chapter sixteen
Jeon Jungkook
Eu simplesmente não estava com bom humor, fui dormir estressado e acordei estressado, ainda tinha que ir fazer missão e outra, eu estava sentindo uma dor irritante em minha cabeça e parecia ser diretamente em meu cérebro. Como se tivesse um maldito bichinho segurando um martelo e batendo lá.
Levantei e fui correr, a dor não passou e eu tomei um remédio, felizmente ele funcionou.
Jimin parece fingir que eu não existo e eu estou retribuindo, nem mesmo me despedi quando sai para o quartel.
Quando cheguei lá, vieram tantos soldados falar comigo e eu só queria ir logo para minha sala. Depois de responder várias perguntas e ajudá-los em algumas coisas, eu fui para minha sala e logo me arrependi de vim trabalhar hoje.
- O que você está fazendo aqui? - Eu perguntei olhando para Wonwoo.
- Eu vou com vocês.
- Não! São só quatro vagas no carro, eu lido com quatro alfas diariamente, não tenho paciência para mais um integrante e ainda mais sendo um integrante ômega. - Sentei-me em minha cadeira e massageei minhas têmporas.
- Eu não tenho o que fazer aqui.
- E você tem o que fazer lá? Em praticamente um campo de batalha? - Perguntei e ele cruzou os braços fazendo feição emburrada. - Mingyu, controle seu ômega.
- MEU ÔMEGA? - Ele perguntou alto e apontando para si mesmo.
- Ué, é em você que ele está grudado desde ontem. - O pequeno Hobi disse baixo, porém todos ouvimos.
- Por pura gratidão por eu tê-lo salvo.
- Onde ele dormiu? - Eu perguntei.
- Parem de falar como se eu não estivesse aqui.
- Onde você dormiu, doutor? - Jongho, Yoongi e Hoseok começaram a rir enquanto Mingyu ficava vermelho.
Eu também comecei a rir e eu nem sabia ainda onde ele dormiu.
- Eles dormiram juntos, o senhor tinha que ver. - Yoongi disse baixo, fingindo me contar um segredo e foi aí que eu ri mais ainda.
- Isso é mentira! Não acredite neles, Capitão! - Mingyu estava tão nervoso, eu nunca o vi dessa forma. - Eu apenas cedi minha cama e ficamos longe um do outro.
- Isso é verdade, ele caiu da cama de madrugada, eu ouvi. - Jongho falou e Mingyu revirou os olhos. - Se quisessem ficar pertinho um do outro, Mingyu não teria caído e tem mais, ele agora tem um novo apelido.
Mingyu bufou e levou as mãos ao rosto.
- Jongho!
- Qual apelido?
- Baby Yoda. - Wonwoo respondeu olhando-o. - Ele não parece um Baby Yoda? Olhem só! - Ele segurou o rosto de Mingyu que pareceu ficar mais vermelho ainda.
- Não é que é verdade?
Mingyu se afastou das mãos de Wonwoo.
- Temos uma missão para fazer, não?
- É, você não vai, doutor.
- Eu posso ser útil lá. - Neguei com a cabeça.
- Você será muito útil aqui, protegido, fique a vontade no dormitório. - Os quatro me olharam com o cenho franzido. - Agora vá, preciso conversar com eles. - Ele suspirou.
Fechei os olhos fortemente, a dor parece que voltou.
- O que está sentindo? - Wonwoo me perguntou.
- Dor de cabeça, só isso, vou tomar outro remédio.
- Outro? - O ômega franziu o cenho e seus olhos foram para minha mão esquerda. - Você é casado, por acaso brigou com seu ômega ou algo do tipo?
- Isso é bastante pessoal, mas não, vá. - Ele assentiu.
Wonwoo abriu a porta e saiu.
- Não temos muito o que planejar, apenas não podemos deixar ele escapar, entenderam?
- Sim!
- Iremos em duas horas, se preparem e peçam para trazer um remédio para mim. - Eles levantaram, fizeram continência e saíram pela porta.
Por que tanta dor de cabeça e esse sentimento ruim no peito?
[...]
- Muito bem, Quinta Divisão. - Estávamos fazendo continência. - Estou orgulhoso de vocês. - O Coronel disse. - Brian Joo, será preso, menos um daquela lista. - Assentimos. - Podem ir.
