Chapter six
Jeon Jungkook
Eu trouxe Jimin para dentro de casa e os dois vieram atrás sem dar um pio, eu achei ótimo, muito bom, eles estavam incomodando o Jimin e como só falar não adiantaria de nada, eu tive que mexer com os instintos de lobos e falar exatamente como um superior.
Só que durante o processo, eu acabei "machucando" o Jimin.
Ele sentiu uma certa dor, senti-me mal por isso e pedi desculpas, mesmo que não houvesse outro jeito para pará-los.
Na verdade, havia, eu poderia facilmente desmaiá-los com qualquer coisa que tivesse disponível se eles não tivessem parado.
- Segundo-Sargento Min.
- Capi-
- Quieto! Seu superior está falando. - Ele bufou e cruzou os braços fazendo uma feição emburrada - Park Taehyung.
- Nem vem, foi ele que c-
- Cala a boca você também!
-Viu, agora você entende? - Taehyung perguntou em direção a Yoongi que o ignorava a todo custo.
- Yoongi, vai colocar um gelo nesse rosto. - Eu mandei e ele foi até a cozinha.
Olho para Jimin que ainda está encolhido em meu abraço, mas parece estar melhor que antes.
- Taehyung, vai pegar as coisas do seu irmão - Ele revirou os olhos e estava prestes a rebater. - Anda logo! Isso - Apontei para Jimin - É culpa sua e dele. - Apontei para ele e para Yoongi.
- Yoongi, ajude Taehyung também!
Que não se matem durante o percurso...
- Você está melhor? - Perguntei baixo para Jimin para ter certeza e ele assentiu. Vi que os dois já tinham saído. - Quando eu morder você, minha voz e nem de qualquer outro alfa, será mais incômodo. - Ele levantou o rosto para me olhar com um semblante de dúvida.
- Como assim? Eu sei que não serei afetado por mais nenhum alfa, mas como a sua não será exatamente um incômodo? - Jimin perguntou.
- Será dependendo da situação. - Expliquei. - É de acordo com minhas emoções conforme estou usando-a, acho que só será um grande incômodo como agora quando eu estiver com raiva e for falar com você usando a voz de alfa, fora isso estará tudo bem.
- Você não vai fazer isso, não é?
-Eu prometo me controlar bastante. Tem muitas coisas que fazemos de forma inconsciente, por conta dos instintos de lobo, então eu não garanto, mas farei o possível. Ok?
- Ok.
Sei lá, eu senti vontade de beijar o topo de sua cabeça de novo e assim fiz.
Vi Yoongi e Taehyung vim com uma cara emburrada com as coisas de Jimin em mãos.
Eu vou matar eles se alguma coisa quebrar.
- Onde é para colocar? - Yoongi me perguntou e eu apontei para o andar de cima.
- Naquele quarto vazio. - Ele assentiu e foi na frente com Taehyung o seguindo.
Alguns minutos depois, eu e Jimin começamos a trazer suas coisas também para acabarmos mais rápido,
Jimin e Taehyung ficaram no closet arrumando as coisas dele, eu e Yoongi fomos para meu quarto montar a penteadeira dele e também deixar as duas malas dele ali. No closet, só ficará as roupas que ele não usa com tanta frequência e eu já liberei o lado dele no meu armário.
Rasgamos os papelões e logo vimos o manual de instruções, as peças e os parafusos.
Eu já estava com minha maleta de ferramentas em mãos, foi bem fácil até, não era tanta coisa mesmo e nem muito segredo na hora dos encaixes. Decidi não perguntar ao Yoongi sobre o que aconteceu, questão de respeitar o espaço? Merda nenhuma, eu vou perguntar quando estivermos com a Quinta Divisão para eu rir melhor.
O vermelho em seu rosto não sumiu, inclusive, eu mandei ele sentar-se no recamier do divā para ficar com o gelo no local e ele obedeceu.
Não sou um Capitão tão mal assim, eu me importo bastante com a saúde deles e me preocupo, ainda que isso faça parte da vida deles eu não posso deixar de me preocupar com esses garotos. Principalmente durante as missões que exercemos, deixo completamente o lado "pai" de lado, se não a missão dá errado por emoções postas em lugares que não devem ser postos.
