CAPÍTULO 06 ⚔️
Massageio minhas mãos levemente, sentindo a ausência de algo que nem sei explicar direito o que é. Não sei o que deu em mim, fico me perguntando o por que pedi a Vik para poder vê-lo, as palavras simplesmente saíram da minha boca sem que eu pudesse segurá-las de novo. No entanto, ainda não consigo entender o motivo pelo qual fiz tal pedido repentino, talvez eu estivesse sentindo mais falta dele do que gostaria de admitir. Mas isso é normal, certo? Viktor é meu primo, crescemos todos juntos e ele é como um irmão para mim, mas mesmo assim noto que existe algo que está mudando em mim. E fico sem compreender o que é, por que não existe condições de haver algo a mais do que sentimentos de fraternidade entre nós, certo? Isso seria errado, tenho absoluta certeza que isso seria absurdamente errado.
A figura do meu primo mais velho sempre foi muito significativa para mim e para todos os meus primos, ele é o elo que nos une, aquele tipo de cara que corremos para pedir ajuda quando tentamos evitar preocupações, ou reclamações dos nossos pais. Sendo assim, é entendível o fascínio que sentimos pelo nosso mais velho, por que apesar dele ter aquele tipo de imagem distante e rígida, ele é a pessoa mais compreensível que existe nessa vida. É isso! Acho que estou confundindo algumas coisas, essa decepção que senti quando ouvi os passos de Vik se distanciando, deve ser exclusivamente pelo fato de que senti sua falta. Além de tudo isso tem também a inquietação que sentia por não saber exatamente o estado atual do qual ele se encontrava. O que mais importa é o quão felizes ficamos por sermos presenteados com sua presença. Agora podemos ver que independente de onde Viktor esteja, ele sempre estará presente quando o assunto é a nossa família. É só isso que importa, certo?
— Querido? — Ouço mommy me chamar, isso faz com que me acorde dos devaneios.
— Sim, mommy! — Respondo prontamente.
— Trouxe suas roupas, deseja trocá-las agora? — Indaga e concordo com a cabeça.
— Acho bom, deixa só a enfermeira vir tirar os meus acessos. — indico e mommy solta uma exclamação.
— Oh sim, é verdade! — Diz ela exagerada me fazendo rir.
— Não precisa ficar tão nervosa, mamãe! — Peço ouvindo seu suspiro alto.
— Ah, meu filho, isso é algo que essa sua mãe aqui não vai poder cumprir. — Explica e eu dou um sorriso triste.
— Me perdoe novamente por deixar a senhora e mamma tão apreensivas. — Peço com toda sinceridade no meu coração.
Um toque delicado chega na minha bochecha, sendo acompanhado pelo aroma calmante que só uma mãe pode ter. Fecho minhas pálpebras para me deliciar com todo o seu amor, meu coração canta feliz com tal acalento. Minha mãe Laila já passou por tanta coisa nessa vida, ela já sofreu tanto que me quebra o coração todas as vezes que as lembranças do passado começam a me assombrar. Minha mãe perdeu seu irmão mais velho tragicamente, e durante o velório tão triste ela foi abusada de modo brutal pelo melhor amigo dele. Esse abuso gerou um fruto, que nesse caso sou eu, tentei muitas vezes não me culpar na infância, por que sempre pensei que os infortúnios que minha mommy passou foi tudo por minha causa. Todas as vezes que lembro que minha mãe passava enquanto era casada com aquele homem maldito, sinto um sentimento ruim ao ponto de querer revivê-lo só para matá-los novamente, só que dessa vez com minhas próprias mãos.
No entanto, minha mãe não merece reviver tudo isso, esses foram momentos horríveis. Momentos esses que foram totalmente mandados embora no instante em que minha mãe Luna e a sua família entraram em nossas vidas. O amor, aliança, cumplicidade e paixão que as duas sentem uma pela outra faz com que qualquer ferida do passado seja curada pouco a pouco. Juntas minhas mães formaram uma família unida, que não esconde o amor que sentem, e essa é uma das lições que elas sempre me passaram. Foi com esse tipo de amor mágico que cresci, é esse tipo de amor que desejo para o meu futuro.
Apesar de ansiar por um amor épico como o das minhas mães, meus tios e avós, continuo mantendo meus pés no chão, meu relacionamento com Nora é bom, é realmente bom, mas os meus sentimentos não são dessa forma. E sem falar que ainda tem questões internas que necessito avaliar melhor.
