oito
— A gente tá indo na direção errada. El Matator fica para lá. — Lino apontou para a esquerda, como o grande navegador cheio de vocabulário náutico que ele era.
— Parabéns por saber se localizar no Google Maps, Lino — Isla resmungou, girando o leme e agradecendo a Deus por estar tão acostumada ao mar para não ficar enjoada com o balanço incessante do barco. — Mas Malibu não tem muitos píeres, e a gente não tem botes para remar até a costa que nem dois personagens de desenho animado. Precisamos atracar primeiro.
— E depois atravessar metade de Malibu para chegar até essa praia — Lino disse, sem se abalar pelo mau humor dela. — Espero que você tenha dinheiro para pegar um Uber. Sem chance da gente consegue ir e voltar andando e chegar à ilha antes que seu pai coloque a cidade inteira atrás de você.
— Que exagero...
— Você acha mesmo?
Não, Isla não achava. Era uma cidade pequena, uma ilha pequena, e seu pai era muito querido por todos. Uma palavra sua e três mil pessoas reviraram Montfort de cabeça para baixo até encontrá-la.
O problema é que ela não estava na ilha. Pela primeira vez em dezoito anos, Isla estava prestes a colocar os pés em um lugar novo. E ela tinha arrepios só de imaginar o que o pai faria se desconfiasse da sua fuga.
— Um problema de cada vez, Angelino. Estamos quase lá.
Isla distinguiu o contorno da praia e do píer ao longe. Havia alguns barcos por ali, e pessoas tomando sol e nadando no mar. Era tão igual à ilha, mas ao mesmo tempo tão diferente... Isla sabia que não daria para rodear Malibu e perceber que do outro lado também se estendia o oceano sem fim. Era terra, estradas e montes se estendendo por quilômetros e quilômetros em todas as direções. Era um mundo inteiro para se explorar, um mundo que não cabia mais na palma da mão dela.
Ela atracou sem dificuldades, pulando para o píer e dando um legítimo nó de marinheiro na corda que prendia o barco à construção de madeira. Lino veio logo atrás, ajeitando os óculos e tentando domar os cachos que eram lançados em todas as direções por conta do vento forte da costa.
— Puta merda — Isla deixou escapar sem querer. — Não acredito que a gente fez isso de verdade.
Ela olhou para trás. Ao longe, os contornos da Ilha da Rocha, da sua casa, fazia seu coração apertar no peito. Ela tinha deixado a ilha. Agora a observava daquela outra costa, do outro mundo que a vida inteira tinha observado com um milhão de sonhos na cabeça.
Suas mãos estavam suadas, a boca seca e uma sensação de frio no estômago como se estivesse em queda livre depois de pular de um avião. Isla não tinha certeza se aquilo era hesitação, medo ou sinais claros de um desmaio iminente.
Ela apostava no último.
— Vamos — Lino chamou, pegando-a pela mão. — É melhor a gente não demorar muito. Não estive aqui muitas vezes, mas acho que sei me virar.
Isla se apressou com ele pela extensão no píer, mas enquanto o amigo continuou andando pela praia, Isla estancou no lugar.
— O que foi? — ele perguntou quando percebeu que ela não o seguia. — Tudo bem? Tá passando mal? Droga, eu sabia que isso não era uma boa ideia!
— Não, eu tô bem — ela disse, tentando tranquilizar o amigo em pânico. — É só que esse vai ser meu primeiro passo em um continente — confessou baixinho. — Dá para imaginar?
Lino ergueu uma sobrancelha para ela.
— Olha, posso garantir que a mesma coisa de andar em uma ilha.
— Eu sei que é, cabeção. Só estou falando do significado disso. — Isla revirou os olhos de maneira exagerada ao perceber a cara de paisagem de Lino. — Não importa. — Homens. Eram tão insensíveis...
Então ela se preparou, respirou fundo e, sem nem olhar para trás, pisou na areia.
Isla aguardou, sem saber muito bem o quê. Ela não estava esperando por fogos de artifício, nem que a Terra subitamente parasse de girar, mas mesmo assim...
Sua tensão foi quebrada pelo comentário de Lino:
— Bem, é isso. Quebramos as regras de vez. Seu pai vai te matar, depois vai me matar, e, já que estamos aqui mesmo e vamos morrer muito em breve, pelo menos apreciamos a vista.
