Capítulo único
Música soava numa taverna enquanto viajantes, caçadores, bêbados e mulheres da vida estavam espalhados rindo e se enchendo de Rum e cerveja recém preparada, um bardo tocava num violão enquanto outros dançavam meio tortos quase caindo:
— Que grande festa animada, não é? — O desconhecido falava levando outra caneca aos lábios sorrindo.
Usava uma camisa preta com babados na frente simples e bem larga com calças e botas de caçada enquanto passava mão em seu cabelo cacheado rebelde de tom castanho, com olhos vermelhos destacados como de uma cobra atrás de um par de óculos tendo presas afiadas e orelhas um pouco afinadas em cima:
— Oque me diz Senhor anjo? Aproveitando seus primeiros dias na terra?
Ele virou para outro homem sentado na cadeira ao lado tendo uma das mãos na cabeça incomodando, segurando uma caneca de cerveja com a outra mão, tinha cabelos escuros e olhos acinzentados usando uma camisa branca e um crucifixo de contas de madeira no pescoço com calças mais largas e sapatos pretos:
— Não acredito que me convenceu a vir em um lugar desse demônio..
— Não espere que te deixe vagar por ai, você disse que não tinha mais onde ir e te ofereci meu espaço — Ele senta do lado dele terminando sua bebida.
— Não tinha muita escolha — Ele fala suspirando.
Um anjo e um demônio sentados lado a lado em um bar bebendo como se fossem amigos...Sem dúvida uma situação inesperada.
E isso começou a poucos dias atrás...
>▪Anjo▪<
Abria meus olhos começando a enxergar o ambiente, sentia dores, muita dor...Estava pesado e mal podia me mover, minha asa me cobriu enquanto podia ver estrelas aos poucos e tremi estendendo minha essência para cima tentando me erguer quando parei.
Eu tinha um braço estendido, olho devagar gemendo baixo e logo percebi, tinha um corpo humano agora, braços, pernas, peito tudo...Estava em choque conseguindo me mover devagar, ainda sentindo como se estivesse enrolado em algo e preso, não gostava, não gostava nada disso.
Estava com raiva sentindo esses olhos humanos falharem um pouco com minha visão voltando a embaçar e um som alto saiu de minha boca enquanto sentia dor por respirar, isso continuou alguns minutos, não sabia parar.
Eu não era mais digno de estar com meus iguais, caído, era agora uma falha e não sabia mais como provar que não era impuro, eu fui enganado e julgado por eles e provavelmente me tornaria um demônio:
— Você já está gritando a cinco minutos, sério, para — Ouvi e minhas asas saem da minha frente.
Era um homem de cabelos cacheados segurando dois coelhos mortos amarrados juntos na mão esquerda e uma arma em sua outra mão indicando ser um caçador, para um humano parecendo calmo demais em ver um anjo.
Me arrasto para trás recuando um pouco com um som baixo saindo de minha garganta assim que ele abaixa as estranhas lentes de seus olhos mostrando um vermelho vivo:
"Um demônio"
Ele chega perto da borda do buraco que estava e deslizou entrando no buraco deixando a arma pendurada em seu ombro e logo se inclinou a cinco passos de distância:
— Então...Qual foi o seu pecado?
— Como? — Questiono com minha voz ecoando alto e ele resmunga recuando um passo.
— Controla a voz divina, estamos em corpos humanos...Não quero ficar surdo responde a pergunta — Ele fala com o dedo em um dos ouvidos.
Eu olhava ele, não me ameaçando enquanto se abaixa um pouco em seus joelhos, deixando a arma de lado e logo abro a boca tentando me acalmar e minha voz ficou mais baixa e controlada:
— Eu não fiz nada — Respondo.
— É oque todos dizem quando caem...Sério se você está aqui algo você vez para irritar o cara lá de cima..
— Demonstre respeito demônio! — Grito com ele e ele ergue as mãos.
— Okay, okay, só tô dizendo se foi castigado com a queda, você cometeu uma infração.
— Foi armado... — Resmungo enquanto minhas asas caiam um pouco.
