Chapter thirty three

Vamos supor que eu publiquei um capítulo adiantado, ontem publiquei o capitulo 34, mas esqueci do capítulo 33. Tô ficando velhaaa
Peço perdão pela minha falta de atenção, mas se pensarem bem, vocês que saíram ganhando mais um capítulo.

(Não se rejeita, quem já é rejeitado) recadinho da autora original.

Boa leitura!

🖕🏻

Jeon Jungkook

Acho que eu nunca tinha tido uma noite tão boa, ter ele em meus braços foi tão bom.

Seu calor, seu cheiro, seus lábios sobre minha pele, seu carinho, tudo nele é bom.

Bom, quase tudo.

O fato dele me rejeitar me incomoda.

As suas palavras para mim, às vezes sinto que deveriam me atingir mais do que o normal, mas eu já estou tão acostumado com tudo isso, que não me surpreende até mesmo meu esposo pensar essas coisas ao meu respeito.

Até hoje, todos acreditam que eu quem surtei e estraguei todos os meus brinquedos, eu fui, e até hoje devo ser visto como um monstro descontrolado por todos eles.

E pelo visto, também estou sendo visto dessa forma por ele.

Eu não tenho culpa de ter nascido assim, talvez se dependesse de mim, eu nem teria nascido, ou já teria acabado com tudo de uma vez por todas.

Suas palavras de desconfiança me fizeram tão mal...

Será que me senti da mesma forma quando o ouvi dizer isso? O que mais será que Jimin disse para mim e eu aguentei calado?

E por que diabos eu aguentei calado?

No que será que me transformei?

Eu acordei naquela manhã com Jimin ainda em cima de mim, gentilmente o coloquei para o lado e me levantei, afinal, eu não posso esquecer que tenho um trabalho.

Se quero recuperar minha memória, preciso fazer por onde e aquele médico disse que voltando a minha rotina normal, pode ser que destrave aos poucos minhas memórias.

Eu tomei um banho rápido e fui até meu armário pegar minha farda.

Como que essa barrinha dourada veio parar aqui?

"Capitão Jeon"

Será que meu pai foi nas minhas formaturas? Isso com certeza o deixou feliz, afinal, eu supostamente tomei jeito e ainda me tornei Capitão da Quinta Companhia.

Ele deve ter ficado orgulhoso...

- Aonde vai? - Jimin perguntou com a voz completamente rouca e arrastada, havia acabado de acordar.

- Preciso trabalhar para arcar com seus gastos, que com certeza não são poucos. - Eu respondi com humor na voz, mas óbvio que no fundo é verdade.

- Eu descobri recentemente que antes de nos casarmos, você gastava tudo com bebida, pelo menos agora é gasto com algo que deixa seu esposo satisfeito e feliz. - Ele piscou o olho direito.

Justo.

- Eu realmente me afundei no álcool? - Coloquei minha farda após vestir minha camisa branca. - Por que não estou surpreso? Comecei a roubar as bebidas do meu pai com apenas quinze anos.

- Isso foi antes ou depois da morte do Jonghyun? - Jimin perguntou como se estivesse me perguntando que roupa eu estava usando.

Sejamos sinceros, eu cresci sozinho, bom, eu tinha o Jonghyun, mas no geral, eu cresci sozinho e sendo assim, eu nunca conversei com ninguém sobre ele.

Acho que talvez seja porque ninguém nunca chegou e me perguntou: "Vamos conversar sobre o Jonghyun?" ou "Você quer falar sobre isso?"

A verdade é que talvez eu nunca esteja pronto para tocar nesse assunto sem chorar e eu realmente não estou disposto a chorar na frente de ninguém.

- Depois, antes não tinha porque eu fazer isso. - Fechei os botões da farda. - Agora, estou indo, vejo-te mais tarde.

Eu coloquei a comida do Bam e em seguida entrei em meu carro, ainda não consigo acreditar que realmente comprei esse carro e conhecendo-me, foi completamente sozinho.

Não demorou muito para chegar lá, Namjoon parecia que estava me esperando, pois estava de braços cruzados logo na entrada observando tudo e todos.

Suspirei pesadamente.

Ele virou o rosto para me olhar e naquele momento, eu soube exatamente que ele estava me aguardando.

Certo, eu serei mais maleável, agora ele não é apenas meu superior, ele é o superior de toda essa Companhia.

Ok Jungkook, controle sua língua.

Faça isso pelo Jimin.

Eu abri a porta e sai do meu carro, logo o tranquei, caminhei até Namjoon, que me olhava sério, bem sério para falar a verdade.

Parei em sua frente e fiz uma continência.

- Bom dia, Capitão Kim! - Capitão? - Digo, Coronel Kim!

Ele semicerrou os outros olhos em minha direção.

- Está diferente, aconteceu alguma coisa?

- Não.

- Se me chamou de "Capitão", creio que ainda não se lembrou, o que torna ainda mais esquisito esse seu comportamento pacífico.

- Caso insista, eu não vejo problema nenhum em parar de me esforçar para termos um bom relacionamento. - Respondi.

O que foi? Ele pediu por isso.

- Já sabe onde fica sua sala? - Perguntou.

- Acredito que no mesmo lugar onde era a sua, não precisa ser um gênio para adivinhar isso.

Namjoon não falou mais comigo e eu agradeci muito mentalmente por isso.

Muitos soldados me cumprimentaram com: "Bom dia, Capitão Jeon", "Bom dia, Capitão", "Capitão" entre outros modos, é bem estranho ser chamado dessa forma.

Eu não gostava nem de quando me chamavam apenas de "Sargento Jeon".

Essa sala, eu já vim tanto aqui, completamente como subordinado, sempre era o que ficava um pouco afastado dos demais enquanto eles ficam juntos e tudo em cima de Namjoon.