Com o pôr do sol, eu disse para Jimin e Taehyung que levaria Yoongi de volta para o quartel. Aproveitei e passei em uma cafeteria para comprar cappuccinos, rosquinhas e bolinhos. Yoongi ama quando eu faço essas graças.
Chegamos ao quartel com ele saltitante por estar com um cappuccino, seu saquinho com bolinho e rosquinha.
Mingyu, Yoongi, Jongho e Hoseok ficam nos dormitórios do quartel. Não exatamente para cumprir escala, mas é porque eles moram aqui.
Inclusive, o dormitório deles é o melhor daqui. Como eles moram aqui, o Coronel permitiu que fizessem pequenas reformas, não exatamente reformas, permitiu que comprassem móveis para melhor acomodação deles.
Eles se juntaram para comprar um ar-condicionado melhor, um frigobar, uma televisão e o videogame eu quem dei de presente para eles depois de uma missão bem sucedida.
- Estou em casa! - Yoongi disse tirando os sapatos e os colocando na prateleira para só aí entrar no dormitório. - O Capitão está aqui também.
Mingyu estava de fones enquanto lia um livro, Jongho estava mexendo no notebook também com fone de ouvidos e Hoseok estava vendo "A Caminho Da Lua" na televisão.
O quarto é como um grande retângulo, a cama do Mingyu vem primeiro, depois do Hoseok, Yoongi e por fim do Jongho. Ao lado da entrada, estava a porta do banheiro e a televisão estava pendurada na parede de frente para eles. O ar-condicionado fica perto de Jongho, por conta da saída de água e porque geralmente Yoongi sente muito calor. Também tem uma mesa com seis cadeiras, compraram com seis porque não vendia com cinco e disseram que precisavam de um lugar para mim.
- O que aconteceu com seu rosto? - Mingyu perguntou e Jongho tirou os fones para olhá-lo com preocupação.
Yoongi deu de ombros e sentou-se na cadeira em frente a mesa para comer.
- Eu trouxe para todos vocês. - Levantei os quatro saquinhos e o suporte de papelão com os quatro cappuccinos.
Eles se levantaram e vieram sentar conosco para comermos.
- Então Yoongi, o que aconteceu? - Jongho perguntou olhando-o e ele estava com a boca suja de chocolate.
Eu ri e levei o cappuccino até minha boca.
- Vocês não vão acreditar.- Eles olharam para mim. - Quando eu olhei pela janela, Yoongi estava com uma faca no pescoço do filho do General Park. - Os três olharam espantados para o moreno que revirou os olhos.
- VOCÊ ESTAVA COM UMA FACA NO PESCOÇO DO SENHOR JIMIN?!
- Antes fosse. - Eu respondi o pequeno Hoseok. - Ou não, não sei, mas o Jimin não teria machucado o coitado.
- Espera, o senhor Jimin tem um irmão? - Mingyu perguntou e eu assenti.
- Ele tem três irmãos, uma gêmea dele e outro casal de gêmeos, no caso a que o Yoongi imobilizou é o irmão mais novo. - Mais uma vez olharam para Yoongi com cara de julgamento. - Você estava muito afim de perder seu emprego, não é?
- Capitão, não está escrito "Filho do General Park" na testa dele. - Ele fez um biquinho enquanto mastigava o bolinho.
- Peste, o que deu na sua cabeça para imobilizá-lo? - Mingyu disse dando um tapa na nuca de Yoongi.
Yoongi soltou um grunhido de dor e alisou o local com a cara emburrada para Mingyu.
- Eu fui andando até a casa do Capitão - Minha casa não é tão longe do quartel, mas também não é tão perto, diria um a dois quilômetros. - Gosto de pensar enquanto ando, vocês sabem... - Assentimos. Ele tem dessas de pegar o fone e ir até sei lá onde, simplesmente se deixa ir. - Quando eu cheguei no condomínio, eu o vi e acabei por me aproximar só que eu ainda estava andando atrás dele. - Yoongi bebeu o cappuccino e balançou o copo ao constatar que acabou. - Foi quando eu ouvi ele te ameaçar, agora eu sei que pode ter sido no sentido figurativo, mas sei lá, meu julgamento foi mais rápido.
