quinze


Isla mergulhou no oceano, Lino logo atrás dela. A água salgada parecia capaz de lavar tudo aquilo que ela não queria carregar, tudo aquilo que não queria pensar sobre.

Ela tinha atracado Apollo 18 no cais da ilha vinte minutos mais cedo e decidido ir até a praia para encobrir qualquer rastro de Malibu que estivesse carregando. A coisa mais comum do mundo em seus dias de folga era ser vista com Lino em uma praia da ilha, seu cabelo vermelho pingando e sal cristalizado no corpo. Então era aquilo que ela faria.

Isla abriu os olhos na água e viu a luz do sol nas correntes. Ela bateu as pernas e irrompeu até a superfície, enchendo os pulmões de ar.

— Eu e Luke vamos fingir que estamos juntos — ela disse para Lino de uma vez só. O amigo, que estava mais no raso com o rosto voltado para o sol, abriu apenas um olho.

— Como é que é?

— Eu sei que você ouviu.

Brevemente, Isla contou sobre a conversa que Luke e ela tinham tido na casa da árvore, sobre como ele precisava treinar para um campeonato de surfe e ela precisava cumprir a lista da mãe.

— A gente precisa um do outro — Isla resumiu, agitando os braços quando uma onda veio e tirou seus pés da areia. — Preciso de um guia para os lugares que ficam longe de Malibu, alguém que conheça o mundo lá fora, e Luke pode me ajudar contanto que os pais dele parem de vigiá-lo vinte e quatro horas por dia. Se ele fingir que tem uma namorada, o pai e a mãe não vão proibi-lo de sair para me ver. Luke vai fazer com que eles acreditem que desistiu dessa ideia de surfar.

— Isla, eu nem sei o que dizer sobre isso. — O amigo esfregou as mãos no rosto com força. — Um namoro de mentirinha? Com um Mosheyev? Parece algo difícil de se sustentar.

— O que foi? Você não acha que eu possa representar o papel de namorada simples de um cara podre de rico? — Isla abriu um sorrisinho enviesado, mas a verdade é que estava muito, muito, insegura com aquilo. — Existem umas mil comédias românticas com o mesmo tema! Posso dar uma estudada.

— Se você acha que esse é o jeito mais fácil de cumprir a lista da sua mãe, tudo bem — Lino disse. —Não vou entrar no meio gritando que essa é a ideia mais horrorosa que eu já ouvi.

— Bom, deve ter jeitos mais fáceis, mas eu... — Ela mordeu o lábio e olhou para a água. Para as suas unhas pintadas de lilás que ganhavam um tom mais vivo debaixo do mar. — Eu meio que quero ajudar ele também, sabe? E não quero deixar de ver os meninos.

— Você gosta mesmo deles?

— Um pouco, eu acho. — Então ela acrescentou depressa: — Não mais do que eu gosto de você, óbvio.

Lino riu e nadou até ela. A água que batia no pescoço de Isla mal chegava aos ombros do melhor amigo. Ele segurou a mão dela sobre a água.

— Só fique atenta, tá bem? — ele disse em um sussurro, os olhos escuros refletindo a luz dourada do pôr do sol. — Cuidado para não se machucar com tudo isso.

— Por que eu me machucaria?

Lino não respondeu, mas a olhou como se os dois soubessem a resposta.

Isla não sabia a resposta.

Ainda não.


A casa estava silenciosa, mas a porta estava destrancada. Isla entrou e quase pisou em Jerry, que estava esparramado no tapete da sala.

— Oi, gordinho. — Isla acariciou o gato atrás das orelhas. — Onde está todo mundo?

Geralmente àquela hora o pai já tinha saído da oficina. Ele não costumava ficar até tarde fora de casa. Sempre era pontual, se refugiando na cozinha para fazer seus jantares deliciosos. O celular de Isla tinha ficado sem bateria na metade do caminho de volta para a ilha, o que significava que não conseguia falar com ninguém.

Isla se levantou para ir até o banheiro e se livrar da água do mar com um banho gelado, mas estancou no lugar quando viu uma figura parada no corredor. Seu coração quase saiu pela boca antes de identificar a pessoa ali.

— Nerida! Deus, você quase me matou!

A irmã estava com o celular no orelha, mas deu uma despedida apressada para quem quer que estivesse do outro lado da linha e se virou para Isla.

— Ah, oi. Desculpa. Eu só vim colocar comida para o Jerry.

