vinte e quatro

Isla saiu do carro vacilante. O clube à beira mar tinha janelas de vidro do chão ao teto e garçons de smoking podiam ser vistos andando de um lado para o outro no grande salão, equilibrando bandejas de prata com taças cheias de champanhe. Ela deu alguns passos inseguros e olhou para trás, para a Ferrari que já estava ocupada por um manobrista e para os quatro garotos que ajeitavam as roupas sociais.

Um com cachos revoltos, pele negra brilhante e um sorriso inocente e animado. Outro loiro, de charme fácil, mas com os olhos verdes faiscando em todas as direções naquele lugar que era tão estranho a ele. Entre os dois, o garoto de pele pálida e cabelo escuro, expressão de poucos amigos, mas absurdamente lindo em um traje impecável. E por último, ele. Cabelo castanho que nunca parava no lugar e olhos azul gelo que não podiam ser mais calorosos. Ao contrário de Dean e Zack, Luke não podia estar mais à vontade. Isla pensou que fazia sentido. Ele podia não gostar daquele tipo de festa, mas tinha nascido em meio a tudo aquilo. Sabia muito bem como se portar.

Ao contrário dela.

Outro carro chegou pela PCH. Dele, saíram Sandra e Nicholas Mosheyev. O pai de Luke deu o braço à esposa, que já tinha um sorriso encantador no rosto enquanto cumprimentava as primeiras pessoas já na entrada do clube.

- Pronta? - Luke sussurrou para Isla. Ela prendeu a respiração e alisou a saia do vestido.

- Não. Mas vamos fazer mesmo assim.

Ele tentou sorrir de maneira encorajadora e estendeu a mão para ela. Isla não pôde deixar de se lembrar do beijo, de ter aquela mesma mão acariciando seu rosto.

Ela respirou fundo e entrelaçou os dedos aos de Luke. Lino tocou seu ombro de leve.

- Eu tô aqui, okay?

Ela assentiu, agradecida.

- Okay.

Eles entraram no clube logo atrás dos Mosheyev. Os murmúrios baixos, a música ambiente e o passo apressado dos garçons fez com que Isla se distraísse. Ela olhava para tudo, já imaginando possíveis rotas de fuga se algo saísse do controle.

- Luke, vem aqui, querido. Quero apresentar a Isla para alguns amigos - Sandra disse, e Luke segurou com mais força na mão de Isla.

- Quer algo para beber? Talvez você precise - ele sussurrou no ouvido dela, em um gesto casual e com um sorriso nos lábios, como se estivesse compartilhando um segredo íntimo.

- Tem vodka?

Os olhos dele se arregalaram.

- É brincadeira - ela sussurrou de volta, o fazendo rir. - Mas, de verdade, algo forte viria bem a calhar.

Luke pegou duas taças do que parecia ser um coquetel de morango de um garçom que passou por ali. Ele guiou Isla pela multidão. Ela estava hiperventilando pelo esforço de se equilibrar nos saltos, não deixar o drink cair e sorrir para todos ao mesmo tempo.

Ela olhou para trás, para os amigos que se misturavam com a multidão.

- Eles vão ficar bem - Luke disse a ela. - Quer dizer, Lino e Zack vão. Dean, eu já não tenho tanta certeza.

Antes que pudesse perguntar o que aquilo significava, Sandra os fez parar perto de um círculo de pessoas altas e absurdamente bonitas. Ela fez as apresentações e Isla tentou se concentrar na conversa, sorrindo quando era necessário e dando respostas monossilábicas para as perguntas que lhe faziam.

Todas aquelas pessoas deviam pensar que a namorada do único filho dos Mosheyev era uma idiota na pior das hipóteses, ou mal-educada na melhor. Se não fosse pela presença reconfortante de Luke ali, ela apostava que já teria saído correndo.

- Ela é metade brasileira - Sandra falou com um sorrisinho no que devia ser a terceira apresentação do dia, para um grupo de políticos influentes daquela região da Califórnia. - Não é... exótico?

Isla trincou os dentes e bebeu um gole generoso da batida de morango para se impedir de dizer alguma coisa. Já bastava os comentários ridículos que tivera de ouvir sobre como ela não parecia latina com aquela pele clara e cabelos ruivos.

- É mesmo? Coitadinha! É difícil lá, querida? - perguntou uma mulher de meia-idade, a primeira-dama de uma cidade próxima à Malibu. - Ouvi dizer que tem animais muito perigosos nas matas do Brasil.

