Te volví a probar

N/A: Olá! Essa é minha primeira fanfic depois de anos sem escrever e minha primeira Drarry. Quis fazer algo curto, fofo e bem romântico porque acho que a vida já é muito difícil para ainda sofrer com fanfic kkkkk. Me inspirei superficialmente na música Caramelo do Ozuna. Eu revisei, mas sempre acaba passando um errinho ou outro, então relevem! Essa fic tem cena de sexo (que eu espero que esteja boa porque não escrevo há bastante tempo), está avisado o início e o final dela com um *. Espero que gostem <3

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Harry estava ansioso. Muito ansioso, na verdade. Era dia 30 de novembro, o dia do casamento de seus dois melhores amigos. Ele não podia acreditar que depois de tantos anos, os dois ainda estariam em um relacionamento, e cada vez mais unidos. É claro que eles tiveram algumas crises, como da vez que Rony reagiu mal a uma possível gravidez de Hermione e eles ficaram dois meses separados, até conversarem e decidirem seus futuros juntos. Agora, com mais de setes anos de namoro, eles finalmente tiveram coragem (e tempo e dinheiro) para se casarem e irem morar juntos. Potter foi o primeiro a saber da notícia, e encheu a cara com os outros dois no dia, numa comemoração extremamente privada no novo apartamento dele. Não só ficou sabendo da notícia em primeiríssima mão, como também foi escolhido por ambos para ser o padrinho, junto de seu namorado da época, Draco Malfoy. Ele lembra de Draco começar a chorar na noite em que ele disse que os dois seriam padrinhos de casamento e sentiu que Draco finalmente havia entendido que sim, eles o perdoavam e o amavam.

Harry afastou os pensamentos quando os mesmos começaram a levá-lo para a parte que ele não queria relembrar de jeito nenhum. Demorou tanto tempo para ele finalmente conseguir pronunciar Draco Malfoy sem embargar a voz, ou vê-lo no trabalho sem precisar correr para o banheiro para chorar. Não diria que tinha superado o término, porque ainda dormia com a camisa velha do loiro e ainda tinha mania de colocar dois pratos na mesa quando ia tomar café da manhã, mas só de conseguir sustentar o olhar por exatos seis segundos (ele só conseguia meio segundo algum tempo atrás) antes de querer chorar, já era uma vitória. Certo?

Terminou de abotoar os suspensórios e pegou o blazer em cima da poltrona de seu quarto. O casal não queria nada muito formal, já que iam se casar no quintal de sua casa nova, então pediram aos convidados para se sentirem à vontade e usarem o que quisessem. Harry optou por um blazer e calça cinzas, uma camisa social branca e um par de suspensórios que davam um toque especial ao look.

Pegou o celular, digitando uma mensagem rápida para Hermione avisando que já estava a caminho e aparatou até a casa dos amigos.

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Chegando no local, Harry avistou de cara o melhor amigo ruivo segurando a varinha e fazendo feitiços de arrumação. Havia pequenos vasos de flores para todos os lados e com o feitiço que Rony invocava, os vasos seguiam seus caminhos para cima das mesas espalhadas pelo local. Os outros Weasley o ajudavam na tarefa e ninguém pareceu perceber que o moreno havia chegado.

— Oi, pessoal — disse alto, fazendo com que todas as cabeças ruivas virassem em sua direção. Rony sorriu e deixou de lado o que estava fazendo para correr até o amigo e o abraçá-lo.

— Harry! Chegou cedo.

— Eu disse que viria mais cedo para ajudar.

— Felizmente já terminamos aqui. Só falta colocar as bandejas de doces na mesa ali — apontou para uma grande mesa perpendicular à que estava o bolo de casamento, feito e decorado por Molly e Fleur. — E aí acabou mesmo. Gina e Luna estão lá em cima ajudando Mione com o cabelo e maquiagem, e... — hesitou antes de continuar a frase.

— Por que hesitou? — o moreno perguntou enquanto andava até as bandejas de doces. Estavam muito bem feitos, todos brancos com um pouco de brilho, em cima de papéis brancos com renda. Parecia muito mais um casamento trouxa do que bruxo. Harry gostou desse detalhe. Pegou uma bandeja com as mãos enquanto segurava a varinha com a outra e levitava o restante das bandejas até a mesa. Rony o seguiu estalando os dedos.