Sempre que ele chegava, iam todos para cima dele e eu continuava sério, o que Namjoon fazia quando via que eu fui o único que não foi para cima dele?

Ele colocava a mão em minha cabeça e mexia um pouco os dedos bagunçando levemente os fios.

Eu girei a maçaneta e na mesma hora veio três alfas para cima de mim, como se me imobilizassem.

- Capitão! - Um deles gritou.

- Sentimos sua falta.

- O senhor está de volta? Está bem? Lembra-se de nós? - Como que fazem tanta pergunta?

- Soldados! - Namjoon disse e eles na mesma hora me soltaram fazendo continência. - Deem um espaço para o Capitão Jeon, ele ainda não está recuperado. - Os alfas me largaram e foram para dentro da sala com feições cabisbaixa.

Eu vi, bem no canto, um alfa com os braços cruzados e feição séria.

Eu criei, outro eu?

- Bom, eu posso saber o nome de um ou de outro, então para eu não chatear ninguém, sugiro que apresentem-se. - Eu pedi.

Namjoon fez um sinal e eles ficaram todos em posição, lado a lado, acredito que em ordem de nascimento.

- Tenente Kim Mingyu - Ele disse com a palma encostada na testa.

- Tenente Min Yoongi.

- Sargento Choi Jongho.

- Sargento Jung Hoseok.

E mais uma vez aquilo começou a acontecer.

(Só para vocês saberem, isso estará se passando no dia 26/12/2015)

- Jungkook! - Chanyeol pulou, colocando o braço em volta do meu pescoço.

Odeio contato físico.

- Chanyeol se afaste, agora! - Ele se afastou rindo, é claro que ele já sabia que eu não gostava, fez isso apenas para me irritar.

- Uh, sorry baby. - Revirei os olhos. - Soube que passou o Natal na casa do Capitão Kim. - As notícias voam neste recinto.

Mais cedo tivemos missões separadas, só agora de noite que estávamos nos reencontrando.

- Sim.

- E ele está vivo, você está vivo, aconteceu alguma coisa?

- Bem, isso não quer dizer nada, estamos vivos, mas quase que eu morro. - Ele franziu o cenho.

- Como assim?

- Um homem invadiu a casa do Capitão, não me pergunte como, ele estava no andar de cima e quando ele foi lá, ele o fez de refém, mas consegui salvá-lo.

- Como você sabia? Ele gritou ou algo do tipo? - Neguei com a cabeça.

- Não, eu estranhei haver dois corações batendo no andar de cima, além de um estar super acelerado, o acelerado era o do Seokjin - Contei.

- Entendi...

Baekhyun apareceu e pulou no pescoço de seu alfa que na mesma hora sorriu para ele.

- Pequeno Jeon! - Eles me chamam assim porque sou o mais novo da Divisão. - Como foi o seu Natal com o Capitão Kim? - Daqui a pouco o Chanyeol conta, eu não vou repetir.

- Depois eu te conto, meu amor. - Chanyeol beijou seu rosto demoradamente. - Aliás, o Capitão-

- Park Chanyeol, Byun Baekhyun e Jeon Jungkook!

- Você ia dizer alguma coisa? - Perguntei após o grito de Namjoon em nosso walkie-talkie.

- Putz, melhor irmos! - Concordamos e fomos.

Namjoon tinha nos pedido para o encontrarmos em um dos abrigos que está sob proteção da Quinta Companhia, cada abrigo está sob a proteção de um quartel de sua área, esse é o que nós protegemos.

- Vocês acreditam que ele viajou por quatro horas, na véspera de Natal, apenas para trazer chocolate belga pro esposo?

- Ele deve amar muito Seokjin. - Baekhyun disse.

- Nem se eu amasse muito, eu faria isso. - Uma vez Jonghyun me pediu pra ir na esquina trazer milkshake pra ele, eu não fui.

E eu o amava muito.

O Capitão já estava na frente do local com os braços cruzados e feição séria para nós por termos nos atrasado.

- Eu mandei vocês virem imediatamente.

- Ah, nos perdoe? - Eu perguntei coçando a nuca e ele revirou os olhos.

- Vamos. - Ele nos deu as costas entrando no local.

- Nos perdoe? O que aconteceu com você? - Perguntou Baekhyun.

- Eu não posso querer ser diferente? Mas que inferno!

Eu fui logo atrás do Capitão, eles vieram em seguida, seja lá o que viemos fazer aqui, poderia ter sido em outra hora.

Na verdade, nós nunca vimos aqui, pelo menos eu nunca vim, é um tanto curioso. É a primeira vez que venho e pelo menos posso dizer que o lugar é arrumado e bem cuidado, embora haja bastante crianças e adolescentes, não me julguem, eu apenas nunca me dou bem com eles, então evito.

Principalmente adolescentes.

- Capitão Kim. - Uma ômega disse-lhe dando um aceno.

- Hwasa. - O Capitão também lhe deu um aceno seguido de um sorriso.

- Deixa o Seokjin saber disso. - Chanyeol murmurou.

- Pois é.

- Depois dorme com o Buddy e não sabe porquê. - Eu disse baixo apenas para eles ouvirem.

- Então, onde estão os garotos? - Ele perguntou.

- Mas que tom carinhoso, vocês não acham? Ele nunca usou esse tom conosco. - Comentei.

- Estão ali. - A ômega apontou e em seguida o Capitão nos olhou para segui-lo.

Assim que eles nos viram, eles se levantaram e vieram até nós, ficando em ordem de tamanho.

- Por favor, apresentem-se. - O alfa pediu.

Todos são alfas.