Isla não aguentou. Ela se empertigou é respondeu:

- É verdade. Uma vez, quando fui visitar meu tio quando era criança, a sala foi invadida por macacos selvagens enquanto a gente tomava café da manhã. Foi assustador.

Todos a olharam chocados. O silêncio era tão denso que poderia ser cortado com uma faca. Então Luke gargalhou ao lado dela. Ele riu tanto que se curvou para frente e se apoiou nos joelhos.

Os adultos também soltaram risadinhas sem-graça, enquanto Sandra murmurava alguma coisa e arrastava o filho e a suposta nora para longe deles.

- Isla! Isso foi muito rude da sua parte - ela ralhou, seus brincos compridos e luminosos balançando quando ela sacudiu a cabeça.

- Mãe, deixa a Isla em paz. Aposto que ela nunca ouviu tanta bobagem em um dia só!

Isla, ao invés de se encolher e pedir desculpas, se endireitou e deu um último gole do seu drink. Talvez o álcool a estivesse dando um pouquinho de coragem.

- Sra. Mosheyev, com todo respeito, mas se eu ouvir mais alguém fazer algum comentário ridículo sobre o Brasil, vou surtar. Metade das pessoas aqui ou são muito ignorantes, ou xenofóbicas!

Sandra abriu a boca para retrucar, mas então a fechou e respirou fundo.

- Bem, você está certa.

Tanto Isla quanto Luke ficaram chocados com a revelação.

- Estou? - Isla disse, insegura.

- Está. Peço desculpas por ter te colocado nessa situação.

- Bem... Obrigada.

Luke riu baixinho e balançou a cabeça.

- Eu e a Isla estamos liberados agora? Aposto que metade da festa já sabe que o seu filho não está mais encalhado. Já é o bastante?

- Luke! Eu não me importava com...

Mas antes que ela concluísse, Luke se despediu da mãe e fugiu com Isla para um canto mais afastado.

- Aquilo foi demais - ele disse, voltando a rir. - Você viu a cara de idiota que eles fizeram?!

Isla riu também.

- Eles devem me odiar agora.

- Quem liga para o que aqueles imbecis pensam?

Os dois ainda estavam rindo quando, do outro lado do salão, um grupo chamativo apareceu na festa. Era Sally, acompanhada dos pais e de outras duas famílias importantes da Ilha da Rocha.

- Droga, eles chegaram! - Isla sussurrou desesperada. - Lembra que eles não podem saber sobre...

- O namoro, eu sei. - Luke completou. - Seria melhor se as pessoas da ilha, tirando a Sally, nem soubessem que você está aqui. - Ele olhou atento para ela. - Sua irmã está te encobrindo lá em Montfort, né?

- Sim, mas todo cuidado é pouco. Se meu pai souber...

- A gente tá morto. Já saquei.

A situação toda era desesperadora, mas também tão absurda que eles começaram a rir outra vez. Isla encostou na parede e tentou recobrar o ar. Quando sua vida tinha ficado maluca daquele jeito?

- Você é mestre nesse tipo de coisa - ela deixou escapar, ainda recostada na parede.

- Em quê?

- Se comportar. Em agir da maneira certa em lugares assim.

Luke sorriu de lado.

- Às vezes eu preciso andar na linha, né? Já não basta o trabalho que eu dou para os meus pais por conta do surfe.

- Você anda treinando muito?

- Quase todo dia. - Ele massageou a nuca e olhou para ela. - Estou tirando o melhor do nosso acordo.

Isla pensou em perguntar o que exatamente aquela frase significava, mas não queria fazer papel de boba. Será que estava iludida a ponto de interpretar errado as palavras e gestos dele? Ela esperava que não. Mas como poderia ter certeza?

- Me ensina a surfar - ela pediu baixinho. Luke ergueu as sobrancelhas.

- Você já não sabe? Pensei que era requisito básico para moradores de ilhas.

Ela o acotovelou de brincadeira.

- Eu sou uma boa nadadora, mas meu equilíbrio em cima de uma prancha nunca foi dos melhores. Minha irmã, Nerida, até tentou me ensinar, mas eu fui um fracasso.

- Eu te ensino - Luke disse, e ele parecia estar mais perto agora. - Quando você quiser, a gente vai pro mar.

Ela sorriu e assentiu. Os barulhos da festa estavam abafados, tudo parecia ter ficado em segundo plano com ele ali.

- Agora, o que eu quero mesmo é tirar esses sapatos - ela confessou, desviando os olhos primeiro e tentando sair daquele transe absurdo. - E também comer aqueles doces.

