CAPÍTULO 01⚔️
Dias atuais...
Uma dor de cabeça intensa está me acompanhando desde o momento em que abri meus olhos hoje pela manhã. Não consigo me lembrar da última vez que me senti dessa maneira, mas de tempos em tempos essa maldita dor vem me tirando a paz. Fiz o impossível para esconder das minhas mães que me sentia desconfortável quando acordei. Elas já têm problemas o suficiente para lidar, não é necessário que eu acrescente mais um problema na equação, sendo assim eu vivo minha vida da forma mais normal do mundo. Fiz o meu treinamento matinal, ajudei nos cuidados de Ella, alimentei e escovei Tom e após terminar de tomar meu banho e me arrumar para sair para Universidade, consegui deixar Hope a tempo na escola. Tento ao máximo ser proativo em casa, por que assim facilita um pouco o dia a dia das minhas mães.
Muitas pessoas me perguntam se minha cegueira é um empecilho para mim, mas não. Para falar a verdade, o fato de ser cego me faz enxergar a vida de um modo diferente de outras pessoas. E não tem como se sentir frustrado com algo que você nunca teve, mas eu tenho um forte reconhecimento que minhas mães em conjunto com o restante da nossa família facilitaram muitas coisas para mim. Me fazendo sentir todos os dias uma pessoa extremamente privilegiada e amada. Todos os meus entes queridos permitem minha independência, me dão espaço o suficiente para que eu não sinta um peso em suas vidas. O que é muito bom, pois nenhuma pessoa com alguma deficiência gosta de se tornar um fardo, sendo assim eu continuo a viver minha vida da melhor forma possível. Seja me aprimorando nos meus pontos fortes, nos meus estudos diários ou até mesmo na forma de sentir a vida à minha maneira.
Posso dizer de coração e peito aberto que sou um homem feliz. E como eu não seria? Tenho duas mães fortes, duas irmãzinhas fofas, tios, primos e avós maravilhosos, durmo tranquilamente todas as noite e acordo todos os dias para poder sentir o cheio do novo amanhecer. Sinto o piso gelado da minha casa, ou da grama fresquinha, quando decido passar tempo lendo um livro do lado de fora da casa. Ouço o ressoar das risadas infantis de minhas pequenas princesas, sinto a vibração dos pés acelerados das minha mães quando se atrasam para ir a empresa, por que namoraram demais pela manhã e esqueceram do horário. Sorrio com a lembrança de minha mãe Laila reclamando com minha mãe Luna por deixar sua roupa ficar amassada.
Viro a cabeça para o lado entrando em alerta quando ouço passos vindo em minha direção. Tom que estava deitado ao meu lado levanta para poder se posicionar entre minhas pernas abertas, faço um carinho na sua cabeça pelo seu bom trabalho. Notando o modo relaxado que ele está, sei que as pessoas que se aproximam são conhecidas e não nos representam nenhuma ameaça.
— Justin, o que faz aqui sozinho? — Ouço uma das pessoas falar comigo em espanhol, reconheço a voz rapidamente e sei que é Violeta.
— Pois é, ficamos sem entender por que você saiu da sala mais cedo. — Dessa vez é Saulo quem está falando.
— Olá pessoal, eu saí porque precisava de um ar. — Explico de forma sucinta, mas sem deixar de ser educado.
— Ah, pensávamos que estava se sentindo mal. — Uma voz baixa e delicada se faz presente e eu sei que se trata de Sol, irmã gêmea de Saulo.
— Não, eu estou bem! Obrigado pela preocupação de vocês. — Respondo tranquilamente expondo um sorriso leve.
— Não precisa agradecer, você é o namorado da minha melhor amiga, nada mais justo de nos preocuparmos com você. — Violeta diz com sua voz alegre e eu fico sem jeito.
— Agradeço a vocês pela consideração. — Falo humildemente e eles deram uma risada leve.
— As vezes eu acho que Justin pertence a alguma realeza, por que esse cara tem uma aura diferente, não é mesmo pessoal? — Raúl indaga os outros que fazem som de confirmação.
— Verdade, sempre pensei da mesma maneira! — Pilar diz e faz uma pausa. — Será que Justin está escondendo o jogo e é algum príncipe de um lugar distante? — Pilar questiona e eu solto uma risadinha.