- Kim Mingyu. - Disse o maior.

Ele tinha uma expressão um pouco séria, bem pouco, estava de braços cruzados, Mingyu suavizou sua expressão e olhou para baixo.

- Min Yoongi. - O segundo maior.

Esse aí, deu-nos um sorriso, mas sem mostrar os dentes, sua expressão estava normal, embora eu conseguisse ver um pouco de tristeza em seus olhos.

- Choi Jongho. - O terceiro.

Jongho, ele era o mais sério de todos, ou talvez essa fosse sua expressão naturalmente, seu olhar me intimida um pouco.

- Jung Hoseok. - O último disse.

Hoseok falou isso em um tom calmo e tímido.

Na mesma hora, os meninos olharam para mim com brilhinho nos olhos pela fofura.

- Podem voltar aos seus lugares, meninos. - A ômega disse e eles assentiram voltando para seus lugares.

Eles sentaram em uma mesa com quatro lugares, dois de cada lado, Yoongi e Hoseok deitaram a cabeça na mesa assim que se sentaram, Mingyu e Jongho continuaram com as costas apoiadas na cadeira e de braços cruzados.

O Capitão saiu da sala e nós o seguimos.

Fomos até o hall e passamos por outras salas até chegarmos em uma sala com computadores, pelas telas víamos as outras salas, pelo visto cada uma tinha uma câmera escondida e a mais destacada era a sala onde os quatro estavam.

- Esses quatro meninos, coincidentemente, foram resgatados no mesmo dia.

- Coincidência ou destino?

Chanyeol e Baekhyun riram e eu também acabei rindo de minha própria piada.

- Quietos! - Nós paramos de rir, bem, o sorrisinho ainda continuava em nossos rostos. - Como eu ia dizendo, eles foram resgatados e trazidos para nosso abrigo, terão que ficar sob nossa supervisão e vocês conhecem todo o restante... - Assentimos.

- Sério? O senhor nos trouxe aqui para nos mostrar eles? - Perguntei. - Todo dia chega crianças e adolescentes novos nessa instalação e nas outras, por que isso por conta deles? - Namjoon sorriu de lado.

Ele se levantou e veio até mim colocando a mão em minha cabeça.

- Já que perguntou, será o escolhido.

- Escolhido, para quê?!

- Ficará aqui, os observando até segunda ordem. - O quê?! Fiz uma expressão desacreditada.

E eu achei que ele fosse facilitar agora que declaramos bandeira branca.

- Aqui estão as fichas deles com suas informações.

Revirei os olhos e suspirei impaciente, não acredito que serei babá por tempo indeterminado.

- Aproveite sua missão, Sargento Jeon. - Namjoon colocou a mão em meu ombro e retirou-se.

Chanyeol e Baekhyun saíram rindo de minha expressão séria e visivelmente estressada com a situação.

Bufei e sentei-me na cadeira de frente para a tela onde mostrava a sala deles.

Não acredito nisso...

Eles foram chamados por outra pessoa, levantaram-se e pelas câmeras, vi que foram para o refeitório.

A fila estava grande para o jantar, falando nisso, eu não jantei e agora estou aqui de plantão, Namjoon, o senhor me paga!

Eu já estava quase caindo de sono, mas algo me chamou a atenção.

Eles sentaram-se juntos novamente, resumindo eles não se desgrudam, só que um pouco afastados do restante do pessoal e logo foram alguns garotos até eles.

Felizmente, tem aúdio.

- Essa mesa é nossa.

- Qual seus nomes? - Mingyu perguntou.

- John, Kool e Ian.

- Ah, então tem algo errado. - Jongho disse. - Não estou vendo seus nomes aqui para dizer que é de vocês. - Essa com certeza é uma resposta que eu daria.

Sem sombra de dúvida.

- Vocês vão sair, ou não?

- Melhor irmos... - Hoseok falou um pouco assustado e receoso. - Não quero arrumar confusão.

- Ele está certo, vocês não vão querer arrumar confusão conosco. - Um deles disse.

Os três mais velhos continuaram como se ele não tivesse dito nada.

Hoseok fez menção em voltar a comer, porém um dos garotos bateu na mesa assustando, o pequeno alfa na mesma hora soltou um grito e ele sorriu por ter conseguido o que queria.

O que ele não esperava era que Yoongi segurasse seu braço forçando-o para trás e fingindo querer torcê-lo.

- Nunca mais o assuste!

Um dos outros garotos tentou bater em Yoongi para fazê-lo soltá-lo, mas Mingyu o impediu com um chute em sua barriga e o único ainda de pé fez menção em bater em Mingyu por trás, mas Jongho deu um empurrão com o pé na cadeira acertando-o em cheio.

Uau!

Um ótimo trabalho em equipe, com certeza eles seriam bem úteis no exército.

Espera.

Por que eu pensei nisso? Nem vou estar aqui ano que vem, eles que se danem.

Enfim, eu vi a tal da Hwasa chegar e fazê-los soltá-los, eles ficaram os provocando, Yoongi quase voou em um deles, mas Mingyu colocou a mão em sua frente e ele bufou, mas obedeceu o maior.

- Vão para seus quartos agora!

Eles foram para o banheiro tomar banho, Mingyu, Yoongi e Jongho com feições emburradas, já Hoseok estava com o olhar triste.

Quem diria que esses garotos fariam isso...

Suspirei.

Olhei para as fichas, bem, não tem muito o que fazer a não ser lê-las.

A primeira ficha era de Kim Mingyu.

Ele nasceu dia 14 de junho de 2000, aqui mesmo na Coréia, entretanto seus pais eram taiwaneses que se mudaram para cá.

Mingyu e os pais sofreram um acidente de carro, mas ele foi o único que sobreviveu.

