PRÓLOGO ⚔️
Alguns meses atrás
Esses merdas à minha frente ainda não sabem, mas em algum momento eles saberão que eu posso ser muito pior do que Maxim Konstantinov, principalmente quando se trata da segurança de minha família. Essas palavras juntas ressoam na minha mente várias e várias vezes, e isso está funcionando como um mantra para mim. Ainda mais agora sendo analisado de forma nojenta por um bando de desgraçados sujos. Quem são eles? Bem, isso é uma pergunta que nem mesmo eu tenho capacidade de responder, tudo o que sei é que eles compõem partes importantes da Bratva aqui nos Estados Unidos. Vamos dizer quem são famílias influentes de poderosas que fazem o sistema implantado aqui fluir. E o que eles querem de mim? Isso é algo que só vou saber com clareza com o passar do tempo, por enquanto eu vou navegar sob as águas turbulentas, e fazendo de tudo para manter minha família fora de tudo isso.
Sinto um aperto no meu peito ao lembrar o quanto meus pais ficaram preocupados. Não era minha intenção deixá-los tão apreensivos ao saber sobre a minha decisão, mas ao recordar o rosto temeroso de meu pai Andrea faz com que eu me sinta um verdadeiro fodido. Tudo o que menos quero nessa vida é falhar com meus pais, principalmente o meu Papa, pois eu presenciei todas as merdas que o demônio do Maxim causou nele por minha causa. Ele fazia questão de torturar nós dois, usando um ao outro como forma de chantagem. E como ele fazia isso? Bem, com o meu pai Andrea, ele o usava como objeto, a fim de saciar os seus desejos sórdidos e Maxim o avisava que se não cumprisse com determinada tarefa, quem teria que fazer seria eu.
E comigo, ele não era diferente, porém mesmo que eu fizesse o que Maxim queria, ele ainda tinha a capacidade de não cumprir com sua palavra e fazer de mim o que ele bem queria. E suas torturas eram sórdidas demais!
Muitas das coisas que passei nas mãos de Maxim eu fiz quetão de que nunca fosse revelada ao meus pais, nunca foi de meu feitio tortura meu pai Andrea com a sombra daquele monstro para lhe assombrar. Papa vive uma boa vida agora com o meu otets (pai), e é assim que deve continuar sendo. Eles sempre fizeram questão de me dar todo amor que eles poderiam oferecer, tanto a mim quanto aos meus irmãos, isso inclui o Otto também. Meus pais nos protegeram do mundo, e ao mesmo tempo nos criaram e preparam para enfrentar esse mundo caótico, no entanto agora é minha vez de protegê-los. Jamais vou permitir que a Bratva os alcance, esse é um fodido legado que terei que lidar de qualquer maneira.
Com isso em mente que encaro com firmeza cada um dos velhos idiotas, que estão sentados confortavelmente em frente a uma longa mesa de madeira antiga de 12 cadeiras. Me encarando de volta como se eu fosse um moleque qualquer que nem merece estar no lugar que estou.
Yблюдки (Batardos)! Se é assim, então por que fizeram questão de me lançar inúmeras ameaças até atender seus pedidos?
— Já estava na hora de você finalmente aparecer, Konstantinov! — Um dos velhos diz em russo olhando para mim cheio de altivez.
— Não é como se eu tivesse alguma escolha! — Respondo também em russo friamente me sentindo mal por ter que atender sob o nome daquele filho de uma vadia.
— Blyat (merda)! Olha o modo que esse moleque fala conosco! — Outro velho apontou para mim com ódio e eu faço questão de ignorá-lo. — Ainda me ignora, olhem isso! — Grita dando um tapa forte na mesa.
— Acalme-se Oleg! — Um outro homem fala fazendo Oleg ficar quieto.
— Tudo bem,Vsevolod! — Concorda Oleg a contragosto.
— Já que você concordou em estar conosco, Viktor, não seria importante nos apresentarmos a você em primeiro lugar? — Pergunta Oleg fingindo um sorrindo, mas eu permaneço impassível.
— Se você achar necessário, vá em frente! — Aponto para eles e descanso meus braços à frente do meu corpo.