— Eu não hesitei. — Harry apenas o olhou e levantou uma sobrancelha. — Ok. Draco está lá em cima também, ajudando com o vestido.

Potter o encarou surpreso. Ele sabia que o ex tinha aptidão para moda, mas não a ponto de chegar algumas horas mais cedo para ajudar a vestir a melhor amiga do ex namorado. Ele nem sabia que Draco vinha, droga! Rapidamente cheirou suas roupas e até que estavam ok.

— Você tem perfume? — o moreno perguntou terminando de ajeitar a última bandeja. Roubou um docinho para comer e antes que pudesse levá-lo a boca, a mão de Rony bateu na sua.

— Deixe para a festa. — Rony brigou, mas ainda sorria. — Que história é essa de perfume?

Harry deu de ombros, mas quando ele ficou petrificado olhando para trás de Rony, e melancolia se instalou em seu rosto, o ruivo entendeu tudo. Draco Malfoy se aproximou dos dois e sorriu, um pouco sem graça pela presença do ex.

— Hum, Rony. A hora já está chegando, sua mãe pediu para você ir se ajeitar. — o ruivo assentiu e saiu de perto, entrando na casa.

— Oi, Harry.

— Oi, Draco.

Um silêncio meio desconfortável se instalou entre os dois. Draco estava lindo, Harry tinha que admitir, as roupas pretas lhe caíam muito bem. Gola alta sempre foi uma peça de roupa que combinava com ele.

— Então você veio mesmo.

— Não podia deixar Hermione e Rony na mão. Eu sabia que não teria mais ninguém para entrar com você.

Harry engasgou. Ele achou que Malfoy havia ido por consideração sim, mas não pelo fato de que ele não queria que o arranjo de padrinhos e madrinhas desse errado. Tudo bem que Rony e Hermione não faziam ideia, nem Harry, que eles iam terminar faltando seis meses para o casamento. Mas àquela altura, com Potter e Malfoy se evitando a todo custo, com certeza os noivos não se importariam nem um pouco de um dos padrinhos andar até o altar desacompanhado.

— Eu não acho que... — o moreno começou a falar, mas os gêmeos o interromperam, avisando que já estava na hora de se prepararem. Os dois se viraram para seguir os gêmeos e o resto do pessoal que entraria com eles. Antes que pudessem dar mais que dois passos, Draco sussurrou:

— Você está muito cheiroso, Hazz.

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Draco talvez tenha surtado um pouco ao ter que entrelaçar seu braço com o de Harry para abrirem a cerimônia. Os outros casais vieram logo atrás deles. Rony já estava no altar, os outros convidados sentados nas cadeiras dispostas pelo pedaço do jardim onde ocorria a cerimônia. Ao andar, Draco se distraiu olhando para Harry. O moreno estava nervoso, podia sentir pelas tremedeiras que seu corpo dava enquanto andavam devagar. Sorria contido para os convidados, pequenas gotas de suor escorrendo por sua testa. Draco só queria poder acalmá-lo, dizer que estava tudo bem, que ele estava nervoso também e que logo, logo, poderiam se soltar, mas não teve coragem de aproximar seus lábios da orelha do ex e sussurrar essas palavras. Então apenas engoliu o que diria e continuou o pequeno percurso.

Tão rápido quanto começou, a cerimônia teve seu fim com um beijo apaixonado dos casados. Todos levantaram das cadeiras e aplaudiram os dois, gritando palavras de felicidade. Os gêmeos haviam dado um jeito de soltar fogos de artifício que apareciam bem brilhantes, mesmo no céu claro. Alguns inclusive tinham formato de coração.

— Eu queria agradecer a presença de todos e anunciar que a festa começa agora! — Hermione os avisou com a varinha encostada no pescoço, de forma que sua voz saía mais alta que o normal.

Todos se dirigiram às mesas dispostas do outro lado do jardim (que era enorme), enquanto a decoração da cerimônia era desmanchada aos poucos com um pouco de magia. Draco se dirigiu direto ao bar improvisado do lado da pequena pista de dança, onde as coqueteleiras preparavam as bebidas sozinhas, sem mãos humanas para manuseá-las. Enquanto tomava um dry Martini, ele sentiu seu corpo se arrepiar com a presença de alguém, e só pela sua reação, ele já sabia bem quem era.