Ele a pegou pelo braço outra vez, fazendo com que Isla tropeçasse em seu encalço.
— Vamos te levar para El Matador Beach. Para ser sincero, não parece tão ruim assim contrariar a vontade do seu pai se isso significa deixar sua mãe feliz, onde quer que ela esteja. Então vamos riscar um lugar desse seu caderninho.
Isla sorriu com uma mistura de medo e empolgação. Aquilo estava mesmo acontecendo!
— Isso aí. Pela minha mãe.
E um pouquinho por mim mesma.
Lino a guiava pela praia, o que era bom, já que Isla não conseguia tirar os olhos de todas as coisas ao seu redor.
Havia tantas pessoas diferentes, palmeiras gigantes, casas de tirar o fôlego...
Um grupo de jovens passou correndo por ela com pranchas de surfe debaixo do braço. Isla os viu remarem contras as ondas, o sol fazendo a espuma do mar parecer dourada quando espirrava.
— Então essas são as casas dos famosos? — Isla perguntou para Lino, admirando atônita as mansões ao longo da costa.
Lino riu.
— Você tá achando isso impressionante? Isla, essas casas não chegam nem perto das que você vai ver em Carbon Beach se um dia a gente colocar os pés lá. Tenho a impressão de que só de respirar o ar daquela parte de Malibu seus bolsos já esvaziam.
— Eu queria ir até lá — ela disse. — Também queria ver aquele píer super famoso e...
— Não dá, Isla — Lino interrompeu quando eles deixaram a praia, atravessando um acesso que dava direto na calçada e no centro fervilhante daquela parte de Malibu. O amigo se virou para ela. — A gente pode tentar outro dia, mas não dá tempo de ver tudo hoje. Não se a gente quiser ter a mínima chance de manter isso em segredo.
Ele sacou o celular do bolso, dando alguns cliques na tela até encontrar o aplicativo que procurava.
— Vou tentar encontrar um táxi — ele falou, enquanto andava com ela pela calçada. O sol estava de rachar, e suor já brilhava na testa dele. — Então a gente vai...
— Olha aquilo! — ela exclamou, assustando Lino e apontando para o outro lado da rua. — Um pug de roupinha!
Isla começou a atravessar naquela direção, mas Lino a pegou pelo braço e a arrastou de volta quando dois carros passaram em alta velocidade pela rodovia.
— Porra, Isla, isso aqui não é Montfort! — ele falou, a segurando firme junto dele. — Acredite ou não, mas aqui as pessoas realmente precisam olhar de um lado para o outro antes de atravessar a rua. E essa, onde você quase foi morta, aliás, é a Pacific Coast Highway.
Isla olhou para Lino de olhos arregalados, mais alarmada pela revelação do que pelo fato de quase ter sido atropelada.
— Você tá falando sério? Essa é a Pacific Coast Highway?
Ele assentiu.
— Que demais!
Isla sacou o celular e tirou uma foto do asfalto.
— A maior estrada costeira da Califórnia, lendária, considerada uma das rodovias mais bonitas do mundo! Sabia que tem gente que faz road trips por ela? Eu vi um montão de vídeos no YouTube de casais viajantes!
— Legal — Lino disse, e coçou a cabeça, parecendo um tanto sentido pelo jeito que tinha falado com ela. — Quer, hum... tirar uma foto?
— Claro!
Isla abriu a câmera frontal do celular, passou um braço pelos ombros de Lino e sorriu como uma doida. Ela bateu a selfie e a mostrou para Lino, que riu.
— Você parece uma criança em um parque de diversão.
— Não acredito que a gente está mesmo em Malibu!
Isla não tirou mais o celular da mão, fotografando tudo que podia. Ela viu uma palmeira super californiana e pediu para Lino tirar uma foto dela ali, depois com o mar atrás de si, em uma foto que com certeza ganharia vários likes no Instagram se ela fosse louca o suficiente para postá-la.
— Não tá nada fácil achar um táxi por aqui — Lino disse enquanto eles andavam pela calçada. — E a El Matador está a quase onze quilômetros!
Isla mordeu o lábio inferior, apreensiva. Onze quilômetros era demais. Ela nunca conseguiria ir até lá, voltar para o barco e chegar à ilha em menos de sei lá quantas horas. Horas o suficiente para sua família dar por falta dela.
