CAPÍTULO 10 ⚔️
Estou ficando sem tempo a cada hora que passa, fazem quase dois dias que estou na mansão dos meus avós. E descobri através do meu pessoal que a vigilância das outras famílias está mais acirrada do que pensávamos. Essas pessoas não podem saber que sair de Nova York para vir à Itália, por isso mantenho a minha localização em sigilo para todos. No entanto, estou ficando sem tempo para conseguir mantê-los afastados. O pessoal dos Yegorov são como cães farejadores prontos para tentar foder comigo na primeira oportunidade. Diferente dos Yegorov, a família Egorov mantém sua palavra em não atrapalhar o meu comando, facilitando assim a minha liderança nos negócios. Porém, não me engano ao pensar que suas lealdades estão comigo, porque sei que eles estariam sempre a favor das ordens de Aleksander. E de qualquer forma os mantenho em vigilância. Por que qualquer sinal de traição eles serão descartados no primeiro instante, sem me importar com a opinião do velho ridículo.
Se os Konstantinov fizeram questão de me trazer contra minha vontade para máfia, eles terão que suportar o que quer que eu jogue em seus colos. Mesmo que tenha que destruir as pessoas que estão ao seu lado. Minha vida mudou drasticamente por causa desses fodidos, nada mais justo do que fode-los se eles tentaram bagunçar as coisas para mim, certo? Mas para que eu possa lidar com qualquer inimigo que bater na minha porta não devo dar munição para eles. Esse é um dos motivos que me afastei da minha família, mesmo sabendo que eles são poderosos ao ponto de saberem se cuidar caso seja necessário. Só que mesmo sabendo disso, sinto que não poderia viver comigo mesmo se algo lhes afligir por minha causa. Tenho absoluta certeza que fraquejarei e não poderei ser o homem preciso ser se as coisas chegassem a esse ponto.
Devo manter minha mente equilibrada, a minha frieza sempre em prontidão e minha sede de sangue no auge, para poder fazer o que for necessário. Por que um momento de fraqueza minha pode levar a situações irreversíveis. E essa foi uma das coisas que deixei bem claro aos meus tios e pai ontem, eu os alertei que a Bratva não está de brincadeira, para que assim eles possam estar sempre em alerta. Tenho absoluta certeza que eles estão cientes desse fato, e é por isso suas preocupações com a minha segurança. Mas deixei claro que estou bem, e que aos poucos terei mais poder em minha mão, por que só assim os manterei longe de toda essa bagunça sangrenta. Óbvio que essa parte não revelei abertamente a eles, mas sinto que lá no fundo eles sabem bem o significado de minhas palavras.
— Vik! — A voz de Pietro chama minha atenção, fazendo assim meus pensamentos se dispersarem.
— O que houve? — Indago seriamente e ele me encara com cenho franzido.
— Aconteceu alguma coisa que nós não estamos sabendo? — Pietro pergunta e é a minha vez de franzir o cenho.
— Não aconteceu nada, por que? — Questiono um pouco perdido.
— Não sei, é isso que estou perguntando, você e Justin estão muito quietos. — Pietro aponta em direção a Justin que pisca balança a cabeça perdido como se estivesse acordando de pensamentos também.
— Nossa, eu estava só aqui pensativo! — Justin diz com a voz sem jeito. Estranho!
— Houve alguma coisa? Você está sentindo algum desconforto? — Pergunto sem esconder minha preocupação.
— Nada aconteceu, estou bem realmente. — Diz ele com tom baixo e estranho ainda mais.
— Agora que observei, Jus está bem pensativo hoje mesmo! — Sam diz como se analisasse algo.
— Hum... é verdade! — Eduarda concorda e me olha de canto de olho.
— Tem alguma coisa que te deixou pensativo assim, Abóbora? — Sam pergunta e eu observo ele dar um sorriso.
No entanto, ao olhar com mais detalhe, dá para ver que esse não é o seu sorriso brilhante de sempre. Está mais para um sorriso tenso, como se algo estivesse castigando sua cabeça de algum jeito. Não gosto de vê-los dessa forma, me faz lembrar de quando ele acordava a noite com pesadelos no passado, e essa não é uma sensação bem-vinda. Odeio saber que existe alguma coisa ou alguém que possa deixar Justin incomodado dessa forma. Fico me perguntando se há algo acontecendo na sua vida que não sei, tirando o fato dele ter uma... er... namorada. Merda, até mesmo pensar nisso me deixa furioso de algum modo, só que devo me acostumar. Talvez Justin esteja apaixonado pela garota, e mesmo que eu odeie admitir, parecia ser uma menina gentil. Chega disso, não quero pensar nessa merda agora!