— Hm — Ele chegou perto e no mesmo segundo ergo minhas asas preparando para lutar contra ele fazendo ele abrir as asas dele também.
As asas dele ao contrário das minhas eram sem penas sendo de uma pele avermelhadas com partes esqueléticas e ele rosnou também com tom de ameaça, ele logo pareceu parar e olhar minhas asas e aos poucos voltou a posição de calma fechando suas asas e soltou uma risada:
— Okay, eu acredito em você.
— O que!?
— Armaram para você, não é? Como foi? — Ele pergunta.
— Você...Você acredita em mim? — Perguntava.
— Obviamente, suas asas ainda estão limpas, anjos caídos ganham manchas em suas asas semelhante a sangue por seu pecado, mas as suas limpas desse jeito...
Olho minhas asas tocando um pouco e logo viro o olhar para ele, meus aliados me acusaram e acreditaram na sentença...Mas agora um demônio admitia em alto e bom som que acreditava em minha inocência.
Balanço a cabeça negando, ele estaria me tentando? Era um truque para me fazer baixar a guarda, demônios gostavam de consumir a essência de anjos, era uma fome que todos sabiam então...Porque ele não estava agressivo tentando me matar quando claramente tinha vantagem:
— Então, qual seu nome? Eu sou Eziriel — Ele se senta do outro lado do buraco.
— .... — Não o respondo enquanto ele sorri e suspiro — Não vai me matar?
— Olha se eu quisesse já teria feito, você acabou de ganhar um corpo humano e por isso nem saberia lutar direito e etc...Mas não....Francamente dieta de anjos está fora da minha lista, duvido que seu sabor seja tão bom senhor Anjo.
Abro a boca, mas logo fecho enquanto ficamos em silêncio por um tempo nos olhando e ele suspira:
— Então já se acalmou, não é a melhor opção ficar na floresta a noite então você vem comigo para o vilarejo aqui perto?
— Por que confiaria em um demônio? — Questiono.
— Então sabe para onde quer ir agora? Por que lá para cima não pode voltar — Ele olhou para o céu.
— Eu vou pensar em algo...
— Certo, você que sabe — Ele joga algo em minha direção e seguro depressa vendo um manto — Ao menos se cobre...Você não pode andar por aí sem roupa alguma...
Ele subia o buraco e tremi um pouco com minhas asas caindo e me enrolo no tecido e logo levanto, tentando andar tropeçando, caindo de joelhos chamando atenção dele e viro o rosto vendo ele olhar para mim:
"Que vergonha...."
Levanto devagar me apoiando em minhas pernas sentindo aos poucos me acostumar em andar e começo a escalar devagar tremendo e logo me seguro na borda sentindo estar com o corpo pesado, ainda não era acostumado com o peso de um corpo humano.
Eu sinto uma sombra sobre mim e vejo ele estender a mão:
— Quer ajuda senhor Anjo? — Ele sorria parecendo achar graça da minha situação.
Cerro os punhos, quase nego quando meu pé escorrega, antes de cair ele segura minha mão depressa e sem dificuldade me puxa para cima nos afastando alguns passos do buraco:
— Ah, obrigado — Falo e ele acena com a cabeça começando a andar.
— Disponha, senhor Anjo..
— Leonis — Falo fazendo ele parar.
— Como?
— É meu nome, ao menos, pare de me chamar de "Senhor Anjo" — O seguia.
— Prazer em te conhecer.. — Ele sorri quando andamos juntos e estala os dedos acendendo chama nas mãos iluminando caminho — Temos uma longa caminhada....Você tinha que cair no meio da floresta?
— O que você faz na floresta a essa hora?
— Caçando comida, eu preciso de carne para semana...Mas só achei isso — Ele ergue os corpos me deixando enjoado cobrindo meu rosto — Que foi?
— Isso é nojento — Resmungo.
— Ah não, você é um desses....Você não comeria isso?
— Sou contra comer qualquer ser vivo! — Reclamo vendo ele balançar os corpos de propósito para me irritar — Para com isso!
