Ontem quando cheguei em casa corri para meu quarto, Amy já estava dormindo e meu irmãos também, tentei fazer o menor barulho possível. Assim que fechei a porta escondi a bolsa em cima do guarda-roupa, bem no canto e estava a tremer um pouco.

Eu estava e ainda estou tão feliz pela grana, mas completamente apavorada de como tudo está indo rápido demais, fui completamente pega de surpresa por Dream na boate. Posso afirmar que senti algo, porém nada além de tensão sexual já que eu não o conheço completamente e pelo visto ele quer que nós nos conheçamos, deixou isso bem claro pela quantia em dinheiro.

Eu caí no sono logo em seguida e tive vários sonhos, me lembro apenas de um em específico que Amy havia descoberto tudo, eu diria que foi um pesadelo.

Acordo assustada respirando rapidamente, passo a mão no rosto e vou me recompondo aos poucos e solto um suspiro quando vejo que tudo está exatamente como deveria estar.

Me envolvo em minha coberta, levanto e vou à cozinha, estou completamente exausta e a muito a fazer hoje.

— Hey Amy. — Falo com a minha amiga completamente sonolenta.

— Esse seu trabalho parece até um trabalho escravo, você trabalha a tão pouco tempo, mas está sempre morta. — Comenta Amy colocando as torradas na mesa.

— Você é professora, entende de trabalho escravo.

— Pior que você não mente.

Damos uma risada baixa.

— Bom dia florzinha. — Diz Amy olhando para a porta, olho para trás e vejo minha irmãzinha chegando com seu ursinho marrom.

Anne vem direto para meu colo e se senta me dando logo em seguida um abraço forte.

— E eu? — Pergunta Amy e Anne vai até sua tia e a abraça.

— Hoje tutu vai me levar pra escola?

— Não meu amor, o Tony vai te levar como sempre. — Respondo Anne e ela se senta novamente em meu colo.

— Eu quero que você me leve. — Anne exige com um olhar fofo, eu diria que se parece com o olhar do Gato de Botas.

— E por que? — Pergunta Amy se sentando à mesa.

— Não gosta da cobra.

Amy e eu nos entreolhamos.

— Cobra? — Pergunto confusa.

— Bom dia. — Tony aparece indo direito à geladeira.

— Sua irmã está dizendo que não irá com você na escola hoje. — Afirmo a Tony em tom de sermão.

— Disse que não gosta da cobra? — Completa Amy também confusa.

Tony solta uma risada baixa.

— Carolinne. — Corrige meu irmão.

— Cobra! — Grita Anne saindo do meu colo e correndo para o quarto.

— Quem é Carolinne? Se ela estiver fazendo mal da sua irmã...

— Não Capitu, ela é gente boa. — Começa Tony. — Ela se mudou aqui pra perto e aí vamos pra escola juntos e deixamos a Anne na escola dela antes, a Anne está com ciúmes.

Começo a rir.

— E da onde ela tirou que ela é uma cobra? — Pergunta Amy ao Tony.

— Não sei, talvez pelo colar de cobra que ela tem entre o pescoço.

Solto outra risada, pois estava a achar que seria uma colega de classe de Anne que estivesse implicando com ela onde seu nome supostamente combina horrores com "cobra" em português, minha avó daria várias risadas dela se estivesse aqui conosco, afinal era brasileira e meu nome veio exatamente pela sua paixão por Dom Casmurro.

— Primeiro, meu garotão tá namorando. — Aperto a bochecha dele.

— Para Capitu. — Pede meu irmão empurrando minha mão.

— Segundo, a Anne é sua irmã, ela deveria ser sua garota e ela sempre gostou de ir pra escola com você porque é o momento de vocês. — Explico a meu irmão o que pode estar acontecendo.

— A Capitu tem razão, — Começa Amy — talvez você focou tanto na cobra...

— Carolinne. — Corrige Tony rindo um pouco.

— Sim, desculpa, Carolinne, e deixou a sua irmã de lado. Olha, sua irmã é uma criança, ela tem que se acostumar que o irmão dela não vai estar com ela o tempo todo, mas é bom você mostrar pra ela que ela é mais importante, por que creio que ela é mais importante.

— A Anne é sim, muito importante, acho que eu vacilei. — Reconhece Tony.

Ele se levanta e segue direto para o quarto.

— Cobra. — Falo como um sopro.