- Ele me ameaçou? - Eu comecei a rir. - Como assim?
- Ele ficou dizendo que ia bater em você, quebrar sua cara por estar prendendo o irmão dele como se fosse seu dono... - Prendendo como se eu fosse dono dele? - Talvez eu teria ignorado, se ele não tivesse dito o seu nome todo e simplesmente tirado uma arma da cintura, foi aí que eu reagi e tudo começou a acontecer. - Os meninos estavam com a mesma cara que eu.
Desacreditados.
- Já estávamos na frente do seu portão, eu desarmei ele e ele me olhou sem entender mas ao mesmo tempo com raiva por eu ter feito o que fiz. Meu plano era só imobilizar, interrogar e talvez soltar, mas ele não era um simples ômega.
- Jimin me contou que ele estava sendo preparado para ser o próximo militar da família Park, acho que já podem imaginar o que aquele ômega pode ser capaz.
- Nós tivemos uma briga bem séria e rápida, eu consegui imobilizá-lo, mas depois o Capitão e o senhor Jimin apareceram, daí quando eu soube na verdade...
- Tremeu na base, né? - Jongho perguntou nos fazendo rir e Yoongi revirou os olhos.
- Sim, você também tremeria se ouvisse que você estava imobilizando o filho do General. Foi por bons motivos, mas até me darem ouvidos...
- Essa marca ai no nariz foi durante a luta? - Eu ri alto quando o menor entre nós, perguntou.
- Não, quando ele percebeu a besteira que poderia dar se ele não soltasse logo, Taehyung aproveitou a oportunidade para segurá-lo e dar uma cotovelada no nariz do Yoongi. - A Quinta Divisão explodiu em risadas em exceto nosso Segundo-Sargento.
- Isso, podem rir, riem à vontade... Isso que se ganha por defender seu Capitão, na próxima vez eu não vou defender porcaria nenhuma!
- Não fique assim... - Eu coloquei o braço em volta de seu pescoço e o trouxe para perto.
Mexi em seu cabelo.
-É, na próxima vez, só pense bem para não acabar com sua carreira de vez.
-Ah, é! - Eu disse após Mingyu. - Ele ainda chamou o garoto de principezinho mimado.
- Yoongi... - Eles disseram em uníssono enquanto negavam com a cabeça em direção à ele.
- De certa forma, eu já estava ferrado, eu não temia a mais nada.
Conversamos por mais algum tempo, até que eu decidi ir embora já que os irmãos Park ainda estavam em minha casa,
Eu não sabia se eles queriam as coisas que comprei para os meninos, mas eu decidi arriscar e levar para eles.
Assim que passo pelo portão, Bam já veio para cima de mim e eu sorri com isso, fomos andando juntos até a entrada de minha casa.
Bam tem a cama dele na garagem, só a comida que eu deixei na parte de dentro para não correr risco de bichos, mas também tem uma tigela de água lá na garagem.
- Onde eles estão? - Eu perguntei e olhei para os lados.
Usei meus sentidos só para ter certeza que ainda estão aqui.
É, eles estavam ainda no closet.
Deixei as coisas em cima da mesa e subi as escadas, abri a porta e eles estavam pegando as caixas que já estavam todas vazias para tirá-las dali.
- Você tem algum sótão?
- Sim, perto do meu escritório.
- Ótimo, vou colocá-las lá.
-Eu trouxe capuccino, bolinho e rosquinha, vocês querem?
- Eu estou morrendo de fome! - Taehyung disse deixando a caixa no chão e passando por mim para ir até a cozinha.
Eu ri baixo.
- Deixa que eu te ajudo a levá-las. - Eu peguei as caixas que Taehyung colocou no chão. - Vem. - Fui na frente.
Descemos as escadas, Taehyung estava se acabando com o que comprei, eu e Jimin nos entreolhamos e rimos da cena.
Descemos mais uma pequena escada, logo tinha meu escritório e outra porta a seguir.
Na outra porta, eu abri e coloquei as caixas, Jimin fez o mesmo.
Em seguida, nós saímos e Jimin olhou para a porta do meu escritório.
- O que é aquilo? - Ele apontou para o dispositivo de segurança.