Que coisa, perdemos as pessoas mais importantes de nossas vidas em um acidente de carro.

Estou apenas dizendo.

Tem seu tipo sanguíneo, onde ele estuda e onde morou com os pais.

Segunda ficha, Choi Jongho.

Ele nasceu dia 9 de março de 2003, assim como Mingyu, nasceu aqui na Coréia, mas seus pais eram neozelandeses que vieram morar aqui.

Ele tinha dois irmãos mais novos.

Sim, tinha.

O pai dele aparentemente tinha alguns problemas com drogas, isso fez com que a família contraísse dívidas com os traficantes, eles, cansados de tanto cobrarem, foram até a casa dele e assassinaram toda sua família.

Ele foi o único sobrevivente, pois estava fora de casa no momento, então eles mataram apenas seus pais e irmãos.

Por isso ele deve ser desse jeito, após esses eventos ele pode ter se fechado, foi uma perda muito grande.

Terceira ficha, Jung Hoseok.

Ele nasceu dia 23 de abril de 2003, o único que é declarado neozelandês, mas que mudou-se para cá com a mãe e o pai.

O caso de Hoseok é um pouco diferente dos anteriores, ele e seus pais foram feitos de refém por bandidos, a todo momento a mãe apenas pedia para que não machucassem seu filho. Por ser filho único, Hoseok era tratado com muito cuidado e carinho pelos pais, inclusive, o menino é muito dócil e um tanto sentimental.

Eles os mataram, estavam a ponto de matá-lo, mas um sniper conseguiu acertá-lo e ele foi salvo.

Eu espero que esse acontecimento não o faça perder seu jeito e sua aura angelical.

Por último, Min Yoongi.

Só pelo sobrenome, eu já sei que era filho de alguém importante.

Como?

Eu ouvia Jonghyun dizer sobre um soldado transferido da Tailândia chamado Min Jooheon, o homem era uma lenda, ele sempre fazia missões solo em que precisava se infiltrar e atacar completamente em silêncio.

Usando apenas facas e seus punhos para nocaute.

E aqui diz que ele era filho dele.

A herança desse garoto...

Yoongi nasceu no dia 27 de março de 2001, ele é da Tailândia e veio para a Coréia com o pai, a mãe morreu durante seu nascimento e ele é filho único.

Seu pai costumava deixá-lo com uma babá durante suas missões, mesmo assim, ele foi um pai presente para o garoto e também um bom soldado, morreu em serviço.

Jooheon estava prestes a pegar um documento importante quando simplesmente encheram todo o local de bala acertando-o por completo, seu corpo ficou irreconhecível, felizmente Yoongi não o viu nesse estado.

Aliás, todo militar quando morre ganha um funeral militar, com certeza o funeral desse cara foi extraordinário.

Ele morreu servindo ao país e deixou um filho...

Os quatro casos aconteceram exatamente no dia 24 para o dia 25, como será que foi o Natal desses garotos?

Ouvi batidas na porta e me assustei.

Levantei-me e fui atendê-la.

- Jeon Jungkook?

- Sim.

- Aqui está. - Era um entregador de pizza.

Eu nem pedi pizza.

Mas não vou rejeitar, estou com tanta fome e felizmente mandaram duas.

- Obrigado. - Agradeci pegando-as, ele também me entregou um refrigerante.

Logo na frente, estava escrito "Imaginei que estivesse com fome. - Namjoon" e imaginou certo.

Uma era de pepperoni e a outra era quatro queijos, eu revirei os olhos pelo cheiro tão bom.

- Eu sei que já dissemos nossos nomes, mas eu realmente não lembro o nome de vocês. - Yoongi disse e eu ri. - Eu sou o Yoongi ou Yoon, tenho 14 anos.

- Meu nome é Mingyu, tenho 15 anos.

- Hoseok, tenho 13.

- Jongho, também tenho 13.

- Sério? Você parece ser mais velho. - Mingyu comentou olhando para ele, Jongho apenas deu de ombros.

- Deve ser porque tenho... - Ele negou com a cabeça. - Eu tinha dois irmãos mais novos, - corrigiu-se. - então eu tive que aprender a ser responsável bem cedo.

- Todos nós perdemos nossas famílias, não é? - Hoseok murmurou olhando-os e eles assentiram tristemente. - Estamos sozinhos agora.

Todos olharam para baixo com feições tristes.

- Não, - Mingyu falou atraindo suas atenções. - Agora somos uma família. - Ele disse. - E como mais velho, eu prometo protegê-los.

- Nós teremos a mesma idade por alguns meses, sendo assim, eu também sou o mais velho e também prometo protegê-los. - Yoongi falou e ele soltou uma risada negando com a cabeça.

- Tá bom, tá bom... - O mais velho colocou a mão em seu ombro e olhou para o caçula. - Você está bem?

- Sim, eu só não consegui comer, ainda estou com fome.

- Eu também estou. - Yoongi disse. - Aqueles garotos... - Ele disse com raiva.

- Vamos dormir, amanhã cedo, eles nos darão café da manhã. - Jongho falou para eles.

Hm...

Pode não ser uma má ideia.

Peguei as caixas e o refrigerante, passei no refeitório, pedi cinco copos descartáveis e alguns guardanapos, em seguida fui para o quarto deles.

Dei duas batidas e abri a porta, o único que estava deitado era Jongho.

- Boa noite, meninos, que tal uma pizza? - Levantei as caixas.

A princípio, apenas Yoongi e Hoseok se animaram, Mingyu e Jongho semicerraram os olhos em minha direção.

- Hey, está tudo bem, eu não machucarei vocês. - Eu disse entrando e fechando a porta atrás de mim.