Amy e eu começamos a rir descontroladamente. Anne realmente é um anjo, isso com certeza será uma piada interna, para a vida toda.

Me arrumo com uma blusa branca, saia preta justa e um salto de mesma cor, prendo os cabelos em um coque e saio para meu trabalho fictício.

Enquanto ando pelas ruas de San Michael acabo me encontrando com ninguém mais e ninguém menos que ele, Dream. Usando um terno preto e soltando um sorriso completamente atraente. Tento fingir que não o vi ou que não o reconheci, porém foi em vão.

— Pelo visto você sempre está nos lugares que me encontro. — Dream diz a mim arrancando-me um suspiro um pouco audível.

— Ou seria você que está sempre nos mesmos lugares que eu me encontro?

— Talvez.

Reviro os olhos e sem pretensão acabo jogando algum tipo de charme para o homem à minha frente. Olho para baixo quando vejo que está tentando me seduzir com seu olhar penetrante.

— Eu preciso ir agora, até a próxima. — Falo ainda olhando para baixo.

— O que você acha de sair comigo essa noite? — Dream solta as palavras antes mesmo de dar meu segundo passo.

— Se quiser me ver, sabe onde me encontrar.

— Quero lhe mostrar que suas afirmações sobre mim são completamente errôneas. — Termina de dizer deixando seus lábios entreabertos. Antes de pensar em algo para dizer, ele continua. — Uma noite e eu lhe provarei.

Não deveria perder um dia em meu emprego, pois sei que um dia faltoso pode diminuir o que ganho, pois meus clientes iriam perguntar sobre mim e por mais que a proposta seja totalmente tentadora, eu tenho um contrato a seguir.

— Outro dia, quem sabe.

— Não se preocupe com seu trabalho, eu darei meu jeito, mas hoje, — ele chega mais perto. — te prometo mostrar quem eu sou.

Engulo seco.

Não posso negar esse pedido.

Voltei em casa para pegar alguma coisa para vestir antes de ir para a boate, me arrumei aqui mesmo na boate já que não queria ter que explicar a Amy que estou saindo com um cara do qual dancei para ele no meu novo emprego que por acaso é de stripper.

— Relações com clientes não sou uma boa. — Grace adverte fechando o ziper do meu vestido.

— Eu nem parei para pensar nisso. — Estou tão fissurada pelo homem que consegue me levar a loucura apenas com um olhar que me esqueci completamente do quanto essa relação pode me prejudicar.

— Exatamente por isso que eu estou te dizendo, você ainda é nova, tem muito a aprender e isso pode bagunçar sua vida.

— Um pouco de diversão não faz mal Grace. — Rubi adentra falando um ponto totalmente ao contrário. — Ter um Sugar Daddy não é ruim.

Ando até o espelho e sorrio com minha imagem, o vestido que estou a usar é preto justo e de cumprimento até as coxas, meu cabelo está solto e o brinco é tão brilhante assim como o gloss que foram emprestados de Grace.

— Pelo visto hoje será o dia de alguém. — Rubi diz sorrindo, consigo ver seu reflexo pelo espelho.

— Ele chegou! — Charlotte exclama adentrando.

Grace vem até mim e sussurra:

— Tome cuidado.

Suas palavras entram em minha cabeça como se ela quisesse me dizer algo do qual não consigo decifrar, mas esqueço assim que saio e vejo o homem dos lábios desejados por mim nesse momento.

Ele vem até mim assim que me avista, estende seu braço e dizendo que está tudo resolvido e assim partimos para algum lugar que ainda desconheço.

Depois de adentrarmos o carro e ele dar partida, começamos a falar várias coisas aleatórias para que o clima continue vivo, até que chegamos em um restaurante completamente diferente do habitual. Arregalo os olhos assim que adentramos o local quando vejo que o mesmo está completamente vazio e apenas uma mesa ao meio está com velas e iluminado.

Um garçom nos leva até lá e eu me sento logo depois de Dream puxar minha cadeira.

— Se continuarmos nesse ritmo, vou continuar achando que você é apenas dinheiro. — Digo sarcasticamente.

— Achei que assim pudéssemos ficar mais à vontade.

Ele sorri torto fazendo algo quente subir por minhas entranhas, eu me odeio por estar sendo seduzida por ele, me odeio mais ainda por estar completamente rendida por seus encantos.

O garçom chega e coloca nossa comida a mesa, pelo visto o cardápio foi escolhido especialmente para esse momento.