- É um dispositivo de segurança. - Eu respondi. - Só abre com minha voz ou digital.
- Entendi. - Voltamos para a cozinha, Jimin sentou-se ao lado de Taehyung para comer também.
- Não nos apresentamos formalmente. - Ele disse. - Sou Park Taehyung.
- Jeon Jungkook.
- Então você vai se casar com meu irmão.
- Amanhã? Sim,
- E vai para uma missão na segunda.
- Vou, meu trabalho é minha prioridade.
- Papai diz que família é prioridade.
- Não sou um Park. - Eu disse. - Nunca faltei ao meu trabalho e nem mesmo pedi folga desde que comecei, pretendo continuar assim. Uma missão como essa é um grande avanço, não posso desperdiçar essa chance. - Ele riu.
- Você vai pular sua lua de mel por causa de uma missão? - Taehyung perguntou em um tom sarcástico. - E eu que achei aquilo já não era muito. - Murmurou em direção ao irmão que tinha uma expressão neutra no rosto.
Senti um incômodo, não sei explicar mas senti.
- Espero que aprenda sobre o que você de fato deve valorizar. - Eu quem ri dessa vez
- Família... Acredito que são iludidos aqueles que pensam que família é a base de tudo.
- Não é ilusão, ela é a base de tudo!
- Ah, claro, sim, devemos ter como base os principais indivíduos que mais-
Eu parei por um instante
Não.
- Chega desse assunto, eu vou para meu quarto ver algumas coisas, quando acabarem me avisem para eu levá-los.
Não dei tempo de falarem algo, apenas me levantei e fui para meu quarto como disse.
Chegando lá, apenas me deitei com o rosto para o teto e o braço na frente dos olhos.
As lembranças voltaram com tudo em minha mente.
Eu nunca entendi porque faziam isso comigo, nunca entendi nem mesmo porque parecia que minha mãe os acobertava...
Ódio é uma palavra muito forte.
Além de também fazer um pouco mal a nós mesmos, mas por muito tempo eu odiei essa família.
Eu também cresci ouvindo que a família é tudo, só que parecia que eu não estava incluído nesse termo quando estavam todos reunidos, brincando e conversando. Decidi deixar totalmente isso de lado e focar em outras coisas, achar outra base, achar outra coisa para chamar de tudo.
- O que aconteceu com seu rosto?
Minha mãe perguntou tentando tocar-me mas eu me afastei rapidamente.
-Eu acabei batendo contra a porta, só isso.
Quando algo nos marca, acabamos por criar reflexos sem nem mesmo perceber...
Ouvi a porta se abrir e o cheiro de Jimin me fez suspirar.
-Me desculpa. - Jimin pediu enquanto eu tirava a mão do meu rosto. - Jungkook, você está bem? Está doendo muito? - Ele segurou meu rosto com as duas mãos e o virou para olhar alguma coisa que eu não faço ideia
Ele está me tocando? Por que ele está me tocando assim?
- N-não foi nada. - Me afastei de seu toque.
As perguntas adequadas seriam: Por que eu não me afastei? Por que eu não tive reflexo nenhum?
-Jungkook...
- Estou ouvindo, pode falar. - Forço-me a dizer.
- Podemos ir, agora. - Assenti.
Tirei o braço de meus olhos e olhava em seus olhos enquanto eu me levantava.
Não sei porquê.
Não faço ideia do motivo.
Mas eu queria muito abraçá-lo, queria sentir seu corpo, seu calor e ser acolhido por ele.
Era algo absurdamente grande dentro de mim que queria isso.
Só que como de costume, eu fingi não estar doendo o machucado.
Eu fingi não sentir nada.
Eu fingi ter me machucado apenas por ter caído...
Park Jimin
Eu quase passei a noite em claro, só que consegui dormir depois de um chá de camomila.
Como ele não queria fazer uma grande cerimônia, na verdade, a única coisa que esse alfa quer é se casar, ele não está nem aí pro resto e isso me incomoda.
Ele praticamente disse que o trabalho virá até mesmo antes de mim, que tipo de pessoa com uma boa inteligência falaria uma coisa dessas na frente do próprio noivo? De fato somos pessoas diferentes que terão que conviver juntos, terão que se adaptar um ao outro e eu realmente estou com receio de ter que me adaptar a ser deixado para segunda opção.
