Chapter four
Jeon Jungkook
Eu abri a porta do meu carro e caminhei até minha sala passando por um monte de recrutas, soldados e alguns sargentos, também me veio o Major Seong-hoon, mas surpreendentemente ele não falou comigo. Na verdade parecia um pouco apressado, muito apressado para as 08h15AM, mas eu não fiz questão de me interessar pelo motivo e também agradeci por ele não ter falado comigo.
Meu dia está péssimo e nem metade dele se foi ainda.
Minha porta simplesmente se abriu e Yoongi estava prestes a sair quando me viu.
- Capitão! - Ele pulou em meu pescoço.
Até parece que fazem anos que não nos vemos.
- MEU DEUS, QUEM TE DEU UM SOCO NO OLHO?! - Perguntou e eu respirei bem fundo.
Logo os outros três alfas apareceram com os cenho franzidos e olhos arregalados pelo cantinho do meu olho ter uma marca roxa.
Aquele... Eu não posso xingar meu futuro marido.
Ainda.
Ou talvez nunca.
- Ninguém daria um soco no olho do Capitão. - Passei por eles e me sentei em minha cadeira. - Se bem que eu não confio muito naquele homem... - Eu murmurei enquanto ajeitava minhas coisas em cima da mesa.
- Que homem? De quem estamos falando? Não me diga que faltou trabalho ontem porque achou que seu cio estava começando.
-Eu não devo satisfação a subordinados. - Respondi a Mingyu que levantou ambas sobrancelhas surpreso pela minha resposta.
Eles não sabem que eu fui conhecer meu noivo.
- Tive uma reunião com o General do Exército, meu pai, foi por isso, vocês sabem.
- E o senhor volta com um olho roxo?
- Meu olho não está roxo, Yoongi!
- Não importa, como foi que isso aconteceu? - Mingyu perguntou
- Hoseok e Jongho, se eu matar esses dois vocês testemunham em minha defesa?
- É claro, principalmente se o senhor matar o Yoongi primeiro. - Jongho disse sentado no sofá da minha sala.
- Eu gosto do Yoongi e do Mingyu...
- Aprender a odiá-los é fácil, confie no seu Capitão - Pisquei meu olho direito e forcei um sorriso. - Eu só bati o olho contra a porta, nada demais, agora trabalhem e me..-
- Capitão Jeon! - Woozi, abriu a porta à minha procura.
Esse povo não conhece "bater na porta"?
- Sim, Woozi?
-Hm... Recebemos uma ligação no centro, parece que um cachorro está descontrolado e estão com medo. - Eu me levantei em um salto.
É uma boa missão para começar o dia, se é que posso chamar isso de missão.
- Obrigado, Woozi. - Ele deu-me um aceno e saiu.
- Primeira missão do dia: Capturar o Totó antes que ele morda alguém.
- Yoongi, não chame o cachorro assim. - Peguei minhas chaves.
- Devemos levar balas tranquilizantes? - Jongho perguntou seguindo o protocolo conforme há animais fora de controle.
Protocolo é protocolo.
- Levem.
Eles assentiram e foram pegar suas coisas.
Nos encontramos na viatura mesmo, todos com armas tranquilizantes, Jongho tinha uma arma de precisão mas com balas tranquilizantes também.
Quando nós chegamos no centro, parecia tudo uma bagunça, carros parados o que causou um terrível engarrafamento e tivemos que descer um pouco antes de onde realmente estava acontecendo a confusão.
Pegamos nossas armas e os cartuchos.
- Lembrem-se que nada de machucá-lo é apenas para pará-lo então tomem cuidado e verifiquem se as balas são mesmo tranquilizantes.
- Sim, Capitão - Eles falaram.
Mingyu olhou todos os cartuchos e depois voltou a mim.
- Tudo certo, Capitão, podemos prosseguir! - Dei um aceno com a cabeça e começamos a caminhar até lá com as armas em mãos.
- Jongho, por ali - Apontei para um ponto alto e ele foi. - Situação. - Ele se posicionou e olhou pela mira em sua arma.