— Ochen' neuvazhitel'no! (Muito desrespeitoso!) — Um resmungo chega ao meu ouvido, mas não me dou ao trabalho de saber em que direção veio.
— Seu tio avô ficará feliz em saber que você é bem diferente de seu pai, como imaginávamos — Vsevolod diz, olhando de cima a baixo como se visse algo que o agradasse, mas esse olhar só me faz sentir enojado.
— Tio avô, você quer dizer, Aleksandr? — Indago franzindo o cenho.
— Sim, que bom que se lembra dele perfeitamente. — Vsevolod diz após sorrir largamente.
Faço um esforço sobrenatural para mascarar o ódio que ferve dentro de mim ao ser confirmado o nome do desgraçado que me enfiou em toda essa porcaria de merda. Confesso que tinha as minhas suspeitas, mas somente agora que pude ter a confirmação real de que tinha dedo de Aleksandr nisso tudo. Não tenho muitas lembranças desse chamado "tio avô", já que boa parte da família Konstantinov se afastou de Maxim por o considerar uma aberração completa. Aquele sujeito era um verdadeiro psicopata, que fez até mesmo sua própria família temê-lo ao ponto de nem mesmo se importarem quem tirou a sua vida. Eu e meus pais sabíamos que em algum momento essa dita família viria até mim, eles querem que eu assuma o lugar de Maxim a qualquer custo. Mal sabem eles do que eu sou capaz de fazer, mas eu esperarei o momento certo para mostrá-los.
Fico em silêncio mortal quando começaram a me apresentar formalmente para os membros de duas famílias presentes. O senhor mais velho entre todos, que tem cabelos e barba brancos como neve, se chama Vsevolod Egorov. Junto dele estão mais dois membros de sua família seus nomes são Timur e Pavel Egorov, eles aparentam estar na casa dos 30 a 40 anos, supostamente não sei ao certo. Já a outra família que se faz presente são os Yegorov, a pessoa mais velha entre eles é Oleg Yegorov, que aparentemente mostra ser um pouco mais jovem que Vsevolod, mas isso não me traz nenhuma importância. Em companhia a Oleg está Yuri e Vasily Yegorov, pelo o que soube por alto por Nastka, Vasily era o responsável por todas as transações aqui em Nova York. Só que agora as coisas serão diferentes, já que é do interesse de Aleksandr que eu tome responsabilidade de tudo por aqui.
Não faço ideia do que se passa na cabeça daquele velho inútil, seja como for sinto que esse desgraçado me enfiou em uma toca de lobos famintos, prontos para estraçalhar meu corpo a qualquer sinal de inferioridade minha. Nada disso importa para mim, minha intenção aqui não é ter o poder em minhas mãos, eu sou eficiente o suficiente para conseguir qualquer coisa, basta querer. O que esses filhos da puta querem ou deixam de querer não é da minha conta, só espero que eles se mantenham longe de mim. Por que qualquer sinal de ataque contra mim, minha família Aandreozzi ou os meus, eu farei questão de destruí-los e vê-los sangrar como porcos que são.
Meus pensamentos são despertados abruptamente quando ouço o som de um tapa forte na mesa de madeira à minha frente.
— Você está vendo isso, Vsevolod? Olha a cara que esse sujeito está fazendo enquanto você apresenta as nossas famílias para ele! — Oleg grita com raiva, apontando para mim e eu sinto Mikhail querer avançar.
— Se mantenha em seu lugar, Griboedov! — Comando de forma leve e fria o fazendo voltar seu passo anterior.
— Prostite nas, boss! (Desculpe, chefe!) — Mikhail se retrata rapidamente, mas ainda consigo sentir seu olhar malicioso em Oleg.
— Isso mesmo, controle seus cães, moleque! — Resmunga Oleg com altivez e eu o encaro com o canto dos lábios curvados.
— Da, Oleg Yegorov, cães devem ser adestrados ou descartados, tudo depende se eles pretendem morder a mão de quem os controla. — Digo fechando completamente minha expressão. — Não é verdade? — Pergunto diretamente para esse velho cretino.
— Ora seu... — Oleg começa, mas é interrompido por Vasily.
— Pai, se acalme! — Vasily diz descansando sua mão no antebraço de Oleg.