Não que eu esteja reclamando de Jungkook, não, eu estou sim! Ele pode ser bom em algumas coisas, mas nas coisas que são cruciais para mim, ele é totalmente o oposto de bom.
Como papai me casa com alguém que não compartilha dos mesmos ideais de família que ele tem? Ele deve confiar bastante em alguma coisa para permitir isso, ele tem muita fé em alguma coisa, não é possível!
Ele parecia estranho depois daquela conversa com Taehyung, não estranho parecia distante, o assunto não lhe agradava e eu percebi que ele ia dizer alguma coisa, mas se auto interrompeu. Não tem problema nenhum, vamos nos casar, vamos morar juntos, vamos ter uma rotina juntos e eu terei todo tempo do mundo para descobrir exatamente tudo.
Meu pai me presenteou com um terno branco para eu usar hoje, infelizmente não terei meus dois irmãos aqui, isso porque o bonito não quis festa de casamento. Ele quis casar o mais rápido possível pelo visto.
Eu acordei reclamando de tudo hoje, o estresse dele passou todo para mim e eu duvido muito que ele esteja assim! Do jeito que é, deve estar na maior paz.
Nos casaríamos a noite, no jardim de seus pais, ele disse aos pais que queria que fosse só para os íntimos.
Agora eu descobri que os pais convidaram uma boa quantidade de parentes dele.
Então isso com certeza tirou a paz dele.
EU VOU CASAR COM ESSE HOMEM HOJE, PORQUE FIZERAM ISSO? ELE VAI DESCONTAR O ESTRESSE ACUMULADO DELE EM MIM...
Tá, isso pode ser bom...
MAS É RUIM! EU NÃO QUERO SER A VÍTIMA!
Deram duas batidas na porta e meu pai passou por ele.
- Está pronto?
- Com certeza. - Eu disse respirando bem fundo.
Meu pai me estendeu o braço e eu me apoiei nele.
- Vamos.
Saímos do quarto e exatamente na porta que nos levaria para o jardim, lá estava meu querido noivo com a cara menos amigável do mundo.
Ele não estava só um pouco emburrado, antes fosse, ele parecia que ia matar alguém e esse alguém poderia facilmente ser eu daqui há algumas horas.
Jungkook estava usando um terno simples, se fosse uma grande festa de casamento, ele usaria a roupa de gala militar.
É tradição alguns militares quando forem se casar, usarem o terno militar.
- Jeon. - Meu pai o chamou e ele virou-se para nós.
Eu vi, lentamente, seu semblante relaxar e ser substituído por um pacífico, relaxado.
Paramos em frente a ele, que estava mais alto que o normal por estar usando um sapato com um pequeno salto.
Meu cabelo estava ondulado, seu cabelo está preso em um coque e na frente estão alguns fios soltos.
Ele está lindo.
- Faça-o feliz. - Ouvi meu pai dizer e engoli a seco.
Jungkook deu um simples aceno.
Meu pai indicou que eu entrelaçasse meu braço ao dele e eu o fiz.
Ele foi na frente deixando-nos a sós.
-Eu vou matar alguém hoje.
- Contanto que não seja eu e nem ninguém da minha família, faça o que quiser!
- Eu odeio essa gente...
- Talvez você esteja sendo dramático, não? - Seu olhar encontrou com o meu e eu pude ver a fúria passar por eles.
Se eu não era um dos motivos de seu estresse, agora eu entrei para a lista.
Eu realmente preciso dopar esse alfa!
- Park Jimin? - Murmurei "hm?". - Para o bem do nosso casamento, nunca mais repita isso. - Ele disse tão calmo e sério que eu pude sentir meu corpo tremer.
Antes que eu respondesse algo, ouvimos o som de teclado e nós entendemos que era para entrarmos.
Os dois, OS DOIS, fingiram que tiveram a melhor conversa do mundo e forçaram sorrisos para os convidados enquanto passávamos para ir até o Juiz.
