Chapter Three
Ficarei muito grata se lerem o AVISO no mural.
Boa leitura, espero que estejam gostando dessa nova versão.💜
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Jeon Jungkook
Estávamos dentro daquele carro há mais de dez minutos, ele estava de braços cruzados e olhando pela janela com uma feição nada boa.
- Para onde vamos? - Perguntou sem me olhar.
- Minha casa. - Respondi e ele descruzou os braços em seguida olhou para mim.
Eu diria que quase desesperado.
- Não nos casamos ainda. - Eu ri, ri muito por sinal.
Até parece...
Neguei com a cabeça.
- Exatamente por isso que estou te levando lá. - Tirei minha arma de minha cintura e coloquei em cima do painel do carro, ele acompanhou todos meus movimentos como os olhos. - Mesmo que fosse outro caso, não precisamos fingir, afinal, não o conheci hoje. - Seu olhar voltou para meus olhos mas tive que desviar para frente.
Ouvi sua respiração mudar e seu cheiro tornou-se mais forte.
Ele está com raiva.
- Nós dois também sabemos que você não tem local de fala, nunca que um alfa lúpus como você seria - Fez uma pausa como se pensasse em uma palavra. - Isento. De que mesmo? Ah, "experiências". - Apertei o volante tão forte que senti que poderia quebrá-lo com um puxão.
E eu poderia mesmo.
Depois disso, não falamos mais nada e eu fiquei feliz pelo percurso ter sido rápido.
Estacionei o carro em frente a minha casa, como eu teria que sair de novo não vi necessidade de guardá-lo na garagem.
Ele ficou olhando as casas e a rua, eu destravei as portas e saí primeiro dando a volta para ajudá-lo a descer, mas ele simplesmente saiu sozinho. Não que eu esteja reclamando, ou que quisesse fazer o romântico só que nós militares, principalmente tendo família militar também, somos ensinados a tratá-los dessa forma.
Jimin me viu ali parado perto dele e seus olhos se arregalaram levemente.
- Desculpe-me, eu acabei esquecendo desses costumes por ter morado longe por dois anos. - Eu usaria aquilo para tentar puxar um assunto decente sem que nos ataquemos.
Porque eu sei que esse homem é capaz disso e eu não saio por baixo.
- Conte-me mais sobre isso.
- O quê?
- Ter morado longe dos seus pais por dois anos, não sabia que isso tudo tinha acontecido.
- Não tem como saber mesmo, não sabíamos nada um do outro de qualquer forma. - Ele passou por mim. Tomei a frente e peguei minhas chaves para destrancar o portão.
O que eu acho engraçado é que essa rua nunca, NUNCA, fica cheia, mas hoje que eu trouxe esse ômega aqui, surpreendentemente ela está mais cheia que desfile de dia da Independência. Eu posso estar sendo exagerado, mas eu tenho quase certeza que nunca vi boa parte dessas pessoas aqui ou se vi, eu não me recordo de jeito nenhum.
Abri o portão e ele passou em minha frente mais uma vez.
Reviro os olhos.
- Capitão Jeon! - Meu Deus, o que foi que eu fiz para estar merecendo isso? - Capitão Jeon! - Virei-me em direção a quem me chamava.
É a senhora Liang e a filha dela, Sulli, ela é muito linda, não vou mentir.
Mas eu sabia o que ela queria e eu não poderia dar isso à ela, entretanto eu dei o que pude, ela passou um de meus cios comigo e eu não me arrependo, em partes, porque ela simplesmente agora acha que tem alguma relevância para mim.
Agora vejo que foi um erro ter me envolvido com alguém que mora praticamente de frente pra mim.
- Estou feliz em vê-lo aqui agora, não foi trabalhar hoje? Está tudo bem?
Felizmente, ela não acorda tão cedo, então eu nunca a vejo pela manhã durante minhas corridas com o Bam e de tarde eu trabalho até a noite, quando eu chego morto e só quero me fundir a minha cama.
