Mas vamos logo!
Taehyun puxa o Choi pela mão, logo saindo discretamente do quarto que dividiam e indo até a saída abandonada do local.
Da saída, podiam ver um belo gramado verde iluminado pelo sol das 4.
Os dois saíram correndo pelo gramado até chegarem na parte abandonada do hospital, lá era onde havia as antigas cirurgias, entre outras coisas mas acabou sendo desabitada pelos bombeiros quando encontraram uma grande rachadura.
ㅡ Aqui é legal...
ㅡ Sim, vamos achar logo o gato, disseram que o nome dele é Mrs. Moomoo.
O mais velho ri.
ㅡ Quem te disse isso?
ㅡ A Yuna que falou, ela viu o gato correndo pra cá mas como a Ryun 'tava com ela, elas não vieram pegar o gato.
O Choi assente com a cabeça.
Taehyun havia descoberto que, sempre por baixo de um iceberg de sentimentos frios, pode haver umaexplosão de sentimentos diferentes, algo que nem todo mundo consegue entender...
ㅡ Taehyun! O gato!
Beomgyu apontava para uma bola de pelos branquinha, sentada na janela.
ㅡ Mrs. Moomoo!
O gato se assusta e logo foge.
ㅡ Parabéns, mané, assustou o gato.
Taehyun leva um tapa na nuca, não demorando para os dois estarem saindo no tapa.
ㅡ Quem está aí?
A voz forte fez os dois garotos se assustarem e ficarem em silêncio.
ㅡ Quem está aí? Não vou repetir mais uma vez...
Ambas as crianças se entreolharam e foram na direção da voz, logo encontrando o senhor Lee, o segurança.
ㅡ Choi Beomgyu e Kang Taehyun, quantas vezes já falei para não brincarem aqui! Aqui é perigoso! Agora saiam antes que eu chame a Nakyung.
Não demora para os dois darem as mãos e saírem correndo dali.
ㅡ Eu pensei que ia morrer, hyung.
ㅡ E eu falei que não era uma boa ideia!
ㅡ Mas você foi!
ㅡ Por que eu não confio em te deixar sozinho, e se você se machucar?
Os dois se olham e logo começam a rir, aquele estresse nunca durava muito tempo.
ㅡ Eu te amo, hyung.
ㅡ Também te amo, Taerry.
🍬
Os dias foram se passando, Taehyun e Beomgyu só faltavam tomar banho juntos por que até dormir, dormiam, um abraçadinho com o outro, com Beomgyu fazendo carinho nos cabelos de Taehyun e Taehyun cantando baixinho para acalmar Beomgyu.
Estranhamente, o Choi estava sumindo de vez em quando, no meio do dia ele começava a passar mal e a enfermeira o levava para longe de Taehyun mas logo Beomgyu voltava e lá estavam eles, agarradinho de novo, fazendo brincadeiras no grande gramado verde.
ㅡ Hyung.
Taehyun chamou.
ㅡ Diga, Tae.
Beomgyu logo respondeu.
Os dois estavam deitados em baixo do grande Carvalho velho, Taehyun no com a cabeça no colinho do mais velho enquanto recebia um carinho singelo e suave nos cabelos castanhos.
ㅡ Quando a gente crescer, eu quero me casar com você, vamos viver juntinhos.
ㅡ Sim, nós vamos, Tae... vamos ficar juntinho para a eternidade.
Beomgyu sorri triste e olha para o céu, tentando fazer as lágrimas não caírem mas uma, a fujona, cai e Taehyun vê.
ㅡ Hyung, por que está chorando?
Preocupado, o mais baixo se senta, logo secando as lágrimas de Beomgyu, que insistiam em cair, deixando a visão do Choi embaçada.
ㅡ São lágrimas de alegria, Tae... são de alegria...
Beomgyu não perde a chance de abraçá-lo com força, sentindo o cheiro adocicado de Taehyun.
ㅡ Eu te amo, Taerry.
ㅡ Eu também te amo, Beommie.
°🍬•
Mais um dia que Taehyun acordava animado, mais um dia que ele e Beomgyu iriam aprontar alguma coisa dentro daquele hospital mas... algo estava diferente...
Ao olhar para o lado, Taehyun não encontrou seu hyung dormindo, sua cama estava perfeitamente arrumada, tudo estava como se Beomgyu nunca estivesse estado ali.
Não demora para Nakyung entrar no quarto.
ㅡ Bom dia, Taehyun.
Um sorriso melancólico surgiu nos lábios da enfermeira.
ㅡ Nakyung noona... cadê o Beommie?...
Ela pensa um pouco antes de falar.
ㅡ Ele... Foi para casa, Tae...
ㅡ Mas ele vai voltar, não vai?
A enfermeira assente.
ㅡ Um dia, Taerry... um dia...
Taehyun assente, sem saber muito o que dizer, logo suspirando e começando seu dia, era estranho não ter Beomgyu já falando alto e gesticulando logo de manhã mas era isso que Taehyun estava vivendo nesse momento.
🍬
ㅡ Noona, o Beommie ainda não voltou... ele está bem?
ㅡ Sim, Taerry, ele está bem, está melhor do que imagina.
Nakyung sorri para ele e Tae para um pouco.
ㅡ Me da algumas folhas de papel, Noona?
ㅡ Ué, para que?
ㅡ Eu vou escrever!
Nakyung ri e entrega cinco folhas de caderno para Taehyun e uma caneta preta juntamente com vários adesivos coloridos.
ㅡ Boa escrita então...
ㅡ Muito obrigado, Nakyung noona!
Taehyun sorri e corre para o quarto, logo começando a escrever.
🍬
ㅡ Para quem são essas cartas, filho?
A mãe de Taehyun pergunta intrigada.
ㅡ É para o hyung, mamãe, ele vai voltar não vai?
ㅡ Um dia ele vai... um dia...
Taehyun sorri com isso e volta a escrever feliz.
の
Hiiiii!
Sequem as lágrimas por que ainda não acabou!
Vou postar uma carta por quarta feira então podem preparar os lencinhos, por que papel higiênico tá caro.
Estão gostando? Tentei resumir mas ao mesmo tempo deixar detalhado, não sei se deu certo mas enfim.
Vão ser 4 cartas e um epílogo, não vai ter bônus (até agora não, vamos ver o que a minha mente tem para lhes oferecer).
Felizmente acho que não tem nada para dar errado nessa fic :)
Até mais, little rabbits!
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