Coloquei as pizzas em cima da mesa e os dois vieram sentando-se ao meu lado.

- Aqui está. - Ainda bem que ela já veio cortada.

Mingyu acabou cedendo e veio até nós, só faltava o Jongho.

- Vem logo, bichinho antissocial. - Ele veio, ainda de braços cruzados e feição séria.

Como alguém pode ser assim o tempo todo?

Coloquei a mão em sua cabeça.

- Podem confiar em mim.

- Isso é exatamente o que alguém que não deveríamos confiar diria. - Ele rebateu.

- É, mas em mim vocês podem.

A pizza estava tão boa, obrigado Capitão.

- Quem é você, afinal? E aquele alfa e aqueles dois homens? - Mingyu perguntou.

- Aquele homem é o Capitão, eles são os subordinados dele. - Yoongi respondeu. - Meu pai era militar, eu entendo um pouco sobre isso, não tem nada a ver com eu ser algum gênio. - Ele acabou se atrapalhando um pouco e eu ri bebendo meu refrigerante.

- Ele está certo, Kim Namjoon é meu Capitão.

- O senhor é o quê? - Hoseok perguntou.

- Sargento. - Eu disse. - Meu nome é Jeon Jungkook, sou segundo-Sargento da Quinta Companhia e também da Quinta Divisão.

- Está nisso porque gosta?

Eu forcei uma risada.

- Não, meu pai me alistou contra a minha vontade, mas talvez eu esteja pensando em ficar, não sei ao certo.

- O senhor tem namorado? - Jongho perguntou e eu ri negando com a cabeça.

- Não! Mas eu tenho um noivo.

- Onde ele está? Passaram Natal juntos? - Neguei com a cabeça.

- Eu também não o conheço, meu pai e o pai dele, meio que arranjaram nosso casamento e desde então estamos noivos, mas eu ainda não o conheci.

Eles continuaram a perguntar sobre minha vida pessoal e riam quase sempre com minhas respostas, até mesmo Jongho, embora fosse uma risada baixa, até que não foi tão ruim estar com esses garotos.

- Meu pai dizia que gostaria de me ver no exército, talvez seria algo bom.

- Quando atingirem a maioridade, poderão se alistar. - Eu disse.

- Imagine só, Tenente Kim Mingyu. - Ele disse com um ar sonhador.

Os olhinhos de Yoongi na mesma hora brilharam.

- Tenente Min Yoongi. - Ele repetiu o que Mingyu fez e o garoto olhou-o sorrindo.

- Vamos fazer isso juntos? - Eles estão realmente considerando entrar pro exército?

- Sim! - O mais novo respondeu e ambos bateram as mãos.

- E vocês dois... - Perguntei olhando Jongho e Hoseok.

O pequeno Hoseok, agora estava com os olhos pesados pelo sono, ele estava até apoiado em Jongho.

- Sargento Choi Jongho.

- Por que não, Tenente? - Perguntou Yoongi.

- Não tenho pressa nenhuma.

- Sargento Jung Hoseok. - Ele murmurou antes de cair em um sono profundo.

Peguei Hoseok em meu colo e o coloquei em sua cama.

- Quem sabe, o senhor seja nosso Capitão. - Jongho disse e eu deixei uma risada escapar enquanto recolhia as coisas.

É, quem sabe...

- Capitão Jeon? - Ouvi Mingyu me chamar. - O senhor está bem?

- Sim, eu estou bem, Tenente Kim. - Sorri.

(...)

Eles estavam fazendo aquele treinamento e estavam se saindo muito bem, Yoongi é o que mais está conseguindo controlar seus instintos.

- Estou vendo esse seu olhar orgulhoso. - O Capitão disse.

- É... - Eles agora estavam descansando. - Eu me lembrei de quando o senhor me pôs para vigiá-los, me mandou pizzas e eu as dividi com eles. - Namjoon soltou uma risada nasal.

- No dia seguinte, você até pediu para ficar de plantão de novo.

- Sim, sim.

Eles não mudaram muita coisa, na verdade, Jongho foi o único que mudou, agora ele não estava mais tão sério como quando o conheci.

Jongho parecia mais confortável e à vontade com eles, até mesmo sorria os ouvindo conversar.

- Também me lembrei de outra coisa. - Nos olhamos. - Alguém viajou quatro horas, duas indo e duas voltando, apenas para trazer chocolate belga para o esposo. - Ele começou a rir e comigo não foi diferente.

- É, meu esposo, e eu o amo, acho que você pode compreender.

- Não compreendo, eu amava Jonghyun, mas tudo tem limites.

- O amor pelo melhor amigo é diferente do amor por seu esposo. - O olhei.

Ele sabe que eu sempre uso Jonghyun como exemplo porque foi a única pessoa que, eu até então me lembro, de ter amado de verdade.

- Por eles, nós somos capazes de fazer as coisas que jamais imaginaríamos fazer apenas para vê-los felizes.

- E no final, a recompensa é ótima, não? - Eu nem vi, só senti o tapa em minha nuca. - Aí! - Coloquei a mão no local.

- Você não toma jeito hein.

- Capitão... - Murmurei enquanto alisava o local.

Ele revirou os olhos.

- A propósito, Seokjin o convidou para jantar lá em casa.

- Certo, eu vou.

- Leve Jimin.

- Até parece que eu ia deixá-lo em casa.

- Se fosse o Jungkook atual, realmente não, mas você é meio suspeito.

- Como assim? - Perguntei.

- Aquele lá não desgrudava muito do esposo.

- Uh, será que ele sente falta? Deve sentir, ele me abraçou ontem.

Depois de me dar um fora enorme.

Como eu disse, Yoongi foi o melhor nesse treino, não que os outros não foram bem, mas ele foi o melhor.