Batemos nossas palmas em nossas pernas e Namjoon entrou em seu carro.
- O que acham de irmos ao bar?
- Se o senhor pagar, eu topo até ser stripper por uma noite. - Yoongi disse enquanto entrávamos no carro. - Vai avisar Jimin? - Eu neguei com a cabeça.
- Não estamos nos falando.
- Por que será? - Jongho perguntou no banco de trás.
- Vai, Jongho, compartilhe sua sabedoria com nós, meros mortais! - Eu disse olhando-o pelo retrovisor.
Jongho me olhou de volta, soltou uma risada nasal e voltou a olhar pela janela.
- Não vai?
- Se nem o senhor consegue lembrar o que fez, não sou eu quem irá lembrar pelo senhor, e eu não consigo olhar suas lembranças igual o Jimin, se não talvez o faria e te diria o porquê. - Ele respondeu. - Ou não, porque se o senhor não sabe o que fez, então é porque não fez nada. Não se preocupe mais com isso, Jimin deve está apenas em uma fase onde quer ficar sozinho e não falar com ninguém, acontece. - O sarcasmo em sua voz era muito bem notável. - Nem mesmo peça desculpas, apenas o deixe.
- Por que não? Por que não pedir desculpas? - Yoongi perguntou.
- Porque ele não sabe onde errou, então será um pedido de desculpas inútil. - Explicou. - Aquela frase, adaptada para a situação atual "Aqueles que não conseguem lembrar o próprio erro, estão condenados a repeti-lo". - Ele me olhou pelo retrovisor. - Não adianta pedir desculpas por um erro que você vai cometer de novo, não acha, Capitão? - Eu forcei uma risada.
- Tem toda razão, Jongho.
Depois dessa conversa, ninguém falou mais nada, eles, Yoongi, Hoseok e Mingyu, pareciam estar com certo receio, então decidiram não falar mais nada.
Nós chegamos ao quartel, fomos para o vestiário para tomarmos um banho e nos trocarmos em seguida. A missão de hoje não foi tão fácil, felizmente, conseguimos capturá-lo e tudo saiu bem.
Eu estava os esperando em meu carro, logo eles vieram, só que em vez de Jongho, quem vinha era Wonwoo e eu franzi o cenho.
- Vamos.
- Cadê o Jongho?
- Ele disse que não está afim de ir. - Hoseok respondeu abrindo a porta do carro.
- Eu vou na frente! - Yoongi disse correndo para abrir a porta do passageiro. - Mingyu vai atrás com o doutor. - O mais velho revirou os olhos e Wonwoo sentou-se no meio enquanto os alfas estavam nas janelas.
- É a primeira vez que saio assim, estou animado! - Yoongi levantou a mão e Wonwoo bateu.
- Meu Deus, outra pessoa hiperativa no time... - Eu liguei o carro e dirigi até o bar, o mesmo onde eu vi Jimin pela primeira vez.
É, nós sempre vamos lá e agora ele realmente tem um grande significado.
Tomamos alguns drinks, eu não tomei muitos porque eu ainda teria que dirigir, mesmo que eu já tenha sido irresponsável e dirigido bêbado, não façam isso! Estava sendo engraçado, Mingyu sempre gaguejava quando falava com Wonwoo e o ômega ria de sua timidez. É até que ele não é uma pessoa tão ruim assim de se manter uma conversa.
Yoongi levantou-se da mesa e disse que ia atrás de alguns ômegas, mas nós sabemos que aquele ali é péssimo, se sair com alguém é milagre divino. Hoseok também sumiu, eu estava na mesa vendo Mingyu e Wonwoo interagirem um com o outro, o rosto do Sargento ficava vermelho o tempo todo porque o Doutor simplesmente dizia tudo que vinha em sua mente.
Pode ser que não, mas eles realmente seriam um casal bonito.
Olhei para minha aliança e fiquei encarando-a por longos instantes até que tirei de meu dedo, na parte interna estava o nome dele, Jeon Jimin...
Eu queria tanto vê-lo, tocá-lo e senti-lo de todos os jeitos.
Esse desejo parece ser algo impossível e por isso eu estou sentindo um incômodo no peito, agora que parei para pensar, essa última semana não tivemos nenhum momento juntos, nem uma mísera troca de beijos.