- Parece que é um Dobermann, ele está latindo para a entrada de um apartamento.
- Vamos rápido!
Começamos a correr.
-Eu vou tentar me aproximar, se não der certo, pedirei que você atire.
- Sim, senhor. - Ele respondeu
- Sargento Kim. - Indiquei que ele fosse na frente.
Passamos por aquelas pessoas e carros que estavam impedindo nossa aproximação do objetivo, tinham pessoas paradas com telefones gravando tudo o que acontecia como se fosse algo absurdo que precisava ser registrado.
Eu nunca vou entender essa mania de gravarem tudo.
- Capitão, alvo na mira. - Mingyu disse ajoelhando-se em uma perna e mirando com sua arma.- Espera.
Eu cheguei logo atrás de Mingyu e me perguntei o que diabos estava acontecendo para o meu cachorro estar aqui.
- É o Bam - O alfa disse deixando sua arma de lado e afastando-se da mira. - O que ele está fazendo aqui? - Ele perguntou me olhando.
- Eu não sei, eu lembro de ter fechado o portão, como ele fugiu?
- Ele pode ter fugido quando o senhor saiu com o carro. - Jongho respondeu pelo comunicador. - De qualquer forma, vai logo pegar ele. - Eu assenti e coloquei minha arma em meu coldre.
Fui caminhando até meu cachorro que estava latindo, às vezes descia sua cabeça entre suas patas da frente e voltava a latir.
- Bam. - Eu chamei e ele me olhou - Vem aqui, agora. - Não precisou pedir duas vezes e ele veio até mim. - Como você fugiu? Não importa agora, vamos para casa. - Segurei sua coleira e comecei a puxá-lo para sairmos dali.
Até que eu senti o cheiro de Jimin e ouvi sua voz, ele parecia apressado, tão apressado que nem percebeu tudo o que acontecia.
Ele falava ao telefone tão disperso.
Bam latiu e soltou-se de minhas mãos correndo em direção a ele como uma bala.
- BAM! - Jimin olhou em minha direção depois para o cachorro e tudo parecia em câmera lenta. - JONGHO! - Ele avançaria nele com tudo.
- Permissão para atirar.
Ele foi tão forte em cima dele que ele caiu com tudo no chão.
- Atira agora! - Eu mandei desesperado.
- Não! Capitão, ele não está machucando o moço. - Yoongi disse. - Muito pelo contrário, eu nunca vi aquele cão assim com outra pessoa a não ser o senhor.
Eu ouvi as risadas de Jimin e um alívio inexplicável tomou conta de meu corpo, Bam parecia lamber e cheirar seu rosto, ele tentava afastá-lo mas ao mesmo tempo acariciava ele.
- Quinta Divisão, façam o trânsito voltar ao normal.
- Sim, senhor!
Eu fui andando em passos lentos até eles.
- Tá bom, eu gostei muito de você também cãozinho que não tem nada de zinho. - Jimin disse entre risadas. - Por favor, você vai me matar de tanto rir. - Segurei Bam pela coleira afastando-o dele e o vi sorrir abertamente com as mãos um pouco na frente do rosto.
Ele tem o sorriso mais lindo do mundo.
- Senta. - Mandei e ele obedeceu, mas ainda ficou olhando para Jimin com o rabo mexendo e a língua para fora. Ele tentou aproximar-se de novo. - Hey, fica aí! - Ele pareceu forçar um choro.
- Qual o nome dele?
- Bam.
- Por que Bam?
- Porque eu achei diferente. - Respondi.
- Ele é bem obediente até.
- Claro, eu que treinei ele.
- Então, eu retiro o que eu disse. - Ele me olhou ainda sorrindo.
Detalhe: Jimin ainda estava no chão.
Realmente, Capitão Jeon!
- Desculpe-me. - Eu estiquei a mão e o ômega a segurou.