— Tem alguma coisa te afligindo, Justin? — Pergunto tentando esconder minha ira.
— Bem... — para e gira na minha direção.
Não sei por que, mas sinto como se Justin estivesse olhando diretamente para mim agora. Louco, não é? Entretanto, mesmo que ele não possa ver com a visão externa, mas sim uma visão interna, isso é absurdamente intenso. Me sinto estranho por algum motivo, pois é como se algo estivesse sendo revelado. Não sei, pode ser só coisa da minha mente transtornada.
— Pode se abrir com a gente se quiser, irmão! — Otto o conduz levemente e eu respiro profundamente.
— É sobre sua namorada? — Eduarda diz repentinamente deixando os outros se olharem.
— Não, só estou um pouco pensativo mesmo! — Fala ele, mas eu não consegui acreditar nas suas palavras.
— Entendo! — Digo simplesmente beirando a indiferença, mas internamente eu estou me sentindo diferente.
— Sabe que qualquer coisa pode contar com a gente, certo? E se essa menina estiver exigindo demais de você é só deixar mais claro do que você já deixou, tudo bem? — Eduarda aconselha Justin que concorda com a cabeça.
— Sei disso, irmã! — Concorda ele com um sorriso lindo, que faz meu peito se encher de afeto por ele.
Esse é o meu Justin, esse é o sorriso sincero que adoro admirar.
— Ah, deixe-me lembrá-lo também para não magoar a pobre menina se vocês dois não estiverem na mesma sintonia, entende? — Duda diz e ele concorda com a cabeça.
— Compreendo totalmente! — Relata ele deixando todos respirarem aliviados.
— Você é um bom menino, Jus! — Duda diz bagunçando seus cabelos loiros.
— Sim, por Deus, minha abóbora é a mais doce! — Sam diz batendo palmas.
— Se eu não estivesse de óculos escuros, revirava os olhos para você, Sam. — Justin diz fazendo Samantha arfar em ofensa.
— Olha só isso, quem te ensinou a revirar os olhos fui eu, sua abóbora ingrata! — aponta Sam em injustiça.
— Claro, claro, você está sempre certa! — Justin diz sorrindo, ignorando os dramas de Samantha.
— Olha isso, Vik! Me defenda, por favor! — Sam diz deitando sua cabeça no meu colo.
— Levante do meu colo, Sam! — Mando, mas ela agarra as minhas pernas com mais força.
— Nada disso, estou me sentindo abandonada por você, pois você prefere Duda a mim! — Reclama ela e eu franzo o cenho.
— Idiot, isso nunca existiu! — Digo a Samantha, mas ela me ignora. — Vamos lá, Sam! — Peço avisando seus cabelos cacheados enormes e cheios.
— Olha só o que um drama não faz, até mesmo carinho recebi! — Sam diz levantando do meu colo em um pulo, para sorrir largamente para mim.
— Milagres existem! — Pietro exclama e Sam lhe mostra o polegar para cima.
— Vocês se humilham pelo mínimo! — Otto diz com pesar e Duda estala a língua.
— Ao invés de um idiota, temos dois agora! — Duda brinca os fazendo parar de festa.
— Pegou pesado agora, ursinha! — Pietro diz com uma carranca.
— Nós ajude aqui, Jus! — Pede Sam me fazendo olhar na direção de Justin, mas o que vejo me pega um pouco de surpresa.
— Fiquem aí se divertindo, estou um pouco cansado! Vou ao meu quarto descansar! — Declara ele com um sorriso sem jeito, levantando da poltrona que estava sentado. — Vamos, Tom! — Chama seu cão guia que se posiciona ao seu lado.
Observo Justin se afastando notando que realmente não foi coisa da minha cabeça, mas sim que ele está um pouco estranho. Meu instinto grita para ir atrás dele para saber o que exatamente passa naquela cabecinha, mas me contenho. Ele deve estar precisando de um tempo para se reorganizar mentalmente, tenho certeza que quando necessitar desabafar com algum de nossos primos ele o fará. É assim que Justin age, ele fica um pouco retrospectivo quando está com alguma coisa o incomodando, mas logo procura uma alternativa. Ele sempre foi desse jeito, e é uma das coisas que mais o admirei. Mesmo que a vontade de ir até ele seja grande, sei que não devo fazer isso. Por que não sei se posso me controlar ao ponto de não dizer coisas desnecessárias e me comprometer além dos limites permitidos.