Eu estava tão focado no andamento dessas missões... Nem mesmo tive tempo para dar atenção a Jimin, mesmo que por pouquíssimo tempo. Eu simplesmente deixei Jimin de lado a semana inteira, isso não deveria ter acontecido, ainda mais agora que ele está marcado.
Como eu pude ter sido tão burro?
Coloquei o anel em meu dedo de novo e me levantei para ir embora.
- Já vai, Capitão? - Mingyu perguntou e eu assenti.
- Eu preciso de Jimin, tipo agora. - Ele sorriu e eu sorri também. - Então, até amanhã e leve esses três para casa em segurança. - Mingyu fez uma continência desajeitada e voltou a olhar para Wonwoo, ainda sorrindo.
Já está apaixonado...
Eu nunca dirigi tão rápido para casa como hoje, mas também tive cuidado, talvez receba umas multas por ter ultrapassado o sinal vermelho, mas eu pago depois.
Apertei o controle do portão e entrei com o carro em minha garagem, estranhei Bam não estar ali, só que eu realmente estava precisando vê-lo, então não me importei muito.
Abri a porta do carro, a bati e corri para abrir a porta da sala, subi as escadas, talvez quase tenha caído, girei a maçaneta da porta do quarto e para minha surpresa.
Triste surpresa, aliás.
Jimin não estava lá.
Droga, eu não queria fazer isso, mas eu preciso desse homem agora.
Desci as escadas, fui até meu escritório, coloquei meu dedo no sensor e a porta se abriu, liguei o computador e rastreei o Bam pela coleira dele, a coleira dele tem um rastreador e só eu sei disso.
Eles estão no apartamento de Taehyung, e são exatamente 10h30PM, claro que eu não estava tão preocupado, afinal ele está com Bam então não tem muito perigo ele vir embora tarde, mas ao mesmo tempo eu queria pegar o carro e ir atrás dele, só que aí ele ia descobrir sobre o rastreador e achará que eu fico vigiando ele sendo que não é isso.
O que que eu faço?
Me levanto, passo pela porta, a fecho e sento-me no sofá.
Jimin, volte para casa logo...
Eu estava decidido a esperá-lo e até fiquei acordado por um bom tempo, mas eu acabei dormindo e ele não havia chego.
Acordei com uma forte dor em minha cabeça, já estava de manhã e Jimin não tinha vindo para casa, como eu sei? O Bam não está aqui, então logicamente ele também não está.
Meu corpo estava doendo tanto pelo mal jeito que dormi e ainda tinha uma dor de cabeça persistente em minha cabeça. Eu levantei e fui atrás de um analgésico urgentemente, em seguida tomei banho e me vesti para o trabalho, não estava com a mínima vontade de comer alguma coisa então sai assim mesmo.
O dia parecia tão chato e sem graça, eu estava com mal estar, uma dor chata em minha cabeça e um mal humor fora do normal, eu nem mesmo queria estar vindo trabalhar, mas não é como se eu pudesse faltar. Eu nunca faltei e não será hoje que isso vai acontecer. Eu ignorei todos que vieram falar comigo e Major Seong- hoon aparentemente queria falar comigo, só que foi mais um dos ignorados.
Eu sentei em minha cadeira e coloquei as mãos na frente do rosto, será que era a claridade? Por que eu estou sentindo isso tudo de uma hora para a outra?
A porta foi aberta e eles entraram, não preciso dizer que Wonwoo também veio.
- E, aí? Qual será a missão de hoje?
- Fala baixo, Yoongi. - Eu pedi entre os dentes.
- Mas eu nem falei alto.
- Eu estou com uma insuportável dor de cabeça.
- Ainda? - Wonwoo perguntou-me. - Posso avaliá-lo? - Eu assenti e ele veio, ficando em minha frente.
Wonwoo colocou a mão em minha testa, pescoço e observou meus olhos.
- Está tudo normal, essa dor de cabeça está desde ontem, não é? - Balancei a cabeça positivamente. - Estranho.
- Eu tomei um analgésico, estou esperando fazer efeito.
- Hey, para de se encher de remédio! - Ele disse um pouco alto e eu senti uma pontada.
- O que quer que eu faça? Está doendo!
A porta se abriu e nós quatro olhamos para lá, era Woozi.
- Capitão, desculpe interrompê-lo, mas o senhor Park está lhe aguardando na recepção.
