Sabe um anjo?
— Você tem certeza? — questionei pela vigésima vez para Jungkook, o olhando preocupada vendo-o me mostrar um sorriso singelo enquanto assentia.
— Tenho. Estou bem não se preocupe. — repetiu. — Agora eu preciso ir. — disse.
— 'Tá bom, mas não hesite em dizer se precisar de ir ao hospital ok? — falei acareciando seu ombro nú já que ele estava de regata. Se tem uma coisa que eu sei é tirar casquinha e a prova disso é eu estar o roçando a mais de dez minutos desde que ele desmaiou na grama do meu quintal.
Será que por isso posso ser considerada uma assediadora?
Provavelmente.
— Ok. Agora eu preciso ir. — ele disse se levantando cambaleando um pouquinho antes de se firmar ereto e caminhar devagar para fora do terreno da minha casa.
— Obrigada outra vez por me salvar! — gritei e ele se virou sorrindo antes de ir embora de vez.
E só quando tive certeza de que ele estava bem longe, permite o surto chegar.
Eu. Eu mesma!
Falei com o Jungkook.
Toquei nele.
Tive uma conversa normal com ele.
Ele não me achou louca.
Toquei nele.
E talvez até tenha flertado com ele.
Quer dizer, aquilo foi um flerte né?
Com certeza foi.
Sequer percebi quando gritei de emoção desmaiando de felicidade nos braços de Namjoon.
[💜]
— Como está se sentindo?
— Nas nuvens mamãe... — murmurei abraçando o travesseiro com um sorriso nos lábios.
— Que nuvem o quê garota! — minha mãe estapeou minha testa. — você desmaiou duas vezes no jardim, e ainda conseguiu aumentar a conta de água desse mês! — me repreendeu. Tá, mas como ela queria que eu lembrasse de fechar a torneira estando inconsciente? — pode me explicar pelo amor de Deus o que estava fazendo? — questionou.
Tudo o que fiz foi me limitar a soltar um suspiro longo e sonoro.
— Mãe, como a senhora e o papai se conheceram?
— E o que isso tem a ver? — ela franziu o cenho.
— Acho que encontrei finalmente o seu futuro genro mamãe. — revelei, afundando o rosto no travesseiro que abraçava.
— Não foi isso que você disse semana passada? Quando o jardineiro do senhor Im, Seokjin, veio plantar as tulipas dele?
— Mãe! Eu disse que não queria ouvir esse nome sendo mencionado nessa casa de novo! — exclamei, encarando ela que cruzou os braços erguendo uma sombrancelha. — Seokjin é passado! Aquele cafajeste me seduziu pra no final eu descobrir que ele era casado!
— Com seduziu você quer dizer, te pediu um copo da sua limonada? Que por acaso você estava vendendo?
— Ele claramente estava usando isso de pretexto pra me conquistar! — falei indignada. — Mas ele nunca conseguiria! Olha pra mim, eu sou mulher de família.
— Você só tem dezessete anos.
— Por isso mesmo. — concordei, vendo a mais velha revirar os olhos.
— E esse meu novo “genro” aí. — fez aspas. — quem é o pobre coitado?
Foi só ela fazer menção a ele pra eu esquecer tudo o que eu pensava antes e suspirar alto de novo. A imagem perfeita dele se materializando em minha mente, expulsando todos outros pensamentos.
— Sabe um anjo mãe? É isso que ele é. — abraçei forte o travesseiro. — Alto, moreno, tatuado, com um corpão de um homem que veio pra arruinar sua vida e carinha de neném que veio transformar seus sonhos em realidade. — suspirei rolando na cama. — e ele naquele uniforme de mecânico...
Minha mãe franziu o sobrolho.
— Uniforme de mecânico? — questionou quase que retoricamente. — Está falando do Jungkook? Aquele rapaz que está concertando o carro do senhor Im? — acenti rapidamente, animada. — Filha, ele é claramente gay.
— O quê? — engasgei. — Não, ele não é.
— É sim.
— Não, não é.
— É. Está bem na cara. Mais fácil ele querer o Namjoon que você.
Fiz careta imaginando meu namorado beijando meu melhor amigo.
— Mãe! A senhora está manchando a imagem dos gay fazendo essas apologias obscuras sobre o Jungkook!
— Uma vez eu literalmente o vi saindo com um garo...
— SILÊNCIO, HOMOFÓBICA!
Minha mãe pegou no chinelo lançando-o contra mim.
— Ai! Mãe!
— Me respeita, garota! Eu ein... — falou pegando no calçado e se dirigindo a saída. — É cada uma que você inventa. Senhor, eu mereço. — revirou os olhos. — Eu só acho engraçado que quem sempre te quis você nunca reparou, só fica aí vendo coisa onde não tem.
— O quê? — perguntei confusa.
— Nada. — balançou a mão em um gesto de desinteresse, abrindo a porta — Namjoon, querido, pode entrar. A doida já acordou.
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