— O que você pensa tanto nessa sua cabecinha linda? — Ela pergunta e eu sinto o lado do colchão afundar, pois ela sentou ao meu lado.
— Não é nada, mommy! — Respondo e ela solta uma risada leve.
— Eu te conheço meu filho, sei que algo está mastigando seus pensamentos. — Mommy diz e eu viro a cabeça.
— Hum.. talvez! — Digo simplesmente.
— Entendo, será que isso tem a ver com a fofa ruivinha que conhecemos hoje? — Minha mãe questiona com um ar brincalhão.
— Um pouco, mas não da forma que a senhora pode estar pensando. — Aviso e ela solta um som de surpresa.
— Que tipo de forma você acha que estou pensando? — Indaga e eu respiro fundo. — Será que meu filhinho está apaixonado? — Diz de modo avaliativo e eu franzo o cenho.
Mesmo que mommy tente esconder, ainda sinto um pouco de ciúme da sua voz, mas não aponto nada. Não pretendo deixá-la sem jeito.
— Mommy! — Chamo em tom sério e ela deu uma risada anasalada.
— Calma, bebê, só estou brincando com você! — Diz ela e eu concordo com a cabeça.
— Eu sei, acho que... acho que não tenho esse tipo de sentimento por Nora. — Confesso aproveitando que estamos sozinhos no momento.
— Oh, é isso! — Mamãe diz como se pensasse em algo.
— Sim, gosto de Nora, ela é uma menina adorável, sinto atração por ela e gosto de suas conversas, mas... — não termino minha frase, pois nem sei muito bem o que dizer.
— Mas ela não é a pessoa que faz você mover a terra e enfrentar o mundo, certo? — Mommy diz levemente e eu só posso assenti com a cabeça.
— Tenho algumas confusões permanentes no meu coração, mas não sei se devo expor ainda. — Aproveito a deixa para expor um pouco meus pensamentos.
— Quer falar sobre isso agora? — Mamãe pergunta, mas eu nego.
— Ainda não, tudo bem? — Pergunto torcendo minhas mãos juntas.
— Claro, só entenda que independentemente de qualquer coisa, você deve ser sincero, filho. Você é o rapaz mais gentil, inteligente e responsável que conheço, e sei que vai poder ser sincero. — Mommy diz e eu abro um sorriso leve.
— Não é válido me dizer isso, mommy. — Brinco e ela rir em reconhecimento da frase que acabei de falar.
— Mas por que não? — Pergunta em tom divertido.
— Por que a senhora é minha mãe, e boas mães dizem isso aos seus filhos. — Concluo e ela me abraça com força.
— Ah, meu menino precioso! — Fala com carinho e eu retorno seu abraço com força.
Repito quantas vezes for preciso que sou o cara mais sortudo que existe nesse mundo, fui presenteado com uma mãe incrível. Que sempre lutou muito, se anulando muitas vezes para que eu pudesse ter uma vida tranquila. E para completar, Deus foi muito fantástico comigo, me dando uma segunda mãe tão maravilhosa quanto a primeira, que protege nossa família de tudo a cada passo. Eu amo nossa vida, e rezo a Deus todos os dias para que a cumplicidade que temos continue do mesmo modo de sempre.
— Vamos, me deixe procurar por essa enfermeira, porque senão minha lua vem aqui chamar por nós. — Mommy diz apressadamente se levantando do meu lado.
— Tudo bem! — Respondo simplesmente e ela faz um som de confirmação.
Ouço as passadas de mommy se afastando pouco a pouco do quarto, me deixando sozinho novamente. Não demora muito e ela volta acompanhada da enfermeira, que tira os acessos do meu corpo. Agradeço assim que estou livre, peço a ajuda de mommy para me guiar em direção ao banheiro do quarto para que eu possa tomar um banho rápido e trocar de roupa. No momento que chegamos no banheiro minha mãe vai me coordenando sobre a localização de cada coisa. Os detalhes são de extrema importância, para que eu possa fazer coisas de forma independente. O mais difícil de ser cego é não poder contar com determinados ambientes sem orientação, nem todo lugar é adaptado para receber pessoas com deficiência. Apesar disso eu consigo lidar com a maioria das coisas, pois recebi um treinamento desde muito jovem para me adaptar às adversidades.