Ela estava pensando sobre isso quando algo chamou sua atenção pelo canto do olho. Ali, do seu lado da calçada, havia a entrada de um estacionamento de uma construção grande e aparentemente requintada. Uma placa chamativa com o nome Geoffrey's pintado em azul marinho podia ser visto ali por perto.
Convenientemente, o estômago de Isla roncou bem naquela hora.
— Parece ser um restaurante legal — ela comentou, dando um passo na direção do estacionamento.
— E um que pessoas como você e eu não temos dinheiro para passar nem na porta — Lino disse, correndo atrás dela. — Acho que já ouvi falar desse lugar. É caro. Tipo "Não Entre se Você Não Tiver Mil Paus para Gastar", caro. É melhor a gente dar o fora. Com sorte achamos uma lanchonete por aqui e eu pago uma rosquinha para você.
— Eu não ia entrar — Isla disse, por mais que ainda estivesse no estacionamento. — Só achei bonito. Olha, é de frente para o mar.
— Se você quiser comer de frente para o mar, é só levar uma marmita para qualquer uma das praias da Ilha da Rocha, Isla. Anda, vamos. Se eu sou visto no estacionamento de um lugar assim, me jogam na traseira de uma viatura sem nem perguntar meu nome.
Isla engoliu em seco, odiando o fato de que o amigo estava certo. Ela nunca tinha presenciado um caso extremo como aquele, mas mesmo na ilha, naquele pedacinho isolado do mundo, ela tinha ouvido comentários e atitudes racistas em relação a Lino a vida inteira.
Não queria nem imaginar como as coisas podiam ser ali, onde ninguém os conhecia.
Isla pegou a mão de Lino e estava prestes a se mover quando ouviu o barulho de uma porta sendo escancarada.
Ela olhou para trás, o coração já a toda no peito, e viu um homem alto de meia idade, vestindo camisa social branca, calças e avental pretos, vir na sua direção. Ele tinha saído de uma porta lateral um tanto escondida no estacionamento, que mais provavelmente devia ser a entrada de funcionários do restaurante.
Lino se endireitou na mesma hora, já abrindo a boca para se explicar, mas o homem nem tinha olhado para ele.
— Graças a Deus você chegou! — ele disse, olhando para Isla com uma expressão severa e ao mesmo tempo apavorada. — Você perdeu o juízo, garota? Quer perder o emprego já no primeiro dia?!
Isla franziu as sobrancelhas, mas antes que pudesse perguntar do que diabos ele estava falando, o homem – que pela roupa só podia ser uma espécie de garçom chique – a puxou pelo braço.
— Muitas pessoas nessa cidade matariam para estar no seu lugar, sabia disso? Por Deus, você não passou pelo treinamento?! A regra número um é não chegar atrasada!
— Mas...
— Não, nem tente se explicar. Você é uma grande sortuda por o movimento não estar lá essas coisas hoje. O resto da equipe conseguiu segurar as pontas. Não faça isso de novo, ouviu? Se não vai parar no olho da rua antes que consiga dizer "primeiro salário". Ainda bem que eu vi um vulto ruivo pela janela! Anda, conseguimos te vestir e te colocar no segundo piso antes que alguém do alto escalão perceba.
— Você poderia esperar só um minuto? Senhor...
Isla olhou para trás. Lino vinha correndo em seu alcance, mas estava atônito demais para conseguir articular mais do que duas sílabas precisas.
— Deve ser um mal entendido — Isla tentou dizer. — Você deve...
O garçom a fez atravessar a porta, suas palavras sendo abafadas pelos passos pesados dele.
— Espera um pouco aí — Lino tentou interferir. — Você não pode...
— E quem é esse? — o homem perguntou, parando por nada mais que um segundo para dar atenção ao adolescente muito irritado que os seguiam.
— Ele é meu amigo — Isla disse, se amaldiçoando logo em seguida por perder tempo com uma informação tão inútil quanto aquela. — Nós...
— Bom, ele pode te esperar em outro lugar. Seu turno é de três horas. — Ele olhou de cima a baixo para Lino e torceu o nariz. — Boa tarde, senhor.
E bateu a porta na cara dele.
