Capítulo 04 - Bolo Amarelinho de Cenoura com Brigadeiro
Cobertura:
1 lata de leite condensado
½ xícara de (chá) de achocolatado
½ xícara de (chá) de chocolate granulado
1 colher de (sopa) de manteiga
Massa:
3 cenouras grandes
1 colher de (sopa) de fermento em pó
2 xícaras de (chá) de açúcar
2 e ½ xícaras de (chá) de farinha de trigo
½ xícara de (chá) de óleo
4 ovos
Modo de fazer:
Raspe a casca das cenouras, corte-as em pedaços, lave-as e cozinhe-as cobertas com água. Escorra a água, e deixe que as cenouras esfriem um pouco. Bata no liquidificador as cenouras cozidas, os ovos e o óleo. Despeje em uma vasilha e misture o açúcar e a farinha de trigo peneirada com o fermento. Coloque em uma forma retangular (20 X 30 cm) untada, e leve ao forno médio (180º C) pré-aquecido por 40 minutos. Enquanto isso, prepare a cobertura de brigadeiro.
Cobertura:
Coloque em uma panela o Leite condensado, o achocolatado, a manteiga e leve ao fogo baixo, sempre mexendo, até começar a desprender da panela. Despeje o brigadeiro ainda quente sobre o bolo, distribua o chocolate granulado e deixe esfriar.
~
Na noite de sábado, recebi um telefonema do Leonardo, o primeiro, depois que nós ficamos juntos. Conversamos por uns dez minutos e ele se dizia frustrado porque queria me ver, mas os pais dele e da Cláudia, que moravam no interior do Ceará, estavam hospedados em seu apartamento, e teria que acompanhá-los.
Não levei muito a sério, como de costume. Aprendi a não criar expectativas, para não quebrar a cara depois.
No domingo, o Léo despachou os pais na rodoviária, e foi bater lá em casa. Para variar, me pega com as piores roupas. Naquela tarde, estava sozinha em casa vendo filmes, com um microshort e uma blusa velha, folgada e confortável, que parecia mais um vestido.
"Conversamos" um pouco na varanda e ele praticamente exigiu entrar, pra ver filme comigo.
Como vocês podem deduzir, mal olhamos pra TV, passamos a tarde no sofá, uma tarde quente, diga-se de passagem.
O melhor, é que ele não forçou a barra em momento nenhum. Claro que alguns beijos e carinhos foram mais ousados, mas ele não se aproveitou do fato de estarmos sozinhos, pra tentar partir direto para o sexo. Ganhou mais um pontinho no meu caderninho!
Adorei essa parte, ele queria mais, era visualmente evidente, mas ele parecia disposto a esperar até que eu desse o sinal verde.
Esfriei as coisas com um sorvete que havia preparado, e o coloquei pra correr antes do horário em que meus tios costumavam chegar da praia. Quando ouvi o barulho do carro deles na garagem, já estava de banho tomado e dando continuidade aos meus filmes, completamente refeita da aventura da tarde.
Mas mesmo assim, a tia Ceci reparou o meu sorriso bobo, quando entrou no meu quarto mais tarde e me viu no computador.
– Andou chovendo dinheiro por aqui? – ela perguntou achando graça do meu jeito.
– Melhor! Andou chovendo gato de duas patas! – brinquei e ela deitou na minha cama, querendo saber o que tinha acontecido. Contei para ela que eu e o Léo havíamos ficado depois do casamento, e naquela tarde, e ainda soltei uma pérola:
– Tia Cecília, por um homem desses, sinceramente, valeria a pena se apaixonar! To pensando seriamente...
Ela achou graça da minha ousadia.
– Fala como se pudesse escolher.
– Agora posso! Já aprendi todo o bê-a-bá! Já me viu apaixonada por alguém nos últimos anos?
– Ê, Danilo que não te deixa! – provocou.
– Nada a ver. Esqueci o Danilo há muuuuito tempo! Só não me apaixonei de novo porque não havia ninguém interessante o suficiente, agora talvez haja!
– Sei... – Foi só o que ela disse, e a conversa se voltou para outros assuntos.
Léo e eu passamos a sair em todos os finais de semana. Íamos a festas, barzinhos, shows, praia, cinema, enfim, aproveitávamos mesmo. Já conhecia alguns dos amigos dele, do casamento, e me dava bem com eles, o que facilitava as coisas. Às vezes saíamos sozinhos, às vezes com os amigos dele, e também com a Cláudia e o marido.