No entanto, existem muitas pessoas vivendo do mesmo modo, ou até mesmo em condições piores. Pessoas que não têm o mesmo acesso privilegiado, que passam muitas e muitas dificuldades na sociedade. Infelizmente vivemos em um mundo onde pessoas com deficiência visual, ou qualquer outro tipo de deficiência, sofrem por somente tentar viver humanamente independentes. Hoje em dia existem aplicativos de celulares, suportes técnicos, ONGs, e alguns outros meios que fornecem uma estrutura de auxílio, mas ainda não é suficiente. Necessitamos de mais, precisamos de mais qualidade de vida. Minhas mães e minha família investem em muitas instituições para pessoas com deficiência, mas enquanto a sociedade não puder agir de forma que melhore ainda mais a ajuda oferecida as coisas ainda serão complicadas. No entanto, ainda consigo ter fé na humanidade, pelo menos isso ainda me resta.
Enquanto isso ainda não acontece, meu foco está em terminar de me ajeitar para poder ficar livre desse lugar. Após terminar de me banhar, enrolei a toalha na minha cintura e vou pegar a bolsa que Mommy informou que estava descansando na pia. Vasculhando a bolsa encontro roupas leves e confortáveis, toco nas etiquetas para identificar melhor o que pretendo usar. Pego uma camisa branca, uma calça e blusão de moleton cinza simples e quentinho. Mesmo que eu nunca tenha conhecido as cores, sei bem como encaixar as cores em roupas. Fui ensinado desde sempre sobre diferenciar pequenas coisas para uso no dia a dia, tipo, peças de roupas, modo de vesti-las, gestos faciais e de mãos que ajudam tanto as pessoas ao meu redor quanto a mim mesmo. Por que se tem uma coisa que sei desde sempre, como é importante as pessoas saberem o que você sente, mesmo que não precise necessariamente falar em palavras.
Bem, essa é a minha vida, para mim se tornou confortável, já que foi a única vida que tive. Sempre fui cego, e essa é uma condição que nunca vai mudar, a única coisa importante é sobreviver dia após dia.
— Estou pronto! — Afirmo assim que abro a porta do banheiro.
— Ótimo, querido! — Mommy diz vindo até mim. — Aqui, tome a sua bengala! — Mommy segura minha mão para colocar minha bengala.
— Obrigado, me sinto estranho sem ela. — Conto ouvindo um som de confirmação dela.
— Imaginei, por isso trouxe logo! — Mommy diz.
— Onde está o Tom? — Pergunto curioso.
— Ele ficou aos cuidados de Reyes, mas está lá fora lhe esperando. Aquela criaturinha fica ansiosa sem você por perto. — Explica ela e eu concordo com um sorriso.
— Confesso que eu também fico, somos inseparáveis! — Digo lembrando do meu companheiro maravilhoso.
— Se é assim então vamos! — Conduz minha mãe a e eu paro confuso. — O que foi? — Pergunta ela.
— As coisas, deixe-me pegá-las! — Lembro tentando voltar, mas mommy me para.
— Não preciso amor, nosso pessoal virá buscar daqui a pouco. — Avisa ela. — Relaxe e vamos encontrar nossa família! — Me tranquiliza e eu assinto.
Coloco os óculos escuros que estavam na bolsa e com um movimento de mão eu abro minha bengala, que foi feita sob medida para mim, descanso o braço de mommy sob o meu e seguimos juntos até a saída. Enquanto caminhamos conversamos sobre as recomendações do médico, ela me fez prometer que seguiria perfeitamente o repouso. E como bom filho que sou, concordei rapidamente, pois não quero deixá-la aflita novamente. Saímos do hospital e no instante que chegamos do lado de fora ouço a voz alta e infantil de Hope. Solto o braço de minha mãe Laila para me preparar para receber a minha doce irmãzinha. Só que no instante que seus pezinhos ritmados e rápidos se aproximam de mim ela é interceptada.
— Não pode correr assim, krôchka (biscoitinho)! — A voz profunda e mansa de Viktor chega aos meus ouvidos me fazendo parar.
— Mas eu quero ver minha abóbora, brat (irmão)! — Lamenta minha irmã.
— Seu irmão está em recuperação não pode ter fortes impactos. — Viktor explica.
— Boo, estou bem! Quando chegamos na casa dos nossos avós vamos dormir juntinhos, o que você acha? — Pergunto e ouço minha irmã se iluminar.