- Eu tive um compromisso, então meu Coronel me liberou por hoje. - Respondi simplista. - Agora, eu tenho que ir. - Ela segurou meu braço e eu a encarei.
Todos acreditam que eu estou solteiro desde que cheguei aqui, as famílias tentam a todo custo me jogar alguém e a que chegou mais perto de ter algo de mim foi Sulli.
Ela é uma ómega de cabelos platinados, um pouco alta, seios fartos, olhos castanhos escuros e tinha até mesmo um sorriso bonito.
Talvez eu teria tido algo com ela.
- Olha, minha família vai fazer um churrasco.- Ela apontou para lá - Se estiver com fome e disponível, teríamos o prazer em recebê-lo. - Seus lábios curvaram-se em um sorriso malicioso.
Abri a boca para respondê-la, mas ouvi uma tosse forçada logo atrás de mim, Jimin estava encostado na porta de braços cruzados e uma sobrancelha erguida.
Ele olhou para a mão da garota em meu braço e automaticamente eu puxei meu braço para longe.
Sulli me olhou um pouco surpresa pela minha reação e em seguida virou-se em direção a Jimin.
- Ah, oi! - Ela acenou. - Eu não sabia que o Capitão Jeon estava acompanhado, de qualquer forma o convite ainda está de pé. - Ouvi sua risada, Jimin permaneceu sério enquanto a encarava. - Meu nome é Sulli Liang e essa é minha mãe, Nabi Liang.
Jimin virou o rosto para o vidro do carro e eu o acompanhei, ele estava literalmente olhando para minha arma no painel.
- Com licença. - Eu abri o carro e a peguei colocando de volta em meu coldre preso em minha cintura. - Vamos. - Coloco a mão em sua cintura para guiá-lo de volta para dentro.
- Não vai se apresentar?
Sulli, cala a boca.
Jimin entrelaçou nossas mãos, enquanto olhava para elas e o olhar delas foram diretamente em nossas mãos.
- Para vocês é Jeon Jimin. - Eles e até mesmo eu fiquei boquiaberto com sua resposta.
Ele me puxou para dentro e fechou o portão.
Eu olhei para seus olhos e ele estava com uma sobrancelha erguida.
- O que foi?
- O que foi, pergunto eu. - Ele deu um sorriso irônico.
Aproximou-se, segurou meu sobretudo como se o arrumasse e deu leves batidas nele com as mãos como se tirasse alguma sujeira.
- Deixa eu te explicar uma coisinha. - Jimin, não olhava em meus olhos continuava a ajeitar algo em mim. - Ômegas lúpus podem até não terem sentidos tão aguçados quanto alfas lúpus, mas os sentidos ainda são existentes. - Seus olhos se encontraram com os meus. - Eu sei que você já teve alguma coisa com ela.
- Você, o quê?
- Conseguimos identificar algumas coisas através do cheiro, assim como vocês, só que como também somos ômegas nós sabemos claramente como o cheiro de outro ômega fica perto de alguém com quem ele já teve um contato mais íntimo. - Ele se afastou dando-me as costas. - Principalmente quando é com nosso alfa.
É, até que ele está me surpreendendo com essas coisas.
Eu realmente não sabia sobre isso.
Nós alfas conseguimos sentir como outros alfas se sentem com nossos ômegas.
-Por que você me trouxe aqui, afinal? Eu quero ir para casa.
-Logo, aqui será sua casa e por isso - Coloco a mão em sua cintura o levando para dentro de minha casa. - você tem que conhecer - Abro a porta da sala e nós entramos
Do portão até aqui, tem um imenso gramado e ao lado da casa tem minha garagem.
Eu preferi uma casa sem piscina porque eu trabalho o tempo todo, raramente tenho folgas e minhas férias eu sempre deixo para fim de ano. Na verdade, eu nem peço folga porque meu trabalho é minha prioridade e eu nunca o coloquei para segunda opção.