Bem lá na frente, estavam meus pais e Taehyung, do outro lado, estavam os pais do alfa e um casal, atrás deles estavam a Quinta Divisão, Mingyu na ponta seguido de Yoongi, Hoseok e Jongho, o restante eu não faço ideia de quem sejam.
- Podemos começar? - Assentimos. - Quem dirá primeiro os votos ? - A energia ali estava incrível, vocês não fazem ideia.
Eu queria rir, mas eu queria rir tanto.
- Nada de votos, pulemos logo para o "eu aceito" para isso acabar de uma vez. - Ele falou tão sério que eu vi o Juiz, que era um ômega, tremer.
Eu posso estar maluco, mas seu olhar preocupado sobre mim parecia estar me desejando sorte.
- Ok, certo! - Ele disse. - As alianças, por favor. - Jungkook pegou a caixinha no bolso do paletó e entregou para ele.
As alianças eram de ouro, ele as olhou e virou a caixa para nós.
Eu peguei a maior e segurei sua mão esquerda.
Meu nome estava na parte de dentro da circunferência.
- Você, Park Jimin, aceita Jungkook como seu marido? Prometendo priorizá-lo acima de tudo, prometendo cuidar dele e prometendo ser paciente?
- Sim, eu aceito. - Coloco a aliança em seu dedo anelar. - A partir de hoje, iniciaremos uma nova vida juntos e eu prometo priorizá-lo, estar ao seu lado independente do que aconteça, ser fiel à você e respeitá-lo.
- Você, Jeon Jungkook, aceita Jimin como seu esposo? Prometendo priorizá-lo acima de tudo, prometendo cuidar dele e prometendo ser paciente?
Paciência é uma virtude.
Jungkook pegou o anel na caixinha e pegou minha mão esquerda.
- Sim, eu aceito. - Ele colocou a aliança em meu dedo anelar.
Vamos ouvi-lo mentir sobre prometer me priorizar.
- Hoje, faço de você meu esposo, até que a morte nos separe. - O alfa dizia olhando para mim. - Prometo ser paciente. Prometo ser cuidadoso. Prometo apoiá-lo. Serei fiel à você e sempre irei o respeitar. - Cadê? Está faltando algo... Ele soltou um suspiro baixo. - E eu prometo priorizá-lo acima de tudo. - Nós dois sabemos que isso é mentira.
Mas por que diabos ele falou de um jeito que me passou tanta certeza? Esse alfa deveria ter tentado a carreira de ator.
- Pelo poder investido em mim, eu os declaro casados.
Aquele negócio dourado ao redor de meu dedo de repente pareceu tão pesado e frio.
Eu estou oficialmente casado com Jeon Jungkook.
[... ]
Depois de fazermos cena para um monte de gente, algumas nós realmente fomos receptivos sem fingimento tipo: A Quinta Divisão, a minha familia e eu conheci o Coronel e o esposo dele hoje.
Namjoon e Seok-jin, percebi que Jungkook parecia sentir uma certa admiração pelo Coronel e um carinho enorme pelo esposo dele, essas pessoas que citei foram os únicos, OS ÚNICOS que ele não falou a contragosto.
Acredito eu que aqui tenha os dois tios paternos com as esposas e os três filhos alfas, o mais velho se chama Jeon Suho que é irmão do Jeon Xiumin e a outra prima, filha única como Jungkook, se chama Jeon Jeongyeon.
Agora o sobrenome dos primos por parte de mãe, eu não faço ideia e nem ele deve fazer questão que eu saiba.
Mas por parte de mãe, sua mãe tem um casal de irmãos. A irmã dela tem dois filhos, uma ômega e um alfa, já o irmão tem dois filhos sendo os dois alfas.
Alfas são predominantes nessa família pelo visto.
No total são exatamente oito tios, contando com seus parceiros, e oito primos, dezesseis pessoas. Eu tenho certeza que isso que ele sente não é por uma categoria em específica, sabe aquela frase "Eu não odeio mais tal pessoa, eu odeio todo mundo igual." É ele, é totalmente ele.
Por muitas vezes tive que apertar seu braço ou mão para lembrá-lo de que estávamos em nossa "festa" de casamento.
Agora estamos sentados, jantando e ele a todo momento, todo mesmo, fica olhando aos arredores.