— O que está achando de tudo? — perguntou ao moreno, quando o mesmo se apoiou de lado na mesa alta que tinha perto do bar e bebericava um líquido azul.

— Confesso que tive que me segurar para não chorar.

— Eu percebi que você estava nervoso quando entramos. É uma sensação esquisita ver seus dois amigos que cresceram com você casando — Malfoy disse, mesmo sabendo que aquele não era o motivo real do outro estar nervoso. Harry bebeu mais um pouco antes de respondê-lo.

— Sim, mas não fiquei nervoso por isso. — Um suspiro e mais uma golada. — Fazia muito tempo que a gente não ficava próximo assim.

Draco o olhou. Os olhos azuis acinzentados tentavam focar nos verdes, mas a vergonha e o ressentimento pelo término ainda o impediam de fazê-lo. Harry aproveitou sua mão descansando em cima da mesa para acariciar a de Draco, e este não sabia se a deixava ou a removia com delicadeza. Essa situação era extremamente complicada.

— Eu senti sua falta — Harry disse por fim, antes de pegar dois copos de Firewhisky e sair para perto das mesas, onde serviam o jantar.

O coração de Draco pulou e ele terminou seu copo cheio de bebida em segundos.

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— Você quer dançar? — Harry se assustou com a pergunta. Ele achou que depois do que dissera, o ex grudaria em seus amigos e esqueceria de sua existência pelo resto da festa.

Draco o olhava com um brilho nos olhos, a pele branca levemente corada e a mão tremia um pouco. Sabia que estava bêbado, porque se encontrava no mesmo estado. Deu de ombros mentalmente, deixou os amigos na mesa e se levantou, agarrando a mão de Draco e deixando-o levar para a pista de dança.

Malfoy segurou sua cintura, enquanto uma música calma tocava, mas só isso que Harry sabia, porque estava extremamente concentrado nos olhos do ex namorado, prestando atenção em como ele movia os dois facilmente de um lado para o outro e apertava os pontos certos de sua cintura. Potter levou suas mãos dos ombros ao pescoço do loiro e iniciou um carinho leve em sua nuca. Ouviu um suspiro longo e sorriu. Então ele não era o único que ainda sentia alguma coisa, afinal.

— Sabe, eu ainda não entendi porque a gente ficou tanto tempo sem se falar — Malfoy sussurrou.

— Eu ainda não estava pronto para ver sua cara — Harry disse. Subiu o carinho da nuca para os cabelos loiros e emaranhou seus dedos ali, como costumava fazer sempre. Draco fechou os olhos em deleite.

— Eu também senti sua falta — disse em resposta a frase que Harry lhe falou no bar. Abriu os olhos e encarou as íris verdes a sua frente. Seu coração já estava acelerado, mas parecia que estava aumentando o ritmo cada vez mais. Harry desceu uma das mãos para sua bochecha e Draco quis morrer quando o polegar escorregou para seu lábio inferior. Ele encarou a boca de Potter, como uma criança encara um brinquedo que quer muito, e apertou mais forte a cintura do moreno.

Harry se aproximou lentamente. Um lado seu dizia que ele ia se arrepender e o outro, que era melhor se arrepender do que passar vontade. Potter concordou mais com esse lado e circulou o pescoço de Draco com seus braços. O loiro já vinha em sua direção, o aperto na cintura ficando ainda mais forte, se fosse possível. E antes que pudesse se dar conta, os dois já estavam se beijando.

Foi como se o mundo tivesse parado. Harry não ouvia mais nada, nem a música e nem as vozes das pessoas a sua volta. Sua atenção estava toda ali, no beijo e nas mil sensações que ele trazia. A língua de Draco trabalhava tão bem com a sua. A harmonia dos dois era indescritível, nenhum outro beijo que dera conseguia se equiparar a todos que ele e o loiro já trocaram.