Não falávamos em namoro ou qualquer tipo de compromisso. Para mim estava legal daquele jeito, e se ele não tocava no assunto, entendi que para ele também estava. Ou assim pensava, porque certa vez nos encontramos sem querer numa festa, e vi que as coisas não estavam tão definidas na cabeça dele como eu pensava, ou já estavam definidas demais.
Naquele sábado, mais cedo, ele me ligara querendo sair. Recusei o convite, já que tinha um aniversário de uma amiga. Poderia muito bem combinar alguma coisa para depois, mas sabe aqueles dias que você quer curtir apenas com as meninas? Como o clube da Luluzinha? Pois é! Combinamos de nos ver no dia seguinte e ficou por isso.
O aniversário foi ótimo, conversamos, nos divertimos, bebemos e no fim decidimos passar numa festa que estava acontecendo na praia. Mas quem encontro lá, e não se mostra nem um pouco satisfeito com a minha chegada? Exatamente, o Léo. Ele estava lindo, como sempre, com uma bermuda cáqui e uma camiseta preta, com a gola v. Decidi ficar na minha e cumprimentei a ele e aos amigos de longe, mas o Leonardo decidiu vir até mim, com cara de poucos amigos.
– A gente pode conversar? – perguntou e assenti, afastando-me um pouco das meninas – Você não disse que tinha um aniversário?
– E tive. Estava lá até agora. – Respondi tentando não perder a paciência. Na minha cabeça, ele queria ficar com outra pessoa e eu estava atrapalhando – Quando acabou vim para cá com as minhas amigas. Qual o problema? Se você quer curtir a festa com os seus amigos, conhecer outras pessoas, ou qualquer coisa, fica a vontade! Não vim com o intuito de te atrapalhar!
Ele pareceu confuso.
– Foi para isso que você veio? Pra ficar com outro cara?
– Não! Vim porque queria me divertir com as minhas amigas! Faz um tempo que não saía com elas.
– Mari, te convidei para vir comigo, por que você acha que quero ficar com outra pessoa?
– Bom, aparentemente você não gostou de me ver. E como nós não temos nenhum compromisso... Ah, sei lá! – não queria passar a noite discutindo aquela bobagem, queria mesmo terminar o assunto para continuar curtindo.
– Posso te fazer uma pergunta? – indagou com um humor melhor.
– Só uma! – brinquei.
– O que eu sou para você?
– Não faz pergunta difícil, Léo!
– Só quero te entender. Entender como você vê o que está acontecendo entre a gente.
Estava me sentindo pressionada. O Léo parecia não estar tão satisfeito com o nosso "status" como eu estava. Não sabia realmente o que responder. Tudo estava indo mais do que bem conosco, mas falar em relacionamento era lembrar do Danilo, e lembrar do Danilo trazia uma série de pensamentos não muito legais, e pior, me lembrava uma Mariana que não queria mais ser, coisas que não queria mais viver.
– Léo, me divirto muito com você, muito mesmo. O fato de estar aqui com as minhas amigas não define nada entre nós.
– Você está me enrolando. – Mais pressão.
– A gente pode conversar sobre isso em outro momento? – pedi. realmente precisava de tempo para amadurecer a idéia de um possível relacionamento.
– Num jantar amanhã. – ele impôs.
– Seria ótimo! – sorri, aliviada por poder fugir daquela situação – Então, vou indo...
– Nem ouse sair daqui sem me dar um beijo. – Ele sorriu tomando a minha mão e me abraçando pela cintura.
– Um beijo? Vai estragar a chance de ficar com outra hoje? – provoquei levantando um pouco os pés para alcançá-lo e enlaçando meus braços em seu pescoço.
– Para que outra, se a mulher que eu quero está nos meus braços?
– Não faz assim que eu me apego... – Sorri, encostando os nossos lábios.
– É essa a intenção! – finalizou antes de me calar do melhor jeito possível.
Nos beijamos durante um tempo, depois fui ficar com as minhas amigas. Mas durou pouco, logo o Léo chegou com uma história de que os amigos queriam conhecer minhas amigas. Não sei se era verdade ou se era papo dele para passarmos a noite juntos, mas de qualquer forma, a manobra agradou a gregos e troianos e a noite foi ótima, mesmo não tendo sido nada planejada.
No sábado, como combinado, Léo foi me buscar para irmos jantar. Como ele se recusou a me dizer onde iríamos, me arrumei com cuidado, para estar bem vestida independente do lugar. Além disso, pelo que senti da noite passada, esse jantar tinha tudo para ser especial e queria fazer a minha parte.