Observo o olhar de Vasily em mim como se me avaliasse, no entanto não me importo de forma alguma. É do meu conhecimento que a família Yegorov está sob o controle maior dos negócios aqui nos Estado Unidos, e como Oleg está em idade avançada, quem ficou a frente era Vasily. Um homem cheio de ambição que nunca escondeu que ele era um cão leal de Maxim, e fez de tudo para que Maxim o deixasse liderar as coisas por aqui. No entanto, ele não estava contando que Aleksandr iria fazer questão que eu assumisse esse lugar. Para falar a verdade, acho que todos achavam que a linhagem deixada pelo psicopata do meu pai biológico seria esquecida, e quem sabe um dia descartada. Mas eles foram fodidamente pegos de surpresa pela minha volta forçada.
Tenho a sensação que o gosto amargo na boca que os Yegorov estão sentindo agora não irá passar tão cedo. Só que isso não é da minha fodida conta, eu tenho coisas para fazer aqui, e passe o tempo que for eu irei alcançar o meu desejo. Eles não fazem ideia da merda que eles trouxeram a sua porta, e para falar a verdade isso continuará não sendo da minha fodida conta. Se for para incomodar, sei fazer esse papel com excelência.
— Não estamos com intenção de brigar com você, certo pai? — Vasily diz direcionado sua atenção ao pai, que vira o rosto com raiva.
— Com relação a isso eu não tenho interesse o suficiente para me incomodar. — Responde levemente e vejo Timur assentir com a cabeça levemente.
— Isso é bom, não queremos entrar em conflito, pois estamos aqui para ajudá-lo. — Timur fala e eu faço um grande esforço para não mostrar meu desagrado.
— Timur disse certo, deixaremos sua liderança a mais tranquila possível. — Pavel disse em concordância com Timur.
— Isso mesmo, vocês falaram a coisa certa! — Vsevolod fala sem esconder seu contentamento.
— Vocês, Erogov, estão felizes e animados, pelo o que podemos ver, mas será que avisaram ao nosso Konstantinov mais novo que ele deve passar por testes como todos? — A voz sarcástica de Yuri Yegorov chama a atenção de todos.
— Teste? — Pergunto arqueando minhas sobrancelhas, fingindo surpresa.
— Sim, você não ficou a par disso? — Vasily diz e posso notar a malícia em suas palavras.
— Eu já estava pronto para contar sobre isso, não era necessário sua interferência, Yuri! — É nítido o desagrado de Vsevolod, ao apontar para Yuri com irritação.
— Tudo bem, prossiga com a explicação! — Peço perdendo a paciência.
— Bem, meu caro Viktor, antes de assumir a liderança a Família precisa ter certeza de suas capacidades e lealdade. — Vsevolod fala olhando para mim como se tentasse avaliar a minha reação ao ouvi-lo. — Como membro de uma linhagem importante, é necessário passar por certos procedimentos. — Termina me olhando com expectativa.
— Quem executa esses testes? Vocês? — Passo meus olhos por cada presente e volto a encarar fixamente Vsevolod.
— Net! — Responde ele prontamente. — Esses testes seriam feitos pelas famílias mais velhas, incluindo a Konstantinov.
Assim que Vsevolod fecha a boca algumas pessoas vestidos elegantemente entram na sala. Notei que eles formavam pequenos grupos de três e param estrategicamente atrás dos meus subordinados e do meu segurança particular. Franzo o cenho quando percebo que Dominik está sendo contido por eles, isso não está certo, pois eu sempre deixei claro que Dominik estava fora dos limites, pois ele é meu segurança e que trabalha exclusivamente sob meu comando.
— Soltem-no! — Digo perigosamente, mas esses homens não me dão ouvidos.
— Eles não estão sob seu controle ainda, Viktor, sendo assim eles não o obedeceram. — Vasily diz e eu cerro meus punhos com força.
— Dominik não pertence a Bratva, ele me pertence! — Minha voz sai baixa e gélida.
— Isso não está no nosso controle, são ordens que temos que seguir. — Vsevolod diz com pesar.