Luke olhou para a mesa cheia de doces ali perto.

- Tive uma ideia.

Ele a pegou pela mão e eles se esgueiraram entre as pessoas até chegar lá. Então, em um gesto furtivo, Luke puxou Isla e os dois se abaixaram, ficando escondidos atrás da mesa.

- O que você está fazendo?!

- Só confia em mim, tá bom?

Então Luke se levantou devagarzinho, roubou o máximo de doces possível e puxou Isla para debaixo da mesa. Ele puxou a toalha cor de creme pesada que os escondia da vista de todos e se sentou no chão gelado.

Isla precisou cobrir a boca com as mãos. Ela riu tanto que caiu para trás, Luke rindo ao mesmo tempo em que a mandava ficar quieta e enfiava docinhos dentro da boca.

- Eu tenho quase certeza que esse não é o tipo de comportamento adequado que seus pais esperariam de mim, sabia? - ela disse, arfando.

Ele deu de ombros, enfiando outro docinho inteiro na boca.

- Que sorte que eles nunca vão nos achar aqui, então.

- Ei, você está ficando com todos os de coco! Pode dividir!

Ela roubou dois dele e os saboreou de olhos fechados. Quando voltou a abri-los, percebeu que Luke a observava com um sorriso bobo.

- O que foi?

- Nada... É só que eu estava pensando.

- Pensando em quê?

- No quanto gosto de conhecer você.

Isla corou. Ela estava suando porque estava muito abafado ali embaixo ou porque o olhar constante de Luke sempre a fazia entrar em combustão?

- Eu também gosto de conhecer você - ela admitiu. - Muito.

- Isla, eu... - Ele hesitou, engolindo em seco e encarando o chão.

- O que foi?

- Não acho que seja boa ideia dizer o que eu tô pensando.

- Do mesmo jeito que não foi boa ideia zoar com a cara daquelas pessoas importantes lá fora?

Luke riu baixinho, mas então pareceu tomar coragem e ergueu os olhos.

- Eu não consigo parar de pensar naquele beijo.

Nem todo o ar do mundo seria suficiente para Isla naquele momento. Era como se o mundo tivesse sido reduzido àquele espaço, ao universo particular que eles criaram embaixo daquela mesa de doces. Luke estava tão perto, e tudo o que ela conseguia pensar era que ele não estava perto o bastante.

Eu também não consigo parar de pensar naquilo, era o que ela queria dizer. Era o que diria, naquele momento.

- Eu...

Uma comoção foi ouvida do lado de fora. Gritinhos, o barulho de uma pancada e vidro se estilhaçando fez seu coração disparar ainda mais.

Luke e Isla olharam um para o outro e agiram ao mesmo tempo, correndo para fora dali.


Sally estava linda. Não que ela não estivesse linda literalmente o tempo todo, mas puxa, hoje ela tinha se superado.

Lino não conseguia tirar os olhos dela, do modo como sorria para as pessoas e ria sem pudor. Ele sempre tinha nutrido uma paixonite platônica por ela, mas agora que realmente a conhecia, pelo menos um pouco, não conseguia afastar a sensação de que o sentimento estava se transformando em algo mais intenso.

- Essa garota é furada, Lino - Dean disse para ele, enquanto virava o que devia ser a terceira taça de champanhe. - Se eu fosse você, tomava cuidado.

- Sally é uma boa pessoa - ele disse, com urgência em defendê-la.

- Tão boa, que nem veio aqui cumprimentar eu e você, não é? Mesmo já tendo nos visto aqui. - Dean já tinha desabotoado dois botões da camisa e parecia ter ligado o modo foda-se para aquela festa de alto padrão.

Lino engoliu em seco. Por mais que odiasse admitir, o amigo estava certo.

Sally ria com os amigos da ilha, desfilando pela festa. Parecia tão à vontade, tão confortável com tudo aquilo...

Ele a viu se afastar do grupo, dizendo algo para uma amiga. Ela se sentou em uma mesa próxima e massageou o tornozelo. Lino, que não tirava os olhos dela, notou sua expressão cansada. Ela levantou o rosto e seus olhares se encontraram. As sobrancelhas dela se ergueram um pouquinho em surpresa e Sally sorriu, acenando despistadamente.

Lino acenou de volta, o coração a toda no peito.

Então um grupo de rapazes se aproximou dela e sua expressão se desfez em um sorriso radiante, mas que, para ele, não parecia mais tão sincero.

Lino engoliu em seco. Quando será que pararia de se contentar com migalhas?