— Cadê o papai?

— Ele... —, a irmã hesitou por um microssegundo — vai ter que ficar até mais tarde no trabalho. Me pediu para vir checar o gato. Como você está?

Nerida olhava para Isla com cuidado, para o seu rosto e corpo.

— Bem? — ela disse incerta. — Estava com o Lino na praia.

Isla franziu as sobrancelhas para a irmã. Ela estava brincando com os inúmeros piercings na orelha e aquele do nariz, como sempre fazia quando estava nervosa.

— Está tudo bem? — Isla perguntou, agora ansiosa por motivo nenhum.

— Sim. Eu só... — Nerida chacoalhou a cabeça como que para afastar pensamentos ruins e sorriu para a irmã. — Quer ir dormir lá em casa hoje?

Isla não demorou nem meio segundo para responder.

— Quero! Posso levar os jogos de tabuleiro? E a gente pode pedir pizza?

Era sempre tão bom dormir na casa de Nerida! Na da Maren também, mas Maren não tinha uma namorada maluca e alto-astral que fazia Isla, agitada por natureza, ficar ainda mais elétrica.

Nada contra Elijah, marido de Maren, mas Camila era de outro mundo.

Nerida sorriu e passou o braço tatuado pelos ombros da irmã caçula.

— O que você quiser. Mas já vai se acostumando com a ideia de que Hali vai querer vir junto. Ela deve estar por aí com os amigos, mas vou ligar e pedir para passar aqui e pegar algumas roupas.

— Por que não pode ser só eu? — Isla reclamou, já indo para o quarto para preparar sua mochila.

— Porque Hali também gosta de dormir lá em casa e eu não tenho uma irmã preferida.

— Ah, fala sério, eu sei que sou sua preferida. Você gosta mais de mim do que da sua gêmea!

— Tá bom, vai sonhando, pirralha.

E Isla foi para a casa da irmã, se empanturrou de pizza e gargalhou até quase meia-noite na companhia de três pessoas que amava, sem nem desconfiar de que o motivo pelo qual Nerida tinha a afastado de casa, era por querer adiar a inevitável tempestade que em breve cairia sobre a irmã mais nova.


Luke estava na praia de frente pra casa com Dean e Zack. A mãe estava almoçando com as amigas na sala que ficava a uma janela de distância da areia, onde ela podia manter os dois olhos nele e notar cada mínimo movimento que fizesse. Ela tinha brigado quando Luke voltara para casa na tarde anterior depois de um dia inteiro sumido, mas foi só ele mostrar provas de que estivera em Adamson House para ela se acalmar.

Durante aqueles poucos minutos, Luke soube que a mãe o olhou como se talvez ele pudesse se tornar o filho que ela desejava, passeando por lugares históricos ao invés de passar a vida se equilibrando em uma prancha.

Luke tentava não se ressentir. Se tudo desse certo, em breve aquilo acabaria. Ele só precisava apresentar uma namorada de mentira e convencer a todos, com exceção dos amigos, que estava perdidamente apaixonado por ela.

Era uma ideia boa. Até aquela manhã, pensava ser a melhor ideia que já tinha tido.

Agora, com os amigos gargalhando ao seu lado na areia, ele começava a repensar sua habilidade de fazer esquemas.

— Está tão desesperado por uma garota que conseguiu convencer uma a te aceitar de mentirinha? — Dean implicou, a cerveja que estivera bebendo agora abandonada. — Sério, Luke, não dá para acreditar...

— E a Isla concordou com isso? — Zack perguntou em descrença. Ele também tinha rido, embora com menos fervor que Dean. — Ela deve estar tão desesperada quanto você. O que ela ganha com isso?

— Eu não posso dizer. É pessoal — Luke rebateu, bebendo a própria cerveja. Já estava estressado. Sabia que os amigos achariam a situação peculiar, para dizer o mínimo, mas jurava que se Dean viesse com mais uma piadinha...

— Coitada da Isla. Já é difícil te suportar normalmente, agora fingir que te suporta...

— Tá bom, já entendi, babaca. Acha que eu faria isso se tivesse outra escolha?

— Você tem outra escolha. Joga tudo para o alto e vem morar comigo durante o verão. — Dean se levantou e começou a gesticular como um louco na beira da praia, pontuando cada uma das vantagens daquela ideia. — Você vai ser livre e vai poder treinar para esse campeonato sem ninguém te encher o saco. Quer mais? Você sabe que meus pais te adoram. Podemos conseguir um emprego para você, Luke. Você pode construir uma vida nova!