- Não tem problema, não é como se eu pudesse desistir do casamento porque você me deixou no chão por longos segundos ainda sendo seu cachorro o culpado de eu ter caído. - Jimin tirou a poeira das roupas e eu me abaixei pegando sua bolsa. - Obrigado, Capitão Jeon. - Ele pegou a bolsa de minha mão e seu toque em minha mão fez meu corpo tremer por uns milissegundos.
- Você está bem mesmo?
- Sim, não se preocupe. - O ômega olhou para mim. - Mas você ainda está com essa marca roxa.
- Se eu te contar o que ocasionou isso, acho que você não acreditará.
- Você está muito engraçadinho, não acha não?
- É meu charme.
- Sei.
Jimin estava usando uma calça preta justa definindo bem suas curvas, tênis preto com branco e uma blusa branca.
- Aonde você está indo? - Eu perguntei.
- Ah, eu não estou vendo nenhuma aliança no meu dedo ainda. - Encostei ele na parede com o rosto próximo ao dele.
- Não seja por isso, passamos agora em uma joalheria e você pega qual você quiser.
- Por que você fica fazendo isso? Se afaste de mim. - Segurei o seu pulso e olhei bem para sua mão.
- É, talvez um anel de ouro seja uma ótima opção para seu dedo. Ficaria lindo.
- Capitão... - Olhei para o lado e a Quinta Divisão nos olhava.
Mingyu estava fazendo carinho no topo da cabeça de Bam, mas nos olhava com o cenho franzido, não só ele como os outros dois, Hoseok e Yoongi, também, de longe o Jongho era o único com uma expressão mais neutra.
Ele suspirou e o ar bateu contra meu rosto.
- Bem que eles poderiam te prender por assédio.
- Isso é uma acusação bem séria.
- Se você atrás das grades me livrar desse casamento, eu acuso você até de assassinato.
- Vai ter que visitar seu esposo na prisão.
Felizmente, tudo o que falamos foi baixo e eles não são malucos de ouvirem minhas conversas.
- Eu finjo que você nunca nem existiu, meu bem. - Eu acho incrível como vamos de um momento pacífico para um momento de troca de farpas.
Seu telefone começou a tocar e lá estava o nome daquele homem
- Não, você não vai se encontrar com ele!
- Você não manda em mim. - Eu apertei seu pulso, mas sem machucá-lo obviamente. - Agora tire suas mãos de mim e volta pro seu trabalho. - Jimin segurou minha mão em seu pulso.
- Eu já disse que você vai pedir demissão.
- Eu não vou me demitir.
- Ah, mas você vai sim. - O ômega fez a mesma coisa que ontem no meu gramado.
Passou a mão em meus ombros, mexeu em meus cabelos pretos e segurou minha blusa puxando-a para frente fazendo-me olhá-lo.
- Você já fez alguma coisa com aquele colchão? Não? Então estamos quites, agora me deixa e tchauzinho.
Ele simplesmente passou por mim, fez carinho no Bam deu um aceno para os meninos e foi para sei lá aonde encontrar-se com aquele alfa.
Eu trinquei o maxilar e apertei minhas mãos em punho tão forte que quase senti minhas unhas entrarem em minha pele.
- Vamos embora. - Passei na frente deles e Bam me seguiu.
Caminhamos em silêncio até a viatura, Bam foi na mala mesmo já que o carro estava cheio, eu dirigi até minha casa e se antes eu estava estressado agora o estresse triplicou. Eu sabia que esses meninos estavam agoniados querendo perguntar algo, eu sei que eles não entenderam absolutamente nada do que aconteceu.
Eu quero saber o que esse homem vai conversar com aquele alfa, não deveriam nem se encontrar a essa altura, não sei se devo confiar em Jimin e sei que não devo confiar no tal do Taemin. Qual, é? Ele quer meu homem, quem confia em uma pessoa dessas? Seja lá quais forem a intenção do Jimin em encontrá-lo, eu espero que ele coloque um basta nisso ou eu mesmo o farei.
Desde que eu conheci esse ômega eu não venho batendo muito bem da cabeça... Será que é preocupante?