O que é ótimo já que baseado no que descobri, ele é mais de lutas físicas e ataques com facas, se algum ômega tentar atingi-lo com os feromônios, será em vão.

Eu cheguei em casa cansado, mas ainda teria que me arrumar para o jantar na casa de Namjoon.

Jin estava fazendo carinho em Bam, os dois estavam deitados no sofá, não vou mentir, por um momento eu desejei ser Bam, por ele estar nos braços dele.

- Oi.

- Oi. - Respondi e Bam saiu de seu colo para vir me cumprimentar. - Oi, garoto. - Mexi no topo de sua cabeça e ele lambeu minha mão. - Jimin, Namjoon nos convidou para jantarmos em sua casa, eu disse que íamos.

Ele assentiu.

(...)

Estávamos no carro, a caminho da casa do Coronel, eu ainda preciso me acostumar a chamá-lo assim...

Jimin me encarava de um jeito estranho.

- Diga.

- Aconteceu alguma coisa?

- Não. - Neguei. - Na verdade, aconteceu, eu me lembrei de quando conheci os meninos da Quinta Divisão.

- Isso é bom. - Ele disse. - Ele é quase como um pai para você.

Na mesma hora, eu freei o carro e felizmente nós dois estávamos de cinto.

- Major Kim!

- Jungkook, você está bem? - Ele perguntou com a mão em meu ombro por eu estar ofegante.

Eu vim correndo.

- Um tempinho por favor...

Namjoon sorriu, mas eu vi que seus olhos estavam cabisbaixos.

- Aconteceu alguma coisa? O senhor faltou ontem.

- Eu faltei porque fui buscar meus exames junto com Seokjin. - Arregalei os olhos.

- O senhor está doente?! Cap-Major, não, o senhor não pode ficar doente!

- Hey, acalme-se.

Namjoon me arrastou para dentro de sua sala e eu ainda o olhava com o cenho enrugado.

- Eu estou falando sério, o senhor não pode ficar doente!

- Capitão Jeon, se acalme! - Ele praticamente gritou.

Faz algumas semanas que fui promovido, isso ainda é novo para mim.

Eu respirei fundo algumas vezes e Namjoon acompanhou assentindo com a cabeça.

- Melhor?

- Sim?

- Ótimo, eu estou bem.

- Está?

- Sim.

- Ok. - Suspirei. - Mas que exames foram esses? - Ele desviou o olhar e ali estava a tristeza por trás deles.

O que aconteceu?

- Eu e Namjoon estamos casados há uns quatro anos, e agora que fui promovido, achei que fosse a hora ideal para termos filhotes.

- O senhor vai ter filhotes? Eu não estou preparado para isso.

- O quê? Você cuida de quatro alfas há dois anos.

- Quatro alfas crescidos.

O alfa sorriu negando com a cabeça.

- É, você teria um irmãozinho ou uma irmãzinha para cuidar. - Não posso negar que Namjoon e Seokjin tornaram-se meus pais de consideração, afinal, me deram mais amor de pai do que o meu de sangue me dera.

Espera.

- Teria?

Namjoon suspirou pesadamente e deu-me um sorriso triste.

- Eu não posso ter filhos.

Como assim?

- Seokjin é perfeitamente saudável, mas o problema sou eu, talvez em um futuro nós tentaremos inseminação, mas eu realmente não estou com cabeça para essas coisas, essa notícia me deixou um pouco abalado.

- Me desculpa...

- Não, você não teve culpa! Está tudo bem, acontece, e eu não quero mais pensar nisso por enquanto. - Ele disse por fim. - Mas está tudo bem, afinal, eu já tenho meu filhote rebelde. - Ele colocou a mão em minha cabeça, como sempre fez.

Mas dessa vez, eu o abracei.

- E sempre vai ter.

- Você está ficando doido? - Jimin perguntou assustado.

- Eu me lembrei dele.

- Como assim?

- Eu lembrei de uma conversa que tivemos, onde ele diz que eu sou o filhote rebelde dele. - Jimin levantou as sobrancelhas surpreso. - Namjoon não pode ter filhotes, eu lembro dele falando conosco, da antiga Divisão, o quanto sonhava em vê Seokjin grávido.

Um silêncio instalou-se no carro e eu apoiei a cabeça no volante.

Senti o toque de Jimin em meus cabelos e eu o encarei.

- Como ele disse, ele já tem o filhote rebelde dele. - Seus lábios se curvaram em um sorriso. - Vamos? - Assenti.

- Vamos.

Não demorou tanto, já estávamos perto mesmo.

Eu realmente criei um forte laço com Namjoon, eu sinto isso agora, embora eu não lembre de toda nossa história, isso foi o suficiente para eu sentir nossa conexão.

Fico feliz por ele não ter desistido de mim, nem mesmo agora pela segunda vez.

Bati na porta de sua casa e não demorou muito, Namjoon quem nos recebeu.

- Você veio mesmo. - Ele disse.

- Eu não dispenso comida de graça. - Nós rimos. - Onde está Seokjin?

- Aqui! - O ômega apareceu com um avental amarrado em sua cintura. - Fiz seu preferido.

- Lasanha a bolonhesa!

- Se controla. - Jimin disse dando-me um tapa leve no braço.

Eu fiz beicinho e emburrei a cara.

- Eu já sou de casa, já.

- Mas tenha modos.

Namjoon e Seokjin ficaram rindo de nossa pequena discussão, nós entramos e jantamos entre outras conversas, Seokjin cozinha tão bem...

E sim, eu me lembrei da véspera da véspera de Natal.

Depois de jantarmos, nós fomos para a sala e continuamos a tomar vinho.