- Essa festa acaba de ficar dez vezes pior - ouviu Dean sussurrar ao seu lado. Ele, Dean e Zack tinham ocupado uma mesa perto da porta, e nenhum deles estava com o melhor dos humores.

- Por quê?

- Rudy Thompson e os outros caras da Carbon Beach estão aqui. - Ele indicou a direção onde Sally estava com a cabeça. - Bando de babacas.

- Vocês já brigaram? - Zack perguntou.

- Algumas vezes. Mas nunca parti para cima deles sem motivo. Rudy é o pior.

- Por quê?

Ao notar que o grupo se aproximava, Dean murmurou:

- Aposto que você já vai ver.

Dean se lembrava da primeira vez que socara Rudy na praia. Ele tinha começado, falando alguma coisa da profissão do seu pai depois que Dean beijara uma garota que ele era abertamente a fim.

Mas Dean não tinha culpa se a garota em questão preferia ele ao invés daquele riquinho insuportável. Se Rudy tinha decidido levar as coisas para o lado pessoal, não era problema seu.

Aquele tinha sido só o primeiro de uma longa lista de confrontos entre os dois. Dean não se importava. Sabia brigar e socar aquela carinha insuportável de Rudy Thompson era divertido na maior parte das vezes. Tudo o que precisava era de um bom motivo, motivos esses que Rudy nunca cansava de dar.

Era claro que Dean devia ter esperado que ele estaria ali naquele dia, sua família sendo a dona de uma rede de fast food gigante na Califórnia e uma das mais prestigiadas de Malibu. Mesmo assim, ele aceitou o convite de Luke para estar ali hoje. Com certeza porque era um grandíssimo teimoso e cabeça dura.

Naquele momento, ele assistiu friamente enquanto Rudy se aproximava, os olhos cintilando na sua direção. Os garotos da Carbon Beach estavam todos acompanhados, garotas da ilha e da praia de milionários penduradas nos braços. Rudy parecia particularmente interessado em Sally naquele dia, sussurrando coisas no seu ouvido e sorrindo para ela.

Antes que se desse conta, o rei dos babacas estava ali.

- Garcia, eu esperava mesmo te ver aqui - Rudy disse com um sorriso mordaz quando parou em frente à mesa que dividia com Zack e Lino. - Mas não como um dos convidados. Ninguém te chamou para fazer um bico de garçom hoje?

Dean disfarçou a raiva com um sorriso despreocupado. Aquela provocação era velha. Quantas vezes já tinha ouvido piadinhas enquanto fazia pontas em restaurantes e clubes chiques da região? A maioria deles, lugares que Rudy e os amigos frequentavam.

- É, eu fui convidado - Dean disse, cruzando os braços enquanto praticamente se deitava na cadeira de maneira preguiçosa. - E você? Alguém te chamou para essa mesa?

O sorriso de Rudy não se desmanchou. Na verdade, ele parecia quase feliz pela troca de farpas.

- É onde tá o Luke? Aposto que foi ele quem te arrumou um convite. Nunca vou entender porque ele decide andar com gente que nem você.

Dean notou o modo como Sally se endireitou ao lado de Rudy, mas ele estava ocupado demais tentando parecer não se importar para dar atenção a ela.

Já tinha perdido a conta de vezes em que tinha sido desprezado por Rudy e seus colegas. Ser amigo de Luke o colocava naquelas situações. Dean sabia que nunca pertenceria. Sempre seria visto como inferior por aquelas pessoas.

Era ridículo, mas também era a verdade.

- Você deve ser o Rudy Thompson que o Luke mencionou - a voz firme de Zack surgiu naquele instante. A postura relaxada de Dean se desmanchou e ele olhou para o garoto ao seu lado. - Ele disse que você é um filhinho de papai que está sempre tentando chamar atenção. Eu não acreditei, mas agora tô vendo que é verdade.

Murmúrios desconfortáveis correram pelos adolescentes de pé diante da mesa. O rosto de Rudy foi tomado por um vergão violento e seu olhar fulminante não estava mais direcionado a Dean.

- Você deve ser um desses panacas que precisa humilhar os outros para se sentir melhor - Zack continuou calmamente, os olhos escuros fixos em Rudy. - Como dinheiro e status são as únicas coisas que tem, usa isso para se colocar como superior. Deve ser muito difícil precisar caçar briga com outra pessoa só para poder falar em voz alta o quanto você é importante, apesar de não ser de verdade. Sinto muito pela sua baixa autoestima, cara.