— Promete, abóbora? — Pergunta cheia de alegria.
— Claro, quando seu irmão mais velho mentiu para você? — Indago.
— Nunca, nunquinha mesmo! — Diz ela e eu sorrio carinhosamente.
— Não posso te carregar, mas posso te pedi ajuda para me guiar até o carro? — Peço e saltita em seus pés.
— Sim, aqui está minha mão! — Diz ela docemente, colocando sua mão na minha. — Vamos, abóbora, Ella também sentiu sua falta, sabia? — Hope revela.
— E eu também senti falta de minhas princesinhas! — Digo ouvindo seu riso. Paro de caminhar com minha irmã quando sinto que me aproximei de Viktor, sei disso pelo aroma amadeirado presente. — Obrigado, Vik! — Agradeço baixinho assim que estamos um do lado do outro.
— Não por isso. — Responde ele em tom profundo quase inaudível.
Penso em dizer mais alguma coisa, mas penso melhor e desisto. Hope me puxa para voltarmos a andar e a deixo me guiar. Quero muito conversar com Viktor, só que esse não é o momento certo, e nem sei dizer o por que quero tanto isso, mas tenho certeza que haverá um momento propício para que possamos nos falar. Agora é hora de me recuperar na casa de meus avós, e passar um momento com a família, quem sabe lá a oportunidade não surja, certo?
****
A viagem até a enorme mansão dos meus avós foi pacífica, minha família se dividiu em jatinhos. Samantha e Pietro se juntaram para formar um complô, exigindo que os primos se separassem de seus respectivos pais, e ficassem juntos no jatinho de Viktor. Contudo eles falharam em suas revoluções, pois tio Filippo disse que juntos somos muito bagunceiros. Sendo assim, tio Filippo levou Pietro com ele e Sam foi murmurando sobre injustiça no mesmo jatinho que tio Enzo. Esses dois não tem jeito! De qualquer forma chegamos tranquilamente em Milão, e no instante que respirei o ar limpo desse lugar eu tinha certeza que aqui era o melhor lugar para minha recuperação. O cheiro gostoso de terra molhada e grama recém cortada, o barulho tranquilizador da água do rio que tem nesse lugar, formam um complemento perfeito para que a paz se torne presente.
Como venho aqui desde pequeno, esse lugar se tornou meu paraíso particular, conheço cada espaço como a palma da minha mão. E meus avós fazem questão de manter tudo exatamente como sempre foi, facilitando ainda mais as coisas para mim. E eu amo isso, amo essa casa, porque aqui é o lar onde todos da família podem sempre voltar, e ter um lugar para acomodar a mente e o coração. Simplificando, esse é o ambiente pacifico que todos dessa família sempre precisam.
— Dio, como é bom estar em casa! — Otto diz assim que passamos pela porta da mansão.
— Sim, senti falta daqui! — Pietro diz saudoso.
— Até parece que ficamos longe por muito tempo, estávamos aqui dois meses atrás. — Duda fala rindo de seu irmão.
— Mesmo assim, senti falta! — Reclama Pê. — Pare de bagunçar meu cabelo, ursinha! — Briga ele e Duda estala a língua.
— Pare de ser um moleque reclamão, ursinho! — Rebate minha prima me fazendo rir.
— Por que essa casa é tão confortável? Céus, isso é bom! — Samantha grita alegremente.
— Vou dizer a Nonna Arianna que você está se jogando no sofá usando sapatos. — Aponto e ela solta um grito.
— Como você sabe disso, Jus! Que porra é essa? — Samantha reclama e dou de ombros.
— Deve ser por que você sempre faz isso, sua sem modos! — Isabel diz e Sam faz um som de desagrado.
— Vem aqui e vou te mostrar quem é a sem modos! — Sam diz e logo ouço o grito de aviso de Bel.
— Não chegue perto, eu vou puxar seus cabelos! — Bel ameaça e Sam bufa.
— Tenta a sorte, sabe quanto tempo demorei para finalizar esse cabelo? — Grunhi Sam com raiva.
— Não venha, ou vou chamar tio Lippo! — Isabel diz em tom de aviso.
— Puxa-saco! — Meus primos e eu lamentamos em uníssono.
— Eu não sou puxa-saco! — Bel se defende e ouço uns sons de desdém. — Vocês têm medo do tio Lippo, isso sim! — Isabel joga em nossa cara de um jeito sarcástico.