- Senhor Park? - Wonwoo perguntou sem entender e eu me levantei em um salto.
Passei pelo soldado e estava quase correndo para chegar logo na recepção. Eu precisava vê-lo urgentemente, minha dor de cabeça inclusive parece que aumentou.
E mais uma vez eu me decepcionei com minhas próprias expectativas, era Taehyung.
- Oi, Jungkook. - Ele disse e eu coloquei a mão no rosto respirando fundo.
- Cadê ele? - Perguntei mesmo sabendo onde ele está.
- Ele não queria que você soubesse, mas ele está lá em casa e não tem planos de voltar, pelo menos não tão cedo.
- Ele não pode fazer isso!
- O Jimin faz o que ele quiser e o que ele quer nesse momento, é ficar longe de você. - Eu sentia um gosto amargo na boca e uma dor estranhamente irritante em meu peito. - Eu só vim avisá-lo para não se preocupar, nada além disso. - Ele deu-me as costas e foi para seu carro.
Eu perdi a conta de quantas vezes respirei fundo.
- O que o Jimin queria? - Hoseok perguntou depois que eu me sentei novamente com as mãos no rosto.
- Não era ele, era o Taehyung. - Respondi. - Jimin não voltou para casa ontem, dormiu no apartamento do irmão e disse que não tem planos de voltar para casa. - Eu bufei e fechei a mão fortemente.
- Quem é Jimin?
- É o esposo dele. - Jongho respondeu simplista. - Está bem o suficiente para trabalhar hoje, Capitão? - Eu assenti com a testa apoiada em meus dedos e os olhos fechados.
Como assim ele não voltará para casa? Ele não pode ficar longe de mim assim.
Por que saber disso me deixou pior do que eu já estava? Antes ainda havia chances de que talvez ele pudesse voltar hoje, mas qualquer expectativa que tive foi completamente pelo ralo.
Eu não sentia ânimo para nada, a todo momento uma dor de cabeça, calafrios, enjoos e um tremor estranho por todo meu corpo, por que eu estava dessa forma? Parecia que eu ia morrer.
Jimin não me ligou e nem me mandou uma droga de mensagem dizendo qualquer coisa, eu fiquei a todo momento esperando por qualquer pequeno sinal seu e ele não veio, com isso eu fiquei estressado, ansioso e cabisbaixo, tudo o que eu queria era ele de novo.
Eu acho que nunca havia me sentido tão para baixo, nem mesmo a morte de Jonghyun me deixou nesse estado. Eu fiquei triste por muito tempo, mas eu não senti essa dor que eu estou sentindo. Porque agora além de tristeza, eu estou sentindo uma dor inexplicável.
Fizemos todas nossas tarefas, já estava praticamente perto do fim do nosso expediente, eu fui para minha sala e fiquei lá, minha cabeça doía tanto, tanto...
- O que está acontecendo com o senhor? - Mingyu perguntou preocupado. - Wonwoo, o que está acontecendo com ele?
- Eu tenho uma teoria.
- Kang Wonwoo, o homem das teorias. - Eu brinquei e senti outra pontada em minha cabeça.
- Você disse que não tinha brigado com o seu esposo.
- E eu não briguei. - Respondi. - Nós não brigamos, não discutimos, não aconteceu nada, literalmente nada.
- Nada mesmo? - Ok, aconteceu a rejeição.
- Wonwoo, para que essa enrolação toda? - Jongho perguntou. - Ele está em abstinência.
- O quê? - Eu perguntei, fiz uma expressão de dor e tive que abaixar minha cabeça.
- Abstinência. - Ele repetiu. - Com certeza passou a semana toda longe de Jimin e só agora, que não tem mais com o que ocupar essa cabeça, lembrou-se dele e seu corpo está em abstinência.
- Não pode ser.
- É, essa era minha teoria. - Wonwoo disse. - Você é um lúpus, tudo o que vocês sentem é dez vezes mais intenso que nós, inclusive, vocês amam só uma vez em toda a vida de vocês. - Eu abri os olhos para encará-lo desacreditado.
- Eu não o amo.
- Se não amasse, não estaria assim. Seu corpo, você por inteiro, está necessitado dele. - Minha respiração estava ofegante.