Dean não conseguia tirar os olhos de Zack. Uma parte dele queria falar para não interferir e deixá-lo resolver a situação, mas a outra...

Dean não queria pensar na outra parte. Ela era confusa demais.

- E você, falando merda, deve ser o amigo do Mosheyev que veio de Los Angeles - Rudy disse depois de recobrar a postura. Ele se apoiou na mesa e inclinou-se para Zack. - Eu ouvi coisas bem interessantes sobre você, Turner.

Zack levantou uma sobrancelha escura em sinal de deboche, mas Dean notou seu pomo de adão subir e descer rapidamente.

- Um colega meu viu você e o Garcia aqui no píer de Santa Mônica há uns dias atrás. E tinha outro garoto também. Um que você estava beijando.

Os amigos de Rudy riram de maneira estrondosa e outros fizeram caretas.

Zack engoliu em seco, os punhos fechados sob a mesa. Dean percebeu que ele estava tremendo.

Rudy, entretanto, ainda não tinha acabado.

- Então, quer dizer que além do idiota do Luke se misturar com gente tipo o Garcia, ele também anda com viadinhos da cidade grande. - Ele sorriu com crueldade. - Que nojo. Eu teria vergonha de...

Mas Rudy nunca teve a oportunidade de completar a próxima frase.

Dean se levantou de uma vez, chutou a cadeira e agarrou Rudy pelo colarinho enquanto o socava com a outra mão.

Ele tentou revidar, mas Dean o jogou por sobre outra mesa, fazendo pessoas gritarem e taças se estilhaçarem no chão.

- Seu filho da puta de merda - ele murmurou, o mundo todo em vermelho. Rudy se desvencilhou o suficiente para conseguir acertar Dean com um soco, mas no mesmo instante ele revidou, acertando seu nariz e sujando a toalha branca de sangue.

O ódio ainda queimava tudo dentro dele quando sentiu braços o agarrarem por trás, o afastando de um Rudy ensanguentado. Dean tentou se desvencilhar, mas naquele momento o rosto de Zack surgiu diante dele.

- Já chega, Dean. Já chega!

Com brusquidão, Dean tirou aquelas pessoas de cima dele. Todos tinham se levantado para olhar a briga, e o círculo aberto entre ele e Rudy foi invadido por Luke e Isla.

- Que merda foi essa?!

Dean cuspiu sangue no chão.

- Acho que a festa acabou para mim.

Então ele se aproximou de Rudy outra vez, o agarrou pela camisa e o fez encará-lo apesar dos dois olhos roxos e inchados. Entre dentes, sussurrou:

- Chega perto do Turner de novo, fala merda sobre ele de novo, e eu quebro o resto que ficou da porra da sua cara.

Então ele o soltou com tudo sobre a mesa e caminhou para fora.

Lino, Isla, Zack e Luke se entreolharam.

- Talvez seja melhor a gente dar o fora - Lino sugeriu baixinho quando um casal elegante correu desesperado na direção de Rudy. O silêncio era tão grande que sua voz pareceu ecoar.

- É - Luke concordou, olhando para a confusão ao redor. - Acho que você tá certo.

Sally, que até então estivera cercada pelos seus outros amigos, deu um passo à frente.

- Quer saber? Foda-se. - Ela se virou para um ponto da multidão. - Mãe, pai, vejo vocês em casa.

- A gente tá indo mesmo? - Isla sussurrou para Luke.

- Com certeza.

- Graças a Deus.

Então ela desceu do salto. Literalmente.

Sally observou Isla descalçar as sandálias e fez o mesmo com um sorriso gigante, jogando os sapatos por sobre o ombro.

- É. Que droga de festa - Luke falou em voz alta, então roubou uma garrafa de uma mesa próxima e acenou para a multidão. - Até nunca mais, pessoal.

Dean tinha se virado para trás, sangue na camisa e uma expressão desvairada no rosto.

- Vocês vêm ou não?

Os cinco sorriram e correram porta a fora, sem dar a mínima para os adultos que os chamavam e o caos que deixavam para trás.

____________________❤️____________________

Dedicado a KiaraGuarlotti e tayiasmin

❤️❤️❤️

E é com essa cena que eu amei escrever que encerramos o capítulo de hoje (quer dizer, amei em parte, porque fiquei com mt dó do Zack)

Vocês gostaram?? Oq acharam? Me contem aqui!!!

Espero que estejam gostando do livro, o próximo capítulo tbm tem fortes emoções, garanto!!!

Vejo vcs em breve,
Ceci.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top