Sabia que era muito bom beijar Draco Malfoy, vinha fazendo isso há dois anos, desde que se reencontraram em Hogsmeade, em um evento organizado por alguns alunos de Hogwarts que queria juntar os colegas novamente, cinco anos após a formatura. Harry tinha chegado com Mione e Ron, que já namoravam durante aqueles cinco anos todos. Ele se lembra de beber cerveja amanteigada como um adolescente e flertar com Draco Malfoy quando o mesmo chegou meio acanhado junto dos amigos. Ele não sabia de onde tinha vindo a coragem para chamá-lo para fora e beijá-lo num dos becos do povoado, mas sabia que aquela paixão sempre estivera ali. O acompanhara durante todos seus anos em que estudaram juntos em Hogwarts, que tiveram matérias em comum na faculdade e nos pequenos esbarrões que tinham no local de trabalho. Ele lembra de Draco acariciar sua bochecha, como estava fazendo agora, e dizer que havia sonhado com aquilo todas as noites. Engataram num relacionamento um mês depois do reencontro, porque já não conseguiam mais se desgrudar. Foram dois anos assim. Até aquela noite, a noite em que terminaram tudo que tinham.

Draco separou o beijo e deu um longo selinho em Harry. Abriu os olhos e encarou o ex a sua frente que parecia respirar com dificuldade. Ele se sentia assim também, totalmente sem ar. Era o efeito Potter em si.

— Seus lábios ainda têm gosto de caramelo. — Sussurrou. Harry sorriu e ia se afastando do corpo do outro, mas Draco foi mais rápido e o puxou de volta para mais um beijo. Um mais afobado e quente dessa vez.

Eles se perderam de novo no momento. Harry já passeava suas mãos por toda a extensão das costas de Draco, enquanto este descia da cintura para o início da curva da bunda de Harry. Eles nem ligavam se todos haviam dado uma paradinha para assistir ao show. Estavam muito mais entretidos com aquele jogo de apertar, lamber e morder. Harry não se arrependeu de já estar no segundo beijo com seu ex namorado, nem quando o mesmo o puxou para um canto mais afastado dos outros e os fez aparatar para a casa dele. Ele que não ia passar vontade.

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Draco Malfoy acordou ainda cansado naquela manhã. Se espreguiçou lentamente e sentiu sua mão chocar com algo macio, mas resistente. Se assustou ao ouvir um leve resmungo e virou-se para o lado. Harry estava deitado ao seu lado, o nariz vermelho onde Draco batera sem querer. O moreno esfregava os olhos, tentando acordar. Aquela mania feia de sempre, como se deixar os olhos vermelhos e lacrimejantes de tanta esfregação fosse espantar o sono de alguma forma. Ele se virou para o loiro, que ainda estava meio aéreo e sorriu sem graça.

— Bom dia. Que bela manhã, não acha? Nada como acordar com um tapa na cara — Harry disse debochado, forçando-se a sair da cama. Ele ainda estava nu, e Draco não pode deixar de reparar nas marcas vermelhas na sua bunda.

— Então a gente dormiu juntos mesmo?

— Ora, não é óbvio? Bebemos todas no casamento, você me agarrou, disse que minha boca ainda tinha gosto de caramelo e depois me arrastou até seu quarto. Fodemos à noite inteira.

— Certo. — Draco corou enquanto observava Harry, que olhava pela janela. — Achei que tivesse sido um sonho.

— Quer dizer que você sonha comigo, hum?

Draco corou de novo. Harry riu por causa das bochechas vermelhas do homem ainda na cama, meio deitado meio sentado. Ele se perguntou desde quando Draco Malfoy corava de vergonha. O loiro esfregou as mãos no cabelo e se dispôs a levantar e tomar um bom banho. Antes de ir para o banheiro, resolveu checar as horas no relógio de pulso jogado no chão e se assustou ao constatar que já era mais de uma da tarde.

— Bem, a noite foi longa real.

— Conseguiu matar toda a saudade que sentia desse corpinho?

Draco não respondeu o ex, apenas revirou os olhos e caminhou em direção ao banheiro. Potter o seguiu, a coragem ainda não tinha esvaído totalmente de si e perguntou sem pudor, ao que o loiro fechava a porta devagar:

— O que acha de eu me juntar a você?

• • •

Os dois se sentaram na mesa da cozinha de Draco e por mais que ela fosse grande, fizeram questão de se sentar o mais próximo possível. Harry parecia muito mais feliz que o normal, talvez por causa da noite anterior e da manhã/tarde de hoje — nunca saberemos —, mas o moreno não conseguia conter o sorriso singelo que carregava no rosto bonito e as risadas nasaladas que soltava de vez em quando, enquanto tomava café numa caneca velha que tinha deixado há alguns meses na casa de Draco.