Por que ele está tão em alerta em uma comemoração familiar?
Tirando um pouco o foco de nós, eu vi a troca de olhar nada boa de Yoongi e Taehyung, meu irmão não contou nada ao nosso pai até porque em partes, ele dava razão ao Yoongi tê-lo imobilizado. Não é normal ouvir alguém ameaçar seu Capitāo e ficar de boas, foi certo ele ter reagido daquela forma. Taehyung realmente poderia ser um criminoso.
Meu pai até mesmo percebeu e o questionou, Yoongi do outro lado, ficou um pouco apreensivo com o que Taehyung estava falando com meu pai enquanto o olhava. Os meninos não perderam a oportunidade e ficaram o tempo todo caçoando de Yoongi, até mesmo quando meu pai foi cumprimentá-los eles pareciam querer rir e ele não entendia nada.
-Eu quero ir embora. - O alfa disse bebendo um pouco de vinho.
- Vamos daqui a pouco - Realmente vamos, ele tem que descansar para a missão de amanhã.
Ele adorou poder ter essa desculpa para sair logo daqui em pouco tempo.
- Não quero que tenha nenhum tipo de vínculo com esse povo, principalmente com os filhos dos meus tios.
- Seus primos? - Jungkook revirou os olhos. - O Jeon Suho parece ser legal. - Ele forçou uma risada e negou com a cabeça olhando em direção aos primos que estavam conversando entre si com uma taça em mãos.
Eles olharam de volta para ele e ergueram suas taças.
- Vamos embora? - Perguntou, me olhando um pouco sério. - Já está tarde mesmo, nem sempre os noivos precisam ser os últimos a saírem. - Eu vou ser sincero, nem mesmo eu queria continuar aqui.
Não que eu não tenha exatamente gostado de sua família, nem tenha como dar um julgamento porque meu marido não me deixou sozinho com eles em momento nenhum. Sua mãe pediu que eu ficasse para conversar com suas tias, mas Jungkook não deixou, só, não deixou.
A única hora em que ele não se importou em eu estar longe, foi quando foi até a mesa dos meninos e do Coronel, enquanto eu estava com minha família.
Quando um de seus primos tentou aproximar-se de mim, meio que me puxando para ir até a roda deles, Jungkook surgiu do nada e o impediu dizendo que queria minha companhia.
Se o restante da minha família tivesse aqui pelo menos...
- Vamos? - Ele perguntou de novo e eu assenti.
Nos levantamos e fomos até nossos pais,
- Nós vamos embora, amanhã tenho um compromisso cedo e também quero ir para casa. - Achei que ele fosse ser mais sincero, isso já basta.
- Mas ainda está cedo. - Sua mãe insistiu. - Nem mesmo a vi com seus primos.
- Prefiro a companhia de meu esposo, nada além disso.
- Certo, então, boa missão amanhã...
Nos despedimos de todos e fomos para seu carro.
O caminho foi em total silêncio e de vez em quando eu lhe ouvia soltar longos suspiros, parecia estar acalmando a si mesmo.
Não demorou muito para chegarmos, agora, em nossa casa.
Não foi surpresa Bam me receber com pulos e algumas lambidas, ele disse que veria algo em seu escritório, eu decidi ir tomar banho para tirar essa roupa e descansar.
Enquanto tomava banho, me perguntei se ele queria algo hoje, fiquei pensativo sobre isso, ambos agora tinham o direito de pedir pela consumação do casamento. Eu me senti um pouco nervoso e ansioso. Passei o dedão em minha aliança e meu coração parece ter errado uma batida, eu estava ficando ofegante e com uma dor chata em meu estômago.
Quando eu saí do banheiro, de roupão, eu o vi sentado, um pouco inclinado para frente, na ponta da cama com as mãos entrelaçadas na frente do rosto. Seus olhos se encontraram com os meus e desceram por todo meu corpo, eu senti meu rosto esquentar.
Jungkook se levantou e pareceu caminhar em minha direção, mas ele apenas passou por mim e entrou no banheiro.
Eu me vesti com uma roupa leve e sentei-me em uma das poltronas.
Não demorou muito para ele sair com os cabelos um pouco molhados e também com um roupão, ele abriu o armário, pegou uma muda de roupa e se vestiu no banheiro.