Não sei se conseguirei manter o controle tempo o suficiente, porque o desejo que sinto por Justin cresce a cada dia que passa. E seria loucura de minha parte mandar tudo ir a merda e beijar aquela boca que tanto sonho em provar. Acordo de minha loucura quando noto a presença de Dominick, ele faz um sinal de que precisa falar comigo e eu aceno de volta.
— Vou sair um pouco! — Anúncio chamando a atenção dos meus primos e irmão.
— O que... Ah! — Otto começa a perguntar, mas ao ver Dominick ele para em reconhecimento.
— Será que teve algo que Dominick veio te procurar? — Duda pergunta, mas eu nego.
— Não é nada, fiquem tranquilos! — Tranquilizo a todos que me olham em alerta. — Volto já! — Digo seriamente.
— Hum, certo! — Sam diz em reconhecimento.
Aceno um adeus aos presentes e caminho até onde Dominick se encontra. Saio do lugar onde estou, no intuito de achar um local mais quieto para podermos falar livremente. Quando estamos sozinhos encaro Dominick, observando seus olhos azuis sérios, e postura firme e profissional.
— Desculpa atrapalha-lo, senhor! — Dominick começa, mas eu aceno com desdém.
— Só diga o que quer dizer! — Mando friamente e ele assente.
— Recebi informações dos homens em Nova York! — Fala simplesmente e eu entendi o que ele quer dizer.
— Os Yegorov estão causando problemas novamente? — Questiono em tom gélido.
— Correto, senhor! Viram movimentos dos homens de Yuri em um dos seus negócios. — Dominick diz e eu cerro os punhos com força.
— Onde? — Indago perigosamente.
— Na Paradise, senhor! — Dominick diz me fazendo sorrir friamente.
— Suka! (Cadelas!) — Praguejo entredentes dando um tapa na minha coxa.
— Qual seu comando, senhor? — Indaga e eu olho para ele.
— Deixe o jatinho pronto, vamos embora assim que estiver finalizado. — Oriento e Dominick me encara.
— O que falará a família Aandreozzi? — Pergunta Dominick me fazendo desviar o olhar para longe.
— A verdade, fiz uma promessa que devo cumprir! — Falo de forma clara e direta.
— Certo senhor, vou fazer minha tarefa! — Dominick diz antes de virar e sair logo em seguida.
Foda-se!
Praguejei mentalmente quando imagino o quão decepcionada minha família ficará ao me ver sair novamente. No entanto, isso não é algo que está sob o meu controle, eu sabia que eles estavam se aproximando, agora é meu dever controlar essa situação insuportável. A Paradise é um bar e restaurante de luxo onde os Konstantinov lavam seus investimentos na América, e esse é um dos lugares que Aleksandr deixou ao meu total controle. Ele me deu plena liberdade para manter os negócios do jeito que eu quiser, pois esse era um dos locais onde Vasily estava coordenado anteriormente. E para ter o controle sobre os movimentos da família Yegorov, Aleksander decidiu deixar esse exclusivo lugar e alguns outros lugares sob minha responsabilidade, no mesmo momento que passei nos testes.
Obviamente isso deixou Vasily e seu pai muito chateados com essa decisão, mas não me importo com seu ataque de pelancas, muito mesmo Aleksandr. Que almeja futucar ainda mais para ver até onde tudo isso vai chegar. Ainda conseguirei alcançar meus objetivos, e um deles é a destruição completa da família Yegorov, pois sei muito bem as coisas que eles fizeram com o meu pai Andrea a mando de Maxim. A dívida desses cães sou eu mesmo que irá liquidar, pode apostar nisso! Deixando esses pensamentos obscuros de lado e vou a procura dos mais velhos da minha família. Fico aliviado quando encontro todos juntos em uma das salas da mansão.
— Filho, estava à nossa procura? — Otets pergunta tranquilamente assim que me vê parado.
— Sinto muito interromper a conversa de vocês! — me desculpo e meu nonno faz um gesto de desdém com a mão.
— Você não está interrompendo nada, querido, só estávamos terminando os últimos ajustes da festa da sua bisnonna. — Minha avó Ariana diz e eu dou um curto sorriso em reconhecimento.
— Contra minha vontade, por mim estaríamos nos divertindo em Napoli. — Babushka diz irritada.