— Não Pilar, eu não pertenço a nenhuma realeza distante, pode ficar despreocupada. — Respondo achando graça de sua imaginação fértil.
— Ah, que pena! Minha amiga poderia ser uma princesa! — Violeta fala com uma voz sentida.
Nora e eu ainda não oficializamos nenhum relacionamento, mas não vou ser indelicado e dizer isso para seus amigos mais chegados. Confesso que ainda tenho dúvidas com relação a esse relacionamento, não que eu não sinta nada por Nora, ela é uma menina muito adorável. O que se torna difícil para mim é que eu não sei se amo o suficiente para embarcar em um relacionamento tão sério. O amor que eu aprendi na convivência com minhas mães e com os outros casais fantásticos da minha família, é aquele que faz seu peito esquentar, e a carne do seu corpo tremer. Aquele tipo de amor único, que você sabe que na sua vida você jamais irá amar alguém como ama a pessoa que está ao seu lado. E é nesse tipo de amor que eu acredito, é esse tipo de amor que quero para mim, desejo fortemente poder envelhecer ao lado da pessoa que faz meu coração cantar.
É justamente por isso que tenho dúvidas sobre meu relacionamento, sobre principalmente os sentimentos que perambulam no meu coração. Existe algo lá no fundo que me faz pensar que talvez Nora não seja essa pessoa, a minha pessoa. No entanto existe um segredo que guardo muito profundamente dentro de mim, uma ilusão infantil, uma loucura de adolescência, mas que poderia... não, não posso continuar com esse tipo de pensamento. Isso foi enterrado para sempre, eu fiz questão de me libertar de coisas que são impossíveis e não vou procurar revivê-lo nesse momento.
Agradeço aos céus quando os amigos de Nora voltam a conversar entre si, porque assim me afasta de pensamentos estranhos.
— Falando na Nora, onde será que ela foi, querida? — Raúl pergunta a Violeta.
— Não sei, ela foi resolver algo em ligação com a mãe, mas disse que logo estaria aqui. — Violeta responde calmamente.
— Olha só quem está vindo correndo para cá! — Saulo diz com a voz sorridente.
— Você disse a ela onde estávamos? — Sol questiona e Violeta faz um som de confirmação.
— Mandei uma mensagem assim que encontrei o príncipe dela. — Violeta diz e eu dou uma risada sem graça. Odeio o fato de ser chamado de forma íntima por pessoas não tão íntimas minhas.
Em alguns instantes eu consigo ouvir os passos apressados dos pés de salto de Nora. Quando o vento chega até minha direção, ele traz consigo o cheiro floral com uma pitada de mel, esse é o cheiro de Nora. Desde que eu contei a ela que a conheço pelo cheiro do seu perfume ela nunca mais mudou a fragrância que usa. Dizendo que assim fica mais fácil para que eu possa reconhecê-la sempre que estiver por perto. Mas como explicar a ela que eu não necessito de nada disso para poder reconhecer facilmente as pessoas que convivo? Para falar a verdade até o som do respirar das pessoas eu consigo, após muitos treinamentos, diferenciar facilmente. Essa é a parte da minha vida que Nora não tem acesso, por que é algo pessoal, e pode até mesmo se tornar perigoso para mim se essas informações vazassem.
— Cheguei! — Nora anuncia de forma ofegante.
— Finalmente chegou, Norinha! — Violeta diz de modo feliz ao ver a melhor amiga.
— Tudo certo com a sua mãe? — Pilar pergunta a Nora que se aproxima de mim.
— Sim, ela só estava... ah! — Exclama ela de repente, sinto um movimento estranho seu e ergo os braços rapidamente para poder ampará-la.
— Cuidado! — Aviso segurando o corpo leve de Nora, que iria cair no chão se eu não fosse mais rápido.
Um silêncio estranho toma conta do ambiente de repente, de modo que as pessoas presentes ficaram tão quietas que poderíamos até mesmo ouvir o som de uma agulha caindo no chão. O momento se tornou um pouco estranho, mas decidi não ligar para isso e foquei minha atenção em Nora.
— Você está bem, querida? — Questiono ao reparar sua quietude.