— Advogado, empresário e dono de vários impérios, algo mais a oferecer? — Pergunto pegando os talheres.

Ele ri baixo e consigo ver razoavelmente um sorriso bobo em seus lábios.

— Acho que você está procurando algo mais íntimo.

— Procuro verdades. — Sou direta e ele se espanta um pouco.

— Bom ponto, o que é verdade pra você?

— Tudo que seja relacionado a algo oposto a mentiras.

— Então vou te dizer algumas verdades sobre mim. — Coloca a comida na boca e depois de engoli-la volta a dizer. — Sou adotado, eu tinha mais ou menos oito anos de idade, meu irmão foi adotado junto de mim, mas ele tem dois anos de diferença, fomos abandonados juntos, mas tivemos a sorte de uma família rica e boa nos adotar juntos.

— Fico feliz por isso.

— Você está fazendo a cara.

— Que cara?

— A cara de "oh ele foi adotado, deve ter sofrido tanto antes, pelo menos agora está em uma boa família." — Tenta me imitar.

— Eu juro que não pensei isso. — Talvez eu tenha mentido. — Você deve escutar isso todas as vezes que conta.

— Quando as pessoas sabem que você é adotado o tratamento muda, mas não deveria, eu só não nasci da minha mãe. Mas e você?

— Eu perdi meus pais muito nova, então eu cuido dos meus irmãos com a ajuda da minha melhor amiga.

— Você conseguiu fugir da trágica trajetória de uma criança indo de lar em lar para encontrar uma cama para dormir.

— Você está fazendo uma crítica ao governo?

— Talvez.

Rimos baixo.

A queimação contínua em meu corpo e correspondendo ao o que ele está a pedir passo minhas pernas delicadamente em sua perna, o que o faz olhar para mim e derrubar o talher em sua comida, sorrio para ele apoiando meu cotovelo na mesa e colocando as mãos em minha face.

Percebo que engole seco, porém não paro de o encarar e acariciá-lo com meus pés.

— Perdi a fome. — Ele afirma.

— Achei que era a única.

— O que você acha de...

— Se for o que estou pensando, adoraria. — O interrompi sorrindo de lado.

Nos levantamos em uma pressa da qual nunca me vi ter, em segundos estávamos dentro de seu carro. Ele dá partida, coloca sua mão em minha coxa e a pressiona, suspiro baixo mordendo o lábio inferior. Dream acelera o carro ao mesmo tempo que chega sua mão para mais perto do lugar que eu o mais desejo no momento, ele aperta ao lado e tenho certeza que se não tiver esse homem por cima de mim essa noite, eu irei definhar aos poucos.

Dream adentra em um condomínio e só pela visão daqui percebo que estou a entrar no condomínio Hummingbird, o local onde apenas os mais ricos da cidade moram, ou seja, estamos em um lugar de costume para o homem no volante.

Ele para de me tocar, porém enquanto adentra o condomínio ele me admira sempre que consegue enquanto eu estou a admirar a iluminação do local, as casas enormes e brancas com jardins impecáveis, até que o carro para em uma casa um pouco diferente das outras, só pelo tamanho da porta consigo ter a certeza de que será a maior casa que já entrei.

Quando dou por mim, Dream abre a porta do carro e estende sua mão para que eu me apoie e assim o faço. Ele fecha a porta e passa sua mão levemente pela minha cintura e o sigo para dentro de creio ser sua casa.

Assim que adentro consigo notar que realmente se trata de sua casa, vou até a escrivaninha ao lado de seu sofá e pego a foto que encontro, uma foto dele com outro homem que creio ser seu irmão, eles tem quase a mesma fisionomia, mudando pelo fato de seu irmão ter lábios mais carnudos e desenhados. Sinto um calor vindo de minha nuca e noto ser Dream com seus lábios ousados.

Ele me vira bruscamente fazendo com que nossos rostos ficassem completamente próximos e sem cerimônia juntamos nossos lábios em um beijo selvagem e completamente cheio de desejo. Nossos corpos estão completamente ardentes e implorando para que saiamos das preliminares.

Dream passa sua mão por meus cabelos curtos e rosas me dando calafrios desejosos.

