Maioridade (17-01-25)

Não acreditei mais em vocês

No decorrer do tempo


Energia juvenil, mito

Parabenizar desconhecidos, inútil

Não por não haver reciprocidade

Mas pela injustiça comigo mesmo.


Não fingirei amor

Não fingirei simpatia

Não fingirei admiração

Não gostarei por gostar


São versos crus

Que não devem adjetivações

O tempo voou

Vocês passaram

Feito arranhões

Egos de rapina

E como ato de liberdade

Ne afasto disso

Do meu inferno


Pois um verso cru

É para ilustrar morte nua

Que vem de mochila a jato

Agarrar a criança que via desenho

E sonhava em ser inventor

O pré-adolescente

Que julgava ser o gênio

Do Colégio Militar

E na pandemia

Se julgou muito bem

Sozinho, só somente só

O adolescente

Que quebrou a cara no amor

Encarou sem nojo

Suas personas

Até então ocultas

E agora o adulto

Engolido pelo mundo

Sem mais afagos

Ou elogios fofos dos tios:

é só mais um jovem adulto

A ser despejado no mercado

De trabalho. Depois da faculdade,

Sem a menor chance de

Ser chamado de prodígio

Só na remota chance de ser artista.


Feliz maioridade!

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