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CAPÍTULO VINTE E OITO
─── O CULPADO DE QUATORZE ANOS

LYDIA DISSE QUE você não estava na aula esta manhã. — Malia falou enquanto ela e Eli sentavam juntos na aula. Eles haviam conseguido a eletiva no mesmo período, então teriam pelo menos uma aula juntos.

— Eu não ouvi meu alarme. — Eli balançou a cabeça, girando a caneta nos dedos enquanto olhava para a página. — Sonhos malucos.

— Sobre o que? — Malia lançou um olhar questionador, apoiando-se no cotovelo.

Eli abriu um sorriso para ela. — Esta é a sua maneira de sair da escola?

— Não. — Malia se defendeu rapidamente. — Sonhos ruins? Um monte de gente no campo de lacrosse de novo?

— Não. — Eli limpou a garganta com um aceno de cabeça. — Eu realmente não sei exatamente o que estava acontecendo. Eu apenas continuei vendo, tipo, túneis.

— Túneis? — Malia lançou um olhar questionável.

— Sim, mas eu não estava andando. Eu estava sendo carregado. — Eli encontrou seu olhar, piscando com um encolher de ombros. — Totalmente estranho.

— Totalmente estranho. — Malia concordou. — Então, posso enganar você?

— S... — Eli começou, parando de repente.

Malia olhou para ele estranhamente. — Eli?

— Mamãe? Você está em casa? — Eli entrou pela porta da frente de sua casa, olhando em volta. — Eu vi o papai...

Uma mulher. Uma jovem mulher.

— Oh. — ela olhou em pânico ao vê-lo. — Você...

— Quem é você? — os olhos de Eli se arregalaram em pânico, medo de alguém que ele não conhecia em pé em sua cozinha. Ele notou a camisa de seu pai nela, foi uma que ele escolheu para ele no último dia dos pais. Apenas treze então. Eles tinham acabado de se mudar para a América, apenas duas semanas atrás.

— Eli, oi! — Jamie correu pelo corredor quando viu seu filho, forçando uma risada. — Ei, garoto. Ei, como foi a escola?

— Quem é aquela? — Eli olhou para a garota. Ela tinha vinte e poucos anos, possivelmente meados. Ela era bonita. Muito bonita. Mas por que ela estava aqui? Em sua casa? Na cozinha dele? Vestindo as roupas do pai?

— Oh, essa é Rebecca. Ela é do trabalho. Lembra? No jantar? — Jamie assentiu com a cabeça. Eli era jovem, não estúpido. Ele tinha treze anos, todo adolescente de treze anos sabia sobre traição. A falta de calça, em sua casa, sabendo que sua mãe não estava.

Eli se afastou, indo para seu quarto depois de dar a seu pai um olhar de descrença.

Jamie estava lá novamente, parado na frente dele. Por que o tempo estava passando tão rápido? Por que ele estava na aula e, de repente, de volta ao corpo de seu eu de treze anos?

— Eu sei que você provavelmente pensa muito mal de mim agora. — Jamie falou, sentando-se na cama de Eli com ele. Nem todas as suas malas foram desfeitas ainda, ainda algumas espalhadas no armário. — Mas eu quero que você saiba que foi apenas uma vez.

Eli olhou incrédulo. Seu cabelo era mais curto naquela época, puxado para a direita e não para o meio como era agora. — E isso faz com que esteja tudo bem?

— Não. — Jamie balançou a cabeça, olhando para ele. — Mas isso nunca mais vai acontecer.

— A mamãe sabe? — Eli perguntou a ele, uma tristeza em seu tom.

— Ela não sabe. Eu também não quero aborrecê-la por causa de um erro. — o homem mais velho olhou para o filho. — Você não concorda?

Por que ele concordou? Por que ele era tão estúpido?

— Eu não quero vê-la chateada. — Eli balançou a cabeça, olhando para o pai. — Promete que não vai acontecer de novo?

— Prometo. — Jamie sorriu, estendendo o dedo mindinho enquanto um pequeno sorriso atravessou o rosto de Eli, prendendo o dedo mindinho no dele.

Quatorze. Ele tinha acabado de completar quatorze anos há uma semana. Foi cevada um ano depois do que aconteceu, cevada mesmo sentindo tanto tempo. Gritos foram ouvidos, acordando-o. Ele estava sonhando tão bem antes, sonhando em encontrar amigos, em sentar juntos no gramado da frente. Então a gritaria. Em seguida, um acidente. Eli, de quatorze anos, levantou-se da cama, com as pernas doloridas devido às recentes dores de crescimento que desenvolvera.

— Ela é um pouco mais velha que nosso filho! — era Adeline. Ficou claro que era a voz dela, mas ela estava chorando e sua voz estava áspera.

