A parte minha

Obviedade: sou a soma

De todas as minhas partes


É justamente aquela

Esperança pelo futuro

No encontro da alma gêmea

(força de expressão, não existe)


Logo, eu quero permanecer

Vivo. Mas por quê?

Quem sabe, autopreservação

Vinda da biologia:

Gene egoísta quer

Perpetuar seu gene,

Mesmo num mundo

Difícil, cruel, homicida.


Mas não sou

Um bolo de hormônios

Somente. Sou racional, abstraio

Nesse cérebro que não

Consegue se explicar

E às vezes chama a si mesmo

De célebro


Mas divago, ponho prioridades

Nas questões erradas.

Talvez, não exista motivo no fundo.

Mas invento um... porque sim,

Ao mesmo tempo

Que noutras vezes

Quero deixar de existir

Num suicídio,

Ou no desejo de seguir

Convenções sociais.

Para que seguir, além de

Justificativa sociológica?


A nível individual, para que

Busco ser aceito, validado 

Aos olhos vazios do povo?!

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