Já o loiro, ainda absorvendo tudo que acontecera, parecia meio sério. Sabia que foi o fato da saudade ter consumido cada poro de sua pele, que o fez levar o moreno para sua casa, assim podendo matar aquele sentimento da melhor forma possível. Mas até que ponto aquilo havia sido sensato? Eles terminaram há seis meses depois de dois anos de namoro. Nunca poderia ter tido uma recaída como essa, não depois de ter levado tanto tempo para "superar". Ok, Draco tinha noção de que aquilo que vinha acontecendo não estava nem perto de uma superação de verdade, mas ele progredia a cada dia e talvez, no final do ano, conseguiria pensar em Harry sem chorar ou acabar com um pote de sorvete.

Não sabia se estava de fato arrependido de ter transado com o ex. A noite tinha sido uma das melhores de sua vida e repetiria quantas vezes fosse necessário. Ainda parecia meio desacreditado que aquilo que ansiava por meses, o sexo de possível reconciliação, havia acontecido tão fácil por conta de um simples encontro, algo que os dois vinham evitando há tempos. Será que se tivessem se encontrado antes, aquilo teria rolado mais cedo?

— Acho que não. — Harry olhou para Draco e continuou sorrindo. O moreno sabia muito bem o que o outro estava pensando porque estava divagando sobre o mesmo assunto. — Estava muito recente e a dor não deixaria que chegássemos a esse ponto. Eu, pelo menos, não ia deixar me levar tão fácil por palavras tão bobas, querido.

Querido. Draco sorriu ao ouvir o jeito que Harry o chamava. O ex costumava lhe chamar assim sempre, em qualquer ocasião. Até em brigas (tudo bem que nesses momentos a palavra vinha carregada de deboche, mas ele ainda gostava).

— E o que mudou? — Draco perguntou, mesmo já sabendo a resposta, porque algo dentro dele mudou também.

— Não sinto mais raiva de você. — Harry deu de ombros. — Consigo assumir meus próprios erros naquela briga estúpida. A vontade de bancar a vítima e jogar toda a culpa no babaca Malfoy foi embora. Acho que aquilo que dizem é verdade: dar tempo ao tempo.

Draco assentiu. Ele se sentia do mesmo jeito. Era por isso que sentia tanta falta de Harry, porque sabia que se eles tivessem conversado direito, nada daquilo teria acontecido. A raiva, o ciúmes, aqueles sentimentos não valiam de nada, só serviam para deixar tudo pior. Os dois explodiram naquela noite, falaram coisas que nunca deveriam ter sido ditas, mas depois daquele tempo separados, ambos perceberam que se não aceitassem que também erravam às vezes, um relacionamento nunca duraria.

— Eu quero pedir desculpas, Harry. Nunca deveria ter dito o que disse, ter feito o que fiz.

— Eu também quero me desculpar, Draco. Acho que nós dois dissemos coisas que não deveríamos. Eu me arrependo tanto de ter visto você sair furioso do meu apartamento e não ter corrido atrás. A gente podia estar juntos até hoje.

— Espera, não estamos juntos? — Malfoy arqueou as sobrancelhas e olhou para Harry que não conseguiu conter a risada. O loiro levantou de sua cadeira e puxou o moreno para cima, obrigando-o a levantar-se também.

— Eu quero ficar com você, Potter. Você é a melhor coisa que me aconteceu nesses dois anos que se passaram, e ficar sem você nesses meses foi torturante, pior que a dor de uma Cruciatus. — Harry levantou uma sobrancelha. — Ok, nem tanto, mas doeu muito.

Harry riu e o abraçou.

— Eu te amo, Malfoy. Quero ficar com você também.

*

Draco sorriu e beijou seu novamente namorado. O gosto de café da boca dele deixou o beijo ainda mais gostoso. Harry o puxou para mais perto, parecia que estava tentando fazê-los se fundir, e caminhou até estar de costas para o balcão da cozinha. Draco o ajudou a subir e se posicionou entre as pernas do namorado.

Os braços de Harry agarravam o pescoço do Malfoy como se não quisesse deixá-lo ir, e o loiro aprovou a atitude, porque suas mãos agarraram com mais força as coxas do que estava sentado. Harry gemeu com o aperto e segurou a barra da camisa de Draco para simplesmente removê-la do corpo dele. Draco sorriu quando teve que se afastar naquele momento, e em vez de voltar a beijar Potter na boca, seus lábios alcançaram o pescoço do mesmo, que já estava com alguns pontos arroxeados. Harry gemeu mais uma vez quando Draco lambeu sua pele tão sensível e já não sabia mais onde colocar as mãos porque sua cabeça estava nas nuvens. Ele não estava acreditando que iam transar mais uma vez, mas ele ficou seis meses sem o cara que ele ama, então era extremamente justo estar se portando como um viciado em sexo.