Caprichei na maquiagem, pus um corpete preto com uma saia cintura alta quadriculada e sapatos altos vermelhos. Os cabelos soltos, como eu gostava e sabia que ele também.
O trabalho valeu à pena quando eu vi o brilho de cobiça no olhar do Léo.
– Nossa! Você tá muito sexy! – ele elogiou pausadamente, me fazendo subir um arrepio pelo corpo.
– Obrigada. Você também está maravilhoso. – E estava mesmo. De camisa escura, como eu gostava.
Entramos no carro, mas ao invés de restaurante, o Léo parou na frente da casa dele.
– Esqueceu alguma coisa em casa? – estranhei.
– Não, nosso jantar vai ser aqui. – Afirmou tranquilo, com um olhar que dizia mais. Bem mais.
– Mas não foi você que cozinhou, não é, Léo? – provoquei enquanto saíamos do carro.
– Não, cabeça! Encomendei do seu restaurante predileto...
– Hummm... – nem lembrava que já tinha comentado sobre isso.
Estava tudo perfeito. Boa música, vinho gostoso, uma brisa agradável entrando pela janela semi-aberta e uma massa deliciosa. O Leonardo não tocou no "assunto" tão temido, o que foi melhor. Ficamos nos curtindo, e rapidinho o clima esquentou. Mas esquentou MUITO. Quando vi, ele estava apenas de cueca e a minha saia estava bem longe de mim. Parecia natural o que ia acontecer em seguida, mas o Léo me surpreendeu quando parou e falou com uma voz rouca e um olhar que fazia com que me sentisse nua:
– Eu estou morrendo de vontade de ti, Mari. Se não quiser continuar é melhor parar agora, porque estou prestes a perder o controle.
– Pro inferno com o controle. – Afirmei segura.
Minhas palavras agiram de forma intensa. Em segundos estávamos no quarto. Não deitei na cama, empurrei-o delicadamente até que só eu ficasse de pé, e, encarando-o, fui abrindo o corpete aos poucos, até que a peça caísse no chão, permitindo a visão do meu corpo quase nu.
Apenas uma calcinha caleçon preta, de renda, e os sapatos de salto cobriam o meu corpo.
O resto foi natural e fácil. Nossos corpos se procuraram, se moldaram e se encaixaram. O contato foi perfeito e intenso, me sentia leve, livre, sem medo de ousar. Talvez porque já soubesse que ele estava apaixonado por mim. Talvez porque ele me deixasse segura. Ou talvez, porque simplesmente eu era feliz, independente e madura. Sabia que se não desse certo, não morreria, pelo contrário, minha vida continuaria exatamente igual.
– Quando tudo acabou, ele me abraçou e ficou fazendo carinho. O sono chegava, mas ele falou algo que mudou tudo.
– Quando te chamei pra vir jantar, tinha a intenção de te pedir em namoro. – Virei o rosto rapidamente na direção dele – Mas, agora, exijo que você seja a minha namorada. Não posso mais viver sem você. Aliás, não sei como consegui me segurar até hoje...
– Exagerado. – sorri.
– É sério. – Confirmou me apertando em seus braços.
E se eu não quiser? – indaguei virando-me. Ele franziu o cenho.
– Não quer?
– Não sei... – Sorri – Preciso de outro test-drive para ter certeza! – provoquei e desci a mão pelo corpo dele, distribuindo beijos até alcançar certa parte do corpo dele que crescia a olhos vistos, e logo estávamos na ativa outra vez.
Não dormi na casa dele, apesar da insistência do Léo. Não naquela noite. Precisava ficar sozinha. Precisava de tranquilidade e solidão pra pensar sobre o que tinha acabado de acontecer.
Tomei um banho, vesti um pijama confortável e sentei no chão, na frente do meu guarda roupa. Tirei uma caixa velha, coberta com recortes de revista, do fundo. Abri a tampa e fui tirando foto por foto. Cartões. Cartas. Pétalas de rosa secas. Presentes. Fui olhando, lendo e rasgando uma a uma.
Naquela noite, tinha escolhido um compromisso com o Léo. E pra estar inteira nesse relacionamento, precisava matar o anterior. Matar todas as provas, lembranças, saudades... Matar tudo do Danilo que ainda tinha em mim, e que acreditava apagado para sempre, mas que não era bem assim. Enquanto estava com o Léo, enquanto adorava estar com ele, pensava: Era assim que me sentia com o Danilo. E não queria mais pensar. Não queria mais comparar os caras que eu saía com ele. Precisava estar pronta pra me entregar. Precisava levar o Léo a sério, e era isso que faria.
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Beijo na ... e até quinta!
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