Luke balançou a cabeça e olhou para o mar. Dug, com a cabeça deitada em seu colo, acompanhou o dono com aqueles grandes olhos castanhos.

— Não posso fazer isso — ele disse por fim.

— Por que não? Qual é, Luke, está com medo de não saber viver longe do dinheiro dos seus pais? Da vida boa?

— Cala a boca, Dean. Não tem nada a ver com isso. — Luke se segurou para não dar um soco no amigo. Que merda ele pensava que Luke era? Alguém que não conseguiria viver dois dias longe da fortuna que o pai dele tinha construído? Luke sabia dos seus privilégios, mas queria lutar por algo que fosse seu. Algo que seus pais não tivessem dado a ele. A ideia de uma vida só sua o atiçava, fazia sua imaginação voar.

— Tem a ver com o quê, então? — Dean pressionou.

— Você é assim tão idiota? — Zack entrou no meio, semicerrando os olhos no sol forte para olhar para Dean. — Você não está pedindo para ele largar só o dinheiro e a porra dos privilégios que vem com isso. Está pedindo para que vire as costas para os seus pais.

— E?

— E que eu tenho um coração, Dean. Ele pode não funcionar direito, mas está diretamente ligado com a minha consciência. Os meus pais são esnobes, acho que na maior parte do tempo pensam mais nas expectativas que têm sobre mim do que em quem eu sou de verdade, mas ainda são meus pais. E todas essas brigas, toda essa merda, não quer dizer que eu não me importe com eles. São a única família que eu tenho. A única família que sobrou. Não é tão fácil assim decidir bater a porta de casa e não voltar mais.

Pela milésima vez em poucos dias, Luke fez menção de esfregar o pingente em seu pescoço, mas chutou a areia com raiva quando percebeu que ele não estava mais lá.

— Você está certo — Dean disse, e sua voz tinha diminuído. — Não devia ter sugerido aquilo.

Luke suspirou e massageou a nuca.

— Tudo bem. — Ele se sentia cansado. Muito cansado — Você só queria ajudar.

— Não acho que esteja fazendo um bom trabalho, então. — Dean chutou areia também, evitando o olhar do amigo. — Eu espero que o plano com Isla dê certo, de verdade. Eu te vejo surfar desde que a gente era criança, Luke, e você é bom. Não bom tipo alguém que mora na beira da praia a vida inteira e acaba surfando todo dia por hábito, mas como alguém que sabe o que tá fazendo. Seria uma merda não participar desse campeonato. E seria uma merda não poder sair por aí com você no nosso último verão antes de toda essa coisa de vida adulta. — Dean ficou em silêncio e ergueu os olhos. Ele deve ter visto a gratidão nos olhos de Luke e balançou a cabeça, desconfortável com o sentimentalismo. — Vou buscar mais cervejas lá dentro. Já volto.

E ele entrou na mansão dos Mosheyev com Dug em seus calcanhares.

Quando ficaram sozinhos, Luke olhou para Zack, que tinha os braços apoiados nos joelhos enquanto encarava a imensidão do mar. O vento bagunçava seu cabelo preto.

— Você também não iria embora por outro motivo, não é? — Zack disse, sem encarar Luke. — Você não iria por causa de mim.

Não era uma declaração convencida. Era a mais pura verdade. Luke sabia disso e Zack sabia disso, não havia segredo entre eles.

— É. Por causa de você também.

Zack franziu as sobrancelhas e balançou a cabeça, voltando a olhar para Luke com uma expressão irritada e triste ao mesmo tempo.

— Eu voltaria para Los Angeles. Não me importaria.

— Zack, você se importaria. E eu me importaria. Eu prometi para você que te tiraria de Los Angeles durante o verão, e fiz isso.

Luke sabia que se virasse as costas aos seus pais, eles não teriam outra escolha a não ser mandar Zack de volta à Los Angeles. E Luke não queria aquilo. Viver a "vida louca" com Dean não compensava se aquilo significasse foder tanto as coisas com o outro amigo.

— Eu odeio que as coisas sejam assim lá em casa — Zack desabafou, e seus olhos, que geralmente não deixavam escapar nada, estavam sombrios. — Às vezes eu acho que odeio os meus pais. Isso me faz parecer um monstro?