Percebeu que Draco estava tentando tirar sua blusa, e a arrancou de uma vez, aproveitando o embalo para apoiar as mãos sobre a pia e forçar o quadril para cima, deixando com que o namorado abaixasse suas calças de moletom e cueca. Draco observou Harry lentamente, os olhos passeando por cada ponto do corpo do moreno, desde o pescoço maltratado ao pênis duro e inchado. A cabeça de Harry estava inclinada para trás e sua respiração descompassada fazia seu tronco subir e descer de forma acentuada, deixando ainda mais a mostra os mamilos rosados, que Draco fez questão de chupar de forma lenta e torturante. Harry agarrou os cabelos sedosos do namorado, e passou a gemer mais alto, sendo música para os ouvidos do loiro. O mesmo foi descendo os beijos pelo tórax do moreno até chegar em sua glande. Ele olhou para o namorado, que já o encarava. A face ruborizada, as pupilas dilatadas e a boca vermelha entreaberta. Draco surtou com aquela visão e tratou de começar a chupar a cabeça do pau de Harry como se dependesse daquilo para viver.

Lambeu toda a extensão do pênis e começou a chupar devagar, as bochechas para dentro da boca, deixando Harry ainda mais louco. A mão direita subia e descia pelo resto que não estava coberto por sua boca e a esquerda brincava com o rosto de Harry, que fez questão de colocar alguns dedos na boca e chupá-los. Draco podia gozar só com aquilo, o namorado gemendo seu nome enquanto se concentrava em chupar seus dedos e ele com a boca toda trabalhando para dar total prazer a Harry. Draco soltou o pênis de Harry apenas para se dedicar à entrada dele. Afastou o máximo que pode as pernas do moreno e enfiou a língua quente e molhada lá. Potter gritou em puro êxtase. A mão de Malfoy não largou seu pau, e mesmo que a posição fosse um tanto desconfortável, ele não se importava nem um pouco, desde que o namorado continuasse gemendo daquele jeito, os olhos revirando como se ele fosse ter um ataque. Quando sentiu que a respiração de Harry mudou, anunciando um orgasmo próximo, Draco parou os movimentos e se levantou, puxou as calças para baixo e se aproximou de Harry, a mão no próprio pau, pronto para meter no namorado.

— Draco, eu quero chupar você. — Malfoy apenas balançou a cabeça.

— Depois, ok? Eu preciso foder você agora, amor.

Foi aí que Harry sentiu falta de ar de verdade. A palavra amor saindo da boca de Draco havia o levado ao auge do prazer. Puxou o namorado para mais perto e o beijou da forma mais doce que conseguiu. Draco entendeu o recado, o chamaria assim mais vezes com certeza.

— Então faça, querido.

Draco nem pensou duas vezes antes de passar lubrificante (graças a um feitiço rápido e prático) em seu pênis e começar a meter devagar em Harry. O moreno o encarava com toda a luxúria e tesão estampados em sua cara, mordia os lábios fortemente enquanto Draco ia cada vez mais fundo. Quando a base de seu pênis estava encostando na bunda do namorado, ele passou a se movimentar lenta e fortemente.

— Draco, eu preciso que você vá mais rápido — Harry pediu, a voz quase não saindo por conta dos gemidos.

Malfoy acelerou os movimentos. Puxou Harry para mais perto da beirada da bancada, enquanto o mesmo envolvia suas pernas em sua cintura. Draco segurou com uma mão a bancada e a outra segurou a cintura de Harry, lhe dando mais firmeza para aumentar a velocidade dos movimentos. Os únicos sons na casa inteira eram de gemidos (altos de Harry e contidos de Draco), dos quadris batendo um no outro e dos beijos que eles tentavam trocar, porque Harry não se aguentava e precisava gemer a cada estocada profunda que Draco dava e atingia sua próstata. O loiro se concentrou naquilo, em estimular a próstata de Harry o máximo que conseguisse. Não demorou muito para Potter anunciar que logo estaria gozando, e ele o fez, sujando os dois de sêmen. Draco tentou continuar os movimentos para enfim poder gozar, mas Harry pediu para parar e ele o fez.