Nunca o coloco.
Minha sala é dividida com a cozinha, em frente a escada para o andar de cima tem um sofá grande cinza em formato de "L", uma mesinha de centro, mais para frente uma estante e a televisão que optei por prendê-la na parede.
Do lado oposto, tem uma escada que leva ao andar debaixo, lá apenas tem meu escritório e arsenal. Ainda daquele lado, tem uma pequena biblioteca com uma poltrona e uma mesinha.
Já do outro, está a cozinha dividida com a sala por conta do balcão que tem três banquinhos em frente a ele, no mesmo balcão tem o cooktop por indução, em cima está o sugador de gordura, e atrás está a pia, dois fornos grande e a geladeira.
O banheiro fica embaixo da escada, é um banheiro pequeno.
Jimin olhou para o comedouro do Bam.
-Eu tenho um cachorro. - Disse. - Um Dobermann.
Ele olhou para a escada que dá ao andar debaixo.
- Lá fica meu escritório e o arsenal.
- Você tem um arsenal?
- Eu preciso. Vamos no andar de cima. - Jimin foi sem precisar que eu lhe desse uma "forcinha"
Subimos as escadas.
O andar de cima era simples, ao subir as escadas, virava-se para trás e lá estavam quatro portas, dois eram quartos de hóspedes e um era um quarto vazio, nem eu sei porque eu tinha aquele quarto vazio mas eu tinha.
Os dois quartos dos hóspedes tinham banheiros.
E no fim do corredor, estava o meu quarto que seria nosso.
A cama de casal estava do lado direito da porta, com dois pequenos móveis em cada lado, logo também depois dela estão as portas para a sacada que dá a vista para o andar debaixo e uma parte da vizinhança. De frente para a cama está um armário e a porta do banheiro do quarto.
No banheiro tem uma pia com um espelho, o sanitário, uma banheira grande no canto seguida de um box médio.
- Então essa é a casa que você vai morar. - Ele ainda olhava o quarto.- Eu o trouxe aqui porque não quero ter que passar por mudanças pós casamento, então quero saber se você quer mudar ou fazer algo, logo providenciarei e quando casarmos as coisas já estarão dá sua preferência. - Jimin olhou para a cama por alguns segundos e depois para mim. - Ficará mais em casa do que eu, então quero que goste do ambiente. - O ômega franziu o cenho.
- Não, eu trabalho.
- Vai pedir demissão. - Respondi em seguida e rápido. - Simples assim. - Jimin espremeu as sobrancelhas.
- Eu não vou pedir demissão. - Levantei uma sobrancelha e passei a mão no cabelo pedindo calma aos céus.
- Você vai. - Eu disse firmemente. - E ponto final.
- Isso pode funcionar com seus subordinados, mas eu não sou um deles. - Reviro os olhos e bufei. - E respondendo a sua pergunta, sim, eu quero que você mude uma coisa nessa casa. Só uma - Depois voltamos ao assunto de sua demissão...
- Que seria?
- Esse colchão. - Ele apontou.
Eu ri alto.
- Eu comprei ele faz três anos, o certo é trocá-lo depois de sete. - Jimin cruzou os braços na altura dos peitos - Não, não vou fazer isso, sinto muito.
- Ou você vende ou joga fora, eu não me importo, mas eu não vou deitar em um lugar onde seja lá quantos ômegas você já trouxe e dormiram contigo.
- Felizmente tem mais três quartos e a sala disponível.
- De fato, quanto mais longe de você melhor.
Ele ia passar por mim, porém eu fui mais rápido e o prendi contra a parede.
Seus olhos tornaram-se surpresos, sua respiração ficou ofegante e eu estava tentado a beijá-lo pois a coloração vermelha em seu rosto me deixou com mais vontade de senti-lo, além de seu cheiro ter ficado mais forte.