— Claro que temos! — Confirmamos juntos, por que seria loucura não ter, isso sim.
Aproveito a guerra repentina de Sam e Bel para me acomodar em uma das poltronas, assim que me sentei libertei Tom do seu trabalho de hoje, para que ele possa correr e se exercitar ao máximo no terreno. Como estou em um lugar muito conhecido não tem necessidade de deixá-lo me guiar.
— Pode ir garoto! — Mando dando tapinhas na sua lateral. De repente ouço o som de risos vindo para essa direção.
— Você prometeu, irmão! — Gian fala chamando minha atenção.
— Isso mesmo, promessa é dívida! — Enrico ressalta e ouço uma forte respiração, e essa com certeza é de Viktor.
— Tudo bem, mas vocês terão que acordar cedo! — Viktor fala de modo firme.
Tenho absoluta certeza que Viktor está neste momento segurando seus dois irmãos gêmeos que adoram grudar nele como dois macaquinhos.
— Eu também quero! Eu posso ir, certo? — Hope pede em lamento.
— Não, Vik é nosso irmão! — Os gêmeos apontam com ciúmes.
— Não falem assim com a Hope, ela é mais nova que vocês, e vocês devem cuidar dos mais novos, entenderam? — Vik diz em tom profundo, educando seus irmãos mais novos.
— Sim, irmão! — os dois dizem juntos com tristeza.
— Quer ir onde, Boo? — Indago levemente e ouço seus passos fofos na minha direção.
— Abóbora! — Hope diz chorosa e eu abro meus braços, imediatamente sinto seu peso se acomodar no meu colo. — Os gêmeos não querem me deixar lutar com ele e o irmão Vik. — Acusa Hope, deixando sua cabeça no meu peito.
— Ei, não chore, Boo! Os meninos querem um momento com o irmão deles, eles sentem muita falta dele, você sabe? — Explico pacientemente e minha irmã ficou quieta. — Como você se sentiria se ficasse sem mim por muitos dias? — Questiono sua mãozinha prende minha roupa com força.
— Ficaria chateada! — Confessa minha irmãzinha e eu acaricio suas costas.
— É assim que os gêmeos se sentem, amor! — Falo e ela esconde seu rostinho macio no meu peito.
— Boo! — Os gêmeos chamam, mas minha irmã continua quieta.
— Vamos brincar! — Gian chama por ela.
— Vimos mais cedo que tem um ninho de passarinho na árvore do lado do jardim leste. Vamos ver juntos? — Enrico sugere e minha irmã se agita.
— Sério? — Hope pergunta encantada.
— Sim, Boo! Vamos lá! — Eles a chamam e logo sinto meu colo ficar vazio.
— Vamos sim, será que vamos poder ver os bebezinhos? — Hope diz alegre esquecendo totalmente a briga anterior. — Vem Tom! — Hope chama Tom que corre até ela.
— Essas crianças são umas coisinhas fofas! — Otto declara assim que os três saem do lugar.
— Eles são! — Pietro, Duda e Sam concordam ao mesmo tempo.
— Crianças, venham fazer um lanche até a hora do jantar! — A voz calorosa de minha nonna Ariana chega ao meu ouvido.
— Oba, comida! — Pietro fala contente.
— Cara, estou com tanta fome! — Duda declara.
— Eu também, faz tempo que comi alguma coisa. — Otto diz e eu concordo por que também estou com fome.
— Vamos, logo! — Isabel chama correndo em direção a área da cozinha.
Abro minha bengala e penso em sair junto com meus primos, mas antes que eu possa levantar do lugar que estou sinto uma mão grande e áspera tocar minha mão. Não me assusto porque sei bem de quem se trata essa mão. Não poderia se tratar de outra pessoa que não fosse, Viktor.
— Vik, o que foi? — Questiono curioso do por que ele me parou.
— Você não disse que queria me ver? Então, ainda quer? — Pergunta ele e noto um toque de insegurança na sua voz.
Meu coração bate de modo frenético, e nem consigo entender direito a loucura de batimentos que estou sentindo no meu peito. No entanto, não importa, por que tenho a resposta para essa sua pergunta.
— Sim, quero! Quero muito! — Respondo prontamente sem esconder minha felicidade.
O que é isso? Por que ele sugeriu isso de repente? Porém não importa, por que eu quero isso! Deus, eu realmente anseio por isso!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top