- Por que não vai atrás dele? - Yoongi perguntou e eu forcei uma risada mesmo sabendo que me era prejudicial.
- Eu não vou atrás dele, ele que saiu de casa. - Dessa vez quem forçou uma risada foi Jongho.
- É melhor você ir para casa. - Wonwoo falou. - Levem ele, não é bom que ele dirija nesse estado.
Eu não queria, mas tive que concordar com Wonwoo.
Mingyu me trouxe até em casa e depois pediu um Uber para levá-lo de volta ao quartel. Eu nem mesmo quis me trocar ou qualquer coisa do tipo, eu simplesmente subi as escadas, fui para meu quarto e me deitei.
Tirei meus coturnos com muita dificuldade e me virei trazendo o travesseiro de Jimin para meu nariz, inspirei fortemente e por mero segundo, eu senti a dor aliviar, mero segundo.
- Jimin... Volta para mim...
Eu não sei em que momento eu dormi, mas eu dormi e só acordei porque senti alguém mexer em meu rosto.
- Você está péssimo. - Wonwoo estava clareando meus olhos com aquela lanterna clínica. - Coronel. - Olhei para o lado e Namjoon estava em minha porta. - Eu o avisei sobre seu estado e ele veio vê-lo, também vim para saber se você estava melhor, mas parece que piorou.
Eu até queria dizer algo, mas não conseguia formular uma palavra sequer.
- Ficará de repouso. - Wonwoo falou com a mão em meu rosto. - Você está febril e sei que ontem quase não comeu, terá que se alimentar se quiser ficar bem. - Eu piscava tão devagar.
Minha respiração estava lenta e eu ainda sentia muita dor.
- Quer que chamemos seu esposo? - Eu olhei para o ômega e neguei com a cabeça. - Capitão, se for mesmo abstinência...
- E-ele não q-quer me v-ver. - Forcei-me a dizer. - Não quer f-falar c-comigo, deixei-o.
- Será que Jimin também está assim? - Namjoon perguntou e eu vi Wonwoo negar. - Como não? - Ele suspirou e levantou-se ainda olhando para mim.
Eu decidi parar de tentar mantê-los aberto.
- É complicado...
Não é complicado.
A culpa é toda minha dele ter ido, por isso sou eu quem estou sofrendo e não ele.
- Eu não sei ao certo o que aconteceu entre eles, então não posso dar um laudo exato, mas Jimin não se manteria longe se tivesse como ele.
- Você acha?
- Ômegas são fáceis de ceder, já alfas são orgulhosos, portanto, sofrem mais.
- E isso é possível? Ele está assim e o Jimin está normal? - Eu apenas ouvia a conversa deles.
- Sim, poderia também ser o contrário, o Jimin estar mal e ele estar bem, tudo depende inteiramente da carga que estão carregando.
- O que faremos?
- Não temos o que fazer.
Eu acabei dormindo de novo, eu estava com tanta dor que parecia que ela sumia conforme eu dormia.
Eles não estavam em minha casa, não tinha mais ninguém em casa, eu estava completamente sozinho.
Fazia tanto tempo que eu não sentia isso, o quão é ruim se sentir sem ninguém...
- Jimin, volta para casa... Volta para mim... Eu sinto tanto a sua falta.
Longos minutos se passaram, talvez eu estivesse prestes a dormir de novo e eu ouvi a porta do meu quarto se abrir, eu simplesmente não conseguia abrir os olhos para ver quem era e meus sentidos estavam quase que nulos.
Mas eu ainda tive a sensação de ter sentido o cheiro dele.
- Jimim... - Murmurei bem baixo.
Senti-o colocar a mão na minha testa.
Eu estou sonhando?
- Você está queimando de febre. - Sua voz me despertou completamente.
Eu consegui abrir os olhos e ele parecia surpreso em me ver ali.
- O que você está fazendo aqui uma hora dessas? Não deveria estar no trabalho? Está até mesmo com a farda.
- Jimin. - Eu não sei como, mas eu consegui me levantar e ir até ele.
Eu o abracei, inspirei fortemente seu cheiro e expirei.
- Jungkook.
- Não! Não me peça para soltar você. Não me peça para me afastar de você. - Agora eu estava ofegante e a dor parecia ter aumentado.
Jimin colocou as mãos em minha cintura como se mantese meu corpo.