Minhas mãos apertavam sua cintura fina e suas mãos foram diretamente para meu peitoral.
-S-se afasta. - Ouvi-o dizer com dificuldade.
- Não parece tão seguro do que quer. - Aproximei meu nariz de seu pescoço e sua respiração acelerou mais ainda. - É melhor ficar mesmo longe de mim? É o que você acha? Não é o que seu corpo diz. - Não resisti e comecei a distribuir beijos por seu pescoço.
Suas mãos relutantemente foram para minha nuca, pressionando-me mais ainda contra seu pescoço
Seu suspiro de satisfação em meu ouvido fez com que minhas presas descessem e eu senti muita vontade de marcá-lo, mesmo que aquela marca não fosse exatamente a que nos ligaria para sempre.
O telefone dele começou a tocar e eu queria jogá-lo longe, ele me empurrou não muito longe, apenas o bastante para pegar o telefone no bolso do casaco.
Eu não consegui ler o nome no visor.
- O que foi?
Não deveria, de novo, mas usei meus sentidos para ouvir aquela conversa,
- Eu preciso conversar com você - Aquela voz era familiar, familiar demais. - Jimin, amanhã você vem para o trabalho mais cedo e nós saímos para um café, que tal? Nisso nós conversamos e eu tirarei da sua cabeça essa ideia maluca de se casar com outro. - É claro que era ele.
O maldito do ex-namorado dele.
Eu o mataria, com certeza o mataria.
- Desliga. - Eu disse sério, - Desliga agora. - Jimin franziu o cenho.
- Quem está aí com você? - Seguro sua mão e virei o telefone para mim.
Lee Taemin.
Então esse é o nome dele...
Ele nem precisou fazer nada, eu mesmo desliguei e Jimin ficou com raiva. Muita raiva.
E eu não entendia o porquê mas aquela raiva por eu ter desligado o telefone dele estava me incomodando, além de também não fazer sentido na minha cabeça o motivo dele ter ficado com raiva de mim.
- Por que você fez isso? - Ele falou alto.
Esse ômega está maluco se acha que pode falar assim comigo.
- Sai, se afasta de mim agora! - Jimin praticamente rosnou de raiva.
Somos híbridos de lobos, rosnar é algo normal para nós às vezes.
- Você não vai encontrar-se com ele.
- Vamos começar a estabelecer algumas regras antes de nos casarmos - Trinquei a mandíbula e fechei as mãos um punho. - Nada de usar seus sentidos para ouvir minhas conversas! Respeite minha privacidade! - Bufei entre os dentes.
-Eu digo o mesmo para você!
-Ah, é? Ficou com raiva por eu ter descoberto sobre seu caso com a vizinha? - Ele rebateu
Como esse ômega consegue me tirar mais do sério do que o Yoongi?
- Eu não estou nem aí em você descobrir que eu posso ter dormido até com um dos empregados do meu pai, mas não pense você que eu vou tolerar conversas e encontro com seu ex-namorado! E outra, você vai pedir demissão e se não pedir, não tem problema eu mesmo vou e peço por você.
- Você quer que eu me demita pelo meu ex ser meu superior?
- Tá aí, mais um motivo para a lista do porque você deve pedir demissão e agora!
Ele simplesmente bufou fortemente e me deu as costas batendo a porta tão forte que eu até mesmo achei que ele tinha quebrado a minha porta.
Ômega temperamental, check.
Alfa mais temperamental ainda, check.
Respirei fundo e passei a mão em meu rosto.
Tem um ditado que diz: Dai-me paciência porque se me der uma arma, eu mato.
Essa merda não funciona comigo, porque eu tenho uma arma. Uma não, um arsenal. Então eu devo pedir apenas por paciência mesmo.
Quem disse esse ditado? Não faço ideia.
É um ditado? Eu também não faço ideia.