Minha vontade agora é pegar minhas armas e atirar em cada presente nessa sala. Por que só assim eu sei que conseguirei tirar os meus homens desse lugar com segurança. Faço menção de estender minha mão para poder alcançar meu coldre, mas a voz de Dominik me faz parar no mesmo momento.
— Estou bem senhor, não se importe comigo! — Dominik diz e eu viro para olhar na sua direção.
Sob sua máscara séria e profissional, eu posso ver seus olhos escuros refletindo a confiança necessária que realmente me fez parar. Não posso deixar que nada aconteça a Dominik, ele foi o segurança particular que veio cuidar de mim escolhido a dedo pelos meus pais. Se eu falhar com ele vai ser a prova que se eu não tenho como manter meus homens seguros, eu não terei capacidade de proteger minha família e a pessoa que amo. Blyat! O que diabos eu estou pensando? Devo me recompor, agora! Olho de Dominik para os irmãos, e todos os três estão com uma expressão positiva no rosto e notar isso faz com que o inferno fora de mim se acalme totalmente.
— Ficaremos bem, senhor! — Nastka diz sorrindo maliciosamente.
— Vai ser como um passeio no parque, certo irmã? — Mikhail pergunta sorrindo maliciosamente.
— Só se cuide, senhor Aandreozzi! — Ao ouvir Dominik me chamando por um nome tão familiar para mim, meu corpo relaxa imediatamente.
— Não se preocupem comigo, ficarei bem! — Falo com tranquilidade sem me importar com os olhares em mim. — Vocês três voltem inteiros! — Aviso de uma forma que não tem como retrucar.
—Sim senhor! — Os três respondem uníssono.
Observo mordendo minha mandíbula com força enquanto vejo meus homens saírem do meu campo de visão sendo acompanhados pelo pessoal da Bratva, para seja lá quais sejam esses malditos testes. Volto minha atenção aos presentes, ignorando totalmente a existência dos homens que vieram para me acompanhar.
— Temos esperança que você e seus homens passaram nesses testes. —Vsevolod disse dando um curto sorriso.
— Hum! Acho que somente eu percebi que esse moleque ainda não entendeu que ele deixou de atender por qualquer outro sobrenome que não seja Konstantinov. — Oleg disse de forma para me provocar, mas eu somente dei um curto sorriso.
— É assim que você vê, Oleg? — Indago e ele ergue os rosto para cima.
— Oleg, não comece novamente! — Vsevolod pede em tom cansado.
— Vamos deixar algo claro aqui! — Falo em voz alta interrompendo qualquer um que queira começar com um papo irrelevante. — Em nenhum momento eu disse que iria abandonar o nome da minha verdadeira família, para adotar novamente o nome Konstantinov. — Revelo vendo suas expressões de surpresa.
— O que... — Vasily tenta falar, mas eu ergo a mão o impedindo.
— Não se enganem, eu tenho um único propósito em vir até vocês, e isso não inclui abraçar a família Konstantinov como minha. — Faço uma pausa e estalo a língua. — Eu tenho uma família e eu a protejo como o diabo protege suas almas amaldiçoadas, se algo acontecer com a minha família, espero que vocês saibam que o inferno é um lugar ínfimo para onde eu planejo mandar cada um de vocês. — Explico, levianamente, enquanto encaixo os botões do meu terno preto.
— Podemos ir? — Os homens de Aleksandr perguntam e eu concordo com a cabeça. Antes que eu possa virar para sair, olho para cada um presente.
— Meu nome é Viktor Aandreozzi, eu sou filho de Enzo e Andrea Aandreozzi. — Minha voz sai alta e leve, mas logo adquirem um tom perigoso. — Espero que nunca se esqueçam disso! — Viro novamente para meus acompanhantes. — Podemos ir agora! — Mando e eles assentem.
Com isso deixei as Famílias Yegorov e Egorov para trás, sem me dar ao trabalho de me preocupar se eles entenderam minhas palavras. Por que isso para mim não tem nenhum sentido, a única coisa que espero que eles absorvam cada palavra minha quando eu avisei que minha Família Aandreozzi está totalmente fora dos seus limites.
Por que se for necessário eu moverei o mundo de lugar para protegê-los, porque eles são a única família que eu reconheço como minha.
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