— Foi só uma vez! — Jamie disse. Eli já tinha ouvido isso antes. Um ano atrás. Um ano que foi fácil para seu pai esconder enquanto ele mantinha a boca fechada.

— Saia! Saia! — seu cabelo loiro estava puxado para cima, suado e o rosto vermelho de tanto gritar. Uma planta foi quebrada no chão, a terra do vaso espalhada pelos pisos de madeira recém-colocados. Os pisos de madeira que Jamie tanto amava. Pisos de madeira nos quais Eli escorregou várias vezes.

A porta bateu, seu corpo estremeceu. Seu pai se foi, os faróis na entrada da garagem brilhando através da janela da sala. Eli olhou para as costas de sua mãe, ela estava inclinada e soluçando.

— Mãe? — Eli perguntou. Sua voz era pequena, gentil, inocente.

Adeline virou-se para ele. Ela nunca foi do tipo chorosa, sempre tão dura, sempre tão forte para ele. Ele sempre se perguntava por que era tão emotivo quando tinha uma mãe tão dura. Ela o encarou. O olhar o fez querer morrer. Ela parecia traída, dolorida, como quando ela olhava para ele, ela apenas sentia uma dor eterna. — Você sabia?

Ele sabia há um ano.

Eli piscou, a quantidade de culpa que o atingiu foi horrível. Ele tinha idade suficiente, não foi manipulado por seu pai, ele poderia facilmente ter contado a ela. Mas ele não o fez. Ele não o fez porque não queria que ela se machucasse. Mas aquela dor, um ano atrás, não teria doído tanto quanto agora. Adeline não teria sentido tanta dor se soubesse que seu marido dormiu com a recepcionista apenas uma vez, e então seu filho lhe contou depois. Não, doeu cem vezes mais porque Jamie a estava traindo por um ano inteiro, e seu filho soube na primeira vez que isso aconteceu, mas não disse nada.

Por que ele ficou em silêncio? Dizer algo. Qualquer coisa. — Eu...

Então ele parou, com o rosto vermelho, os olhos lacrimejantes. A culpa era pior do que a ansiedade. A ansiedade estava no seu peito, fazia você ofegar, fazia você se sentir como se estivesse pegando fogo. Mas em pouco tempo, você poderia se livrar disso por um tempo, havia uma maneira de se acalmar e encontrar seu espaço seguro.

Culpa não era assim.

A culpa encheu seu corpo, mas nunca saiu. Se você não tivesse se distraído por tempo suficiente, ele se aproximaria de você. No segundo em que você ficou sozinho com seus próprios pensamentos, isso o dominou. Ele comeu você de dentro para fora, não importa o que você dissesse para torná-lo melhor, não importa o que você fizesse para tentar consertá-lo. A culpa nunca foi embora.

Adeline voltou para seu quarto.

— Ei, ei, ei. — Malia agarrou o rosto de Eli, conseguindo arrastá-lo para longe e para o vestiário. Não havia ninguém lá dentro e ela o salvou do constrangimento de ter um ataque de ansiedade no meio da aula. Eli sentou-se no banco, voltando da terrível memória em que se sentia preso. Malia se ajoelhou na frente dele, com a cabeça entre as mãos. — Eli.

— Pare. — ele implorou a ela, sua voz era fraca, como se ele quisesse chorar, mas estava se segurando. — Pare.

— Apenas Respire. — ela agarrou suas mãos, puxando-as de seus olhos. Ela levou a mão dele ao coração, sabendo como ele se comportava agora. Eli esfregou o peito enquanto Malia assentiu. — Seu remédio ainda está no seu armário?

Eli acenou com a cabeça, respirando fundo enquanto fechava os olhos. Estava quente, essa parte era ansiedade e culpa ao mesmo tempo. Seu coração ainda batia rápido, esfregando círculos suaves e tentando encontrar o campo de lacrosse vazio. Malia estava de volta, colocando a pílula branca em suas mãos. Era do frasco laranja em sua mão, aquele com seu nome completo, data de nascimento e endereço, aquele que ele prescrevera a um médico no ano anterior caso tivesse um ataque. Ele ficou muito bom em engolir a seco agora, cevada mudou de fase quando ele fez isso de novo.

— Ok. — Malia colocou as mãos nas pernas dele. — Você está bem. Você está bem. Ninguém está por perto além de mim.

Eli acenou com a cabeça, inclinando-se e deixando cair a cabeça em seu pescoço. Malia esfregou suas costas. — Eu acho que eu tive minha memória. Como você teve.

Malia se afastou para olhar para ele. Os olhos de Eli estavam fechados, bem apertados. Malia segurou seu rosto, seus olhos se abriram novamente, balançando a cabeça. — Você está aqui. Você não está em outro lugar senão aqui.

Ele esteve aqui. Ele estava aqui com ela.

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