Rodada de Doha
...Talvez seja eu o problema.
Não existem holofotes em mim.
O mundo nada me deve,
Infelizmente. A repetição
Do mesmo ciclo e situação:
Eu sou a única constante
O único culpado...
Não vocês!
Ah, já nem sei o que pensar
De toda essa vida.
Odeio processos, construções.
Ver gente, viver é tão difícil.
O que me falta?
O que me salva?
O que me falta,
Para que fique à vontade com vocês?
Não me sinto pessoa, sou mero observador
Despido de qualquer qualidade
Mas divago, fujo do problema, da solução.
Me falta amor, que não quero buscar. Mas preciso.
Eis a contradição, um colapso
Na minha rodada de Doha.
Como me salvar, se ninguém mais pode?
Já recebi ajuda, infrutífera.
Me senti exposto, idiota
Por admitir besteiras a amigos
Por extravasar lamentos em poemas
Numa autoconsciência
Terrivelmente dolorosa
Terrivelmente metalinguística,
Daquelas existenciais.
Será culpa dos pais, da criação?
Isso não importa mais.
Em anos, só serei eu pra continuar a família
Sustentar versos que assumem extensão
E conteúdos ensaísticos
Com fim possivelmente incerto
e sempre ABRUPTO!!
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