Yoongi batia o pé contra o chão do carro e eu estava a ponto de parar o carro, ir para o banco de trás e socar ele mas eu não posso fazer uma coisa dessas com ele por mais que seja bastante tentador.
- Yoongi pare de bater esse pé.
- Eu estou nervoso e esse é o único meio que encontrei.
Eu respirei bem fundo, beem fundo.
Talvez eu me arrependeria amargamente disso.
- Ok, podem perguntar.
- O que foi aquilo? - Mingyu perguntou me olhando.
- Ele não era o homem daquele bar? - Yoongi tinha o cenho franzido.
- Por que pareciam tão íntimos de repente? - Hoseok fez uma expressão pensativa.
- Por que esse cachorro parece que foi atrás daquele homem? - Jongho estava olhando pela janela, como sempre, enquanto seu braço estava para trás acariciando Bam.
- Meu Deus, se arrependimento matasse.
- Capitããããão! - Eu revirei os olhos bufando.
- Ontem, eu fui para a tal reunião na casa do meu pai e a reunião era justamente para eu conhecer o meu noivo, logo, descobri que ele é meu noivo e tivemos pequenas discussões, enfim, é isso.- Eu disse de uma vez e eles ficaram olhando uns para os outros como se conversassem por olhar.
Franzi o cenho enquanto olhava aquilo tudo, por que esses meninos são meus subordinados? Não tinha ninguém melhor?
- Já chega, isso está me assustando.
- Por que o senhor não nos contou que seu noivo era ômega do bar?
- Por que não nos contou que foi conhecer o seu noivo ontem? - Hoseok perguntou depois de Yoongi.
Para que esposo se eu já tenho eles para me cobrarem satisfações?
- Porque eu não quis, e também eu iria apresentá-los mais formalmente não assim. - Bam latiu. - Obrigado, Bam, e o que você veio fazer aqui? Veio atrás dele, é? - Perguntei como se ele pudesse me responder algo.
Ele mais uma vez fez som de choro enquanto me olhava pelo retrovisor.
- Como ele acharia ele assim?
- Ele foi lá em casa ontem, ele estava no tosa, o cheiro dele deve ter ficado lá a tempo dele sentir e guardá-lo para procurá-lo hoje. - Eu disse respondendo Hoseok. - O que é bem estranho, por que ele procuraria o ômega?
- Ele também pode ter sentido o cheiro dele nas suas roupas. - Jongho disse e os outros três me olharam. - Deixem de ser maldosos, eles com certeza deram pelo menos um abraço, o cheiro de ômegas lúpus são bem predominantes. Ainda mais quando eles querem marcar território, como nós. - Eu olhei para Jongho pelo retrovisor.
- Como? Eles simplesmente deixam os feromônios em nós e pronto?
- Alfas também fazem muito isso, às vezes de forma inconsciente. - Ele respondeu. - Nós não sentimos o cheiro dele no senhor porque tomou banho. Para o cheiro predomina de fato vocês precisam passar bastante tempo juntos. - Não me julguem por estar descobrindo essas coisas agora, eu nunca tive que me preocupar ou me interessar por assuntos que envolvem ômegas e nós alfas juntos.
Simplesmente porque todas os ômegas que tive contato, exceto pessoas de minha familia, foram apenas sexo por uma questão de necessidade porque os lúpus têm um cio insuportável então precisamos de alguém conosco.
É por isso que eu não condeno o Jimin por ter se relacionado com outras pessoas, porque eu já imagino como seja, eu condeno os pais dele e os meus por isso.
Não precisaria estar me estressando com ex-namorado de Jimin se tivéssemos nos casado há quatro anos atrás, mas também talvez não teria cabeça para isso, em partes eu era muito inconsequente embora tenha sido mais ou menos nessa época que aceitei ser subordinado do Coronel.
Que antes era Capitão, como eu sou hoje.
- Inclusive, quando ele passou por nós, o seu cheiro estava nele.