Potter respirou profundamente antes de saltar da bancada, quase caindo por conta do trabalho todo em sua bunda, e se ajoelhou na frente do namorado, agarrando seu pau e o colocando todo na boca. Engasgou um pouco, mas não se abalou com isso, e continuou o sugando, enquanto Draco fazia carinho em seu cabelo.

— Não quero carinho, quero que você puxe.

Draco riu pelo desespero na voz de Harry, mas não demorou muito para enrolar a mão nas madeixas escuras e dar um bom puxão. A cabeça de Harry pendeu para trás e ele gemeu, masturbando o namorado enquanto tentava recobrar a sanidade que aquela puxada de cabelo levou embora. Logo sua boca já estava de volta ao pênis de Draco, que desistiu de conter os gemidos e agora gritava o nome de Harry abertamente.

— Amor, eu vou gozar.

— Na minha boca, querido.

Mais um pedido de Harry que Draco atendeu prontamente. Afinal, não demorou muito para o loiro gozar e se desmanchar todo na boca do namorado. Harry engoliu tudo, inclusive o pequeno rastro de porra que tinha escapulido de seus lábios, e se levantou para beijar o namorado mais uma vez.

— Eu te amo, Harry Potter.

— Eu também te amo, Draco Malfoy.

*

• • •

Alguns meses depois

Draco e Harry haviam acabado de chegar à Hogsmeade. Alguns alunos de seu ano em Hogwarts decidiram que estava na hora de mais um reencontro. Draco não havia ficado muito feliz de primeira, já que socializar não era exatamente seu forte, por isso Harry estranhou o quão nervoso (mas ainda sim cheio de sorrisos) o namorado estava. O Três Vassouras já estava lotado de ex estudantes, estudantes atuais, funcionários e outras pessoas e criaturas que não faziam parte do núcleo de Hogwarts. O casal se aproximou da maior mesa do estabelecimento, parecia uma das que tinha no Salão Principal, mas um pouco menor porque o bar não suportaria uma mesa tão enorme. Eles se sentaram mais perto o possível de seus amigos mais próximos, tentando guardar um lugar para Simas e Dean, que avisaram por mensagem que estavam um pouco atrasados.

— Sei muito bem porque esses dois atrasaram — Rony resmungou, dando uma golada em sua cerveja amanteigada. Os outros presentes deram risadinhas e fizeram um coro de viva quando o casal mencionado entrou no estabelecimento meio esbaforidos e vermelhos, logo depois do comentário do ruivo.

Depois dos cumprimentos, os ex alunos engataram numa conversa sobre tudo. Ora falavam de Quadribol, ora comentavam em como estavam subindo os preços dos produtos das lojas do Beco Diagonal. Um comentou que fora o fato de que o aluguel também havia subido, e outra reclamava em como o Ministério não dava a atenção necessária aos empreendedores. Harry estava meio cansado de assuntos sérios, ele já tinha muita seriedade em sua semana devido ao caos do trabalho, então resolveu se abster da conversa e apenas observar a todos. Ele mesmo não se sentia muito velho (tudo bem que vinte cinco anos não era considerado velho ainda), mas ao olhar com mais atenção os rostos dos amigos, ele de fato percebera que crescera. E passou a divagar por toda sua vida, desde quando descobrira que era um bruxo, aos seus onze anos, até seus últimos momentos com Draco, a pessoa que ele nunca achou que fosse ter nada além de coleguismo no trabalho.

Só saiu de seus devaneios quando Draco depositou a segunda caneca de cerveja amanteigada na sua frente. Ele não costumava beber muito isso quando saíam para bares bruxos perto de casa, mas ele fazia questão de tomar umas boas canecas da bebida quando iam a Hogsmeade, em nome dos velhos tempos. Sorriu para o namorado e lhe deu um selinho quando o mesmo voltou a se sentar ao seu lado. Nem notou que Draco estava mais nervoso que o normal, tremendo tanto que a caneca deu uma leve escorregada e derramou algumas gotas na mesa. Não notou todos sentados à mesa, e até alguns presentes no bar, olhando os dois com expectativa. Estava tão concentrado em seus pensamentos até aquele momento, e depois em beber logo porque estava com sede, que a rapidez com que levou a caneca a boca e deu um grande gole, fez algo sólido que estava dentro da caneca ir direto para sua garganta e travar na traqueia.