— S... sim! Estou bem, você me segurou a tempo, obrigada! — Ela agradece e eu sorrio.
— Não foi nada, o importante é você não se machucar! — Levanto Nora levemente, a ajudando a se acomodar ao meu lado.
— Meu Deus!! — Pilar exclama em voz alta.
— Cara, vocês viram ele pegou Nora no ar? — Saulo diz como se não acreditasse.
— Eu vi, mas mesmo assim não consigo acreditar! — Violeta diz com emoção.
— Justin, tem certeza que você não enxerga nada? — Sol questiona e consigo notar a dúvida no seu tom de voz.
— Sol, como pode dizer isso? — Nora se exalta e eu acaricio sua mão.
— Tudo bem, Nora! — A tranquilizo. — É normal as pessoas terem dúvidas às vezes. — Conto e ela solta um som frustrado.
— Mesmo assim, isso foi inconveniente! — Fala e eu dou uma risada.
— Não diga isso, não deixe a pobre Sol ficar envergonhada. Tenho certeza que ela pode estar fazendo uma carinha sem jeito. Estou certo, pessoal? — Pergunto de forma descontraída.
— Esse sujeito deve ter super poderes, não é possível! — Raúl fala de forma extravagante.
— Lamento pela minha falta de tato, Justin! — Sol se desculpa e eu nego com a cabeça.
— Não precisa se desculpar, Sol! Fique tranquila com relação a isso, tudo bem? — Digo calmamente e a ouço soltar uma forte respiração.
— Você é uma pessoa muito doce, Justin. — Fala de modo melancólico. Nesse momento Nora abraça meu pescoço com força.
— Tira seus olhos do meu lindo namorado, Solzinha! — Nora avisa de modo possessivo e eu dou tapinhas leves no seu braço.
— Olha só como nossa Norinha está toda empolgadinha! — Violeta diz tirando sarro de Nora.
— Pois é, acho melhor deixarmos o casal feliz ter um pouco de privacidade. — Pilar diz avisando a todos.
— Isso mesmo, vamos voltar! — Saulo fala tendo confirmações sonoras das pessoas presentes.
— Tudo bem, vamos! Nos vemos depois, Nora e Justin! — Violeta diz e eu ergo minha mão para acenar um adeus leve.
— Até mais pessoal! — Digo de forma sucinta, dando um sorriso curto.
Os amigos de Nora começaram a se dispersar, aproveitei a deixa para mover Tom de lugar, o fazendo relaxar um pouco deitando ao meu lado. Sinto o toque das mãos macias de Nora alcançar o meu rosto, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela deixa um beijo repentino nos meus lábios. Espero um momento antes de erguer minhas mãos para aproximar o seu corpo ao meu, deixando com que nosso beijo tome seu curso. É muito agradável beijar Nora, o toque suave dela em mim faz meu corpo reagir, mas como estávamos na Universidade eu preciso parar para não avançarmos mais ainda.
— Por que você não dorme no meu apartamento hoje? — Pergunta ela e eu tateei seu rosto pequeno, mas que posso saber nitidamente que é lindo e fofo.
— Infelizmente hoje eu não vou poder, querida. — Digo deixando ela descansar sua cabeça no meu peito.
Como eu digo a ela que estou sentindo tanta dor de cabeça que não posso cogitar fazer nada com o meu corpo que não seja deitar e dormir na minha cama hoje? É frustrante, eu sei, mas é tudo o que posso oferecer nesse momento.
— Nossa, queria tanto! — Nora fala com voz cheia de mimo.
— Você falando cheia de dengo assim parece minhas irmãs! — Aponto rindo e ela me dá um tapa leve no peito.
— Eu não sou uma criancinha! — Nora exclamou irritada e eu sorri.
— Claro que não, uma senhorita adulta, isso sim! — Brinco e ela volta a me abraçar.
— Justin, minha mãe está planejando um jantar na minha casa semana que vem. — Nora começa e pára por um instante. — Ela me pediu para convidá-los, o que acha? — Pede ela me fazendo pensar.
— Terei que ver a data direitinho, porque tenho algo na semana que vem. — Conto analisando mentalmente minha agenda.