- Tira essas roupas, você precisa de um banho. - Eu continuei o abraçando. - Jungkook, me solta para você fazer tudo isso o que eu falei.
- Você promete que não vai embora se eu te soltar?
Ele ficou em silêncio por tantos segundos que pareciam horas.
- Eu prometo. - Ele disse por fim. - Agora vá, eu vou preparar alguma coisa para você comer.
- Jimin, se você for-
- Eu não vou embora. - Meu esposo disse olhando em meus olhos. - Eu não vou embora. - Eu assenti e diminuí o aperto ao seu redor.
Ficamos ainda nos encarando, até que ele se afastou e saiu pela porta.
- Vai fazer o que eu mandei! - Ouvi-o gritar.
[...]
Jimin fez uma sopa de legumes, e eu não estava em posição de recusar nada, ele sentou-se ao meu lado em nossa cama, colocou um pouco na colher, assoprou e em seguida a levou até minha boca.
Não estava tão ruim assim.
- Gostou? - Balancei a cabeça positivamente. - Que bom, ainda tem um monte de colher.
E ele fez isso até a última colher, Jimin disse que levaria o prato para a pia e que também comeria rápido, eu fui escovar os dentes e depois voltei a ficar deitado.
Eu ainda não me sentia 100% bem.
Já estava achando que ele tinha ido embora de novo, mas a porta se abriu e ele foi em direção ao banheiro, depois secou a boca e as mãos, Jimin mais uma vez sentou-se ao meu lado e eu o trouxe para meu colo. Fiquei com o rosto na curva de seu pescoço, suas mãos faziam um cafuné em minha nuca e eu apertei ainda mais contra mim.
- Jimin?
- Fala.
- Me perdoa por tudo o que eu fiz. - Ele suspirou. - Eu não deveria tê-lo deixado de lado como fiz, me perdoa por não ter percebido o quanto aquilo estava te entristecendo... - Eu precisava dizer tanta coisa. - Jimin, por favor, prometa que nunca mais vai me deixar sozinho. - Beijei seu pescoço. - Por favor, não me deixe.
- Jungkook, eu sou seu esposo.
- Eu sei, e você é a melhor coisa que me aconteceu.
- Mas não parece. - Jimin afastou-se e colocou a mão em meu peito. - Não parece mesmo! Você... - Ele respirou fundo e olhou para outra direção que não fosse meus olhos.
Eu coloquei minha mão sobre a sua.
- Continua, diga o que você tem para falar. - Ele voltou a me olhar e eu vi a dor em seus olhos. - Jimin. - Segurei seu rosto com as duas mãos.
Ele começou a chorar.
Eu beijei sua testa e depois encostei nossas testas.
- Eu quero que você me dê mais atenção, céus, é tão humilhante estar pedindo isso... - Jimin deu um soco em meu peito. - Por que você é assim? O que foi? Eu não sou digno da sua total atenção e dedicação? - Ele fez de novo, mas eu não sentia dor alguma, tudo o que eu mais queria era que ele descontasse tudo em mim mesmo.
Eu merecia tudo aquilo.
- Eu sou seu esposo, Jungkook, seu esposo! Será que é pedir demais para você me dar mais atenção? Eu sei, você me deu seu cartão, mas eu não quero nada material, eu quero você, eu quero sua atenção, eu quero sua dedicação. - Eu respirei fundo. - Você é um péssimo esposo! - Jimin disse alto, porém saiu abafado porque ele estava deitado em meu ombro e seu rosto estava em meu pescoço.
- Eu sei... - Beijo seus cabelos. - Eu sei. - Jimin abraçou meu pescoço. - Eu prometo que vou mudar, tá bom? Eu farei tudo diferente, eu te prometo que vou mudar, Jimin. - Eu disse abraçando seu corpo. - Me perdoa, meu amor...
- Não adianta eu te perdoar e você fazer a mesma coisa.
- Eu sei e é por isso que eu não vou fazer. - Minhas palavras eram as mais sinceras do mundo. - Foi horrível ficar sem você, eu nunca mais quero ficar longe de você assim e eu nunca mais quero sentir isso em toda minha vida. - Realmente não quero. - Eu prometo que vou buscar mudança, eu quero merecê-lo e eu vou, eu serei um bom marido de agora em diante. - Eu vou ser.
Eu tenho que ser.
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