A inocência é a defesa do imprudente, que caminha desavisado, olhando para mundo e a paisagem bela, imaginando mil aquarelas de tons misturados, vislumbrando o ponto final da viagem, sem se perder na miragem ou temer a perseguição, não notando a ingratidão, nem a confusão de seus passos desarranjados e inesperados a caminho da vastidão.
Qual o endereço buscado para o que não tem telhado? O que espera encontrar, este que ainda se ilude com o mundo inexplorado de perfis inusitados a se conhecer.
Como criança rebenta, o jovem empolgado, o sonhador motivado ou o velho desesperançado, na qual todos possuem um atributo incomum, de continuar sonhando com a possibilidade de um vulto inesperado de felicidade a romper a próxima rua da vida, revigorando os passos cansados na busca de um tesouro sem preço, sem valor capital de mercado, apenas a ponta de uma montanha buscada na imensidão dos pensamentos, um aconchego suficiente para uma vida despreocupada, sem dores e regada a alegria com a paisagem, temperatura, aroma e conforto.
Este sonho é utópico, mas não convém deixarmos de sonhar, pois o motor da vida é alimentado pela esperança, regado da bonança desta supremacia alcançada, onde o fim é estimado, recebido a muita celebração, mesmo que não exista, não ocorra, nunca desista de sua perseguição.