Meu telefone vibrou e era uma mensagem de meu pai pedindo que voltássemos.
Mandei uma mensagem para Mingyu pedindo-lhe que pegasse Bam no Pet Shop e o trouxesse para minha casa, ele tinha uma chave reserva.
Desci as escadas e Jimin estava encarando o nada, embora parecesse que ele estivesse olhando para uma cesta de frutas em minha mesa de jantar.
- Quer uma noz? - Perguntei e ele deu um leve salto pelo susto, acabei dando uma risada nasal e fui até lá pegando-a em minha mão. - Comprei ontem,
- Eu sou alérgico a nozes. - Jimin disse.
Sua feição estava séria, porém ao mesmo tempo cabisbaixa e aquilo me incomodou.
Por que quase tudo nesse ômega está me incomodando?
- Então, você quer uvas? - Levanto um cacho de uvas verdes e pego uma para mim. - Essas estão ótimas. - Digo após comê-la. - Meu pai quer que eu te leve de volta. - Jimin virou-se e caminhou em passos lentos até a porta.
Eu o segui durante todo o percurso até o carro e quando chegamos, abri a porta para ele e lhe entreguei as uvas que eu peguei.
Liguei o carro e dirigi de volta a casa de meu pai.
Jimin estava com a cabeça encostada no vidro enquanto comia as uvas que eu havia lhe trago.
Nem percebi que meus lábios haviam se curvado em um sorriso besta enquanto eu o observava.
- O sinal abriu - Ele disse e eu tomei um choque de realidade voltando a conduzir meu carro.
-Me fale sobre sua família.
-Me fale você sobre a sua.
- Certo. - Paramos em mais um sinal. - Eu sou filho único, tenho meus pais e nunca fui próximo da minha família ou de parentes, exceto por meu avô paterno que já é viúvo. - Disse resumidamente. Não tenho mais o que falar. - Eu realmente não tinha.
Park Jimin
Meu pai tinha me dito que ela tinha passado por uma fase complicada, algo me diz que isso tem a ver com ele ser afastado de todos da família, exceto pelo avô como ele disse.
Eu não sei porque ele puxou essa conversa, mas só por esse pouquíssimo de informação eu já pude constatar que viemos de famílias muito diferentes.
- Agora é sua vez. - Comi mais uma uva antes de respondê-lo.
-Eu sou gêmeo da minha irmã, Park Chaeyoung, e tenho outros dois irmãos gêmeos, Park Taehyung e Park Jackson. - Ouvi-o murmurar "hm..." - Apenas o Jackson é alfa, e mesmo com isso papai não o pressionou a seguir sua carreira, na verdade, ele queria que meu irmão mais novo seguisse. - Paramos em mais um sinal, eu olhei em seus olhos e ele também olhou para mim. -Meu irmão, Taehyung, é a cópia dele e realmente me surpreendeu ele abrir mão de tudo porque não queria se casar.
- Como assim?
- É tradição de nossa família casamentos arranjados, meus dois irmãos tiveram um casamento arranjado
- Agora você... - Ele disse e eu assenti comendo mais uma uva.
Voltei a olhar pela janela após o veículo começar a se locomover de novo.
- Taehyung disse que preferia perder sua herança a casar-se com alguém que não conhece, casar-se forçado, então pegou suas coisas e veio para a Coréia. Não demorou muito, eu pedi meus pais e eles permitiram minha vinda para cá junto de meu irmão, então eu achei que eles tinham desistido de me casar com você. - Eu me sentia confortável em sua presença, por isso eu estava falando tudo aquilo. - Mal sabia eu que estava tudo indo de acordo com os planos dele, afinal, você mora aqui e eu morei o bastante para não precisar de processo de adaptação com o novo país. Com a nova língua.
- E ele realmente tirou a herança de Taehyung?