- O do Bam também. - Mingyu murmurou.
- Aonde ele estava indo?
Ele quer marcar território? Então tá, vamos marcar território.
Freio bruscamente o carro e dou um 180".
- Capitão! - Eles gritam.
- Quer nos matar? - Yoongi perguntou assustado e eu apenas mudei a marcha.
- Eu vou atrás dele agora.
Park Jimin
O tamanho do susto que eu levei quando aquele Dobermann veio para cima de mim não está escrito, ele se soltou da mão do Jungkook e veio com tudo, já estava pedindo perdão por todos os meus pecados apenas esperando a morte me levar.
Mas foi tudo do contrário, ele me derrubou mas ficou me lambendo e cheirando o que me fez sentir cócegas, eu estava rindo muito com aquele cão. Foi aí que ele o tirou de cima de mim e mandou que ele ficasse longe, ele como um bom cão que é, obedeceu rapidamente.
Provocá-lo está sendo a melhor coisa do mundo, eu acho que devo me preparar para o que vier a seguir, mas ao mesmo tempo sei que ele é certinho demais para fazer algo parecido. Eu lembro daqueles quatro quando eu o conheci no bar, então eles são os subordinados do Capitão. Em breve os conhecerei melhor, eu espero.
Voltando ao Bam, eu ouvi seus latidos do meu apartamento mas também achei que fosse nada além disso e quando os latidos pararam, eu decidi ir embora e foi quando tudo isso aconteceu. Parece mesmo que ele foi lá atrás de mim, não sei ao certo, mais tarde eu me informo mais com o dono dele.
Eu estou sim indo encontrar meu querido ex-namorado, mas para colocar um basta nisso tudo.
Eu quero fazer esse casamento dar certo, e não quero uma terceira pessoa envolvida nisso, ele está certo, eu devo cortar qualquer tipo de contato com Taemin porque um ex-namorado que persegue seu marido não deve ser nada bom. Não é mesmo, depois de ontem eu percebi o quão ruim é alguém dar em cima da pessoa que você está compromissada, nunca senti isso com Taemin porque pasmem, eu confio bastante no meu taco.
Mas com Jungkook, não basta só confiar, ainda mais com a mulher morando ao lado, tem que mostrar que estamos juntos e que ele é meu noivo.
Meu.
Eu sei que o Jungkook não fará nada, mas não confio naquela ômega.
Como meu trabalho não fica tão longe da minha casa, eu opto por ir andando e hoje não foi diferente.
Taemin queria me encontrar na cafeteria que fica relativamente perto da loja, então dei alguns passos a mais e lá estava ele, sentado em uma mesa me esperando. Ele não estava com a melhor das feições, parecia cabisbaixo, eu sei que ele vai encontrar alguém.
Não melhor que eu, mas ele vai.
Passei pela porta e ele logo levantou o rosto à minha procura.
Um sorriso apareceu em seus lábios e eu fiz o mesmo, mas não sorri exatamente de uma forma radiante, foi um sorriso simples.
Taemin se levantou e me abraçou, mesmo me fazendo mais raiva do que outra coisa, eu queria mesmo era ser abraçado pelo alfa moreno dos olhos cor de mel. Parando para pensar, a gente não teve um momento decente e simples até agora.
- Fico feliz por você ter vindo.
- É, mas eu não vim para te dar mais uma chance nem nada vamos começar por aí. - Eu disse e ele bufou. - Vamos até o parque, prefiro conversar com você em um lugar mais movimentado e eu só quero um cappuccino.
Nos sentamos apenas para esperar nossos pedidos e saímos em seguida, eu pedi um cappuccino e um pedaço de torta de limão e Taemin pediu um café e um bolo de morango com nozes.
Ele tentou puxar outros assuntos comigo até chegarmos ao banco no parque, nós conversamos mas eu não sentia mais aquela vontade de falar sobre outras coisas também porque eu já não tenho mais nada com ele, então não devo tentar manter um clima agradável.
- E foi isso.