— Hahaha, não consigo evitar...Sua cara está ótima — Ele ria enquanto me olhou — Se não gosta problema seu...Você não é um anjo revive eles e os solta na mata.
— Eu não posso usar magia sagrada assim...Nem sei se...Ainda tenho — Olhava minhas mãos.
— Vamos descobrir então — Ele segura um dos coelhos mortos tirando a corda do pescoço dele e estende o corpo para mim — Toma cura ele!
Recuo depressa segurando o corpo em minha mão sentindo o pelo úmido com sangue entre meus dedos me fazendo congelar e ele sorria animado como se fosse algo engraçado, estaria brincando comigo.
Eu olho o corpo do animal sério, era cruel ferir um ser tão indefeso e pendurar como se fosse um prêmio, isso me irritava demais ver esses animais sofrendo como se fossem nada e não tivessem mais escolhas.
Eu fecho os olhos segurando aquele frágil ser enquanto sentia a dor que ele sentiu cerrando os dentes e uma luz forte bateu em meu rosto e minhas mãos brilhando forte cobrindo boa parte da região.
O brilho sumiu e o animal moveu as orelhas mesmo com o pelo úmido de sangue assustado e olho surpreso vendo ele se debater e logo se soltar da minha mão caindo no chão fugindo entre arbustos e suspiro me olhando sabendo que ainda tinha o dom de cura e sorri aliviado:
— Caramba...Eu ainda posso....Ah? Demônio? — Olho ao redor vendo que ele sumiu — Hey, cadê você?
— Puta merda, isso foi incrível — Ele aparece saindo de trás de uma árvore — Só aprende a diminuir essa aura, essa merda dói em mim.
— Não chame minha graça divina dessa forma!
— Isso me mata, acha que vou bater palmas e comemorar? — Ele pergunta tirando folhas do cabelo e olha por onde o coelho fugiu — Eu volto a pegar ele outro dia...Só um serve para hoje.
— Você é inacreditável...
— Okay Leonis, vamos depois saber oque mais você pode fazer...Parece que já está de adaptando, já que não caiu desmaiado por fazer isso..
— Isso é um bom sinal..
— É um pouco — Ele voltou a andar e o acompanho olhando a chama em sua mão.
"Melhor manter um pé atrás, ele pode ser mais poderoso do que parece"
>▪▪▪<
Ambos tomavam outra bebida ouvindo conversa das pessoas no bar enquanto Eziriel mordia um pedaço de carne ferozmente e olha para seu colega:
— Sabe, você devia experimentar..
— Me recuso a comer qualquer criatura viva que foi feita pelo criador — Leonis reclamava enquanto levava um garfo de um ensopado de legumes a boca.
— Você e suas frescuras, okay eu respeito e agradeço por não implicar comigo comendo carne na sua frente — Ele rebate.
— Eu não controlo você, demônios precisam comer muito — Leonis falava.
— Hehe, ninguém me controla...Então depois quer ir fazer o que?
— Vocês dois querem outra bebida? — A garçonete aparece limpando o balcão.
— Não obriga..
— Trás mais dois copos! — Eziriel fala jogando duas moedas de ouro no balcão.
— Não acha que chega de bebida?
— Eu não fico bêbado tão fácil assim — Ele resmunga lambendo dedos.
— Depois quando ficar passando mal não espere que eu te ajude.
— Você vai, é gentil demais pra me deixar na mão, eu te ajudei, não foi? — Eziriel abraçava o ombro de Leonis rindo.
— Te odeio.
— Aww, te odeio também — Ele ri ajeitando os óculos — Mas somos amigos...E amigos ficam junto na alegria ou no ódio.
— Desencosta — Leonis o empurra um pouco o fazendo rir voltando a comer.
Semanas haviam se passado desde o encontro desses dois...Contra as probabilidades estavam convivendo juntos.
>▪Demônio▪<
Andava pela floresta olhando para trás vendo o anjo me seguindo com o manto sobre os ombros se cobrindo e sorri, sabia que ele não teria muita escolha em me seguir.