Havia questionamento genuíno na pergunta dele.

— Não — Luke disse sem hesitar. — Não quando os seus pais fazem o que fazem.

Se Luke fosse ignorado a vida inteira pelos pais como Zack era pelos dele, se tivesse sido surrado por não atender às expectativas e tão humilhado por conta da sua sexualidade debaixo do próprio teto, ele também guardaria rancor. Também teria dificuldade em amar as pessoas que pareciam ser incapazes de ter o mesmo sentimento pelo próprio filho.

Quando pensava que as coisas com seus pais eram complicadas, Luke se lembrava de como as coisas eram na casa dos Turner, e então chegava a agradecer por ter um pai e uma mãe que pelo menos se importassem, que apesar de tudo não deixavam de mostrar que o amavam.

— Depois que o verão terminar, vai ser diferente — Zack disse, e parecia estar falando consigo mesmo. — Já comecei a preparar currículos, sabe? Vou conseguir um emprego, vou dar o fora daquele inferno. E vai ser diferente, Luke. Eu sei que vai.

Luke colocou a mão no ombro do amigo. Zack olhou para ele.

— E eu vou estar lá, ok? Se tudo der certo, se tudo der errado... Não importa. Vou estar lá.

Zack tentou sorrir e assentiu.

— Tá. Valeu. Agora para de me tocar antes que Dean chegue e comece a fazer piadas imbecis.

Luke riu e se afastou, só um pouco.

Quando Dean retornou com as cervejas, se jogou na areia e olhou para Luke com um sorriso descarado.

— Então, vai apresentar Isla para os seus pais? Boa sorte com isso. Quando é o almoço?

Luke tinha contado sobre aquilo antes, e era bom que Dean o lembrasse daquele compromisso.

— Na verdade, acho que posso ajeitar isso agora.

Ele pegou o celular e digitou.

Luke: Almoço com meus pais na terça, o que você acha?

Ele aguardou, mas ela não respondeu. Isla sumia às vezes, Luke já estava acostumado com isso. Mas então ele viu as fotos que ela tinha enviado para ele na noite anterior, de todo o passeio em Adamson House e das palhaçadas na Kombi. Ele não conseguiu deixar de sorrir.

Luke bloqueou a tela do celular. Quando ergueu os olhos para pegar uma cerveja da mão de Dean, percebeu que os amigos o olhavam com expressões sugestivas idênticas.

— Parece que alguém se esqueceu da sereia do mar — Dean provocou.

— Uma coisa não tem nada a ver com a outra — Luke respondeu, o sorriso sendo substituído por uma carranca. — E você está errado se acha que eu não estou atrás da pessoa que me salvou. Eu devo a vida a ela, e não vou me esquecer disso.

— E como você pretende encontrar essa tal garota que não tem nome nem rosto? — Zack perguntou com as sobrancelhas erguidas.

— Ainda estou em contato com o hospital, caso alguém apareça. E pretendo ir para a ilha em busca de alguma pista assim que conseguir limpar minha barra com meus pais. Vou achar ela.

— E depois?

— Vou agradecer, é claro.

Mas nem ele acreditava que faria só aquilo.

Era insano demais sonhar com uma garota que nem ao menos conhecia? Sua voz cantando parecia ecoar em seus ouvidos, vinda do mar, das paredes do seu quarto à noite. Ele sabia que ela era real, tinha certeza daquilo como nunca tivera certeza de nada.

E Luke... Bem, Luke talvez estivesse apaixonado por um fantasma.

Talvez.

Era ridículo, ele sabia disso, mas não conseguia deixar de pensar na pessoa que havia enfrentado o mar e a tempestade para salvá-lo e depois desaparecer como se aquilo nunca tivesse acontecido.

Ele a encontraria, ou passaria muito e muito tempo tentando.

E depois?

Bem, ele só conseguia se imaginar junto dela, ouvindo sua voz cantar outra vez.

Isla acordou com Hali a encarando, o que, por si só, já era assustador o suficiente.

Elas estavam deitadas em colchões na sala de estar de Nerida, tinham passado a noite jogando jogos, se empanturrando de pizza e assistindo reality shows de casamento na TV. Tinha adormecido aconchegada junto à irmã só um ano mais velha que ela, ouvindo sua respiração no seu ouvido.

— O que foi? — foi a primeira coisa que Isla disse naquela manhã, a voz rouca. — Por que está me encarando?

