Apresentação
23:44 do dia 23 de dezembro de 2024. Começo a escrever a apresentação para um livro extremamente singelo, destinado a ter menor alcance. Não o digo por acaso. Ou cu doce.
É um fato que não me preocupei tanto com a organização desse livro, ainda que ele seja muito importante para mim. Por isso, de início, é importante frisar o que esse livro não é.
Os poemas começaram a ser feitos no segundo semestre de 2024, junto aos outros do Em Folhetim e, logo mais, do livro Em Fuga. Os que aqui constam deveriam em grande parte estar nesse último. Mas justamente por assumirem um tom tão pessoal, tão sincero (ainda que poeticamente não sejam tão trabalhados), mereceram estar em um livro próprio.
Dito isso, esse livro não tem por objetivo explorar em cima dos sentimentos universais das pessoas: Término, depressão, traição, violência consigo mesmo, etc. Dessas, só passei por um término. Nem de longe sou autoridade nos assuntos nem tenho vivência de mundo para seriamente tratar desses temas, sem ser injusto com quem realmente passou e passa com isso.
A obra também não busca aliviar as dores de ninguém, como alguma autoajuda barata, ou falar da aceitação a Jesus Cristo. É uma vida linda a de quem consegue seguir a fé, de verdade. Mas não é a minha realidade.
Carta Aberta foi o primeiro título que veio à cabeça, mas logo percebi que não se enquadrava no gênero literário. Não tento resolver um problema, nem me dirijo a outrem em específico na maior parte do tempo. Bem verdade, mergulho no que considero minhas mágoas, meus defeitos, meus desejos e elaboro poesia em cima disso. Talvez ensaio seja o gênero certo. Poemas que, fora revisões gramaticais e de tempos verbais, permaneceram inalterados desde a sua escrita. E tratam de mim, situações que passei, como sinto que sou. Então justamente por ter um objetivo tão absurdo e até inútil, preferi deixar esse título, apesar da obra não ser direcionada a ninguém, a não ser a mim mesmo, e mal tentar resolver o que considero como problemas.
Por isso, dedico, pela primeira e última vez, esta obra a mim mesmo. Por ter me ajudado a passar por momentos tão difíceis, em que duvidei de tantas coisas e me guiou na tarefa às cegas de me entender em partes. Ou pelo menos me fez pensar naquelas que não consigo entender de jeito nenhum. Se nem a gente se entende, quem dirá os outros.
Para fins de organização mínima (não posso evitar...), o livro foi dividido em duas partes. A primeira, autoexplicativa. Música do Nirvana. Me permiti ser coitado o quanto quisesse, extravasar o que sentia no momento de escrita.
Na segunda, uma música e álbum do Pink Floyd feitos em homenagem ao ex-membro Syd Barret, que, por problemas com drogas, precisou sair da banda. Grande mistério cerca a figura dele até hoje. Sendo uma época bem introspectiva da minha banda preferida, nada mais justo que pô-lo na parte do livro com poemas ainda mais reflexivos, em que duvido até da parte mais trivial sobre mim.
Mesmo sendo um livro fútil à primeira vista, foram tão interessantes essas buscas internas (pelo menos para mim) que senti vontade de publicá-las. Independente de ser ou não um motivo justo para publicar Carta Aberta (que até o título não lhe faz jus), aqui está a obra, cuja introdução tem a escrita encerrada às 00:11 do dia 24 de dezembro de 2024, véspera de natal. Aniversário de um ano do namoro, se tivesse continuado. Por hora, estou satisfeito.
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