Isso só pode ser um sonho maluco, Isla pensou consigo mesma quando o homem que a guiava pela área de funcionários abriu um armário na parede e lhe entregou uma muda de roupas, a mandando vesti-las no banheiro. Só pode ser brincadeira.
Mas não era.
Aquele maluco provavelmente a estava confundindo com outra pessoa. Se Isla vestisse as malditas roupas, talvez ele se acalmasse o suficiente para escutá-la. Mas assim que colocou aquele uniforme ridículo por cima das próprias roupas e saiu do banheiro, o garçom a conduziu por escadas estreitas sem nem lhe dar a oportunidade de falar.
— Olha, senhor — ela disse entredentes, amarrando o cabelo em um rabo de cavalo alto como ele mandou. — Isso é um engano. Eu não sou garçonete.
O homem soltou uma risadinha e balançou a cabeça.
— Ah, os novatos são sempre adoráveis. Tão nervosos... — Ele suspirou. — Eu te entendo, garota. Eu também estava ansioso quando fui contratado. Fui um ótimo garçom a vida inteira, mas no Geoffrey's? Era uma expectativa grande demais, até mesmo para mim. Nunca pensei que chegaria até aqui, e no meu primeiro dia achei que seria impossível até segurar uma bandeja direito. Mas relaxe. Você é jovem. Se foi contratada, é porque tem potencial. Só se lembre do seu treinamento: sorria, seja gentil, abaixe a cabeça se te tratarem mal, anote pedidos e os leve para as mesas. Fácil, fácil.
Ele abriu uma porta e Isla piscou diante da claridade súbita. Ela colocou a cabeça para fora e se viu ao lado de um enorme balcão de mármore onde vários barmen preparavam drinks e levavam pedidos para uma janelinha dos fundos, onde provavelmente se encontravam as cozinhas.
— Você passa os pedidos para aquele cara — o garçom disse, apontando para um jovem de cabelos escuros que pegava um bloquinho das mãos de uma garçonete e levava para cozinha. — Nada com que se preocupar. Boa sorte, Stephanie.
Stephanie?
— Espera!
Isla se virou para ele, mas o homem deu um tchauzinho, disse que estava voltando para o primeiro piso do restaurante e bateu a porta.
Ela sentiu as pernas bambearem quando girou a maçaneta e percebeu que estava trancada ali.
Aquele tempo todo, Isla tinha se enganado. Aquilo não era um sonho...
Era a porra de um pesadelo.
Ela se virou, observando o que era sem sombra de dúvidas o lugar mais chique em que já tinha estado na vida.
As mesas forradas com toalhas creme, postas com pratos, talhares, taças reluzentes e arranjos de flores sofisticados eram só a ponta do iceberg. O segundo andar do restaurante era rodeado por um jardim de tirar o fôlego, e círculos abertos no piso permitiam que árvores imponentes crescessem dentro do Geoffrey's. Seus troncos estavam cobertos por pequenas luzes douradas, que combinavam com o brilho dos lustres no teto. O som de conversas sussurradas e risinhos se misturavam com o barulho do mar, que podia ser visto a quilômetros dali de cima.
Havia mesinhas de até dois lugares perto da sacada inteira feito de vidro, e mesas maiores capazes de acomodar uma família de vários membros. Mesmo dali do canto, Isla via os pratos requintados que ela não faria ideia de como comer do jeito certo, e garrafas de champanhe e vinho que só pelos rótulos indicavam que custariam dois olhos para serem provadas.
Isla deu um passo à frente, hesitante.
Certo, ela tinha duas opções: sair pela entrada principal, a dos clientes, e morrer de vergonha enquanto todos a observavam e os outros funcionários tentavam alcançá-la, ou dar um jeito de se embrenhar naquele jardim quando ninguém estivesse olhando e ir em direção à praia. Isla tinha certeza absoluta que um lugar como aquele devia ter uma saída para o mar.
Então, tudo o que precisava era...
— O que você está fazendo? — ela ouviu uma voz sussurrada perto de si. Isla se sobressaltou e deu de cara com um barman do outro lado do balcão. — Mesa sete e quatro. Anda logo!
Ele a olhou com tanta hostilidade que Isla quase chorou. Que babaca.
Mas a ordem produziu certo efeito nela, e fez com que andasse entre as mesas, o bloquinho e a caneta que o outro garçom tinha lhe dado já nas mãos. Ela só precisava chegar perto da saída, então daria no pé.