Hali piscou e afastou os olhos depressa, ajeitando os cabelos ruivos embaraçados.

— Nada não.

— Hali...

Naquele momento, o celular de Isla começou a tocar com uma chamada do pai. Ela tinha deixado o aparelho carregar durante a noite. Ela se inclinou para atender a chamada.

— Espera! — Hali interveio, tirando o celular da irmã. — Não acho que você queira atender.

— Deus, Hali, do que você tá falando?

— Eu sei que a gente conseguiu te manter afastada do papai ontem à noite, mas eu disse para as outras que não podíamos te esconder num buraco para sempre. Mas, mesmo assim, não quero que você atenda.

Isla se perguntou se ainda estava dentro de um sonho confuso.

O que diabos Hali estava tentando dizer?

Naquele momento, Nerida apareceu no corredor, seguida de perto por Camila. Elas pareciam já estar acordadas há algum tempo, xícaras de café fumegantes nas mãos.

— Hali, sua linguaruda — reclamou Nerida, pousando a xícara em uma mesinha repleta de porta-retratos e se aproximando para dar um tapinha na cabeça da irmã. — Você nunca se aguenta.

— Alguém pode me explicar o que tá acontecendo? — Isla pediu, agora totalmente desperta. Seu coração estava batendo forte, e era ainda mais desesperador estar desesperada sem um motivo aparente. — Por que você me trouxe aqui ontem à noite, Nerida? Por que Hali não quer que eu fale com o meu pai?

Não foi Nerida quem respondeu, nem Hali.

Naquele momento alguém bateu à porta, e quando Camila foi atender, as outras quatro irmãs adentraram a casa. Maren e Yara carregavam expressões preocupadas, Dori não parava de estalar os dedos murmurando baixinho que tinha um pressentimento que mais cedo ou mais tarde aquilo iria acontecer e Kendra, sempre alegre e desbocada, estava parada em silêncio junto ao batente.

— Isla, papai quer falar com você — Maren disse. — Ele pediu para te levarmos para casa.

— Mas...

— Ele sabe, Isla — foi Hali quem disse baixinho. E então tudo fez sentido. A casa silenciosa, a estranheza das irmãs na noite anterior, mesmo em meio à diversão... — Ele sabe sobre você sair com o barco. Sabe sobre Malibu.

E foi naquele momento que Isla se deu conta do quão ferrada estava.

Atordoada, se levantou, pegou sua mochila e se trocou às pressas no quarto de casal. Quando voltou, já estava correndo pela porta.

— Isla! — as irmãs gritaram, mas ela virou a esquina, ouvindo o mar logo ali nos seus ouvidos, a areia na calçada por pouco não a fazendo escorregar.

Ela precisava chegar ao cais.

Não sabia direito o motivo, só sabia que precisava chegar até lá.

Pelas ruas de Montfort, as sete irmãs Maciel andaram apressadas, chamando a atenção dos vizinhos e amigos. Não era incomum vê-las todas reunidas, mas era incomum assistir todas as sete com expressões tão preocupadas, seis delas correndo atrás da irmã mais nova.

Isla chegou ao cais cinco minutos depois, arfante. O sangue pulsava em seus ouvidos, tudo parecia ter perdido o foco, escurecido nas bordas da sua visão.

Ela andou pelo cais, desviando de trabalhadores mesmo em um sábado de manhã e das pessoas que carregavam seus barcos para passar o início do fim de semana no mar. Ela sabia para onde estava indo, sabia exatamente onde iria encontrá-lo.

Mas então, quando um homem carregando uma caixa de isopor foi empurrado para o lado por ela, o espaço vazio entre dois barcos maiores foi avistado, e o coração de Isla afundou.

Ela estancou no lugar, à beira do cais.

Apollo 18 tinha sumido.

E com ele sua liberdade, seus sonhos e Luke Mosheyev.

____________________❤️___________________

Oii, gente!! Como vocês estão??

Fiquei meio sumidinha daqui, mas sempre volto haha

Esse capítulo teve uma virada importante da história, e agora estou maluca para saber o que vocês acharam!!! Esse final faz gancho para uma outra fase do livro, que tem a participação de um personagem bem importante...

É mt bom escrever sobre Malibu e seu calor escaldante quando estou aqui morrendo de frio nos últimos dias hahaha espero que vocês estejam gostando de dar escapadinhas para dentro dessa história <3

mil beijos e até mais,

Ceci.

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