Você? Você!
Não tive o triunfo que esperava.
Escurecia, no carro com a família,
Cara de zero amigos.
Chatas, as canções de rádio
Sem graça, as paisagens.
Deus e tomate, mesma coisa.
Estava perdido. E só tinha quinze.
Paramos numa padaria.
Entramos, mamãe e eu. Pães e doce.
Me empanturrar de comida
Me faria esquecer. E como!
Doze sabores de bolo de rolo!
Como é possível? Sem goiaba?!
E compramos alegremente. Experimentar.
Fui ao banheiro sujo, aliviar a vida.
E voltando, duvidei: você, ali?
Seu olhar pousou em mim
Mas fugi. Que diria? Ainda
Não te conhecia tanto. Não, não podia arriscar
Fazer papel de palhaço. Voltei ao carro
Olhando timidamente atrás
Sem mais te ver. Me odiei.
Então, nos aproximando do Recife,
Você perguntou pelo celular se era eu.
O destino! De todos os lugares,
VOCÊ, em Jaboatão dos Guararapes!
Era inevitável, rimos disso até hoje.
Te encontrar no fim do mundo foi sinal.
Obrigado por tudo, minha amiga. Aos poucos
[ia sendo salvo pelo seu amor
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