Caído ou não era alguém me poderia conversar abertamente, mesmo que claramente por instinto fosse seu inimigo natural...O cheiro da essência de anjo estava a poucos metros e realmente era tentador tentar o devorar, mas não tinha esse apetite.
Instintos para comer eram fracos comigo então eu não era uma besta sanguinária querendo segurar essa oportunidade, viro para o anjo atrás de mim se cobrindo com o manto parecendo ainda tropeçar em seus pés algumas vezes:
— Então oque você era? Anjo guerreiro? Anjo da guarda? Mensageiro de alguma missão divina? — Pergunto o olhando sobre o ombro.
— E você não devia estar no inferno? — Ele perguntou de volta.
— Okay, me responde essa pergunta e respondo a sua — Paro o olhando.
— Guerreiro, eu fazia parte de um esquadrão — Ele responde.
— Bem, eu não sou um demônio qualquer, nasci na terra, já aqui em cima sabe, cultos e sacrifícios de sangue etc...Não vim direto do inferno e muito menos cai..
— Demônios podem ter filhos?
— Francamente um demônio e um Anjo podem assumir formas para transar e macular uma mulher, não é nenhum milagre...Afinal os gigantes antes do grande dilúvio eram filhos de quem?
Viro o olhando vendo ele virar o rosto e ri enquanto via as luzes do vilarejo e apago a tocha que tinha em minha mão seguro o coelho que peguei hoje faminto, realmente poderia os comer cru mesmo, mas cozinha-lo dava muito mais sabor:
— Mas me conta aí senhor anjo, como é? — Pergunto curioso ainda usando o apelido que lhe dei
— Perdão?
— Lá em cima, como é o céu? — Pergunto enquanto passamos por uma ponte.
— É....O lugar mais lindo para se viver, um verdadeiro paraíso — Ele olhava para cima.
Olho para cima junto com ele vendo as constelações no céu entre algumas nuvens e suspiro:
— A imaginação de um demônio sobre o paraíso não deve chegar perto da verdade, eu gostaria de ver...
Senti ele olhar para mim enquanto eu ajeito meus óculos e logo ouço passos e olho ao redor depressa com minha orelha se movendo um pouco e rosnei sabendo que era a guarda dos camponeses.
Me viro depressa segurando seu braço e ele tenta recuar com as asas quase se abrindo quando segurei o manto firme o abraçando enquanto nos puxava para um canto:
— Tente esconder essas asas! Merda tem humanos perto! — Sussurrava enquanto sentia ele se debater.
Nos escondi entrando debaixo da Ponte enquanto o mato nos escondia e ouvia os passos sentindo que ele parou de se debater fechando as asas para perto do corpo, solto ele devagar enquanto via o reflexo de tochas na água e passos passando:
— Porque você...
— Enquanto não souber ocultar suas asas você não pode ser visto, oque acha que pessoas vão pensar quando virem um homem sem roupas com grandes asas? — Respondi vendo ele concordar comigo — Vou conseguir umas roupas e um banho para você..
— Minhas asas doem demais — Ele resmunga movendo os ombros.
— Com a queda que deu me admira que não as quebrou — Falo baixo e espio um pouco — Vamos, conheço uma pessoa...
(.....)
— Eziriel eu já disse, só volte aqui quando pagar sua conta desgraçado! — Uma mulher de cabelos pretos estava segurando uma vassoura me olhando irritada.
— Melinda, por favor calma — Erguia minhas mãos parado na porta da estalagem/taberna — Eu preciso de ajuda..
— Porque um demônio como você precisaria de ajuda?
Saio da frente de Leonis puxando o manto mostrando suas asas e um suspiro sai da garganta dela largando a vassoura tremendo:
— Não precisa ter medo — Leonis falou depressa e reviro os olhos por ser uma frase muito usada por anjos.
— Entrem — Ele puxa nós dois depressa fechando a porta — Não acredito nisso...Um anjo...Um anjo mesmo...