— Mamma, já falamos sobre isso! — Meu avô Donatello cansado e minha vó lhe mostra a língua.
— Que seja seu controlador de velhas indefesas! — Bisa Francesca diz com um longo suspiro, fazendo meus tios e pais negarem com a cabeça.
— Sim, Viktor, diga-me o que precisa! — Meu avô diz e eu repito fundo.
— Eu vim me despedir de vocês! — Aviso seriamente e vejo todos com uma expressão de surpresa no rosto.
— Não, mas já? — Meu pai Andrea indaga alto.
— Anjo! — Meu pai Enzo chama, mas ele o ignora.
— Synok, pochemu imenno seychas? Pochemu vdrug? (Filho, por que agora? Por que de repente?) — Meu pai Andrea questiona com tristeza, vindo até mim.
— Papa, ya vernus'! (Papai, eu volto!) — Prometo com um tom de voz mais baixo, passando meus braços a sua volta.
— É claro que você vai voltar, mas achei que teríamos mais tempo! — Diz ele com muita tristeza.
—O aniversário de Bisa está vindo, e eu retornarei! — Comunico olhando para todos na sala.
— Ah de você que não venha, garoto! Eu te deserdo, está ouvindo bem? — Nonna Francesca diz irritada, mas sei que está escondendo seus sentimentos desse jeito.
— Konechno, babushka! (Claro, vovó!) — Respondi prontamente e ela concordou com a cabeça, desviando o olhar e sendo abraçada por nonno Lorenzo.
— Se é isso que precisa, vá, mas saiba que essa família estará por você no primeiro sinal de problema. Ouviu bem? — Nonno Donatello diz e eu assinto com firmeza.
— Lembre-se de minhas palavras anteriores, ragazzo! — Tio Filippo lembra de modo impassível. Tio Luti olha para mim e concorda sorrindo com tristeza.
— Não esquecerei, tio! — Afirmo com muita certeza.
— Vamos está aqui, nipote (sobrinho)! — Tio Lucca diz dando uma piscadela.
— Sempre atenda nossas ligações, Vik! — Tia Luna diz olhando para mim, enquanto abraça tia Laila que está com Ella adormecida em seus braços. Sei que ela está se controlando para não dizer muita coisa, eu a conheço muito bem.
— Pode deixar, tia! — Respondo prontamente a deixando aliviada.
— Vik, meu filho! — Meu pai fala vindo até mim e meu pai Andrea. — Sentimos muito sua partida repentina por que te amamos e sentimos sua falta todos os dias. — Otets diz e eu abaixei a cabeça.
— Eu sei disso! — Digo sem conseguir dizer que sinto a falta deles tanto quanto.
— Nos preocupamos todos os dias, mas sabemos que você irá nos contactar no primeiro sinal de dificuldade, certo? — Sonda e eu dou um sorriso curto. — Te amo, meu filho! — Otets diz e meu coração se aperta, e meus olhos ardem, mas evito me emocionar.
— Também amo todos vocês! — Respondo olhando de meus pais, para todas as pessoas presentes. — Vou agora! — Aviso e com isso deixo meu Andrea choroso no braço do meu Otets.
Saio rapidamente antes que a emoção tome conta de mim de um modo que não consiga ir embora daqui. Penso em subir para poder arrumar minhas coisas, mas sou barrado no mesmo momento.
— Você estava saindo sem se despedir de nós! — Samantha aponta com raiva e eu solto um suspiro.
— Não acredito que você faria isso de novo! — Pietro diz sem esconder sua chateação.
— Meu irmão não faria isso, certo? — Otto perguntou em dúvida.
— Ele faria sim, você bem sabe que ele odeia despedida! — Duda diz estalando a língua com os braços cruzados.
— Eu não sairia sem falar com vocês! — Reclamo seriamente.
— E as crianças? — Otto pergunta e eu desvio o olhar.
— Elas ficaram tristes, não as deixem me ver sair! — Peço porque sei como vai ser complicado, principalmente para Hope e os meus irmãos caçulas.
— Te cobrimos, mas você não terá a mesma sorte na próxima vez! — Samantha diz irritada e eu dou um sorriso curto.
— Venham aqui! — Chamo a todos abrindo meus braços. Imediatamente os quatros vem ao meu encontro, os abraço com força. — Cuidem da família, enquanto eu estiver ocupado! — Peço baixinho e eles concordam um a um.