— Por Merlin, amor — Draco gritou enquanto se levantava e puxava os braços do namorado para cima. Harry já estava ficando vermelho e o loiro temia que algo pior acontecesse. Hermione o mandou rodear Harry com os braços e apertar bem embaixo de seu peito, empurrando as mãos e forçando o corpo a expelir o objeto. Não demorou muito para Harry cuspir a coisa que o fizera engasgar.

A mesa inteira travou ao ver o objeto redondo de ouro branco brilhar na mesa, mesmo babado e sujo. Harry ainda estava se recuperando do susto e Draco estava com a expectativa alta naquele momento, nem se moveu para pegar o anel e limpá-lo antes que Harry o visse. O bar, que antes estava uma cantoria e falação só, também havia travado os olhos sobre a mesa dos ex alunos, procurando o que todos estavam olhando. Não foi difícil perceber um Harry vermelho, respirando com dificuldade, e um Draco tremendo e estalando os dedos das mãos.

— Você está bem, cara? — Foi Neville que perguntou, seu olhar se perdendo de Harry para Draco.

— Sim, foi só um susto. — Harry suspirou. — Caramba, o que estão colocando nessa bebida hoje em dia? — Deu uma risadinha breve, olhando para todos e só então que se deu conta que ele ainda não tinha visto o que o fizera engasgar.

Seu olhar caiu direto no anel de ouro branco, o brilho dos pequeninhos diamantes que o circundavam parecendo aumentar enquanto ele aproximava o rosto. Pegou um guardanapo e limpou o pequeno objeto, os olhos começando a encher d'água quando foi percebendo o que estava acontecendo. Olhou para Draco, que agora o encarava com uma das sobrancelhas levantadas, como quem pergunta: e aí?

— Quanta elegância — Rony disse meio rindo, o que o fez levar uma cotovelada da esposa. — Malfoy, isso era um pedido de casamento ou uma tentativa de assassinato?

— Os dois. Sempre foi meu sonho virar noivo e viúvo no mesmo dia — Draco respondeu debochado enquanto se sentava novamente. — E então, amor? Você quer se casar comigo?

— Seu idiota! — Harry exclamou e Draco se encolheu no assento. — Não tinha um pedido melhor, não?

Draco não se abalou. Aproximou-se do namorado, quase noivo, e cruzou os braços.

— Tipo qual?

— Tipo esse — Harry disse, enquanto se levantava da cadeira e se ajoelhava de frente para Draco. Retirou uma caixinha de veludo vinho do bolso da calça e a abriu, revelando uma aliança também de ouro branco, mas com apenas uma pedra de diamante não muito grande no centro. — Draco, eu não sei dizer palavras bonitas assim como você e eu acho que é isso que eu gosto tanto no nosso relacionamento. A gente se entende por palavras rápidas, gestos simples e ações bobas, mas que fazem cada parte do meu dia valer muito a pena. Eu te amo com todo o meu coração e nada me faria mais feliz do que acordar dos seus lados todos os dias. Querido, você quer se casar comigo?

O Três Vassouras inteiro começou a gritar, aplaudir e bater nas mesas depois que Draco Malfoy puxou Harry Potter pela gola da camisa e o beijou apaixonadamente na frente de todos. Rony chorava como uma criança, enquanto Hermione o acalmava e tentava, sem sucesso, segurar as próprias lágrimas. Draco não conseguia acreditar que se casaria com o grande amor de sua vida. Ele mesmo derrubava muitas lágrimas, deixando o beijo totalmente molhado. Harry partiu o beijo e o encarou, os grandes olhos verdes por trás dos óculos transmitindo tudo que sentia por ele. Acariciou sua bochecha com toda a delicadeza do mundo e pegou sua mão, escorregando o anel para seu dedo anelar. Draco repetiu a ação e antes de soltar a mão do agora noivo, a beijou demoradamente. E naquele clima de comemoração, mais canecas de cerveja amanteigada e copos de Firewhisky sendo servidos, todos comentando o quanto eles faziam um casal extremamente bonito e fofo, Draco chegou à conclusão que bastara um casamento, alguns drinks e uma dança desengonçada em um jardim bonito, para ele perceber que nunca mais conseguiria viver sem Harry Potter.

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