- Sua mãe sabe que terminamos? - Pergunto de uma vez, tomando meu cappuccino.
- Bem, eu não contei para ninguém da minha família. - Ele respondeu comendo o bolo dele. - Já disse que não desisti de você. - Eu ri enquanto levava o copo até minha boca. - Eu não me importo com quem seja seu noivo, tenho certeza que ele não é de nada.
- Querido, se ele quiser, ele te mata. - Comi minha torta e ele franziu o cenho. - Aquele ali tem muita raiva acumulada, eu aconselho você a não ser a pessoa que ele irá descontar a raiva dele.
- Até parece. - Ele zombou. - Somos iguais.
- Não, ele é maior e mais forte que você, e outra, eu já disse que não quero mais ficar com você. - Reforcei. - Se não quer me deixar por causa dele, me deixe por eu estar pedindo. - Ele fez uma expressão de raiva. - Eu vou me casar com Ele, já está tudo marcado, não tem volta e mesmo que tivesse eu não voltaria para você.
-Por que não?
- Você ainda pergunta? - Eu ergo uma sobrancelha. - Vou te dar o prazer da dúvida, apenas reveja seus atos de lá para cá e você vai descobrir onde errou, caso não descubra, aí o problema não é meu. - Eu sentia sua raiva. - Não vim aqui exatamente para isso, para falar sobre nós. Eu vim aqui porque quero pedir demissão.
- O que? Como pedir demissão?
- É isso mesmo, eu vou me demitir. Eu não posso mais trabalhar com você, pelo menos não enquanto você não superar isso.
- Jimin.
- Não! E outra, eu vou me casar em breve, na semana que vem na verdade e eu te conheço bem, não quero que você seja motivo de brigas entre eu e meu futuro marido. - Me levantei com minhas coisas em mãos. - Eu vou embora, passo lá para pegar minhas coisas amanhã. - Termino meu cappuccino e jogo o copo no lixo.
- Não, não terminamos ainda!
- Terminamos sim, terminamos há dois dias para ser mais exato.
Ele agarrou meu pulso e me puxou para si.
- Eu disse que não terminamos. - Taemin usou sua voz de alfa.
Ômegas naturalmente já são submissos, mas Ômegas lúpus são mais ainda nesse caso.
- Não acabou, você vai ficar comigo e ponto, não me importo com seu noivo, eu cheguei primeiro.
Eu não conseguia nem me mover, nem falar nada e ele estava se aproximando para me beijar.
Tudo pareceu ficar em câmera lenta.
Uma mão pousou em seu ombro e a puxou fortemente para trás fazendo-o cair no chão, Jungkook se posicionou em minha frente, segurei seu braço e ele me olhou preocupado mas também com raiva.
- Você está bem? - Eu assinto
Essa é a segunda vez que ele faz isso.
- Você de novo? - Taemin perguntou irado querendo vir para cima de nós. - Sai de perto do meu namorado.
Ele simplesmente deu um sorriso e virou a cabeça um pouco.
- Vá embora antes que eu desista de manter a calma e mande meu cachorro acabar com você, ou talvez eu mesmo decida acabar com você. - Seu tom calmo me assustou um pouco.
- Quem é você para me mandar fazer uma coisa dessas?
Esse homem não tem medo da morte, lhe falta Juízo.
- Ele é meu-
- JUNGKOOK! - O alfa puxou ele pelo colarinho, faltava bem pouco para enforcá-lo.
Eu segurei seu ombro inutilmente porque ele é 10x mais forte que eu.
- Escuta bem porque eu não vou repetir. - Ele disse com os olhos carmesins. - Fique longe do meu homem, esqueça que ele existe ou eu verei por conta própria quantos litros de sangue um corpo pode expelir. - Jungkook o empurrou mais uma vez e ele nos lançou um olhar raivoso. - Não terá Direitos Humanos que vá me impedir disso, acredite em mim.
Jungkook entrelaçou nossas mãos e me puxou para sairmos dali, ele estava possesso e eu não podia nem dizer nada porque ele estava mais do que na razão.