Leonis olhava ao redor vendo o bar vazio e eu me sento em uma cadeira, cansado de andar tanto, segurando meu tornozelo resmungando afrouxando a corda:
— Ele precisa de roupas e um lugar para ficar, vamos não me deixa na mão — Pedia vendo ela suspirou.
— Vou pegar umas roupas — Ela suspira e logo olhou o Leonis — Você está seguro aqui, mesmo lidando com esse cabeça oca.
— Você não tem medo dele?
— Se ele quer ter um teto sobre a cabeça quando encher a bunda de bebida...Não vai se atrever a mexer comigo — Melinda estala os dedos me olhando de longe e rosno — Me segue e não se preocupe...
Leonis olha para mim e desvio o olhar, ele sabia que eu poderia matar ela, mas realmente queria um lugar pra ficar....Observo ambos subindo a escada, sem esperar, subo no balcão da taberna pegando um grande copo e enchi o mesmo até a borda com a espuma da cerveja escorrendo pelo canto, lambi os lábios levando o copo a boca quando seguro a vassoura antes dela me acertar, bebendo, virando de uma vez e estalo a língua saboreando aquilo descendo por minha garganta:
— Ah, delicia...Você errou!
— Eu vou quebrar outra coisa em sua cabeça se não parar de roubar minha bebida!
>▪▪▪<
Eziriel estava bêbado sobre uma mesa ameaçando dois caras maiores que ele enquanto Leonis estava se apoiando no balcão vendo a confusão com olhar entediado e virou para a dona do lugar, filha da mulher que os hospedou aqui com a garotinha cortando limões:
— Melhor chamar sua mãe Maria — Ele pede calmamente com o rosto meio vermelho pela bebida, levantando vendo a criança de olhos verdes e sardas no rosto correr por uma porta atrás do balcão.
Eziriel deu um soco jogando o brutamontes de um lado logo sendo atingido por uma cadeira caindo, cuspindo um pouco de sangue, xingando o outro erguendo o dedo do meio para ele o ameaçando:
— Tenta me matar seu....Seu filho de um Asno! Eu sou resistente, caralho! Posso...Posso ficar a noite toda em um confronto! — Eziriel levantava tonto enquanto outros gargalhavam do homem baixo bêbado, ameaçando uma muralha.
— Você e que exercito? — O grande falou rindo pegando outra cadeira, quando alguém tocou seu ombro.
Assim que ele vira uma mão agarrou sua cabeça a batendo contra a mesa sem dificuldade a partindo e Leonis limpou as mãos murmurando uma desculpa baixa e virou para o mais baixo cruzando os braços:
— Leo! — Eziriel ri erguendo os braços enquanto tentou o abraçar feliz — Eu sabia...Sabia que não me deixaria na mão...
— Hey escuta aqui — Alguém agarrou o ombro do anjo e Leonis segurou sua mão a girando torcendo fazendo o homem cair de joelhos o olhando sério — A-Ah! S-Senhor se acalme....
— Deixe a gente em paz, eu peço e melhor tirar seu amigo desse estabelecimento antes que ele se afogue em seus próprios fluidos — Ele aponta para o homem caido no resto de uma mesa pondo sua bebida para fora engasgando.
Leonis logo segurou seu "amigo" o jogando sobre o ombro como um saco de batatas com olhar frio que afasta os outros e logo volta para o balcão, ouvindo ele murmurar uma musica em outra língua desconhecida por ele, enquanto sentia ele rir segurando a roupa dele:
— Hey, hey, Leo...Me diz...Se eu beber o sangue de um anjo físico, eu vou viver para sempre? — Ele pergunta baixo segurando o ombro de Leonis enquanto o mesmo o colocava no banco — Qual o sabor do seu sangue? Posso te morder?
Leonis suspira, esfregando as pálpebras e logo segura um copo vazio de bebida enquanto enche no barril do outro lado do balcão, o mesmo vira de volta para Eziriel vendo ele apoiando a cabeça na mão sorrindo enquanto lambia os dentes como se o pedido anterior não tivesse sido brincadeira.