Sou conduzida para o sofá e sou colocada delicadamente no mesmo. Ele beija minha nuca e vai descendo para meu pescoço apertando com suas mãos meu corpo. Dream retira meus sapatos e passa suas mãos delicadamente por minhas pernas, em seguida retira o blazer. Levanto e o ajudo a tirar sua gravata e sua blusa o mais rápido possível, assim que vejo seu peito nu sorrio e passo minha mão em seu abdome e desvio o olhar para seu braço e vejo uma tatuagem de lobo em cima de seu bíceps, ele pega em meu queixo, sobre meu rosto e sorri.

Puxei seu rosto para mais um beijo selvagem enquanto ele apalpava minha bunda e seios. Dream pega a alça de meu vestido e desce me fazendo arrepiar com seu toque delicado, não estava a usar sutiã, por isso assim que ele desce meu vestido até minha cintura ele sorri maliciosamente. Volta a me beijar me fazendo deitar novamente no sofá enquanto ele apalpava meus seios me fazendo suspirar até que se levanta e me pega pelos braços indo em direção a escada.

Chegando em seu quarto ele me coloca delicadamente sobre sua cama e termina de retirar meu vestido. Quando dou por mim sua calça e sua cueca estão longe, sorrio ao ver seu pênis e tudo que eu mais quero no momento é o prazer que ele proporcionará.

Dream vai até sua escrivaninha abrindo a primeira gaveta e retira uma camisinha a abrindo e colocando em um piscar de olhos.

Seu corpo quando menos percebo está em cima de mim onde consigo senti-lo por completo, minha calcinha é tirada às pressas e voltamos nos beijar ferozmente.

Suspiro quando sinto que está dentro de mim e gemo logo em seguida, ele começa devagar e eu pressiono seu corpo contra o meu e nossos olhos se encontram arrancando um sorriso de meus lábios, ele acelera o ritmo e nossos gemidos estão em uníssono. Dream coloca suas mãos em meu pescoço me enforcando, exatamente como em meus fetiches mais sombrios, e só se escuta nossos gemidos por longos minutos.

Abraçando seu corpo inverto as posições, onde fico por cima dele e rebolo bruscamente enquanto eu o escuto gemer tornando o momento ainda mais prazeroso, quando sinto que minhas pernas não aguentaram mais vou até seu rosto e beijo seu nariz e sua boca logo em seguida.

Acordo de madrugada no susto, preciso ir para casa, mas quando me viro e olho para o homem deitado ao meu lado é uma razão que me faz pensar se eu realmente preciso tanto ir embora, porém não estou podendo escolher muito no momento. Levanto-me e me visto, em seguida me deito e acordo Dream delicadamente passando minhas mãos por sua face.

— Casa? — Dream sussurra.

Balanço a cabeça levemente.

— Eu vou descendo e te espero lá embaixo, vou aproveitar e procurar a cozinha para beber água.

Ele ri e me levanto.

Vou em direção às escadas e começo a descê-las, e quando levanto minha cabeça o homem da foto está a subir, meu coração acelera de susto por não esperar encontrar alguém por aqui e nos encaramos por alguns segundos, seu olhar fixa com os meus até que no ato involuntário abaixo a cabeça.

— Você deve ser o irmão do Dream. — Falo a ele e pigarreio logo em seguida.

— E você deve ser a dona dos sapatos da sala e que possivelmente acabou de transar com meu irmão. — Engulo seco com suas afirmações e me sinto um pouco desconfortável.

— Não sabia que você... que você morava aqui. — Enrolo a língua e coço minha nuca.

— Eu não moro aqui, eu só tive um dia difícil. — Ele tenta se explicar e percebo que também está um tanto desconfortável.

Balanço a cabeça positivamente espremendo os lábios, volto a descer as escadas notando que não está com uma feição muito boa e está apenas com sua camisa aberta até o meio de seu abdome. Não posso ser completamente seca, por isso paro ao seu lado e tento pronunciar as primeiras palavras que consigo pensar e também não consigo deixar de notar o cheiro absurdo de álcool que emana dele.

— Foi bom te conhecer... — O olho confusa por não saber seu nome.

— Nathan. — Completa minha frase. — E você é...

— Capitu.

— Prazer Capitu.

Ele sorri e volta a olhar para meus olhos e engulo seco por ser completamente fulminante. Desvio o olhar quando percebo que estamos a muito tempo nos olhando e volto a descer as escadas o mais rápido possível.

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Demorei, mas não desisti, quem está no grupo sabe que foi bloqueio criativo e alguns fatores pessoais e emocionais, enfim, trouxe até que enfim pra vocês, espero que gostem e não desistam de mim ksksks prometo que vai até o final!
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