Jungkook olhou para mim e soltou uma risada nasal.
- Não se preocupe, esposo, eu troquei o colchão como você pediu. - Ele disse.
Eu realmente tinha me esquecido dessa exigência que fiz.
-Eu cumpri o que você praticamente mandou, exigiu, só que você -
-Eu me demiti exatamente naquele dia. - Eu disse interrompendo-o.
Sua expressão continuava séria.
Bem, agora estamos quites.
Jungkook desfez a cama enquanto eu estava lá, olhando-o.
Ele deitou-se e indicou com a cabeça que eu me deitasse ao seu lado.
Eu caminhei até lá com os braços cruzados e também com o semblante sério.
Sentei-me perto dele e ele me puxou para ficar entre suas pernas encostado em seu peito, eu estava de costas para o alfa portanto eu não poderia ver qualquer expressão que ele fosse ter a seguir.
- Eu vou te dizer algumas coisas e espero que não me interrompa. - Ele colocou o queixo em meu ombro e apertou-me mais contra si - Sei que deve estar pensando que mandei você se demitir simplesmente porque o quero em casa, como um pássaro na gaiola, mas não é nada disso.- Eu engoli em seco. - Agora, você não é mais Park Jimin, é Jeon Jimin.
É
- Amanhã, eu vou sair para uma missão importante, assim como saí para várias outras e sabe o que todas me dão em comum? - Eu neguei - Inimigos. Todas me dão inimigos. Todas elas me colocam em mais uma lista de criminosos doidos para me matarem, e sabe o que vai acontecer quando souberem que eu me casei? Você se tornará um alvo para que tentem me atingir - Eu estava a ponto de me desesperar. - Além de ser meu marido, você é filho de um General, acha mesmo que não vão tentar algo contra você? Eu não quero que trabalhe porque eles vão saber exatamente a hora que você pisar lá fora e a hora que você virá para casa, e é numa dessas que você corre o risco de ser sequestrado.
Eu não tinha parado para pensar em nada disso.
- Eles estudaram toda a sua rotina para esperarem pelo momento exato para enfim te capturar, e mesmo que eu ainda te ache depois, não há garantia que eu vá achá-lo vivo ou completamente bem. - Ele continuou a me apertar contra si, ele sabia que eu estava nervoso com isso e estava tentando me transmitir calma. - Não me importo de você querer ir ali ou aqui, não quero que viva preso dentro de casa, nunca foi sobre isso, as únicas coisas que vou te exigir é que leve o Bam para onde quer que você vá sem mim e sempre me avise quando for sair, fora isso, eu não exijo mais nada.
Eu respirei fundo e fechei os olhos.
- Eu o treinei para protegê-lo, tudo o que fiz e ainda farei será unicamente para a sua proteção, porque agora você é a pessoa mais importante da minha vida e eu preciso protegê-lo a todo custo. - Sua mão se entrelaçou a minha e ele beijou o topo de minha cabeça. - Eu vou protegê-lo, Jimin, nós vamos protegê-lo.
Notas da autora original:
Não haver festa de casamento foi proposital, porque eles não se amam, no máximo sentem um desejo e carinho um pelo o outro mas não há amor ainda. Festa de casamento, é a comemoração da união do casal, comemoração porque todos estão felizes, inclusive o casal.
O que não é o caso dos protagonistas, eles estão se casando contra a própria vontade sendo assim seria uma felicidade forçada mesmo que tenham criado um pequeno laço, ainda não é um laço tão grande a ponto deles ficarem felizes por estarem se casando.
Paixão é paixão, amor é amor.
Desejo e paixão estão ligados porque ambos são momentâneos, ambos não tem uma raiz certa porque ela pode simplesmente acabar de uma hora para outra, sem mais nem menos porque na maioria das vezes ela busca atração física.
Por isso "Eu me apaixonei só de olhar para você..."
Amor não, amor é literalmente sobre aquilo que você pode suportar, sobre aquilo que você pode mudar em si mesmo, tudo isso para manter a pessoa do seu lado. Você sempre busca se tornar alguém melhor para aquela pessoa e alguém que mereça o amor que ela está lhe dando.
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