- Óbvio que não! - Eu respondi com total certeza. - Ele é mais o príncipe dele do que eu, mais fácil ele me deserdar embora também seja um pouco difícil. - Deixei uma leve risada escapar e também ouvi ele rir.
Mesmo que tenha sido algo simples e baixo, mexeu um pouco comigo.
- Mas eu não sei quais são os planos dele com Taehyung, acho que ele tem uma lista de considerações, como: "Se ele se casar com tal tipo de pessoa, eu libero a herança" Sabe? - Ele assentiu e eu comi a última uva.
- Por que você diz que ele é a cópia dele? - Jungkook perguntou.
- Espere para conhecê-lo. - Ele me deu uma rápida olhada. - Ele ia seguir carreira militar, por conta disso fez muitos treinos e hoje, como a Yaren diz, ele transformou o corpo dele em uma arma perigosa. - Jungkook riu mais uma vez e eu achei lindo seus olhos se fechando enquanto sorria.
- Deixa eu adivinhar, a especialidade dele é combate corpo a corpo? - Eu assenti rindo e um pouco surpreso por ele ter adivinhado tão facilmente. - Parece uma peste que eu conheço. - Jungkook segurou sua arma e olhou para ela por alguns segundos. - Uma peste que, infelizmente, eu não poderei aniquilar. - Colocou-a em seu coldre de novo.
Eu fiquei curioso sobre quem é.
- Chegamos. - O alfa disse desligando o carro. - Jimin. - Era a primeira vez que ele me chamava pelo meu nome.
Olhei para seus olhos cor de mel e esperei pelo o que ele tinha a dizer.
- Eu não estava brincando quando disse que quero que se demita. - Estava bom demais para ser verdade.
Revirei os olhos tão forte que achei que eles não voltariam.
- Eu estou falando sério, não revire os olhos para mim!
- Então pare de me pedir uma coisa dessas. Que absurdo!
- Faça o que eu estou mandando, simples assim. - Jungkook disse saindo do carro.
Eu que não ia esperá-lo muito menos quero tocar em sua mão.
Abri a porta com tudo e acabei batendo contra o rosto dele, levei a mão até a boca após a constatação dos fatos.
Jungkook estava com a mão no rosto, mais precisamente próximo ao olho.
- Me desculpe. - Eu pedi e quando ele tirou a mão eu vi que estava roxo o local. - Jungkook, você está bem? Está doendo muito? - Segurei seu rosto com as duas mãos e o virei para olhar onde estava a marca roxa perto de seu olho.
-N-não foi nada. - Ele se desvencilhou de minhas mãos e foi andando na frente com a mão no olho.
Meu Deus, eu não consigo saber o que ele está sentindo, seu cheiro me confunde tanto.
Eu o acompanhei e ele nos levou para a cozinha.
- Gelo, por favor, uma bolsa de gelo. - Rapidamente uma das ajudantes lhe entregou a bolsa e ele se virou para sair de lá.
- Deixa que eu-
- Não. - O alfa negou. - Você já fez demais por hoje. - Respirei fundo quase bufando.
Ele nos levou para o segundo andar da casa, nem pude reparar em muita coisa também ele estava como o Flash, e deu duas batidas em uma porta a qual nossa entrada foi consentida.
Jungkook abriu a porta e indicou que eu entrasse primeiro, logicamente eu obedeci, não estava com muita moral para debater alguma coisa.
- O que aconteceu com seu rosto? - Sua mãe perguntou, tentando tocá-lo, mas ele se afastou sem nem lhe dar chance.
-Eu acabei batendo contra a porta, só isso. - Sentou-se e eu sentei-me ao seu lado olhando sua mão segurar o gelo próximo ao machucado. - Já tive ferimentos piores, eu sou o Capitão da Quinta Divisão. - Nossos pais estavam sentados nos observando, mais ele do que eu.
Meu Deus, eu deixei o canto do olho dele roxo.
- Creio que o passeio tenha sido bastante esclarecedor para vocês dois.