Leonis agarrou sua camisa, jogando a agua sobre a cabeça dele de um vez o fazendo gemer reclamando, enquanto o soltou no banco e deu um forte soco sobre sua cabeça o acordando de uma vez, claro tinha uma força maior que de um humano, mas ele também era resistente então não precisava me segurar tanto como quando lidou com aqueles dois:
— Porra! Doeu Leonis! — Ele esfregava a cabeça.
— Merece por se meter em problemas — Leonis suspira bebendo o resto da bebida em seu copo — Não acredito que me convence a te ajudar....Você tem mais força que eu provavelmente....
— Hah, mas se eu já usar minha força as lutas ficam sem graça, lembra estamos tentando se misturar — Ele riu falando baixo enquanto penteava o cabelo para trás com a mão — Qual a graça em ser o forte se ninguém pode realmente te fazer sangrar? E o único capaz disso aqui é meu colega sentado do meu lado.
— Meio contra opção...Você é um demônio estranho Ezi... — Leonis fala apoiando o queixo em sua mão.
— E você um anjo mais ainda Leo — Ele ri erguendo o copo dele como um brinde.
Leonis ri e ergue seu copo batendo levemente junto com o dele enquanto ambos riem e viram o copo de uma vez..
>CENA BÔNUS<
— E é por isso que esse cara é meu melhor amigo! — Eziriel abraçava o ombro de Leonis enquanto o mesmo ria alto.
— Você é um insuportável! — Leonis ri abraçando o ombro de Eziriel também erguendo o copo de bebida o empurrando contra o peito de seu amigo.
— Seus dois malucos — Melinda falava pegando algumas folhas colocando nos copos de bebida de ambos — Isso vai ajudar a evitar que fiquem bêbados demais e falem loucuras..
— Valeu minha colega, juro que vou te pagar depois, põe na minha conta — Eziriel fala.
— Eziriel sua conta já passa de cinco folhas! Urgh, tem sorte que você impede que esses idiotas ponham tudo abaixo.....Muita sorte! — Melinda puxa a orelha dele irritada e logo solta indo para trás do balcão.
— Au doeu.........Mulheres — Eziriel resmunga com Leonis.
— Eu vou perder minhas asas assim — Leonis olhava seu copo de bebida corado ainda meio tonto.
— Qual é!? Beber e brigar com alguém não é tão ruim assim! — Eziriel dava tapinhas nas costas dele com outra mão segurando uma garrafa vazia olhando por dentro a erguendo contra luz — Sério, se...Seria pecado maior...Se tivesse os matado, qual era mesmo....O troço...
— O mandamento? — Leonis fala enquanto Eziriel deu de ombros dando a língua — Vai se foder Eziriel....
— Eita, eita, Não sabia que anjos poderiam ser boca suja...Vou até anotar isso — Eziriel se soltou de Leonis tirando um pequeno caderno com capa de couro do bolso e pegando o pedaço de grafite se encostando nas costas de outro bêbado sentado no balcão — "Se Leo bebe demais ele...Ele pode xingar..."
— Eziriel? — Leonis o chamou irritado.
— Hm? — Ele virou para seu amigo.
Leonis levantou o dedo do meio para o demônio irritado com os olhos cinza claramente refletindo ele de forma ameaçadora:
— "E, ponto e ponto....Fazer sinal feio" — Ele vira voltando a escrever quando virou mostrando sua anotação para Leonis — Viu...Eu sei me importar, b-babaca.
— Olha o punho.. — Leonis tinha a mão no rosto resmungando.
— Que?
Um soco atingiu Eziriel com outra briga começando enquanto Leonis suspira encostando a cabeça no balcão:
"Meu senhor, por que me prendeu a esse demônio idiota...."
— Leonis olha! Eu peguei um dente!
Um rascunho que tinha guardado a um tempo admito kkk
Pensei, porque não? Talvez gostem de algo assim nesse estilo.
Feliz ano novo pessoal! Espero que tenham muita paz e saúde!
Oh e se querem saber o design dos personagens tá aqui algumas artes!
Bjs de sua autora.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top