Eu não sei se isso foi ciúmes ou proteção, talvez os dois, mas de qualquer forma eu sou grato por ele ter aparecido porque eu não teria forças para resistir ao Taemin. Não porque eu queria algo, mas pela questão da submissão de ômegas aos alfas.
Vi que sua divisão estava sentada em um banco na praça, Bam que estava deitado com a cabeça em suas patas dianteiras levantou-se e veio correndo em nossa direção e mais uma vez pulou em mim. Só que não me derrubou dessa vez, apenas rodeou minha cintura e ficou pedindo carinho enquanto caminhávamos até os alfas.
- Hey... - Acariciei o topo de sua cabeça.
- O Coronel deve gostar muito do Capitão para permitir uma coisa dessas. - Um alfa alta de cabelos pretos e franja disse.
- Gosta, e também deve ter feito isso muitas vezes com o Seok-jin. - O mais alto disse.
- Você acha? - Ele voltou a perguntar.
- Quinta Divisão. - Jungkook murmurou e eles continuaram olhando para meu noivo sem fazer absolutamente nada.
Eles não deveriam prestar continência?
- Cadê a continência?
- O senhor quer fazer pose na frente do seu noivo? Geralmente, não fazemos isso quando estamos entre nós. - Um alfa moreno do meu tamanho falou com uma expressão pensativa. Ele arregalou os olhos. - Capitão, me desculpa!
- Você está andando muito com o Sargento Min. - Ele negou com a cabeça e depois suspirou. - Jimin, esses são: Kim Mingyu, Min Yoongi, Jung Hoseok e Choi Jongho. - Jungkook apontou para cada um conforme falava seus nomes. - Mingyu é primeiro-sargento, Yoongi e Jongho são segundo e Hoseok é terceiro-sargento.
- É um prazer conhecê-los.
- O prazer é nosso!
- Qual deles é a praga que você falou? - Eu perguntei para meu noivo que soltou uma risada e os outros alfas, exceto Yoongi, também riram. - Se você não riu, então acredito que seja você
- Ele não é uma praga, ele só é muito hiperativo. - Jongho disse enquanto consolava o alfa.
Meu Deus que fofura.
Yoongi estava abraçando-o por trás com a cabeça no ombro dele e uma feição emburrada com direito a biquinho.
- Me irrita bastante as vezes, mas eu aguento, não tem o que fazer mesmo.
- Eu odeio vocês. - Yoongi disse baixo fazendo com que nós rirmos. - Eu preciso de um namorado.
- Seus problemas não vão se resolver quando você achar um ômega que te suporta.
- Boa parte deles vão sim.
Meu noivo revirou os olhos e sentou-se levando-me consigo, quase que eu sentei em seu colo.
Bam continuou com a cabeça em meu joelho pedindo carinho.
- Eu não entendo esse cão.
- Por que diz isso?
- Chegamos à conclusão que ele foi atrás de você, por isso aconteceu aquilo tudo. - Mingyu respondeu e eu franzi o cenho.
- Por que ele iria atrás de mim?
- Além do fato de que ele é seu cão de guarda? O Capitão o treinou para isso, afinal, protegê-lo. - Eu olhei para meu noivo.
- O que foi?
- Como assim você o treinou para me proteger?
- É exatamente isso, eu treinei o Bam para você.
- Mas como? Você nem sabia quando íamos nos casar.
- De qualquer forma, ele já estava sendo preparado para você.
Ele me falar aquilo me deixou um tanto surpreso e sem palavras, antes mesmo de me conhecer ele já pensava na minha proteção. Papai pode ter cometido muitos erros na vida, mas algo me diz que me dá-lo como marido com certeza está na lista de acertos.
Talvez a gente ainda vá brigar e discutir bastante, mas isso é normal entre casais.
Eu não sei o que esperar desse casamento, eu não sei de quais mais formas ele irá me surpreender mas eu já estou gostando do pouco que ele me surpreendeu.
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