- O senhor nem imagina o quanto. - Ele murmurou afastando o gelo e o colocando dentro de um copo para não molhar a mesa. - Levei Jimin para conhecer minha casa, conversamos um pouco, enfim, coisas normais entre casais, ainda mais nós que vamos nos casar. - Jungkook encheu o outro copo com whisky e o levou até a boca.
Ele virou o negócio na boca, bebeu como se já fosse super acostumado com a bebida e talvez ele realmente seja.
Nada mais vai me impressionar sobre esse alfa.
- É sobre isso que queríamos tratar com vocês. - Nós olhamos para meu pai. - Faremos o casamento de vocês em duas semanas e-
- Não, eu não posso me casar em duas semanas!
- Por que não? - Seu pai perguntou e ele soltou um gemido de dor levando a mão até o local.
- Eu e minha Divisão estamos planejando uma Infiltração para daqui há duas semanas e eu não sei quanto tempo irá demorar, vocês sabem que trabalho é trabalho.
- A família vem antes do trabalho.
- Eu não concordo com isso. - Ele rebateu, e se eu disse que nada mais me impressionava, eu estava errado, porque isso me impressionou. - Isso tudo foi planejado antes dele aparecer na minha vida, não posso simplesmente cancelar uma missão por conta de uma coisa tão irrelevante quanto essa.
Eu não sei porque isso está me incomodando, nós dois estamos sendo forçados a se casar um com o outro, é óbvio que isso deveria ser um empecilho em nossas vidas. Um peso. Nada que é feito contra nossa vontade é bom.
- Acha seu casamento uma coisa irrelevante?
- Não, senhor. - Jungkook respondeu e eu até mesmo olhei em sua direção. - Acho irrelevante querer fazer algo grandioso sendo que nós nem mesmo nós gostamos, nem mesmo nós conhecemos, para que haver uma coisa enorme? Ainda mais sendo uma coisa que me fará deixar de fazer algo de bom para o meu país, porque sabe lá Deus quando haverá outra oportunidade de uma infiltração precisa. - Ele fechou os olhos fortemente e pegou o gelo de novo colocando em seu olho. - Pra que festa? Não me importaria de casar na semana que vem apenas no papel, o casamento não será menos casamento por não ter tido isso tudo.
Meus dois irmãos tiveram um casamento grandioso, eu compreendo meu pai querer isso também para seu filho, mas aparentemente, ele não se importa nem um pouco com isso.
Me pergunto se algum dia ele irá se importar.
- Filho, o que você acha? Qual sua opinião sobre isso tudo? - Meu pai me perguntou.
Por que eu deveria me importar? Como ele mesmo disse, estamos casando contra nossa vontade e nem mesmo nós gostamos, então para que celebrar algo que nem mesmo nós queríamos que acontecesse?
- Façamos como ele quiser. - Eu disse. - Iremos nos casar de qualquer jeito, é isso o que vocês querem afinal.
Houveram alguns minutos de silêncio, eles ficaram se olhando como se fossem conversar através disso.
- Tudo bem, vocês se casam na semana que vem. - Meu pai falou.
- Quanto mais rápido, melhor. - Seo-joo disse. - Isso já deveria ter acontecido há muito tempo.
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Queria avisar vocês que vão passar um pouquinho de raiva com o Jungkook no começo. Tentem entender ele, ele nunca teve "contato" diretamente com ômegas sem ser no cio, então ele não sabe de nada sobre eles.
O Jungkook leva o trabalho muito a sério, então não se assustem caso ele dê mais prioridade ao trabalho do que ao Jimin, porque ele vai fazer isso.
Mas tudo isso faz parte do "amadurecimento" do personagem.
Também não estranhem como a Quinta Divisão se trata, não é nada romântico entre eles, é só carinho e cuidado, como o Jungkook já disse.
O jeito que eles vão se tratar é daí pra pior.
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