— O que será que... — As palavras de Nora são interrompidas com a voz de aviso do meu celular me indicando uma nova chamada.
Recebendo ligação da Marrentinha....
— Espera um momento, Nora! — Sorrio ao ouvir o som da notificação. Por isso que não perco mais tempo e atendo a ligação da minha prima problemática.
— Pumpkin (Abóbora)! Por que demorou a atender? Estava em aula? — Samantha desembesta a perguntar em inglês.
— Calma, Sam, respira! — Peço também em inglês e ouço o bufar de sua respiração do outro lado da linha.
— Me deixe, eu estava ansiosa para falar com o meu primo favorito! — Sam fala de forma dramática e eu sorrio.
— Isso não me compra, por que sei que você diz isso a todos! — Digo sem frustração alguma.
— Você me pegou! — Sam fala com seu modo sapeca de ser.
— O que devo a honra da sua ligação, Marrentinha? — Pergunto curioso.
— Por que diabos continuam me chamando assim? — Indaga frustrada.
— Por que essa é você! Mas se não quer mais, sendo assim, pare de me chamar de abóbora também! — Provoco tranquilamente e ela fez um som de asfixia.
— Nem pensar, isso seria a morte para mim, abóbora! — Afirma ela de modo drástico e eu nego com a cabeça.
— Pare de exagerar, Sam! — Peço e ela solta uma gargalhada.
— Claro, claro, pode deixar! — Fala ainda rindo.
— Vamos parar de enrolação, o que devo a honra da sua ilustre ligação? — Questiono cheio de curiosidade.
— Ah sim, eu liguei para poder saber se você, as meninas e minhas tias vão para Milão neste final de semana? — Sam pergunta e eu estranho.
— Mas não será no próximo final de semana? — Indago confuso.
— Bem, não sei como, mas nossa adorável bisnonna descobriu que estávamos planejando esse almoço em família, para decidir sobre o seu aniversário, e decidiu tentar fugir com nosso bisnonno para as Maldivas. — Sam conta me fazendo rir.
— Pelos céus, nonna não tem jeito! — Digo com um sorriso leve no rosto.
— Não sabe como é? Essa senhorinha é um furacão vivo! — Sam diz e eu tenho que concordar. — E aí o que vocês vão fazer? Meus pais disseram que nós vamos! — Sam confirma.
— Vou perguntar às minhas mães e depois de retorno, pode ser? — Pergunto e ela faz um som de confirmação.
— Claro, fique em paz! — Sam fala de forma leve. — Para falar a verdade eu espero que todos possam estar presentes, sabe. Sinto falta de nossa reunião de sempre! — ela diz e eu suspiro.
— Seria ótimo mesmo, será que todos vão poder ir? — Indago com expectativa.
— Olha a única pessoa está sem dar sinal é o Vik, mas Duda disse que ele deve estar trabalhando em algo que impossibilita comunicação agora. — Sua explicação me deixou tenso no mesmo momento.
— Se... será que ele está bem? — Pergunto rápido sem esconder minha preocupação.
— Óbvio é do nosso primo mafioso que estamos falando, então relaxa senhor preocupado! — Sam diz de um modo tranquilo, mas sei que no fundo ela está preocupada também.
— Isso mesmo, Vik sabe o que faz! — Falo cerrando meus punhos com força. Sinto um movimento de Nora ao meu lado, o que é um indício do seu desconforto, por isso eu sei que é hora de me despedir de Sam. — Marrentinha, eu vou desligar agora, porque estou com Nora no momento e em breve vamos voltar para a aula. — Explico a minha prima.
— Tudo bem, mande lembrança a Nora, apesar de não tê-la conhecido ainda. — Sam diz me provocando e resolvo ignorar.
— Certo, pode deixar! — Falo levemente.
— Te amo, Abóbora! — Declara minha prima e melhor amiga me causando um sorriso amoroso.
— Também te amo, Marrentinha! — retorno seu afeto docemente.
Minha ligação com Samantha foi encerrada deixando um sentimento saudosista no meu peito. Faz tempo que não me reúno com minha família e espero poder encontrar com eles em breve, mas enquanto isso não acontece vou voltar a minha atenção a Nora, que deve estar se sentindo desconfortável. Digo isso pelo modo que ela mexe suas pernas e o aperto de suas mãos no meu braço.