Eu aproveitei o momento para prestar atenção em Jimin enquanto ele conversava animadamente com Namjoon.

Sua voz me deixa hipnotizado, a maneira como seus olhos se fecham conforme ele sorri, seus lábios avermelhados e carnudos em volta da taça, sua pele leitosa e em algumas áreas com um leve tom de vermelho, seus cabelos tem um imenso brilho e só de olhá-los já posso dizer que são macios como nuvens.

Seu cheiro, mesmo a distância, parece que ele está exatamente na frente das minhas narinas, isso deve ser efeito da mordida.

Jimin é tão lindo.

Eu tenho muita sorte por ele ser meu.

- Jungkook passou o Natal aqui em 2015, consegue se lembrar disso? - Namjoon perguntou atraindo minha atenção.

- Lembro-me de chegar aqui.

- Todos o receberam bem, mas ele é um bichinho antissocial quando quer, então ficou um pouco mais afastado, mas depois ele disse que foi até melhor do que o Natal com sua família.

- Creio eu, que eu tinha o Buddy. - Eu respondi e ele riu assentindo.

- Buddy?

- É, eu tinha um pastor alemão chamado Buddy. - Jimin me olhou com os olhos semicerrados.

- Você ter o Bam, não tem nada a ver com Namjoon ter tido o Buddy, não é...

- Isso é um segredo. - Eu falei baixo, mas eles ouviram e sorriram.

- Certo. - Jimin disse.

Eu estranhei a demora de Seokjin, na verdade fazia uns bons minutos que ele estava lá em cima.

Eu usei meus sentidos para ouvir o andar de cima e meu coração começou a acelerar.

Buddy está mordendo seu brinquedo enquanto eu o seguro, era um cabo de guerra bem estranho, mas ele estava curtindo.

Estavam todos do lado de fora, as crianças brincavam na neve e os adultos estavam conversando entre si, talvez eu deveria tentar me achegar.

Pensei.

Levantei-me decidido a ir até lá, mas eu comecei a ouvir no andar de cima dois corações baterem e um super acelerado.

Eu sabia que Seokjin estava no andar de cima e eu também sabia que estavam todos aqui embaixo, ninguém além dele subiu para o andar de cima.

Em passos lentos, eu comecei a subir as escadas, ninguém ali estava prestando atenção em mim e nem nada do tipo, o coração batia tão rápido, mas tão rápido que eu sentia como se o meu começasse a sincronizar com o dele.

Caminhei encostando-me pela parede e ainda com a audição focada ali.

- Ele vai pagar por tudo o que me fez. - Eu ouvi uma voz masculina dizer.

Inspirei.

Era um alfa.

- Seu esposo vai pagar por tudo. - Eu ouvi a arma ser desarmada.

Seokjin estava tremendo e suando, o cheiro de medo estava muito forte, ele vai matá-lo, eu preciso fazer algo rápido.

- Por favor, não faça nada comigo...

- Se seu esposo não tivesse matado meus homens, isso não estaria acontecendo. - Eu consegui vê-los.

Ainda encostado na parede e com o rosto um pouquinho virado, tomando todo cuidado para que ele não me veja.

O alfa estava com uma arma na cabeça de Seokjin, pronta para atirar nele, o pior, a arma tinha silenciador, ninguém nem perceberia o que aconteceria.

- Ele tirou tudo de mim e eu vou tirar tudo que ele tem. - O dedo dele já estava pronto para apertar o gatilho.

Me desculpe Seokjin, mas é necessário.

- SOLTA ELE! - Como lúpus, minha voz de alfa atinge todos de uma só vez, sem exceção e com ele não foi diferente.

Mas com alfas, o efeito é bem rápido.

Então eu fui mais rápido, no momento em que Seokjin caiu de joelhos e ele colocou as mãos no ouvido, eu corri dando um chute em seu pulso fazendo a arma cair e na mesma hora o enforquei por trás.

- Seokjin! - Namjoon gritou subindo as escadas.

Seokjin estava com as mãos no ouvido e estava saindo sangue, na mesma hora eu afrouxei o aperto pela culpa que me atingiu por machucá-lo, o alfa percebeu e acertou uma cotovelada em meu nariz.

Mesmo com dor, eu consegui dar um chute giratório em seu abdômen o fazendo cair.

Peguei a arma e com a coronha, bati em sua nuca e ele caiu desmaiado.

Eu larguei a arma e me abaixei para olhar Seokjin.

- Me perdoa, eu não quis machucá-lo, eu só não sabia o que fazer e essa parecia ter sido a melhor ideia-

- Shh...

Seokjin estava apoiado no peito de Namjoon.

- Está tudo bem, o que importa é que você me salvou. - Ele abraçou meu pescoço e eu fiquei sem reação. - E que você também está bem. - Meu coração parecia estar dando vários solavancos seguidos.

Eu estava completamente sem reação.

Nem mesmo percebi que haviam lágrimas em meus olhos, eu abracei Seokjin de volta com força e inspirei seu cheiro, Namjoon mexeu em meus cabelos e em seguida nos abraçou.

- Está tudo bem, você me salvou.

No mesmo instante, eu me levantei sem criar muito alarde, eles nem mesmo perguntaram o porquê e eu agradeci mentalmente por isso.

Eu comecei a subir as escadas, como naquele dia, minha boca começou a secar e meu coração a acelerar de novo.

Seokjin está em perigo de novo, como daquela vez...

Eu encostei na parede, lentamente caminhando até seu quarto.

Exatamente como daquela vez, havia batimentos duplos.

Eu engoli a seco.

Olhei para dentro do quarto, Seokjin estava mexendo em seu armário, sozinho, mas a janela estava aberta, na mesma hora eu entrei em uma velocidade fora do normal e a fechei.

