Tela-vida
Mesmo sendo dessa geração Z
Escrever e poetizar internet
Mais pareço entrar no vale da estranheza.
Tão trivial por sempre estar presente
E tão complexa pela tecnologia alienígena
Mas não há poesia em tratar de algoritmos
Mesmo como comentário social.
Qual a graça de personagens brigarem
Se amarem, revolverem tudo por mensagem?
A Ilíada teria sido muito mais curta.
Ignorar a internet na ficção
É um sintoma, um desejo
O eco do mundo que nunca vivi
A saudade (falsa, verdade) da vida simples
Mais parada, mais presente
A vida besta de Drummond!
O Sertão-mundo! São Bernardo!
Mas só sobra Angústia
Nessa vida atada à tela
Tela-vida metalinguística que sufoca o artista
(Não sufoque o artista!)
É o que ainda me faz estar vivo
E nem me deixe começar a pensar
Sobre IA e a morte da poesia
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