— Boa tarde — ela falou, abrindo seu melhor sorriso para o casal de senhores na mesa quatro. — Posso trazer algo para vocês?
Isla nunca tinha trabalhado como garçonete, mas não devia ser tão difícil. Ela só precisava ser educada, pegar os pedidos, fingir que estava trabalhando e fugir daquele hospício.
Ela só sentia muito pela garota – a tal de Stephanie – de quem estava roubando o lugar. Depois que Isla sumisse sem dar explicação, a coitada perderia de vez o emprego.
Isla coletou o pedido do casal e tentou não se sentir incomodada quando o velho de cabelos brancos, com um anel que devia custar um apartamento no dedo, a olhou de maneira sem envergonhada. Isla corou e se sentiu suja, desejando se esconder.
Olhando por outro ângulo, talvez ela estivesse livrando Stephanie de um lugar daqueles.
— Sorria mais — o barman disse quando ela voltou. — O pessoal da mesa sete são clientes regulares. Reservam uma mesa toda semana durante o verão.
Isla olhou para o local que o barman indicava. Era uma mesa que estava um tanto encoberta por uma das árvores iluminadas, bem perto do jardim. Ótimo, aquela era sua chance.
— Toma, o Matt pegou o pedido deles enquanto você atendia a mesa quatro. Geralmente um atendente fica com a mesma mesa até os clientes irem embora, mas você ainda está lenta. Não esquece de ser simpática.
Ele passou para Isla uma bandeja prateada repleta de bebidas.
Ela prendeu a respiração. Aquilo era sério? Isla não fazia ideia de que um dos pré-requisitos para ser garçonete era ter habilidades especiais como malabarista.
Ela foi até a mesa devagar, traçando o plano de fuga na cabeça. Ela deixaria as bebidas, se esgueiraria pelo jardim, se livraria daquele uniforme e daria a volta na praia para encontrar Lino.
Isla tentou relaxar.
Tudo certo. Era só sorrir, ser educada e se mandar.
— Boa tarde. Suas bebidas — ela disse ao se aproximar da mesa.
— Ah, finalmente.
Isla ergueu o rosto para encarar a mulher impaciente, mas o sorriso se desmanchou devagar quando a reconheceu, o corpo inteiro vacilando.
Ela conhecia aquela mulher e o homem ao lado dela. Também reconhecia aqueles dois adolescentes, um loiro e o outro moreno, bem ali ao seu lado. E também...
— Obrigado — uma voz jovem e gentil disse, e o terceiro garoto na mesa estendeu a mão para ajudá-la com as bebidas.
A cor fugiu do rosto de Isla quando encarou aqueles olhos azuis, aqueles traços que ela tinha visto pela primeira vez no fundo do mar. O mundo se inclinou ao seu redor, todo o resto perdeu o foco. A única coisa que via era ele.
Luke Mosheyev a encarou de volta, os olhos não demonstrando nenhum reconhecimento, mas ele franziu as sobrancelhas escuras, parecendo um tanto desconcertado de repente.
— Eu... — Isla murmurou em choque, mas nunca soube o que falaria a seguir.
Ela se adiantou para servir a mesa, mas seus sentidos estavam embaralhados. Sem querer, seu aperto afrouxou ao redor do copo de limonada...
— Ai, meu Deus!
Em uma fração de segundo, todo o líquido foi parar na camisa de Luke Mosheyev quando o copo escapuliu, em seguida se espatifando em mil pedaços no chão.
O homem e a mulher mais velhos arquejaram horrorizados, e todo o restaurante pareceu suspender suas atividades para olhar naquela direção.
E Isla soube, bem naquele momento, que a pior ideia da sua vida tinha sido sair de casa naquela manhã.
_____________________♥️___________________
Dedicado a rjysaaa
oii gente!!!
Admito que minha intenção era deixar os acontecimentos do capítulo nove junto com os desse daqui, mas quando terminei de escrever essa parte percebi que tinha que terminar assim hahaha
eu amei escrever esse capítulo e ainda mais o que vem em seguida, e estou louca para saber o que acharam!!! esperavam por um encontro desses entre os protagonistas? o que acham que vem no capítulo nove?
prevejo um grupinho de cinco de formando...
beijos e até breve,
Ceci.
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