— Desculpe te deixar solitária, Nora! — Falo levemente e ela pressiona seu rosto no meu braço.
— Tudo bem, você estava falando com sua prima! — Diz ela com a voz pequena. — Jus, quando vou ser apresentada a sua família oficialmente como sua namorada? — Indaga ela sem esconder sua frustração.
Não me surpreende nenhum pouco que ela faça esse tipo de pergunta, por isso penso em um modo de dizer sem machucar seus sentimentos.
— Já conversamos sobre isso, Nora! Espere só um pouco mais, tudo bem? — Peço de modo tranquilo e ela assente com a cabeça.
— Tudo bem, querido, não se sinta pressionado! — Diz ela alisando meu peitoral.
— Vamos conversar sobre isso logo, prometo a você! — Prometo erguendo minha mão para poder alcançar seu rosto.
— Está bem! — Responde de modo fofo. — Jus, posso te fazer uma pergunta? — Começa ela e eu lhe dou atenção.
— Você é muito próximo dos seus primos e primas? — pergunta sem esconder sua curiosidade e isso me traz um sorriso no rosto.
— Muito! Eles são meus melhores amigos, sem falar que eles são os melhores defensores que alguém poderia ter. — Conto sentindo meu coração ficar quentinho no peito.
— Que adorável isso, eu não sou assim com os meus parentes! — Nora diz e eu acaricio sua mão.
— Um dia a apresentarei para eles, você vai ver como são pessoas incríveis! — Falo de modo divertido e ela fez um som de confirmação.
— Tenho certeza que vou adorar! — Nora diz e eu concordo. — Nossa Jus, olha a hora eu vou me atrasar para a aula! E se eu fosse você também iria logo! — Nora diz de supetão dando um pulo do lugar.
— Vá em frente, nossas matérias são diferentes, não se preocupe comigo! — Lembro a ela e mando ir rapidamente.
— Tudo bem, eu vou indo então! Essa aula é muito importante! — Nora diz e ouço um farfalhar de coisas.
— Nos vemos depois! — Aviso.
— Claro, até depois, querido! — Nora segura meu rosto e deixa um beijo leve e rápido nos meus lábios.
Pouco tempo depois consigo ouvir os passos apressados de Nora correndo para não perder sua aula. Dou um sorriso de lado e aproveito a deixa para voltar aos meus próprios afazeres, seguro o suporte do guia de mão de Tom, pego minha bengala que estava ao lado e guardo meu celular no bolso de trás da minha calça. Quando sinto que estou pronto levanto do lugar que estava sentando, no entanto antes que eu possa dar um passo sinto minha cabeça rodar. O impacto é tão abrupto e grande que meu corpo amolece, fazendo assim com que meu corpo caia no chão de um baque alto. A situação é tão assustadora que Tom começa a latir muito alto, minha cabeça começa a doer tanto que eu pressiono minhas pálpebras com força.
— Tom! — Chamo com a voz arrastada, sentindo que minha consciência está se esvaindo. — Mer... merda! — Xingo quando tento encontrar meu celular e não consigo.
Agora eu só tenho outra alternativa, preciso ser rápido antes de cair na inconsciência.
— T... Tom, vá chamar Reyes, garoto! Reyes, Tom! Agora! — Seguro o pelo do meu cão guia e quando solto consigo ouvir as passadas rápidas das suas patas. — Isso, Tom, bom garoto! — Sussurro, esforçando-me para não desmaiar agora.
Não faço ideia de quanto tempo se passou, mas logo consigo ouvir o som de sapatos e patas caninas vindo na direção onde estou caído. Levanto meu braço com muito esforço, pois é um indicativo da minha localização.
— Estou aqui, Jus! — A voz de Reyes se faz presente e logo sua mão forte alcança a minha. — Vamos lá, amigo! — Diz ele e eu permito ser levantado por ele.
— Me leve para um hospital, e não deixe minhas mães saberem, Reyes! — Peço rapidamente.
— Impossível aceitar essa ordem, amigo! — Reyes avisa após estalar a língua em frustração.
Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, sinto a inconsciência tomar conta de mim. Só espero não preocupar muito minha mães!
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