Seokjin se assustou.

- Garoto, quer me matar?

A outra pessoa também se assustou, na verdade parece que seu coração acelerou, ele sabe que eu sei que ele está aqui.

- Não vai acontecer de novo. - Eu disse.

Comecei a ouvir passos.

Olhei para todos os lados dentro daquele quarto, até mesmo chequei o banheiro, parecia que os passos vinham de lá de fora.

- Jungkook, o que está acontecendo?

- Não vão pegá-lo de novo, Seokjin, eu não vou deixar. - Olhei lá para fora e vi o arbusto se mexer, eu estava pronto para sacar minha arma e atirar lá.

- JUNGKOOK! - Ele segurou minha mão. - Se acalme, no que está pensando? - No que eu estou pensando? Em protegê-lo!

- Eu estou ouvindo outro coração aqui, querem machucá-lo novamente e eu não vou deixar, não de novo.

O coração bateu mais forte, eu ouvi um barulho do lado de fora e quando eu ia sacar minha arma e atirar, Seokjin segurou meu rosto fazendo-me encará-lo.

- Jungkook.

- Tem alguém aqui.

- Não tem ninguém aqui.

- Tem sim, eu não quero machucá-lo de novo, Seokjin, então estou sendo adiantado, ele não tocará em você. - Ele ainda estava com a mão em meu rosto.

- Jungkook, não tem como haver alguém aqui, a casa tem um incrível sistema de segurança, não tem como alguém invadir sem ser notado.

- Essas coisas podem falhar. - Eu olhei para a janela ao ouvir mais barulhos nos arbustos. - Eu vou-

- Jungkook, olha para mim. - Olhei. - Não tem ninguém aqui, você deve estar ouvindo coisas. - Ele deu uma risada nasal e acariciou meu rosto com o polegar.

Eu nunca ouço coisas.

Nunca.

Olhei para fora de novo e dos arbustos saíram um guaxinim.

Um guaxinim.

Eu suspirei, não acredito que foi isso...

- Viu? Está tudo bem, meu amor, você e Namjoon dividem o mesmo neurônio se tratando de proteção, dois exagerados.

Eu olhei para baixo, não acredito que foi um guaxinim que chamou minha aten-

Espera.

Não.

O guaxinim já foi...

Mas o barulho ainda está aqui, na verdade está tão próximo quanto o de Seokjin.

Isso significa que.

Arregalei os olhos, olhei para ele, Seokjin franziu o cenho, eu coloquei as mãos em sua barriga e nós dois olhamos para baixo.

- O senhor está grávido... - Murmurei baixo ainda desacreditado. - Eu estou ouvindo o coração do seu filhote...

- O quê? - Olhamos para o lado.

Namjoon e Jimin estavam nos olhando, Namjoon estava com os olhos na barriga de Seokjin, ele estava prestes a chorar.

Eu soltei Seokjin e o alfa veio até o esposo, com as mãos tremendo, ele a encostou em sua barriga.

- Você está mesmo grávido? - Perguntou com a voz chorosa.

- Sim... - Seokjin estava chorando. - Eu estava suspeitando, mas agora, Jungkook acabou de confirmar. - Ele colocou as mãos sobre as mãos do alfa.

Namjoon sorriu em meio às lágrimas.

- Eu vou ser papai...

- Sim, meu amor. - Seokjin colocou a mão em seu rosto. - Você vai.

Senti Jimin abraçar-me.

- Vamos dar um tempinho para eles? - Perguntou e eu assenti.

Nós dois descemos as escadas com as mãos entrelaçadas.

Eu estava tão feliz.

Sentamos no sofá e eu sorri, a felicidade que eu estava sentindo era inexplicável.

Afinal, eu havia me lembrado de tudo o que vivi com Namjoon e Seokjin.

- Você está feliz. - O ômega falou. - Eu posso sentir. - Eu soltei um suspiro satisfeito.

Eu me virei para ele.

- Eles merecem tudo que há de bom no mundo.

- Como está se sentindo sabendo que foi promovido a irmão mais velho? - Ele perguntou rindo.

Eu fiquei longos segundos o encarando.

- Sinceramente? - Ele assentiu e eu coloquei as mãos em sua barriga. - Não vejo a hora de sermos promovidos a papais. - Não lhe dei tempo, apenas colei nossos lábios.

Jimin soltou um suspiro e eu me lembrei de quando conversamos sobre isso, lá na Nova Zelândia.

Acabei rindo durante o beijo, foi apenas um encostar de lábios, me afastei dele encostando a testa em seu ombro.

- O que foi garoto? - Ele perguntou rindo.

- Você me acha estressado e impaciente demais para termos filhotes!

- Você lembrou disso. - Jimin riu jogando a cabeça para trás e eu também estava rindo.

- É claro que lembrei, você me paga, Park Jimin!

Comecei a lhe fazer cócegas e ele estava ficando sem ar de tanto rir, eu beijei seu rosto e seu pescoço algumas vezes.

Ouvir sua risada me traz sensações inexplicáveis.

- Já chega! Eu vou morrer! - Eu parei, ele ainda estava rindo e ofegante.

Jimin é tão mais lindo de perto e tão mais cheiroso, seu cheiro me fez revirar os olhos.

Nos encaramos e eu juro que vi seus olhos ficarem violetas, eu não sei o porquê e nem como, aproximei-me para beijá-lo novamente, dessa vez com mais intensidade e desejo.

Como eu queria prová-lo.

Com os passos de Namjoon e Seokjin, eu acabei por me afastar dele em um salto, me senti como um adolescente quase pego no flagra.

Eu cruzei os braços e comecei a olhar para o teto, ouvi a risada baixa de Jimin.

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