— Faremos isso! — respondem uníssono, me deixando aliviado.
Me afasto dos meus primos aos poucos, dou mais um sorriso para eles me virando para poder chegar ao meu quarto rapidamente, mas antes de conseguir subir as escadas ouço Eduarda atrás de mim dizer para não esquecer de me despedir de Justin. Ouvi o que ela disse me fez parar e começo a pensar na hipótese de sair sem que ele saiba. No entanto meus planos são frustrados assim que passo pela porta do meu quarto, isso por que aqui está Justin, sentado lindamente na minha cama, com suas delicadas mãos descansando lado do seu corpo.
— Por que sinto que você ia embora sem falar comigo? — Pergunta levemente virando sua cabeça, esse movimento me mostra que ele está chateado. Por que sei disso? Não tenho uma resposta clara, eu só sei!
— Hum... Justin! — pronuncio seu nome desviando meu olhar dele.
— Será que foi impressão minha? — Indaga ele erguendo a cabeça na minha direção.
— Você sabe que estou saindo. — Digo sem saber se estou dizendo isso a ele ou a mim mesmo.
— Eu sempre ouço tudo! — Responde ele apontando para seu ouvido com o dedo indicador.
— Eu sei. — Digo tranquilamente o observando levantar e vir até onde estou.
— Tem mesmo que sair desse jeito? — Pergunta baixinho, se aproximando a cada passo. — O que digo a minha irmãzinha? — Indaga de um modo que não sei como responder.
— Pedi aos nossos primos para ajudá-los. — Conto alisando as palmas das minhas mãos na minha calça jeans.
— Certo! — responde simplesmente e ergue a mão para tocar meu peitoral. Merda! — Vik, você tem que ir mesmo? — Pergunta com tristeza.
Sinto os músculos do meu peitoral se contrair de forma involuntária, aperto meus punhos com força ao ponto de sentir dor, para me impedir de fazer algo que possa me arrepender depois. Com essa realidade me golpeando mais uma vez, dou um passo para trás para dar um distancia entre nós dois.
— Sim, Jus, eu devo ir! — Respondo após soltar um pigarro na minha garganta.
— Tudo bem, entendo! — Diz simplesmente alisando as pontas dos seus dedos com o polegar. — Me dê um abraço! — Pede ele erguendo os braços.
— O que? — Engasgo com o ar ao vê-lo me fazer esse pedido.
— Vamos, Vik! Me deixe te abraçar! — Justin pede novamente, fazendo meu coração bater furioso dentro do peito. — Você abraçou os outros, sei disso, eu os ouvi! — Justin diz inconformado, e assim começa a lutar internamente.
— Tudo bem! — Concluo após perceber que eu estava tendo uma reação grande demais para um simples abraço entre primos.
Volto a me aproximar de Justin, passando meus braços ao redor do seu corpo. O cheiro dos seus cabelos é algo tão agradável que me faz desejar prendê-lo aqui para sempre. Noto que os braços de Justin se apertam com mais firmeza ao redor da minha cintura e seu rosto fica pressionando no meu peito, enquanto ele puxa uma longa respiração. Como se desejasse gravar o meu cheiro, mas isso só pode ser coisa da minha cabeça tola e apaixonada.
— Tenha cuidado, por favor, Vik! Você sempre deve voltar inteiro, você sempre deve se manter seguro. — Diz ele com emoção me pegando desprevenido. — É sua obrigação voltar para nós! — Pede ele de um modo que faz meu coração voltar a bater violentamente.
— Você também precisa se cuidar! — Peço levemente sem nem saber o que falar, para não acabar confessando que sou louco de amor por ele.
— Vik, eu... — Começa Justin, mas ele para como se pensasse em algo. — Não é nada, só mantenha em mente o que pedi, tudo bem? — Justin diz e eu engulo em seco.
— Certo! — Respondo o vendo se afastar.
Antes que eu pudesse mover meu corpo sinto o seu corpo se chocar com o meu novamente. Me pegando totalmente de surpresa, mas as palavras que vem a seguir me deixam ainda mais surpreso.
— Espere um pouco mais, só um pouco mais! — Sussurra ele apertando seus braços ao redor do meu pescoço.
— O que? — Pergunto confuso, tentando entender se compreendi direito suas palavras.
Mas antes que eu pudesse realmente compreender o que diabos acabei de ouvir, Justin saiu do meu quarto me deixando para trás em plena confusão.
Merda! O que será que ele quis dizer com aquilo?
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